APÓS A LUA-DE-MEL, Benny pegou o bilhete e foi até a cabana e confirmou o que em sua mente era impossível.
Seu pai estava vivo...
— Muito bom vê-lo, Benny.
— Mas... pai... é impossível...
O pai o abraçou.
— Nem tudo é impossível, Benny.
Eles passaram horas conversando, mas no final seu pai disse:
— Você tem que nos vingar, Benny, o que Joe fez é imperdoável.
— Você sabe que não é bem assim que as coisas funcionam, pai.
— Deixa eu te contar uma história sobre esta terra, Boston é uma das poucas cidades do mundo que teve o privilégio de receber os Vikings em uma de suas expedições.
Ele o levou até fora da cabana e mostrou uma pedra com runas entalhadas.
— Sabe porque ninguém tem muito acesso à cultura e
JOHN ERA CRIANÇA quando seu pai e ele fugiram da Irlanda do Norte devido a guerra declarada com o governo inglês.George O’Reily era um dos líderes do PIRA, grupo que se fortaleceu em grande recusa aos governos das duas Irlandas, separando-se do OIRA, que tinha uma visão mais marxista e George tinha profundo ódio por qualquer ideia de lutas políticas de classe por massas de manobra, ele lutava pela liberdade de seu povo e não para trocar uma ditadura por outra.Em seu único ato pacífico, influenciado por sua esposa, Circe O’Reily, foi mundialmente conhecido como Domhnach na Fola, ou como nas canções de John Lennon e do U2...Sunday Blood Sunday...O domingo sangrento.— NÓS TEMOS QUE TENTAR uma abordagem diferente desta vez, George...Ela colocou a mão dele sobre o seu ventre.&mdash
KERLLEY FOI jogada em um cubículo de 2mx2m, no canto sul do pavilhão principal, ela podia ouvir tudo o que as detentas falavam e gritavam, mas uma voz em especial se sobressaiu.Ela tentou ver através da pequena janela de sua cela, mas só pode ver a detenta sendo arrastada até a cela da solitária ao seu lado.As detentas fizeram naquele momento um silêncio sepulcral em homenagem à Mércia, todas sabiam que era uma detenta diferente de todas ali.Kerlley começou a murmurar Amazing Grace da mesma forma que os escravos faziam nos navios negreiros e as detentas em coro a seguiram, não havia letra, não havia tom, só havia um choro silencioso coletivo.Seu coração urrava de dor, ela, pela primeira vez sentiu o que aquela música verdadeiramente representava, nunca foi apenas um louvor a Deus, mas um lamento da alma sabendo de seu destino, afinal
BENNY ENTROU NA SALA do diretor e disse:— Obrigado por me receber, senhor diretor.Eles estenderam a mão para se cumprimentarem cavalheirescamente, mas Benny percebeu o desdém do diretor.— O prazer é todo meu, senhor O’Reily, queira se sentar, por gentileza, aceita um café.— Posso ir direto ao ponto, diretor?— Por favor, tempo é algo precioso demais para ambos.Benny assentiu.— Sei que deve receber muitos advogados aqui requerendo cuidados especiais com suas detentas, mas...— Deixa eu ver se entendi bem antes mesmo de você começar a ladainha toda... quer benefícios a uma detenta.— Não... quero proteção, ela corre perigo, ontem mataram a companheira de cela dela e hoje a probabilidade dela ser morta é grande, o que peço é segurança para que Kerlley possa ser julgada
A VIDA DE LAÍS era quase que um ciclo vicioso e mesmo com a morte de seu pai e ela ter assumido a presidência da empresa, não mudou muita coisa, pois Benny tinha se tornado não apenas um marido exemplar, como um empresário exemplar e toda a cúpula via nele o sucessor natural daquele império.A única coisa que ainda incomodava o casal era Benny insistir em defender Kerlley Sullivan, mesmo seu pai tendo saído da jogada.Não fazia o menor sentido agora.— Sinceramente, não consigo te entender, Benny, meu pai não está mais aqui para te ameaçar e você ainda insiste nisso?— Você conhece a história de seu pai, certo? De como ele ganhou notoriedade no mundo jurídico?— Claro... ele deu diversas entrevistas na época.— O que faz um advogado são os desafios, querida... e outra... eu vou vence
KERLLEY NUNCA se acostumou àquele tipo de vida de subir ao céu e descer ao inferno em tão pouco tempo e de forma tão constante, pois a morte de Mércia já havia sido um duro golpe ainda não digerido, mas o que ela estava prestes a viver era ainda pior, pela primeira vez na vida sentiu o toque da morte de perto.Kerlley estava no culto cantando quando tudo aconteceu.As detentas ouviram o toque de recolher, mas então todas ouviram um estrondo causado por uma bomba e a gritaria foi total.Algumas delas renderam alguns dos guardas com algumas armas artesanais que ninguém sabia dizer de onde elas tiraram.O PASTOR QUE ESTAVA com ela a puxou e disse:— Kerlley, você precisa confiar em mim, sou um ex agente federal, especialista em fugas, minha missão é te tirar daqui, pois você está correndo risco de vida.Ela nã
MARGARETH NEWMAN cresceu em uma família de classe média alta, cercada de todo carinho que alguém poderia sonhar ou imaginar.Da mesma forma, seus pais imaginavam que ela seria alguém diferenciada em sua família, era uma loira linda de olhos verdes cristalinos, aprendeu a ler e escrever antes mesmo de entrar na escola e pulou várias séries devido seu Q.I. muito acima da média, quando tinha doze anos de idade já falava fluentemente seis idiomas.Diferente dos nerds que se encontram por aí, Margareth, além de ser premiada com uma inteligência diferenciada, tinha um perfil atlético invejável, ela conseguiu bolsa de estudos para as principais faculdades dos país aos treze anos, seja como atleta, seja como futura gênio que era.Desde os quatro anos de idade ela treinava ginástica olímpica e aos doze anos estreou na Seleção Americana
BENNY NÃO TINHA IDEIA do que estava acontecendo, só sabia que o plano tinha que dar certo, a vida de Kerlley e seu filho dependiam disso.Ele recebeu o telefonema e apenas ouviu que tudo tinha dado certo...Graças a Deus...Ele só não sabia que ter dado certo não quer dizer que não havia acontecido algumas intempéries pelo caminho...Estou devendo mais uma ao meu avô, mais uma vez ele salvou a minha vida... mas como ele mesmo diz... família sempre em primeiro lugar...— Pode deixar que cuidaremos muito bem dela, Benny.— Sei que ela não estaria em melhores mãos, vovô.O avô colocou a mão em seu ombro e piscou o único olho que tinha.
— VOCÊ ESTÁ BEM, PAUL? – Disse Kerlley tentando conter o sangue dele.— Já tive dias piores – disse forçando um sorriso sarcástico –, fica tranquila que vai dar tudo certo... você precisa vestir aquela roupa e colocar o paraquedas, sua fuga ainda não está cem por cento concluída, temos que garantir que chegue sã e salva ao destino.— Mas eu nunca pulei de paraquedas...— Parabéns, lindona – deu uma piscadinha para ela –, tem sempre uma primeira vez para tudo, não é mesmo?Ela não era muito boa em primeira vez para qualquer coisa na vida...DEPOIS DE PASSAR DOIS MESES com outras detentas, Kerlley perdeu a inibição de se trocar em frente a outras pessoas, Paul em nenhum momento olhou para ela, o que achou um gesto muito gentil da parte dele.— Estou