Otto e Clarie, acompanhados de Michael e Jess, partiram imediatamente para Orlando. A viagem foi tensa, com preocupações e angústias pairando no ar. Enquanto isso, Maicon ficou na mansão sozinho. Ele queria estar lá para ajudar o irmão que sempre o apoiou, mas precisou ficar por ordem dos pais. Ele acompanhou toda a notícia por vídeos que alguns amigos em comum com Marcos enviaram. Sentado na frente do computador, ele viu a noite virar dia. Após um banho rápido, olhou novamente o celular para ver se havia mais alguma notícia, mas os vídeos pararam de chegar por causa da forte tempestade que caiu em Orlando. Maicon entrou no carro com os pensamentos conturbados e distantes. Seu celular tocou, e ele olhou para a tela, era Letícia. — Bom dia, Maicon. — ela falou com voz séria que não passou despercebida por ele. — Preciso que dê alta para Beatriz, agora. — O que? Por que? — ele perguntou estranhando o tom de voz dela. — Por que acha que está acontecendo alguma coisa? — ele perg
Maicon viu os olhos de Beatriz se encherem de lágrimas, ele não queria brigar, três noites sem dormir e a preocupação com o irmão fizeram com que ele reagisse de maneira equivocada. — Desculpa... — ele sussurrou apertando as mãos na proteção da cama. — Eu não tenho esse direito! Bia, só preciso entender o que te levou a esconder a paternidade dos gêmeos, só isso... — Tudo bem Maicon, e você tem direito, afinal, me aproximei de você sabendo que uma hora isso iria acontecer... — Beatriz diz enquanto tenta se acomodar na cama. — Os únicos culpados nisso tudo somos eu e seu irmão. E só escondi de você por medo e vergonha! — Vergonha e medo de que?— Maicon pergunta vendo ela olhar para as mãos. — Como eu chegaria aqui e olharia para você após dizer que só me entreguei ao seu irmão por causa de dinheiro? Eu sabia que você já estava sabendo sobre o empréstimo, não tive coragem de encarar você. Tive medo de que pensassem que poderia usar meus filhos para tirar dinheiro de vocês. Ou pior,
Filadélfia, dias antes Beatriz estava no seu apartamento, se recuperando bem, apesar das dores dos pontos da cesariana. Com a ajuda de Nancy e Letícia, a sua recuperação tem tudo para ser tranquila. Nancy redobrou seus cuidados com elas, pois desconfiava de tudo e de todos. Maicon, por esses três dias, ficou de guarda na frente do prédio sem Letícia e Beatriz saberem. Por duas noites, ele observou dois homens estranhos rondando pelo prédio. Por isso, ele decidiu agir. Maicon desce do carro e cumprimenta o morador que já estava familiarizado com sua presença. Ele se aproxima da porta e dá apenas duas batidas nela. Letícia, que estava na sala, vai rapidamente abrir. — Maicon? O que faz aqui tão cedo? Parece que nem chegou a dormir?— ela pergunta encarando seus olhos. — Bom dia, Lê! E não dormi. — ele diz com um sorriso se aproximando e dando um beijo demorado no rosto de Letícia, que sente seu coração aquecer. — Vim buscar vocês! Beatriz não está segura aqui. Esse prédio não tem
Em Orlando Ao ouvir as palavras do pai, Marcos sentiu o mundo girar ao seu redor. Seus olhos se arregalaram, e a respiração falhou por um momento. — Eu ouvi direito? Bia estava grávida e eu sou pai? Aqueles bebês são meus filhos?— Repetiu atropelando as palavras, incrédulo. Otto assentiu, com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. — Sim, filho. Você é pai. Só ficamos sabendo no aniversário da sua mãe. Mas com tudo que aconteceu com você, pedi para que esperassem as coisas melhorarem. Marcos cambaleou, sentando-se na cadeira mais próxima. Seu cérebro girava com perguntas, o coração parecia que ia explodir de tanta alegria. — Por que ela me escondeu isso?— perguntou, confuso. — Maicon explicou essa semana para sua mãe, ela estava com medo que você falasse que ela queria te dar um golpe e não acreditasse que você é realmente o pai. Beatriz só queria proteger os filhos. Marcos levantou ainda se sentindo tonto, ele estava com uma mistura de ansiedade e alegria. — Pai
