Samara se mexeu na cama novamente para se posicionar do lado direito, enquanto outra lágrima caía por sua bochecha úmida. Sentia que a cabeça ia explodir de tanto pensar, mas o que mais a angustiava era essa sensação que a impedia de respirar.Não sabia que horas da madrugada eram, e não queria saber. Literalmente, sentia-se sufocada, com vontade de sair correndo, sem se importar com o que sua mãe, Hagar, Jalil ou qualquer outra pessoa que pudesse recriminar o tipo de pensamentos que agora a envolviam poderia dizer.Esta era a primeira vez que ela questionava o que era. Era a primeira vez que uma decisão estava à beira do declínio, porque, embora já tivesse passado várias horas pensando no que deveria fazer, seu coração continuava batendo forte como um ímã, puxando-a na direção oposta à sua decisão.Era claro que ela deveria ficar na França. Estava muito claro que deveria esperar por Jalil, e era evidente que seguir o curso normal de sua vida aplacaria toda a loucura que estava domina
Samara continuou olhando pela janela do avião, admirando como, a partir dessa altura, o céu se assemelhava a outro mar. O avô de André estava dormindo dois assentos à frente depois de algumas horas de voo e conversa, enquanto ela estava sentada na frente do assento de André, ocasionalmente percebendo que o homem a olhava como se estivesse procurando encontrar algo oculto nela.Podia imaginar o que André estava pensando. O que a fez decidir ir com ele, mesmo sem saber o que Jalil faria no último momento? Ela também estava perplexa com sua decisão repentina, mas, no momento em que se levantou e pensou em ficar na França, enfrentando o desconhecido, ou sentindo o vazio em seu estômago, simplesmente o pensamento a fez entrar em desespero para empacotar as coisas rapidamente.Era evidente que ela sentia uma grande gratidão por André, mas também não podia mentir para si mesma ao dizer que não sentia uma estranha atração pelo homem que a havia salvo. Nunca se sentiu assim com Jalil em sua vi
Samara continuou olhando pela janela do avião, enquanto admirava como o céu parecia outro mar lá de cima. O avião pousou quase às seis da tarde, hora local na França, mas meio-dia em Nova York.André teve que acordar Samara, que parecia perdida assim que despertou. Ele a cobriu com seu casaco quando saíram do avião e indicou a Connor que cuidasse de seu avô durante o trajeto. Houve algumas palavras breves de todos, e André instruiu o motorista que os pegou para seguir até sua maior casa, localizada na Rua 57, em Nova York. Uma área exclusiva em todos os sentidos da palavra.Apesar de ser apenas meio-dia, todos estavam exaustos devido à diferença de fuso horário.—Seu pai está ligando... — Pierre comentou para André, que riu.—Ele terá um ataque, então é melhor enfrentá-lo de uma vez e dizer a ele para não se intrometer nos seus assuntos.O avô sorriu ao atender a chamada, enquanto André se virava para Samara, que o olhava com um sorriso discreto.—Vocês têm uma relação muito bonita co
Em passos lentos, André se desprendeu de seu lugar, deixou o charuto sobre a mesa onde estava preparada uma decoração para o jantar, e se aproximou de Samara, agachando-se um pouco e colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.— Você está fantástica, linda... a mais bela de todas... minha namorada e futura esposa — Samara sorriu um pouco, e suas bochechas coraram instantaneamente. — Não fique envergonhada comigo — André ergueu o queixo dela e, com a outra mão, aproximou-se de sua cintura. — Em breve... seremos marido e mulher... e não haverá nada oculto de você para mim...O sorriso de Samara desapareceu instantaneamente enquanto André sorria, dando-lhe um beijo na testa.— Não me abraça? Não abraça seu noivo de verdade? — perguntou perto de sua orelha, e ela se apressou em envolver seu corpo.Os olhos de Samara se fecharam abruptamente quando ele também a abraçou e pressionou seu corpo de forma ousada.— Você cheira deliciosamente... — ele disse novamente em um tom sedutor, es
