capítulo quatro

Como eu perdi muito sangue e passei dias sem comer e a única água que eu bebia era a daquela pia suja, eu estou tomando bastante soro. A médica disse que eu ainda não posso comer comida pesada, mas que já pediu para me trazerem uma sopa, o'que vai me ajudar com a fome;

Não deixei ninguém de fora saber o'que aconteceu comigo, não falei com os meus pais, e nem ninguém de fora do hospital, os únicos que sabem o'que realmente aconteceu comigo são os médicos e a enfermeira que estava aqui comigo quando tive que contar tudo o'que aconteceu.

Contar o que houve comigo e lembrar de tudo foi muito difícil, não consigo acreditar que eu sobrevivi, e nem tudo o'que aquele monstro fez comigo, sei que eu não posso ter vergonha do que passei, mas é o que eu sinto.

Sinto-me envergonhada e humilhada, todas aquelas coisas que ele me falou e que ele fez mexeram comigo, a doutora Tris chamou uma amiga dela psicóloga para conversar comigo e tentar me ajudar.

Depois de alguns minutos deitada olhando pela janela acabei dormindo. Pena que não foi um sono calmo e tranquilo como eu gostaria que fosse, sonhei com ele, sonhei com tudo o'que ele me fez, e o pior eu sonhei com ele dizendo o'que jamais me deixaria em paz, e que voltaria para acabar comigo.

Acordei com alguém me chamando enquanto segurava meus ombros, assim que acordo me deparo com aqueles mesmos olhos que eu vi antes de apagar na beira da estrada, mesmo sabendo que ele é o homem que me salvou acabo ficando com medo e grito, e tento me soltar dele, e consigo, pois lhe acerto um tapa no lado direito de seu rosto, e nesse momento eu paro, e fico esperando ele me bater de volta igual aquele monstro fez comigo no começo.

Mas diferente do que eu pensei o tapa não veio, em vez disso ele se afastou, me olhou e disse:

— Me desculpa moça, eu não queria assustar você, mas você estava se debatendo muito e gritando, eu só queria ajudar a senhorita.- ele diz isso meio sem jeito

Sento-me direito na cama e passo a mão no meu rosto que estava todo molhado, pelo jeito eu chorei dormindo, respiro fundo tentando me acalmar e então olho em sua direção.

Ele estava usando roupa social, uma calça preta, sapatos sociais, camisa de botões branca e um blazer preto por cima, mas estava sem a gravata que eu deduzi estar ali antes.

— Obrigada, moço, obrigada por salvar a minha vida e me desculpe bater em você. — abaixo a cabeça envergonhada demais para olhar para ele

— eu pensei que você fosse outra pessoa, a pessoa que estava no meu pesadelo- falei e deixei algumas lágrimas escaparem dos meus olhos.

— está tudo bem. Eu sei o'que aconteceu.- ele fala suavemente, querendo me confortar.

— Como você sabe?- falo meio receosa, não queria que mais ninguém soubesse

— Não se preocupe ninguém me contou nada, eu sou policial, estou acostumado a ver coisas parecidas, então eu apenas deduzi, e pela sua reação ao me ver aqui diz que isso é verdade.- ele fala enquanto caminha até uma poltrona que tem ao lado da grande janela, que até minutos antes eu admirava a paisagem

— Pois é, já sabe oque aconteceu então.- falo e mantenho a cabeça abaixada.

— Daqui a alguns dias você receberá alta, pelo que vi você não tem nenhum parente, tirando uma menina que está na sala de espera.-

Ele viu os meus registros médicos e ainda está vigiando quem vem aqui ou não, esse cara é muito estranho.

— Como já sabe de tudo o'que quer?- falo rudemente, já na defensiva

— Não precisa ficar assim menina, só ia falar que pode ficar em uma casa que eu tenho no centro, só até se recuperar, eu tenho uma namorada, posso ficar com ela por um tempo, e você pode levar aquela sua amiga para ficar com você.- Ele diz tudo em um tom calmo e gentil.

Eu quero confiar nele, e ele tem razão, não tenho para onde ir, não vou voltar para aquele apartamento sem nenhuma segurança, ainda mais com aquele louco a solta ainda.

— Eu aceito ficar lá, eu realmente não tenho para onde ir.- falei ainda envergonhada

— Eu posso assinar os papéis da sua alta amanhã pela manhã se quiser.

— Não será necessário, eu sou emancipada e tenho quase 18 anos, e já que foi você quem salvou a minha vida e está disposto a me ajudar ainda mais, pode me chamar de Luna, esse é o meu nome.- falo olhando para ele.

Ele me dá um sorriso e vem até perto da cama, estendeu sua mão em minha direção e disse.

— Muito fazer Luna, eu me chamo Davi.

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