Como eu perdi muito sangue e passei dias sem comer e a única água que eu bebia era a daquela pia suja, eu estou tomando bastante soro. A médica disse que eu ainda não posso comer comida pesada, mas que já pediu para me trazerem uma sopa, o'que vai me ajudar com a fome;
Não deixei ninguém de fora saber o'que aconteceu comigo, não falei com os meus pais, e nem ninguém de fora do hospital, os únicos que sabem o'que realmente aconteceu comigo são os médicos e a enfermeira que estava aqui comigo quando tive que contar tudo o'que aconteceu.Contar o que houve comigo e lembrar de tudo foi muito difícil, não consigo acreditar que eu sobrevivi, e nem tudo o'que aquele monstro fez comigo, sei que eu não posso ter vergonha do que passei, mas é o que eu sinto.Sinto-me envergonhada e humilhada, todas aquelas coisas que ele me falou e que ele fez mexeram comigo, a doutora Tris chamou uma amiga dela psicóloga para conversar comigo e tentar me ajudar.Depois de alguns minutos deitada olhando pela janela acabei dormindo. Pena que não foi um sono calmo e tranquilo como eu gostaria que fosse, sonhei com ele, sonhei com tudo o'que ele me fez, e o pior eu sonhei com ele dizendo o'que jamais me deixaria em paz, e que voltaria para acabar comigo.Acordei com alguém me chamando enquanto segurava meus ombros, assim que acordo me deparo com aqueles mesmos olhos que eu vi antes de apagar na beira da estrada, mesmo sabendo que ele é o homem que me salvou acabo ficando com medo e grito, e tento me soltar dele, e consigo, pois lhe acerto um tapa no lado direito de seu rosto, e nesse momento eu paro, e fico esperando ele me bater de volta igual aquele monstro fez comigo no começo.Mas diferente do que eu pensei o tapa não veio, em vez disso ele se afastou, me olhou e disse:— Me desculpa moça, eu não queria assustar você, mas você estava se debatendo muito e gritando, eu só queria ajudar a senhorita.- ele diz isso meio sem jeitoSento-me direito na cama e passo a mão no meu rosto que estava todo molhado, pelo jeito eu chorei dormindo, respiro fundo tentando me acalmar e então olho em sua direção.Ele estava usando roupa social, uma calça preta, sapatos sociais, camisa de botões branca e um blazer preto por cima, mas estava sem a gravata que eu deduzi estar ali antes.— Obrigada, moço, obrigada por salvar a minha vida e me desculpe bater em você. — abaixo a cabeça envergonhada demais para olhar para ele— eu pensei que você fosse outra pessoa, a pessoa que estava no meu pesadelo- falei e deixei algumas lágrimas escaparem dos meus olhos.— está tudo bem. Eu sei o'que aconteceu.- ele fala suavemente, querendo me confortar.— Como você sabe?- falo meio receosa, não queria que mais ninguém soubesse— Não se preocupe ninguém me contou nada, eu sou policial, estou acostumado a ver coisas parecidas, então eu apenas deduzi, e pela sua reação ao me ver aqui diz que isso é verdade.- ele fala enquanto caminha até uma poltrona que tem ao lado da grande janela, que até minutos antes eu admirava a paisagem— Pois é, já sabe oque aconteceu então.- falo e mantenho a cabeça abaixada.— Daqui a alguns dias você receberá alta, pelo que vi você não tem nenhum parente, tirando uma menina que está na sala de espera.-Ele viu os meus registros médicos e ainda está vigiando quem vem aqui ou não, esse cara é muito estranho.— Como já sabe de tudo o'que quer?- falo rudemente, já na defensiva— Não precisa ficar assim menina, só ia falar que pode ficar em uma casa que eu tenho no centro, só até se recuperar, eu tenho uma namorada, posso ficar com ela por um tempo, e você pode levar aquela sua amiga para ficar com você.- Ele diz tudo em um tom calmo e gentil.Eu quero confiar nele, e ele tem razão, não tenho para onde ir, não vou voltar para aquele apartamento sem nenhuma segurança, ainda mais com aquele louco a solta ainda.— Eu aceito ficar lá, eu realmente não tenho para onde ir.- falei ainda envergonhada— Eu posso assinar os papéis da sua alta amanhã pela manhã se quiser.— Não será necessário, eu sou emancipada e tenho quase 18 anos, e já que foi você quem salvou a minha vida e está disposto a me ajudar ainda mais, pode me chamar de Luna, esse é o meu nome.