A nova semana começou e eu, Ana, acordei cedo, fazendo minha higiene matinal. Desci as escadas e encontrei minha mãe, Clara, já me esperando com um sorriso.
— Bom dia, mãe. Como você dormiu? Pronta para mais uma semana? — perguntei, tentando soar animada.
— Sempre pronta, filha. Fiz ovos mexidos hoje. O que acha de me fazer companhia? — Clara respondeu, rindo.
— Acho uma ótima ideia, estou faminta.
Tomamos café juntas, e logo depois minha mãe se ofereceu para me dar uma carona até o trabalho. Quando chegamos, Miguel, meu chefe, já havia saído, e, sinceramente, isso me trouxe certo alívio. Depois do fim de semana, tudo o que eu queria era evitá-lo.
A manhã transcorreu normalmente, preenchida por telefonemas e anotações de recados para Miguel. O tempo passava rápido, e o som de uma notificação no meu celular chamou minha atenção. Era uma mensagem de Hugo, um conhecido da festa.
Hugo: Olá, Ana. Como você está? Na festa você saiu tão de repente, nem nos despedimos direito.
Ana: Verdade, bebi mais do que planejava. Contraditório da minha parte, não é? Disse que não beberia e veja só!
Hugo: Acho que precisamos nos ver novamente, dessa vez sem bebida. O que acha?
Ana: Com certeza. Quando você pensou?
Hugo: Por mim, agora mesmo kkkk.
Ana: Sem gracinhas, Hugo... (risos)
Hugo: Que tal uma pizza depois do seu expediente?
Ana: Ótima ideia. Faz tempo que não como pizza, sabia?
Hugo: Combinado então. A que horas você sai?
Ana: Às 17h, mas quero passar em casa antes.
Hugo: Tranquilo. Te busco em casa, e de lá vamos à pizzaria.
Ana: Certo, até mais tarde. Bjs.
Hugo: Bjs, gata.
Pensamento: Hugo é um cara simpático. Talvez com ele as coisas sejam diferentes. Vai ser bom sair e relaxar um pouco.
O dia foi passando e, perto do horário de ir embora, fui à cozinha pedir para Lia preparar algo leve para Miguel. Para minha surpresa, ele chegou mais cedo do que o habitual. Me aproximei para saber sobre a vaga que tanto aguardava.
— Boa tarde, senhor. Gostaria de saber se já tem uma resposta sobre a vaga? — perguntei, ansiosa.
— Ana, você foi impecável em suas tarefas. Seria um erro não contratá-la. A vaga é sua — Miguel disse com firmeza.
A felicidade me invadiu, e antes que pudesse me conter, dei um abraço em Miguel.
— Obrigada, senhor, muito obrigada!
Ele ficou rígido por um momento, claramente desconcertado com a intimidade inesperada, mas acabou retribuindo. Percebi o que havia feito e me afastei rapidamente.
— Já deixei sua janta preparada com as meninas da cozinha. Logo mais estará pronta.
— O que teremos hoje? — perguntou ele.
— Tilápia assada com crosta de granola salgada.
— Ótimo. Era exatamente isso que eu queria. Avise a Meyre que hoje não quero sobremesa. Tenho uma reunião online e preciso preparar alguns documentos.
— Certo, senhor, como desejar — respondi, aliviada por tudo estar em ordem.
Enquanto Miguel subia para o quarto, fui organizar minha bolsa. Ele estava na varanda, verificando algo no computador, quando notou um rapaz de moto na frente da casa. Os seguranças checaram, mas logo voltaram aos seus postos. Miguel observou quando subi na garupa e, embora estivesse distante, percebi seu semblante mudar.
Minutos depois, Hugo me aguardava do lado de fora, com um sorriso travesso.
— Podia ser menos bonita, Ana, só assim não prenderia tanto a minha atenção — disse ele, rindo.
— Você sempre assim, Hugo? — brinquei.
— Só ao seu lado — ele respondeu, ajustando o capacete. — Segura firme, hoje o vento vai bater mais forte.
— Por favor, Hugo, vai devagar — pedi, rindo, enquanto ele acelerava.
Chegamos em casa e ele virou para mim, ainda na moto.
— Deixa eu tirar o capacete dessa aventureira corajosa — disse, enquanto sorria.
— Você é doido, Hugo. Nunca mais saio de moto com você — falei, rindo.
— Amo te ver sorrindo, sabia?
— Melhor a gente não misturar as coisas, Hugo.
— Quem disse que eu vou misturar? Eu gosto de conquistar aos poucos. Não desisto fácil.
— Entra, vou me arrumar. Não dá para sair assim, toda suada e desajeitada.
— Suada e desajeitada, e mesmo assim a mais linda.
Deixei Hugo na sala e fui me trocar, aproveitando para deixar um bilhete para minha mãe:
“Mãe, não precisa me esperar para jantar. Saí com um amigo para a pizzaria aqui do lado. Quando eu voltar, te apresento. Apenas um amigo, viu? (risos). Beijos.”
Chegamos à pizzaria.
— Ana, qual sabor você vai pedir?
— Vou de napolitana. E você?
— Vou de napolitana também, adoro.
Comemos bastante e saímos satisfeitos.