Marcos aperta as mãos no volante com forma, seus dedos perdem a cor, seus olhos escurecem, sua respiração se torna pesada, como se outra pessoa tivesse possuído seu corpo. — Ele tocou nela?— perguntou de forma fria fazendo Nancy se arrepiar. — Infelizmente sim! — Quando isso aconteceu? E por que ninguém me falou nada? — Não sei te dizer! Única coisa que sei que foi no dia que ela ganhou os bebês. Eu estava chegando de viagem quando a vi chorando de joelhos abraçada em Letícia, aqui na frente do prédio. Sua cunhada Jessica estava com elas. Desde que seu irmão levou ela para a casa de Leah, converso com Letícia por telefone, que diz estarem seguras onde estão. — Maldito. Eu juro que vou matar esse desgraçado!— Marcos diz sem olhar para Nancy, ele estava sentindo que poderia explodir a qualquer momento. Respirando fundo tentando manter o controle, Marcos estreita os olhos e lembra que o irmão disse que precisava contar sobre o homem que sabotou a empresa, que ele tem incomodad
Beatriz olhava pelos vastos campos verdejantes da fazenda de Leah, sentindo uma paz que não experimentava há meses. Elisa e Oliver, dormiam em seus berços, rodeados pelo silêncio que ali se encontrava. Leah entrou na sala, trazendo uma xícara de chá quente. — Como você está, querida? Conseguiu dormir bem?— ela perguntou ao ver um leve vermelho em seu rosto. Beatriz sorriu fracamente espantando qualquer sentimentos de angústia. Ela estava com medo da última ameaça, pensar em alguém machucando os bebês tirava seu sono. — Sim, dormi como uma pedra— Ele mente.— Até que enfim essa mocinha deu uma trégua. Sabe, apesar do medo de Dimitri nos encontrar, sinto-me segurada aqui, longe da cidade. Até Letícia gostou da paz desse lugar.— ela disse vendo a amiga apreciando o jardim colorido, com flores de todas as espécies. — A decisão de Maicon de trazer vocês aqui foi a melhor. Dimitri e Leona não vão encontrá-los aqui. — Eu só me pergunto por quanto tempo podemos nos esconder?— per
Beatriz ficou todo o tempo admirando o cuidado que Marcos tinha com os bebês. Após uns minutos Oliver acordou, fazendo Marcos sentir seu coração transbordar de amor ouvindo seu choro baixinho. Diferente da Elisa que se da para ouvir de longe. Marcos não sabia o que fazer, ele nunca tinha segurado uma criança nos braços, principalmente tão pequenas. Beatriz sorriu vendo seu nervosismo, ela se aproximou, pegou Oliver em seus braços e encarou os olhos de Marcos. — Quer pegar ele no colo?— perguntou Beatriz, sorrindo. — Posso?— ele perguntou, Marcos engoliu em seco vendo ela se aproximar.— E se eu... machucar ele? — Eu sei que você não vai.— disse ela com ternura. Beatriz colocou Oliver em seus braços com cuidado. Marcos sentiu um arrepio ao sentir o peso do filho. — Ah... — sussurrou, olhando para o rosto de Oliver. — Ele é tão pequeno.— Com cuidado, Marcos envolveu os braços ao redor do bebê, sentindo uma onda de emoção.— Eu... eu não sabia que seria assim — disse, voz embargada.
Marcos chegou à fazenda para buscar Beatriz antes do sol nascer, ansioso para registrar os filhos. Ao sair do carro, vestido com um terno elegante, subiu a as escadas com o coração disparado. Ele não sabia como Beatriz iria recebe-lo depois de ontem. — Você está pronta? — perguntou, ao entrar na casa e encontrar os olhos de Beatriz, que brilhavam em contato com os dele. — Sim, estou! — respondeu ela, segurando os bebês. Marcos se aproximou e sorriu ao ver seus filhos cheirosos e bem vestidos. O suave perfume de Beatriz invadiu seu ser, ele a olhou profundamente, analisando o quanto ela estava linda, e sorriu. — Uau! Você está maravilhosa. — ele disse enquanto pegava Elisa dos seus braços. — Isso é obra da Letícia. Ela que me obrigou a usar essa roupa. — ela brincou para esconder seu nervosismo. — Deixa só quando o Maicon chegar para vocês saírem. — disse encarando os olhos da amiga, que sorria satisfeita. — Do jeito que ele é conhecido, não duvido nada ter um monte de papa