- falo olhando para ele.Ele me dá um sorriso e vem até perto da cama, estendeu sua mão em minha direção e disse.— Muito fazer Luna, eu me chamo Davi.___ Esta tudo bem, logo eu estarei melhor e você não tem culpa de nada, outra coisa, o moço que me salvou na beira da estrada convidou-me para ficar no seu apartamento, óbvio que na hora eu disse que não queria, mas daí ele explicou-me que ficaria apenas eu e que ele vai ficar na casa da namorada dele. Ele sabe que eu não tenho ninguém para cuidar de mim, e agora não posso voltar para o meu apartamento. Então ele disse que se você quiser pode ir ficar comigo lá até eu melhorar e é lá no centro._ Disse para ela, querendo distrair nós duas___ Eu acho ótimo, ele tem cara de ser rico, o AP deve ser bem confortável, é claro que eu vou comer de graça quem não quer? _ Ela fala e começa a rir, não me aguento e dou risada junto com ela.___ Então Você vai comigo, parece que terei alta daqui uns dois dias, vou pedir para ele ir até o meu apartamento e pegar algumas roupas, não quero voltar lá, e não acho bom você ir, vai saber se aquele louco não está vigiando para saber se eu estou viva ou nã
Sonhei novamente com ele, e com aquele lugar e todas as coisas terríveis que ele me fez.acordo toda suada e percebo que meu rosto está molhado, eu estava chorando enquanto dormia, sei que agora será assim sempre, que talvez eu nunca mais consiga me relacionar com alguem, mas nao posso desistir, eu nao aguentei tudo aquilo para nada, eu não lutei tanto para desistir agora. Eu vou lutar por mim mesma.levantei da minha cama e fui tomar um banho, no caminho do banheiro avistei um relógio que marcava que estava quase na hora do café, o café era servido às 8:00 da manhã, então Me apressei para o banho, me banhei com água não muito quente, bom mesmo seria água fria para me acordar, mas como ainda estava me recuperando achei melhor nao arriscar.coloquei a minha linda camisola hospitalar, e sai do banheiro, me deitei e fiquei olhando tv, estou sentindo muita falta do meu celular, nem sempre passa coisas boas na tv, igual agora mesmo, está passando um jornal, a onde já foi noticiada mais de
Tomei meu café com leite e bastante açúcar, também comi dois pães de queijo, que estavam quentinhos e muito macios, sinceramente estava com muita saudade de comer um pãozinho de queijo, com certeza é uma das minhas comidas favoritas.Estava quase no final do meu café quando uma doida já chega gritando no meu quarto, acabo levando um susto e quase viro meu café sobre a cama. Quando olho para a porta começo a rir ao perceber quem era a louca que entrou gritando no meu quarto.— Sua doida, quase virei todo o meu café.- falei rindo olhando para Samanta, ela me mostra a língua e vem até mim.— Menina, eu to muito feliz, um menino com quem eu queria sair há muito tempo finalmente me chamou para sair.- Fala e dá, uma reboladinha comemorando— Meu deus, e você está adorando isso né safada.- caio na risada quando ela faz uma cara de falsa inocência.— Eu? Eu to só um pouquinho feliz.- fala séria, mas logo começa a rir também.Coloco a bandeja do meu café em cima da mesinha que fica ao lado da
Hoje, mais de 2 semanas depois que fui encontrada, finalmente estou tendo alta, mas só por que eu insisti muito para a doutora Tris, e também porque o Davi garantiu que eu não irei fazer nenhum esforço, tudo isso porque minhas costelas ainda não estão bem curadas e minhas costas ainda doem demais, mesmo eu já tendo retirado os pontos.(Agora minha vida finalmente irá começar.) Davi está assinando os papéis da minha alta, ainda não entendi como ele ficou responsável por mim, realmente achei que teria que ligar para a minha mãe, mas de novo Davi salvou a minha pele, estou gostando dele, ele respeita o meu espaço e nunca tentou nada de mais ou se aproximou mais do que devia. Semana passada, sem querer ouvi uma conversa dele com a namorada, pelo que eu ouvi ela não está nada feliz por ele estar me ajudando, ela disse a ele para me deixar na rua, que esse devia ser o meu lugar, ele me defendeu, mas mesmo assim pretendo ficar o mínimo possível em sua casa.Já estou me preparando para co
