Quando acordei vi o meu caderno por cima da almofada e o lápis estava por cima da banca. Deixei as minhas coisas na sala e apareceram aquiEu adormeci enquanto fazia a lista.
Dentro daquela lista tinha coisas como aprender que existem pessoas são hipócritas e é algo que será inevitável, não tem como não existirem pessoas assim.Acordei com tanta preguiça que queria ficar na cama, relaxar, dormir de novo, nem precisava comer, eu só queria dormir.Conhecia muito bem a minha mãe para saber que se eu ficasse muito tempo em cima, ela viria para tirar-me do quarto.
Vou até ao lugar habitual e tiro um dos papéis do desafio, mais um desafio para encher o meu dia. " Olá. Atos os falam muito mais que simples palavras jogadas ao vento para alguém ouvir, fazem-nos perceber quem realmente nos ama e quem finge que nos ama. As palavras vão com a água do mar, desaparecem por entre a neblina e só resta vazio.<Aquele hospital dava-me arrepios, estive lá muitas vezes devido ao tratamentos do Edward. A sala de espera trazia más memórias, até a recepção do hospital trazia más memórias. Agora entendia o porquê do Edward não aceitar cirurgias, viver uma situação daquelas em um hospital deixava marcas.A tarde nós recebemos uma ligação da minha mãe a dizer que estava no hospital com a tia Monique porque ela estava a cozinhar e em um descuido, a faca ficou presa no pé dela.Corremos para o carro no mesmo instante e fomos para o hospital. Desde então estavamos ali, na sala, a espera que algum médico venha falar como ela está e se fez algum dano muito grave.— I get so lost inside your eyes — a voz do Kaine a cantar Adore you de Harry Stiles para distrair, era quase inaudível. Por vezes ele cantava para acalmar.— Vai ficar tudo bem com ela, ok? — A minha mãe tocou nos nossos ombros, o Kaine apenas balançou a c
— Tens a certeza que queres fazer esta jogada?- o Pierce perguntou pela quinta vez ao Nathan.Nós estávamos sentados no chão do quarto do Pierce em um roda muito mal feita, a jogar Uno ou ao menos a tentar porque os batoteiros não deixavam o jogo acontecer de verdade.— Batoteiros, não passam de batoteiros descarados.— Mau perder, Siana — o Nathan disse depois que distribuiu as cartas novamente. As pernas cruzadas esconderam o baralho de cartas do Arthur, enquanto ele esfregava as mãos uma na outra.— Guardem os mais quatro para vocês — foi a vez do Arthur reclamar, estava tão quieto que eu pensei que não tivesse nenhum problema com o modo que o jogo estava a prosseguir.— Olá, seus barulhentos — o Raffa apareceu na porta com um tabuleiro nas mãos. — Olá, cabeçuda — recebi um beijo rápido e calmo antes de pousar o tabuleiro no chão, bem no centro da roda. — A mamã fez bolo para os princesos que decidira
A buzina estridente contra os meus ouvidos sensíveis, fazia eu querer atirar um vaso na cabeça do dono, que eu sabia muito bem quem era, Kaine, sempre ele e a querida buzina irritante. Ele tinha o hábito de chatear as pessoas com aquilo e parece que até hoje ela funciona, eu estava confiante que ela já havia perdido toda a sua força, mas parece que não.— Vai chatear outra pessoa — reclamei e ouvi as gargalhadas que ele deu.— Precisas ir para a escola e banho é a primeira coisa a fazer, por isso, levanta daí e vai tomar banho. — ele ordenou ao retirar o cobertor do meu corpo. Queria ficar ali por mais uns minutinhos, estava tão quentinho, sei que se eu não levantar ele é capaz de vir tirar-me da cama com água. Disposição zero para isso.Levanto sem vontade e antes de ir pegar uma toalha, arrumo a cama. Pego a toalha a repetir o mesmo mantra, “está tudo bem se não quiseres tomar banho” era a tentação semp
