O meu nome é Luna, o meu avô deu-me esse nome, pois ele sempre me disse que eu era a sua lua numa noite de verão, linda e brilhante iluminando toda a sua escuridão, o meu avô era tudo para mim, um ex-militar, Major Roberto Williams.
Mas a lista de pessoas que me amam acaba por aí, os meus pais não queriam ter uma filha então passam o tempo todo me ignorando, estão sempre viajando e só aparecem comigo para me mostrar para a mídia e posar de família perfeita. Já me acostumei com isso, pelo menos eu tinha o meu avô, ele morava num bunker fora da cidade, ele prezava muito pela sua segurança e pela nossa também, uma pena minha mãe não ligar para isso, sempre que eu ia para a sua casa ficava sempre perto da natureza, ele queria que eu aprendesse a amar o mundo como ele é, pois, a natureza é a coisa mais linda que ele já viu, e por estar na guerra ele sabia apreciar o verde dela, como ele mesmo disse ele trabalhou na chuva vermelha, onde esse mesmo verde estava tingido de vermelho, vermelho pelo sangue dos seus amigos e companheiros, numa terra de ninguém a onde predomina o cinza e a dor, onde tudo que eles queriam era mais e mais poder, infelizmente os meus pais nunca pensaram assim, o meu pai tem uma multinacional e nunca se importou para a natureza, e a minha mãe a única natureza que ela admira são as peles dos animais que ela ama fazer bolsas e sapatos e até alguns casacos. Desde cedo eu já tinha escolhido fazer administração de empresas, queria que a minha família se orgulhasse de mim, mas eu avô encorajava-me a fazer designer de joias, ele sabia que realmente era isso que eu amava, amava ver as jóias se tornando ainda mais lindas, amava como algumas pessoas faziam delas indispensáveis, que elas mostrassem a sua personalidade, mas eu queria ser mais próxima dos meus pais. E esse foi o eu grande erro, tentar agradar quem nunca sequer se importou comigo, no dia que eu contei haver descido o'que faria e que cuidaria da empresa do meu pai eles riram de mim, falaram que eu precisava arrumar um marido competente que ele sim, cuidaria de tudo, eles nem quiseram pagar a minha faculdade, por isso tive que me esforçar muito para conseguir uma bolsa um, uma das melhores faculdades do país. Estava tão focada na em agradar eles que me afastei do meu avô, ele sempre me ligava e eu falava com ele, mas era só isso, quando ele me convidava para ir lá era sempre a mesma desculpa que eu não podia, pois estava em semana de prova, que eu tinha que estudar mais, e foi assim que eu decepcionei a única pessoa que me amava, eu parei de viver para tentar realizar o sonho de fazer eles olharem-me, mas isso durou só até os meus 17 anos, a onde eu não sabia na época mais tudo mudaria. E foi na segunda semana de abril, quando recebi a pior notícia.— Nós sentimos muito Luna, mas seu avô morreu, nós infelizmente não vamos poder ir ao funeral, mas se quiser ir pode ir, mandei preparar uma coisa simples lá mesmo naquela coisa que ele morava.- disse a minha mãe sem emoção alguma. Eu já devia saber que algo de ruim havia acontecido para ela estar-me ligando só a morte de alguém, mesmo.— Mas mamãe ele é seu pai, a senhora tem que vir para o funeral.- disse em meio aos soluços, aquela notícia acabou comigo.— Ai Luna, deixa de ser tão sentimental, ele era velho e já estava na hora de morrer mesmo, e eu estou muito ocupada para ir.- Disse isso e desligou o telefone na minha cara. Nem sei porque estou chateada com ela, já era de se esperar que isso fosse acontecer, penso que ela não viria nem se fosse o meu.Fui ao seu funeral, e fiz questão de mudar algumas coisas, a minha mãe iria enterrar ele num cemitério qualquer, mas eu fiz questão de achar um perto da natureza de da casa que ele tanto amava, ele nunca me pediu isso, mas sei que iria querer ficar perto da natureza e perto da onde vovó também foi enterrada alguns anos antes, ela havia morrido de um câncer de mama muito agressivo. Depois do enterro voltei para a casa a onde eu ficava, a dor da sua morte ainda estava comigo, porém eu não podia desistir de tudo agora, então continuei a estudar e a ir bem nas provas, eu nunca tive nem tempo para arrumar um namorado, por mais que alguns meninos tentassem se aproximar de mim eu sempre fugia deles. Eu não era uma menina feia, sempre tive a estatura mediana, medindo 1,60 os 16 anos, era magra até demais, mas não por genética e sim porque estava tão focada nos estudos que às vezes comia apenas uma refeição no dia e isso já me deu problemas demais, sou ruiva natural, no rosto tenho algumas sardas e tenho os olhos verdes num tom bem claro, lábios carnudos, e mesmo magra de mais sempre tive muita bunda e seios fartos, acredito que isso atraia os meninos, mas eu mesma nunca gostei de chamar a atenção deles. Após anos estudando muito, de vários sacrifícios eu finalmente consegui a tão sonhada bolsa de estudos, não havia contado para os meus pais, pois sabia o que eles iriam dizer a