— Ela é Samara... Samara Raji... minha noiva...Kamile deu um grande gole quando pôde observar de perto a suposta namorada de André, que neste momento estava abraçada a ele de lado. Não pôde evitar lançar os olhos para Connor, que parecia muito sério, e depois para o sorriso de André que ela já conhecia de antemão.Era de manhã, exatamente às oito, e eles estavam no prédio Roussel, no centro de Nova York.Kamile tinha visto os pequenos artigos que foram enviados para serem publicados por André desde a França. Mas vê-lo anunciando seu compromisso não tinha sido tão impactante quanto ver essa imagem agora, de forma real.Tinha muito a perguntar, especialmente porque, sendo sua relações públicas, estava bombardeada de chamadas a toda hora, já que a imprensa queria respostas, e respostas rápidas.— Kamile Duncan... é... é um prazer, Samara... — ela estendeu a mão para cumprimentar a garota que exalava inocência no olhar, e que, inclusive, causou desconforto em seu estômago.Não poderia se
Samara foi com Kamile no carro que André solicitou, para uma boutique sobre a qual a mulher falou durante todo o caminho.— Você vai gostar... têm os melhores designs... depois iremos para outro lugar onde você vai adorar as sandálias e tudo o que precisa para combinar com suas roupas... embora você possa me dizer suas preferências e tentarei encontrar algo que combine com sua personalidade... por exemplo, essas roupas que você está usando são maravilhosas.Samara olhou para si mesma e depois negou.— Isso foi comprado pelo Connor... e ele escolheu pensando que é algo que você usaria...Kamile abriu os olhos, ficando sem palavras.— Connor disse isso para você? — Samara assentiu.— Sim...— Bem, Samara, eu não estou ciente do que aconteceu recentemente com André, e estou um pouco perdida. Então, só vou saber das coisas por enquanto através de você... para mim, é uma surpresa que André vá se casar, e ele... parece muito interessado.Samara sorriu sinceramente.— Acho que o destino nos
Samara estava colocando os pratos ao lado de Ana, enquanto o avô se acomodava sorridente no canto da grande mesa. Ela voltou o olhar para o relógio antigo que estava no canto do lugar e se sentiu realmente angustiada porque André ainda não havia chegado. Ela ligou para Connor para verificar se era possível que ele chegasse para o jantar, e ele mencionou que saiu antes das seis do edifício Roussel, mas o relógio já estava prestes a marcar as oito.—A senhorita Samara fez essa sobremesa especial de maçãs... —comentou Ana, terminando de servir, e nesse momento, Samara se virou para Pierre para sorrir.—Não acho que André goste de te ver fazendo essas coisas...Ela negou.—Eu me entedio sem fazer nada... estou acostumada a trabalhar...—Ah, é? Lembro-me de André me dizendo que vocês se conheceram durante seu estágio, mas ainda não entendi o que você estudou...Samara abriu os olhos quando percebeu seu erro, e, apertando os olhos, apressou-se em sentar, enquanto Ana se despediu desejando-l
—Para onde vamos? —Perguntou Samara no banco do passageiro, enquanto André apertava sua mão e sorria para ela.—Vamos para um mirante... é o mirante Edge, uma das torres mais altas da cidade. Geralmente, está lotado de gente, mas eu reservei para nós dois... há algo que precisamos discutir antes do casamento.Samara sorriu sem ter a menor ideia de qual mirante era esse, nem do assunto que tinham que discutir.Ela sorriu para André, enquanto ele fazia o que agora era costume para ela. Dava um beijo caloroso no dorso de sua mão.Esta semana, e os dias que passaram nesta cidade barulhenta, tornaram-se um sonho para ela. Ela nem conseguia descrever tudo o que estava acontecendo em sua alma em relação a André, e tudo o que tinha a dizer era que queria estar com ele o máximo possível.Quando ele ia para o trabalho de manhã, e ela ficava com sua amiga da universidade, Kamile, eles conversavam por mensagens de texto durante o dia, e à noite, o milionário sempre tinha um plano para ela.Sempre