— Hugo, está na hora. Preciso voltar, acordo cedo amanhã.
— Claro, só vou acertar a conta. Eu pago.
— Nada disso, vamos dividir.
— Eu te convidei, então eu pago. Mas na próxima, você me chama e a gente divide. Assim, você fica me devendo mais um passeio.
— Não sei se fico com raiva ou se dou risada, Hugo.
— Você está linda demais — ele disse, sorrindo, e pagou a conta.
Chegamos em casa, e antes de me despedir, falei:
— Hugo, entra um pouco. Quero te apresentar para minha mãe, como prometi.
— Vou entrar como seu amigo e futuro namorado — ele disse, brincando.
— Estou desistindo, Hugo (risos). Vamos, sem exageros.
— Boa noite, mãe. Esse é o Hugo.
— Muito prazer — minha mãe disse, com um sorriso. — Que bom que você fez novos amigos, Ana.
— Obrigada, mãe. Hugo, preciso te acompanhar até a porta. Amanhã acordo cedo.
— Você é demais, Ana — ele disse, ao se despedir. — Gostei muito da noite.
— Eu também. Até a próxima.
Fechei a porta e me virei para ver minha mãe, que sorria.
— Mãe, é só um amigo, está bem?
— Não falei nada, Ana.
Subi para o quarto e, apesar da noite divertida, Miguel voltou aos meus pensamentos. Me lembrei do toque em meu rosto, o deslizar de seus dedos no meu cabelo, e o beijo que trocamos na casa da praia. Suspirei, tocando os lábios.
"Por que você complica tanto, Miguel? Por que não pode ser diferente?" — pensei antes de adormecer.
Na manhã seguinte, acordei com o cheiro de café fresco e torradas.
— Que cheirinho bom, mãe. Você caprichou — comentei.
Tomamos café e fomos para o carro. Ao chegar na casa de Miguel, percebi que ele ainda estava por lá. A porta do escritório trancada sugeria que ainda não tinha saído.
Continua.
Nesta manhã ensolarada, me despeço de Louse minha madrasta, e entro no carro. Estou a caminho da cidade onde minha mãe mora. Como é uma cidade grande, espero conseguir um emprego rapidamente. A ansiedade me consome, e mal posso esperar para reencontrar minha mãe, de quem sinto tantas saudades desde que me mudei.No carro, meu pai, Carlos, tenta me fazer reconsiderar.— Ana, tem certeza de que quer ficar com sua mãe? Ainda dá tempo de pegar suas coisas, filha.Respiro fundo e respondo, tentando manter a calma.— Pai, não complique as coisas mais do que já estão. Você sabe o quanto isso é difícil para mim, mas aqui é mais fácil para eu arranjar emprego. Por favor, deixe as coisas mais leves. Sei que estou sofrendo com essa separação, mas podemos matar as saudades por chamada de vídeo. Tenho certeza de que a Helena cuidará bem de você. Então, vamos antes que fique muito tarde e eu me preocupe com sua volta para casa.Terminei o ensino médio recentemente e não quero depender dos meus pais
O telefone de minha mãe tocou.— Vou atender, tá? Estou muito feliz por você, sabia que ia conseguir — disse ela, saindo do quarto.Aproveitei a oportunidade para pegar o computador e comecei a pesquisar sobre Miguel Em questão de segundos, as primeiras informações surgiram na tela: ele vinha de uma família bilionária, sendo o filho mais velho entre três irmãos. Busquei também sobre sua vida amorosa, mas não encontrei nada relevante. Voltei para as fotos, ficando um tempo ali, observando-as e me lembrando do seu olhar intenso e do sorriso sedutor. Fechei o computador e fui tomar um banho, tentando afastar os pensamentos.---Sobre MiguelCheguei à empresa e me dirigi direto para a minha sala, onde reservei a manhã para entrevistas. Já era meio-dia e eu ainda não havia encontrado uma candidata que atendesse a todos os requisitos. Pedi para chamar a última candidata, sentindo minha paciência se esgotar. Fiquei de costas, olhando pela janela, esperando.Quando me virei, uma moça muito bo
Cheguei ao iate e logo ouvi uma voz familiar me cumprimentando:— Olá, prazer. A Anita me falou que você era muito bonita, mas não sabia que chegava a tanto.Eu ri, um pouco surpresa, e respondi:— Ela esqueceu de me avisar que ia encontrar alguém tão galanteador, mas obrigada pelo elogio.Ele sorriu e perguntou:— Você bebe alguma coisa?— Sim, mas algo leve, por favor. Tenho trabalho amanhã e minha ressaca costuma durar um bom tempo. Fico dias no "mundo da lua" — disse, rindo um pouco de mim mesma.— Fica tranquila, o que você está bebendo é bem suave.Enquanto conversávamos e nos divertíamos, algo na atmosfera do lugar me fazia sentir um misto de relaxamento e expectativa. Até que, de repente, vi Anita avistando alguém.— Olha quem está chegando... O "miss simpatia" — disse ela, com um sorriso travesso. Eu olhei na direção que ela apontava e, para minha surpresa, lá estava Miguel meu chefe, no iate.Fiquei sem reação por um momento. Miguel se aproximou de mim, e por impulso, quase