respeito disso, então decidi manter tudo em segredo. Dia 15 de março seria o primeiro dia de um novo começo, de uma nova eu, só não sabia que seria também o meu primeiro dia no inferno, com o próprio diabo à minha frente.Sai cedo para o meu primeiro dia na faculdade, era incrível estar lá, mesmo que eu soubesse que não era o que eu realmente queria para a minha vida. Depois de um longo dia, até que não havia sido tão ruim, consegui até fazer uma amiga, o nome dela é Samanta Miller, nos demos muito bem logo de cara, então ela convidou-me para ir na casa dela, e como eu nunca tive uma amiga logo fiquei empolgada com a ideia. Quando saí de lá já era cerca de umas 22:00 horas da noite, a rua estava escura, mas eu já estava acostumada com a cidade e a andar a noite na rua, a Samanta havia-me perguntado se eu queria dormir lá, mas eu não quis, achei melhor ir direto para a minha casa, eu não morava tão longe da casa dela.Como eu havia passado para (EBAPE) que fica localizado no Rio de Janeiro, eu tinha alugado um apartamento ali perto e a Samanta morava apenas algumas quadras de distância, não vi problemas em ir para casa sozinha. A noite estava quente e bem clara, não valia a pena chamar um carro de aplicativo, então fui a caminhar, e estava tudo tranquilo, até eu passar por uma rua um pouco mais escura, eu senti um arrepio ao longo da minha coluna, mas supus que não fosse nada, de repente escutei passos apressados atrás de mim, e de algum jeito sabia que não era pura coincidência, era ele o monstro que arruinaria com a minha vida, e naquela noite eu seria a sua presa.Tentei correr e fugir dele, mas quanto mais eu tentava mais ele ria de mim, ele dizia que eu jamais conseguiria livrar-me dele agora.De repente ele põe algo perto do meu rosto e em questão de segundos acabo perdendo os sentidos e desmaio, ficando vulnerável para ele fazer o que quisesse comigo.Acordo e a primeira coisa que vejo é um teto de concreto sujo, logo já sei que não estou em casa, começo a me lembrar de tudo o'que aconteceu ontem, me lembro de desmaiar, tento me levantar e percebo que estou amarrada a cama, minhas mãos estão amarradas com uma corda na cabeceira da cama, meus pés estão presos por correntes,Olho em volta tentando achar algo que possa me ajudar a saber a onde eu estou, mas ao que parece estou em um tipo de porão, as paredes são brancas, porém estão sujas, não vejo nenhuma janela, tudo o'que eu vejo é uma porta bem a minha frente, o porão não é grande, só tem a cama que eu estou e uma pia com um espelho na parede.Comecei a chorar, minha cabeça dói muito, mas eu não me importo, só quero sair daqui, pensei que seria só um assalto, mas pelo visto ele não queria apenas meu celular e dinheiro.Escuto um barulho de chave na porta, me desespero e tento me soltar, mas os nós feitos nas cordas está muito apertado, e eu não consigo sair. Ao entrar no quarto el
Mais um dia naquele inferno, eu acordei sem esperanças, acordei me sentindo morta por dentro, eu havia desistido, e ele parecia saber disso.Ele veio mais tarde naquele dia, ele me bateu de novo, mas dessa vez eu não gritei, enquanto ele me batia sempre ficava me chamando vadia, e de vários nomes ruins. Mas o'que realmente me afetava era quando ele falava que ninguém estava procurando por mim, e eu sabia que isso era verdade, tinha certeza que meus pais nem sentiram minha falta, então se eu não tinha ninguém porque lutar? Então eu só parei, desisti, estava cansada, e quando ele percebeu que eu havia desistido ele veio até mim e disse que naquele dia ele teria o'que quis sempre .Eu já estava nua, toda cheia de manchas, cheia de sangue, pensei que nada poderia ser pior que tudo que ele já havia feito, mas eu não podia estar mais enganada.Então ele tirou as calças, e veio para cima de mim, tentei lutar, tentei me defender, mas eu não consegui, eu gritava, chorava, e pedia para ele par
Como eu perdi muito sangue e passei dias sem comer e a única água que eu bebia era a daquela pia suja, eu estou tomando bastante soro. A médica disse que eu ainda não posso comer comida pesada, mas que já pediu para me trazerem uma sopa, o'que vai me ajudar com a fome;Não deixei ninguém de fora saber o'que aconteceu comigo, não falei com os meus pais, e nem ninguém de fora do hospital, os únicos que sabem o'que realmente aconteceu comigo são os médicos e a enfermeira que estava aqui comigo quando tive que contar tudo o'que aconteceu.Contar o que houve comigo e lembrar de tudo foi muito difícil, não consigo acreditar que eu sobrevivi, e nem tudo o'que aquele monstro fez comigo, sei que eu não posso ter vergonha do que passei, mas é o que eu sinto.Sinto-me envergonhada e humilhada, todas aquelas coisas que ele me falou e que ele fez mexeram comigo, a doutora Tris chamou uma amiga dela psicóloga para conversar comigo e tentar me ajudar.Depois de alguns minutos deitada olhando pela ja
