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CAPÍTULO 2: VERDADES REVELADAS

         - Lucas. Izza. O que acontece aqui?

         A pergunta era retórica, a cena diante dos seus olhos não deixava dúvidas do que acontecia. Izza levantou-se da cama e vestiu o robe de seda, estava visivelmente irritada.

        - Quem é você para entrar no meu quarto sem minha autorização? Atacou.

       - Lucas. – Implorou. – O que você faz aqui com Izza, nosso casamento é amanhã. Suplicou.

        Lucas também levantou e vestiu o roupão:

       - Eu posso explicar. Disse sem real interesse.

       A mulher ao seu lado colocou a mão no seu antebraço e sussurrou:

      - Não precisa dar nenhuma satisfação para essa inútil, já temos o contrato assinado.  

       Dirigiu-se a irmã:

       - Acha mesmo que você teria condições de se torna a Sra. Wilson? Riu com escárnio. – É inacreditável o quanto você é tola.

        - A quanto tempo esse caso acontece? Gritou histérica.

       -  Desde sempre provavelmente. Lucas deu de ombros.

       Os gritos despertaram Thomas e Margareth Smith.

        - Qual o motivo desse escândalo a essa hora? Exigiu Sr. Smith quando se reuniram no quarto.

        - Papai, Izza e Lucas. – Gaguejou. – Eu os peguei na cama. Sua voz falhou.

         - Esse é o motivo da sua histeria? Fuzilou-a com o olhar. – Você sempre é causadora de problemas. Repreendeu.

          Izze notou que os pais não estavam alarmados com o caso da irmã com o cunhado, então, percebeu que ambos tinham ciência do caso. Seu coração afundou no peito, como o seu próprio pai pode apunhalar a filha dessa forma.

        - Você sabia do caso de Lucas e Izza, papai? Perguntou baixinho.

           Thomas demostrou desconforto com a pergunta e Margareth interviu:

           - Não pressione o seu pai, coloque-se no seu lugar. Gritou.

           - Pressionar o meu pai. – Repetiu. – É claro que irá defender a sua filha vagabunda. 

             Margareth estapeou Izze.

            - Lave sua boca para falar de Izza.

           - Sua filha está tendo um caso com o meu noivo e eu que preciso lavar a boca? Perguntou indignada.

           -  Oh quão ingrata você pode ser criatura, te alimento, visto e te dou um teto todos esses anos para você ousar a me responder. Empurrou-a contra a parede.

           - Izze não cause confusão, apenas volte para o seu quarto, amanhã conversamos. Instruiu o pai.

           - Quero uma explicação, e quero agora. Exigiu sentindo-se fraca.

           - Você exige explicação de uma situação, literalmente, desenhada. Soltou a irmã. – Você é tão sonsa que me dá sono.

         - Posso ser sonsa, mas, quem vai para cama com o noivo da irmã é o que? Ironizou.

         - Chega desse circo em minha casa. Saia sua fedelha. Margareth puxou-a pelo braço e Izze de desvencilhou.

         - Essa é a casa da minha mãe Margareth, essa casa nunca foi sua. Retrucou raivosa.

         O tapa ressoou por toda a mansão, levando-a ao chão. Izze colocou a mão sobre a face.

         - Só pode ser filha daquela desqualificada. Apontou o dedo em riste. – Não ouse levantar a voz para mim, sua ordinária.

         - Calma mamãe. Ajoelhou-se em frente a irmã e colocou o dedo indicador em seu queixo. – Vou te explicar tudo, irmãzinha. Conheço Lucas antes de vocês serem apresentados, e logo de cara começamos o nosso namoro.

         - Mas, porque ele se aproximou de mim? Sua voz era um murmúrio.

         - Izze, o seu raciocínio é realmente lento dessa forma ou você se apegou a alguma esperança? Questionou o noivo. – Izza é a mulher perfeita para ser a sra. Wilson, mas, descobri que seu pai não possui totalidade das ações das empresas da família e quem é a dona majoritária dessas ações é você.

         - Foi tudo por causa das ações, por causa de dinheiro? Indagou sem forças.

         - Existe alguma dúvida ainda? Ridicularizou-a Izza. – Você ter a dona majoritária dessas ações impedia que Lucas Wilson no futuro adquirisse o controle das empresas. Levantou-se. – Pensei tanto em uma solução, mas, não houve outra saída, precisei reunir vocês dois. Completou.

