“É dia 24 de abril de 1648 e pela primeira vez vejo um monarca herdeiro sendo condenado em seu próprio reino por uma usurpadora estrangeira que nem mesmo tinha o direito de fazer o que faz. Embora eu não me considere inglesa, aprendi e cresci em torno deles e aprendi a amar este país como se fosse meu também. Sinto pena e receio pelo futuro desta nação que terá de se estabelecer sob o controle italiano e absurdo dos Médici...” — Charlotte, Abril de 1648.
O dia amanheceu conturbado para a rainha escocesa. Logo cedo duas empregadas lhe serviram o banho e o café da manhã enquanto arrumavam e preparavam as vestimentas da rainha para assistir o julgamento de seu noivo. Como não havia se casado com Henry ela era isenta do julgamento dos nobres, mas não da corte. Charlotte sentiu os olhares curiosos das servas enquanto sentiam receio de toca-la como se
Tudo o que Charlotte sabia sobre Caterina era básico. Era uma filha de um nobre e mercador italiano que vivia em Siena. Nasceu por lá em 1593 e cresceu como princesa toscana que mais tarde tornou-se duquesa de Mântua e de Monferrato ao casar-se com o duque Fernando I Gonzaga em 1617. Charlotte lembrou-se das palavras de sua mãe sobre o dia em que toda a Europa descobriu sobre o noivado de Caterina com George. Segundo Mary, Caterina havia se tornado governadora de Siena pouco após a morte de seu marido, quando conquistou grande influência sobre a Toscana e chamou a atenção de George. Charlotte ainda se lembrava de como a mãe torceu o nariz ao citar o então casamento deles, dizia ela jamais ter visto situação mais vergonhosa na vida. Todos ainda sentiam falta de Dorothea quando Caterina tomou seu lugar ao lado de George à cama.Charlotte nunca gostou de sua postura, mas nunca
Lembrar-se daquele dia lhe fez sentir o coração apertado. Estava feliz por tudo ter terminado bem, mas de repente seu peito foi tomado por desespero ao pensar em tudo o que poderia dar errado diante das possibilidades. Com isso em mente ela cruzou o palácio até os aposentos de Henry, onde entrou sem ser esperar ser anunciada.— Henry vista-se, preciso falar com você e não posso esperar. — Ela cruzou o quarto e parou diante de sua cama, vazia e ainda arrumada.— O que houve?A voz dele surgiu atrás de si, tão suave e quente que ela podia até mesmo descrever sua expressão e postura apenas pela forma como sua presença a fazia se sentir.— Desculpe, eu não devia ter invadido, mas é sobre Caterina, eu não ia conseguir dormir sem falar com você.— Eu entendo, não precisa ser
“Me lembro de ouvir meu professor de filosofia me perguntar o que me tornava alguém um bom rei ou rainha. Sempre acreditei em respostas repetitivas das quais todos tinham dito alguma vez na vida, como; ser bom, ser generoso e coisas do tipo. No entanto, me recordei de uma frase de minha mãe. Certa vez ela me disse sobre como meu avô Filipe costumava ensinar, que o bom governante não era aquele que se fazia bom para conquistar o povo, mas sim aquele que conquistava o povo, e não por ser bom, mas por ser fiel e justo. Não sou perfeita e estou longe de ser digna de julgar, somente Deus exerce este direito... Se não sou capaz de perdoar, algo que nosso bom Deus nos manda fazer com frequência, quão melhor que o Henry eu sou? Me pergunto se minha hipocrisia está me levando a cometer um erro que pode custar a vida do meu povo...” — Charlotte, Maio de 1648.08 de A
O palácio estava em um alvoroço desde a acusação de Caterina. Daquele dia até hoje, Henry e os nobres ingleses despenderam grande tempo junto ao parlamento para finalmente acusarem Caterina de assassinato e traição. Tudo se complicou um pouco quando Bess havia sumido por dias, até que ela foi encontrada não muito longe de Londres, tentando retornar à sua cidade natal. Por sorte a guarda real conseguiu prende-la antes que ela se jogasse de um penhasco em direção ao rio. Charlotte passou um grande tempo fora de seu quarto, fazendo das mais variadas tarefas. Começou a gerenciar os assuntos do palácio, a gestão dos criados e às nobres que passavam seus horários do dia com a rainha, como durante o chá ou assistindo à uma peça de teatro. Embora não fosse muito atrelada às artes, Charlotte fez seu melhor ao apreciar e organizar peças e musicais para entreter a todos. Esta era sua forma de ajudar Henry que se quer havia parado um minuto desde sua soltura. &nbs
As horas se passaram e o dia se desenrolou em um enredo ensaiado onde todos preparavam a festa da morte de uma pessoa. Na cabeça de Charlotte, embora aquilo fosse apenas consequências das escolhas de Caterina, ela ainda sentia-se incomodada pelo fato de estar sendo condescendente com a decisão de matá-la. Quão melhor ela seria que ela, condenando uma monarca, mesmo que uma monarca suja como ela, à morte. Que direito ela tinha de fazer isso? Ela se perguntava constantemente enquanto permanecia sentada no trono sozinha. O salão estava vazio, as janelas abertas permitiam a luz do luar ultrapassar as cadeiras, pintando uma bela ilustração das janelas sobre o chão frio e polido.— No que está pensando com tanta atenção?A voz de Henry ecoou pelas paredes fazendo Charlotte saltar no lugar enquanto erguia o seu olhar, ainda perdido, para encara-lo. Ela n
Poucas horas após sua conversa com Henry, Charlotte deixou a sala do trono para cuidar do jantar que ocorreria no dia seguinte para os nobres da corte ao qual Henry buscaria apoio antes de sua coroação. Aquela seria uma tarefa importante para seu reinado, já que Henry precisaria reconquistar a confiança dos nobres se quisesse permanecer no controle. Uma vez que ela já o havia incumbido uma tarefa complexa, cuidar de tarefas chatas como aquela era o mínimo ao qual ela poderia fazer, entretanto, as coisas se complicaram ao descobrir que Caterina desejava sua presença. Mesmo incomodada, Charlotte engoliu seu orgulho e decidiu deixar as tarefas domésticas à cargo de Effie e Nimue, que haviam sido soltas após a libertação de Henry. Trajando-se como a rainha, Charlotte desceu pela masmorra em direção à cela de Caterina.Uma vez lá, Charlotte nã
“Confesso que muitas vezes pensei realmente em desistir da França. Seria fácil abdicar de um trono cujo país nunca cheguei a conviver, mas então eu me peguei observando o rosto de minha mãe, aprendendo a história e cultura francesa, entendendo o povo pelos olhos dela e de meu avô. De alguma forma, mesmo não sendo o país onde cresci e vivi, sinto como sendo meu povo e temo que sob a posse de um desequilibrado como Frederich não apenas a França, como a Escócia sofram. Por isso farei o meu melhor para cuidar dos que dependem de mim, pai.” — Charlotte, Abril de 1648.O dia amanheceu mais alegre e tranquilo naquele dia. Embora Charlotte soubesse que nada daquilo fosse durar por muito tempo, ela se sentia aliviada em perceber que ao menos um dia de descanso lhes fora dado. Motivada ela saiu de seus aposentos acompanhada por Nimue, que lhe faria c
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