Marcos perdido em seus pensamentos, ficou admirando a pequena Elisa, aquela conexão, aquela vontade de pegar no colo, a palpitação no coração invadiu seu ser. — Como ela é linda... Os dois são lindos. Que sorte o pai desses bebês tem.— Ele sussurrou sentindo um nó na garganta. Maicon o encarou com olhos estreitos. Marcos olha em volta e percebe que ninguém além dele veio ver os bebês. — Cadê o pai deles? Como alguém tem dois anjinhos e não vem nem ver?— ele comenta com indignação.— Se fosse meus filhos eu não sairia um só segundo de perto deles, muito menos da mãe. Maicon observou a melancolia que emanava da voz do irmão e se sente mal. — Eles não têm ninguém, somente a amiga que deixei no quarto, pois estava muito nervosa. — Que absurdo. Irmão... Me diz, como está a mãe dos bebês?— ele pergunta vendo a enfermeira colocar Oliver já vestido no berço e pegar Elisa.— Vi que ela não estava bem. É verdade que ela estava drogada? — Bando de fofoqueiros mentirosos. Não! Isso não é
Marcos fica em silêncio por um minuto e, após lembrar de quem ele estava falando, encara os olhos do irmão. Seu olhar pensativo refletia uma mistura de curiosidade e nostalgia.— Por que diz isso? — Marcos pergunta.— Não sei, aquela garota tinha apenas oito anos de idade. Parecia tão sozinha naquele corredor triste e gelado do hospital. Você se aproximou e mesmo sempre ignorando o fato de você não conhecê-la, e mesmo quase inconsistente, eu via o cuidado que teve com ela.Marcos fechou os olhos, revivendo a cena.— Me pergunto por que o rosto dela estava tão machucado... Aquelas olhos tristes me perseguem até hoje.— ele para para pensar por um minuto e olha fixamente para Maicon.— Agora que você falou... eles pareciam tanto com os da minha secretaria... — sussurrou, sentindo o coração pesar. Maicon estreitou os olhos e suas desconfianças aumentavam cada vez mais. — O que mais você se lembra? O nome dela, você recorda?Maicon hesitou um pouco antes de responder.— Não... me lembro bem
Jess saiu do trabalho e chegou mais cedo no aniversário de Clarie, pois sabia que seu marido havia chegado de viagem. Antes de ir para a mansão, ela decidiu tirar suas dúvidas confrontando Beatriz sobre a paternidade do seu filho. Ela desceu do carro e foi até o apartamento de Beatriz. Com insistência, tocou a campainha, mas ninguém atendeu. Nancy, que havia acabado de chegar da clínica de Maicon, encarou a presença da mulher na sua frente. — A senhora sabe se as jovens que moram no primeiro andar vão demorar para chegar? Nancy olhou por alguns minutos, lembrando que Letícia havia pedido para que, se alguém viesse procurar, não dizer que Beatriz deu à luz. Depois de ouvir que Dimitri e Leona estavam mandando ameaças para Beatriz, Nancy sentiu que tinha o dever de proteger ela e os bebês. — Beatriz e Letícia se mudaram hoje de manhã.— Nancy falou estudando as reações de Jess e a olhou surpresa. — Mudaram? Sabe me dizer onde elas estão morando? Eu precisava muito falar com Beatriz
Clarie ficou pálida, seus olhos arregalados de surpresa e emoção. Ela sentiu como se o mundo tivesse parado. Dois netinhos? Seu filho, pai? A ideia era surreal. — Meu Deus...—sussurrou Clarie, cobrindo a boca com a mão trêmula. Otto, ao lado dela, pareceu congelado, seu rosto refletindo choque e alegria simultaneamente. — Isso... isso é realmente possível? Nosso menino é realmente o pai desses bebês?— Otto pergunta, sua voz tremendo de emoção. Clarie levantou-se, como se impulsionada por uma força invisível. Ela se dirigiu a Maicon, olhos brilhando com lágrimas. — Maicon, meu filho, onde estão eles? Quero vê-los! Quero conhecer meus netinhos!— pediu Clarie, sua voz cheia de ansiedade. Maicon sorriu, comovido com a reação da mãe. — Eles estão bem, mãe. Beatriz cuida deles com muito amor. Mas precisamos ir com calma. Beatriz passou por um cirurgia de risco, tivemos que tirar os bebês as pressas. Amanhã de manhã vou na clínica ver como ela passou, e quero conversar com ela.