— Eu sinto muito pela sua perda.- Disse, e logo depois se calou.Ficamos em silêncio até chegarmos em um condomínio muito chic, meus pais eram ricos, mas algo me diz que eles não chegam nem perto dessa família.Davi estacionou na garagem de um prédio enorme, descemos do carro e fomos até o elevador.Assim que entramos percebi que seu apartamento era no último andar, “ porque será que isso não me surpreende, não é mesmo” Adentramos o apartamento e era muito bonito, e muito grande,mas claramente masculino, a decoração era rústica e as paredes escuras.Davi foi muito gentil comigo, me mostrou todos os cômodos e me disse que escolheu o último quarto do corredor para que eu possa me sentir mais segura já que seu quarto é do outro lado da casa, mas pediu para que eu ficasse tranquila que ele raramente está em casa.Entrei no meu quarto, era um quarto simples de hóspede, era bonito mas nada ali me lembrava a minha casinha, a saudade das minhas coisas e da minha vida, antes tudo era tão calm
Já passava das 16h da tarde quando Samanta chegou aqui, eu já estava entediada, passei o dia todo sozinha e olhei uns 3 filmes e até comecei uma série, me sentia desconfortável estando no apartamento de outra pessoa, mas eu tinha que aceitar isso por enquanto.Meus machucados ainda doíam, principalmente os das costas que demorariam para cicatrizar, e provavelmente ficaria a cicatriz, isso me incomodava, meu corpo ainda estava todo marcado mas eu sabia que a maioria das marcas sumiram, mas aquelas não, elas seriam um lembrete eterno do que aconteceu.— Caralho! Esse lugar é incrível! _ Disse Samanta assim que abriu a porta— Meu Deus Samanta! Quase me mata de susto! _ Digo e começo a rir, Samanta não se aguenta e começa a rir também — Menina me desculpa, eu me empolguei tanto que esqueci de bater na porta pra avisar que eu já tinha chegado._ Disse tentando parar de rir— Entra vai, vamos lá no meu quarto colocar as suas coisas e depois podemos olhar alguma coisa._ Disse já que ela ain
Assim que terminamos Samanta pôs tudo na lava louça, estávamos saindo da cozinha conversando e rindo, nos deparamos com o Davi e seu irmão jogando videogame.— Meu deus, essas crianças de hoje em dia né…- Samanta disse rindo, ri junto pois pareciam duas criançasPassamos direto e apenas desejamos boa noite para eles, ainda não to pronta pra ficar muito perto.Fomos para o meu quarto e ficamos até umas 2h da manhã conversando, era bom finalmente ter uma amiga.RENATOAchei muito bonito o gesto do meu irmão em acolher aquela menina, ele me disse por alto o'que aconteceu com ela, tão nova e ja carrega tanta dor, ele tambem contou que ela não tem parentes e como ja é emancipada e faz aniversario daqui alguns dias decidiu deixar ela em seu apartamento.Ele me avisou que levaria ela hoje para lá mas eu já até tinha esquecido disso, estava mergulhado no trabalho e na nova campanha da minha empresa.Estava terminando de escolher quais imagens vão para a campanha quando meu celular toca.— Oi
RENATO— Ela é, mas está tão traumatizada, ela tem medo de tudo, eu realmente quero ajudar ela.- diz meio triste — Eu sei irmão, ela vai conseguir, você vai ver.- O garçom chegou com nossas comidas, assim que olho para a comida em meu prato eu me lembro de algo.— Davi, ela foi para o seu apartamento?— Sim, por que ?- ele ja tinha começado a comer, mas ele largou os talheres e me olhou.— Davi você comprou alguma coisa para aquela menina comer ou deu algum dinheiro para ela pedir algo ?- Digo olhando para ele, e a expressão que ele fez me disse tudo, puta que pariu, ele deixou a menina sem comida— Merda, eu esqueci.- Já disse e foi se levantando da cadeira.— Que droga, vamos lá comprar alguma coisa pra ela comer.- Disse e me levantei.— Não Precisa,posso comprar sozinho, fica e almoça.— Eu não, tenho certeza que se depender de você irá comprar apenas comida congelada pra ela.- Disse ja saindo— Ei, eu não sou tão idiota assim.- disse caminhando perto de mim— Não mesmo, você é pi