___ Esta tudo bem, logo eu estarei melhor e você não tem culpa de nada, outra coisa, o moço que me salvou na beira da estrada convidou-me para ficar no seu apartamento, óbvio que na hora eu disse que não queria, mas daí ele explicou-me que ficaria apenas eu e que ele vai ficar na casa da namorada dele. Ele sabe que eu não tenho ninguém para cuidar de mim, e agora não posso voltar para o meu apartamento. Então ele disse que se você quiser pode ir ficar comigo lá até eu melhorar e é lá no centro._ Disse para ela, querendo distrair nós duas___ Eu acho ótimo, ele tem cara de ser rico, o AP deve ser bem confortável, é claro que eu vou comer de graça quem não quer? _ Ela fala e começa a rir, não me aguento e dou risada junto com ela.___ Então Você vai comigo, parece que terei alta daqui uns dois dias, vou pedir para ele ir até o meu apartamento e pegar algumas roupas, não quero voltar lá, e não acho bom você ir, vai saber se aquele louco não está vigiando para saber se eu estou viva ou nã
Sonhei novamente com ele, e com aquele lugar e todas as coisas terríveis que ele me fez.acordo toda suada e percebo que meu rosto está molhado, eu estava chorando enquanto dormia, sei que agora será assim sempre, que talvez eu nunca mais consiga me relacionar com alguem, mas nao posso desistir, eu nao aguentei tudo aquilo para nada, eu não lutei tanto para desistir agora. Eu vou lutar por mim mesma.levantei da minha cama e fui tomar um banho, no caminho do banheiro avistei um relógio que marcava que estava quase na hora do café, o café era servido às 8:00 da manhã, então Me apressei para o banho, me banhei com água não muito quente, bom mesmo seria água fria para me acordar, mas como ainda estava me recuperando achei melhor nao arriscar.coloquei a minha linda camisola hospitalar, e sai do banheiro, me deitei e fiquei olhando tv, estou sentindo muita falta do meu celular, nem sempre passa coisas boas na tv, igual agora mesmo, está passando um jornal, a onde já foi noticiada mais de
Tomei meu café com leite e bastante açúcar, também comi dois pães de queijo, que estavam quentinhos e muito macios, sinceramente estava com muita saudade de comer um pãozinho de queijo, com certeza é uma das minhas comidas favoritas.Estava quase no final do meu café quando uma doida já chega gritando no meu quarto, acabo levando um susto e quase viro meu café sobre a cama. Quando olho para a porta começo a rir ao perceber quem era a louca que entrou gritando no meu quarto.— Sua doida, quase virei todo o meu café.- falei rindo olhando para Samanta, ela me mostra a língua e vem até mim.— Menina, eu to muito feliz, um menino com quem eu queria sair há muito tempo finalmente me chamou para sair.- Fala e dá, uma reboladinha comemorando— Meu deus, e você está adorando isso né safada.- caio na risada quando ela faz uma cara de falsa inocência.— Eu? Eu to só um pouquinho feliz.- fala séria, mas logo começa a rir também.Coloco a bandeja do meu café em cima da mesinha que fica ao lado da
Hoje, mais de 2 semanas depois que fui encontrada, finalmente estou tendo alta, mas só por que eu insisti muito para a doutora Tris, e também porque o Davi garantiu que eu não irei fazer nenhum esforço, tudo isso porque minhas costelas ainda não estão bem curadas e minhas costas ainda doem demais, mesmo eu já tendo retirado os pontos.(Agora minha vida finalmente irá começar.) Davi está assinando os papéis da minha alta, ainda não entendi como ele ficou responsável por mim, realmente achei que teria que ligar para a minha mãe, mas de novo Davi salvou a minha pele, estou gostando dele, ele respeita o meu espaço e nunca tentou nada de mais ou se aproximou mais do que devia. Semana passada, sem querer ouvi uma conversa dele com a namorada, pelo que eu ouvi ela não está nada feliz por ele estar me ajudando, ela disse a ele para me deixar na rua, que esse devia ser o meu lugar, ele me defendeu, mas mesmo assim pretendo ficar o mínimo possível em sua casa.Já estou me preparando para co
— Eu sinto muito pela sua perda.- Disse, e logo depois se calou.Ficamos em silêncio até chegarmos em um condomínio muito chic, meus pais eram ricos, mas algo me diz que eles não chegam nem perto dessa família.Davi estacionou na garagem de um prédio enorme, descemos do carro e fomos até o elevador.Assim que entramos percebi que seu apartamento era no último andar, “ porque será que isso não me surpreende, não é mesmo” Adentramos o apartamento e era muito bonito, e muito grande,mas claramente masculino, a decoração era rústica e as paredes escuras.Davi foi muito gentil comigo, me mostrou todos os cômodos e me disse que escolheu o último quarto do corredor para que eu possa me sentir mais segura já que seu quarto é do outro lado da casa, mas pediu para que eu ficasse tranquila que ele raramente está em casa.Entrei no meu quarto, era um quarto simples de hóspede, era bonito mas nada ali me lembrava a minha casinha, a saudade das minhas coisas e da minha vida, antes tudo era tão calm