Otto e Clarie, acompanhados de Michael e Jess, partiram imediatamente para Orlando. A viagem foi tensa, com preocupações e angústias pairando no ar. Enquanto isso, Maicon ficou na mansão sozinho. Ele queria estar lá para ajudar o irmão que sempre o apoiou, mas precisou ficar por ordem dos pais. Ele acompanhou toda a notícia por vídeos que alguns amigos em comum com Marcos enviaram. Sentado na frente do computador, ele viu a noite virar dia. Após um banho rápido, olhou novamente o celular para ver se havia mais alguma notícia, mas os vídeos pararam de chegar por causa da forte tempestade que caiu em Orlando. Maicon entrou no carro com os pensamentos conturbados e distantes. Seu celular tocou, e ele olhou para a tela, era Letícia. — Bom dia, Maicon. — ela falou com voz séria que não passou despercebida por ele. — Preciso que dê alta para Beatriz, agora. — O que? Por que? — ele perguntou estranhando o tom de voz dela. — Por que acha que está acontecendo alguma coisa? — ele perg
Maicon viu os olhos de Beatriz se encherem de lágrimas, ele não queria brigar, três noites sem dormir e a preocupação com o irmão fizeram com que ele reagisse de maneira equivocada. — Desculpa... — ele sussurrou apertando as mãos na proteção da cama. — Eu não tenho esse direito! Bia, só preciso entender o que te levou a esconder a paternidade dos gêmeos, só isso... — Tudo bem Maicon, e você tem direito, afinal, me aproximei de você sabendo que uma hora isso iria acontecer... — Beatriz diz enquanto tenta se acomodar na cama. — Os únicos culpados nisso tudo somos eu e seu irmão. E só escondi de você por medo e vergonha! — Vergonha e medo de que?— Maicon pergunta vendo ela olhar para as mãos. — Como eu chegaria aqui e olharia para você após dizer que só me entreguei ao seu irmão por causa de dinheiro? Eu sabia que você já estava sabendo sobre o empréstimo, não tive coragem de encarar você. Tive medo de que pensassem que poderia usar meus filhos para tirar dinheiro de vocês. Ou pior,
Filadélfia, dias antes Beatriz estava no seu apartamento, se recuperando bem, apesar das dores dos pontos da cesariana. Com a ajuda de Nancy e Letícia, a sua recuperação tem tudo para ser tranquila. Nancy redobrou seus cuidados com elas, pois desconfiava de tudo e de todos. Maicon, por esses três dias, ficou de guarda na frente do prédio sem Letícia e Beatriz saberem. Por duas noites, ele observou dois homens estranhos rondando pelo prédio. Por isso, ele decidiu agir. Maicon desce do carro e cumprimenta o morador que já estava familiarizado com sua presença. Ele se aproxima da porta e dá apenas duas batidas nela. Letícia, que estava na sala, vai rapidamente abrir. — Maicon? O que faz aqui tão cedo? Parece que nem chegou a dormir?— ela pergunta encarando seus olhos. — Bom dia, Lê! E não dormi. — ele diz com um sorriso se aproximando e dando um beijo demorado no rosto de Letícia, que sente seu coração aquecer. — Vim buscar vocês! Beatriz não está segura aqui. Esse prédio não tem
Em Orlando Ao ouvir as palavras do pai, Marcos sentiu o mundo girar ao seu redor. Seus olhos se arregalaram, e a respiração falhou por um momento. — Eu ouvi direito? Bia estava grávida e eu sou pai? Aqueles bebês são meus filhos?— Repetiu atropelando as palavras, incrédulo. Otto assentiu, com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. — Sim, filho. Você é pai. Só ficamos sabendo no aniversário da sua mãe. Mas com tudo que aconteceu com você, pedi para que esperassem as coisas melhorarem. Marcos cambaleou, sentando-se na cadeira mais próxima. Seu cérebro girava com perguntas, o coração parecia que ia explodir de tanta alegria. — Por que ela me escondeu isso?— perguntou, confuso. — Maicon explicou essa semana para sua mãe, ela estava com medo que você falasse que ela queria te dar um golpe e não acreditasse que você é realmente o pai. Beatriz só queria proteger os filhos. Marcos levantou ainda se sentindo tonto, ele estava com uma mistura de ansiedade e alegria. — Pai