Acordei com as recordações do dia de ontem, o chá com o casal Olster e a princesa Safira, as bolachas de canela maravilhosas, até agora sentia o cheiro delas, estava impregnado nas minhas narinas e gosto preso na minha língua. Foi terrível quando saí de lá e já não haviam mais bolachas.O Arthur ligou para mim para reclamar que a Safira não parava de falar sobre o chá, e passou todo o dia a gritar que eles são maus por não brincarem com ela. Só queria companhia e não conseguia dentro da própria casa.Tiro do frasco um papel azul e desdobro do meu jeito, nem sei qual foi a ideia do Edward ao dobrar o papéis tantas vezes." Olá.Hoje estou muito cansado para escrever, doem-me as mãos, a cabeça e os tubos para respirar irritam-me, mas ok, o que eu não faço para cumprir as minhas loucuras?Muitos usam o termo felicidade frequentemente e sequer sabem o que realmente significa estar ou ser feliz. S
— Siana — a minha mãe chamou por mim enquanto estava a comer.Naquele dia, eu havia acordado mais cedo e peguei o papel do desafio de hoje, mas não abri, guardei em um dos bolsos da minha mochila para ler assim que estivesse disponível.— Sim, mãe — respondi depois de engolir a chá que tinha na boca.— O que é que se passa contigo?—Como assim? — Não fazia ideia do que ela estava a falar e nem tentava adivinhar, dava para o torto.— Há duas semanas atrás parecias um zombie, não querias sair de casa, a tua rotina era a mesma, casa escola, escola quarto, eu precisava sempre puxar por ti até para comeres — levantou o dedo indicador e sacudiu a mão para indicar o quanto ela puxava por mim. — E agora, nem paras em casa, nem sempre está
Hoje a minha disposição estava a mil, não havia preguiça e muito menos falta de vontade. Estava entusiasmada até, hoje é o dia do último desafio e por mais que me custe saber que não irei mais passar pela montanha-russa dos sentimentos, agradecia por finalmente romper um ciclo e poder largar a minha curiosidade para o lado porque o último papel era o branco. Peguei o frasco e pus toda a minha mão dentro dele para descolar o papel, preso por uma tira de fita cola." Olá.Terminar uma coisa pelo qual nos apaixonamos é sempre difícil, e não está a ser diferente para mim. Quando comecei a escrever estes desafios senti o entusiasmo a tomar conta de todo o meu corpo, senti-me útil enquanto escrevia para ti em papéis coloridos e montava desafios criados no momento.Finalmente chegaste aqui, no último d
A menina no espelho vestia um vestido preto, sem brilho ou alguma coisa que chamasse atenção, nada naquele vestido chamava atenção e ainda tinha um laço esquisito na parte de trás, devia ser queimado. Era uma boneca mascarada, sem personalidade a cumprir um requisito para a missa de um mês da morte de quem ela mais amou.Olhei para o espelho mais uma vez, a imagem não era nada agradável.Ouvi a voz da minha mãe a chamar por mim e fui para o andar de baixo. Era hora que ir para a missa, um domingo que começou repleto de tristeza.— Irás com os rapazes — ela avisou e deu as costas para mim. Segui o meu caminho para onde os rapazes estavam e entrei no carro assim que o Raffaelo abriu a porta para me deixar passar.O carro de Kaine era sempre a máquina de utilização comum. Era maior por isso levava mais gente, erámos poucos, mas chegava para todos, o Kaine a frente com o Oddy, atrás o Raffaelo, o Pierce, o Arthur e eu.—
Tinha tudo para dar errado. Aquela pizza tinha tudo para dar errado e deu mesmo errado. Quem em sã consciência cria uma receita de pizza com laranjas e cerejas? Parece até que queria fazer um bolo rei ao invés de uma pizza. — Maluco é a pessoa que fez essa pizza em casa e deu cinco estrelas — era engraçado ver os rapazes decepcionados por ter dado errado a nossa tentativa de fazer uma pizza diferente, colorida e saborosa. Nós queriamos tanto comer pizza e encomendar estava fora de questão, fazer era bem melhor que gastar dinheiro para comprar uma, azarados os que entraram no joguinho do Pierce e o Edward, no caso, eu e o Arthur, que aceitamos participar e ajudamos a caçar receitas pela internet, e aparece a bendita, maravilhosa e aterradora pizza que tinha tudo para dar errado. — Essa receita tem cinc