          - O quanto eles sabiam disso? Apontou para o pai e a madrasta.

         - Papai e mamãe tinham consciência de tudo desde o início. Acrescentou paciente.

         - Você permitiu que eles fizessem isso comigo? Sou sua filha biológica. Questionou abatida.

         - Pare de escândalo, irei providenciar um casamento para você, apenas deixe passar o casamento da sua irmã mais nova. Afirmou indiferente.

         - Os dois anos que passei com o Lucas, não deve significar nada para mim? Replicou. – Lucas, nunca houve sentimentos de sua parte? Sua voz tornou-se um leve ruído.

         - Como poderia existir algum sentimento? Olhou-a com desdém. – Você é uma mulher sem atrativo, sem ambição, esperteza, uma coitada que só vale alguma atenção da minha parte, por que tinha as ações.

         Um pensamento ocorreu a Izze, não havia assinado nenhum contrato de transferência das ações.

         - Não assinei absolutamente nada. Disse num sopro de esperança.

         - Tem certeza que não assinou nada, irmãzinha. Disse contendo a gargalhada. – O contrato de casamento. Recordou-a.

         - Era, era o contrato de transferências de ações? Estava desnorteada. – Você, vocês me enganaram. Chorou copiosamente.

         - Talvez você ainda tenha alguma salvação. Pausou. – Você está sendo enganada desde o primeiro dia. Afirmou soberba.

         - O contrato não está autenticado pelo cartório, então, não é válido. Disse ao recordar o documento que assinou sem ler.

         - Outro equívoco da pobre irmã. – Pegou o contrato na mesa de cabeceira e esfregou no rosto da irmã. – Assinado e autenticado.

         - Não, não o contrato que assinei não estava autenticado e a essa hora vocês não conseguiram autenticar. Disse ao sacudir a cabeça furiosamente.

         - O que você insinua? Disse o noivo exaltado.

         - Não insinuo nada, eu lembro perfeitamente que não havia autenticação quando assinei o documento. Confirmou ao levantar-se. – Esse contrato de transferência é nitidamente falso.

         Lucas esbofeteou-a.

         - Cale-se. Exigiu. – Supomos que você tenha razão, em quem você acharia que as pessoas iam acreditar? Em você uma órfã de baixa instrução ou no homem mais poderoso da cidade N? Desafiou.

          Manteve-se em silêncio, o canalha do seu noivo tinha razão.

         - Izze apenas coloque-se no seu lugar, essas ações desse o inicio deveria pertencer ao seu pai. Esse contrato apenas corrigi a situação. Concluiu.

         - Essas ações foram dadas a mim por minha mãe, são minhas por direito. Sua voz sumiu.

         - Agradeça a nossa generosidade. Sorriu a mais nova. – Amanhã você comparecer ao nosso casamento, um garçom a mais sempre é bem-vindo.

         Margareth manifestou-se:

         - Você pode permanecer nessa casa, mas, lembre-se da sua insignificância. Não vou tolerar que me desrespeite na minha casa. Finalizou arrogante.

         - Essa casa também é minha. Retrucou num sussurro.

         - Prove que essa casa é sua e sairemos dela. Desafiou o pai. – Mas, se não puder provar apenas cale-se. Estou cansado demais, encerremos esse assunto agora.

         - Papai não pode interceder por mim? Seus olhos eram suplicantes. – Pelo menos uma vez em minha vida?

         - Essa menina perdeu totalmente a noção. Reclamou a madrasta. – Pare de suplicar ao seu pai, as coisas são assim e assunto encerrado. Empurrou-a novamente.

         - Lucas estamos juntos a dois anos, não existe nenhum sentimento dentro de você? Recorreu ao noivo.

         Olhou-a por um instante e soltou:

         - O único sentimento que tenho por você é repulsa, tocá-la, beija-la por todo esse tempo foi um sacrifício, apenas, por esse motivo sou merecedor das ações que te pertencem. Fez uma pausa. – Izze, nunca se questionou do motivo de não termos tido relações sexuais?

         Sua voz era puro escárnio.

         - Saia, saia do meu quarto. Empurrou-a. – Amanhã é o meu grande dia, preciso descansar bem, não posso ter olheiras e você já ocupou muito do meu precioso tempo.

         - Leve aquele vestido horroroso, tenho o meu próprio vestido para amanhã.

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