Início / Romance / Tudo é Amor / Maldito Coração
Maldito Coração

Sexta – feira, 20h00. 

Eu estava na frente da casa de Nina, esperando por ela. A garota morava em um bairro vizinho, em uma casa grande, de dois andares, parecia ser bem de vida, não que eu ligasse ou me importasse pra isso, pois eu não gostava das pessoas por sua classe social, mas sim pelo seu caráter. Enquanto eu aguardava ela, fiquei olhando tudo ao redor. Vi uma senhora passeando com uma cadelinha, um pai brincando com duas crianças. Observei também um casal gay bem jovem se beijando, fique olhando para os dois, eles nem pareciam que estavam com vergonha, como se não ligassem para a opinião dos outros, e talvez não ligassem mesmo, confesso que de alguma forma isso havia chamado a minha atenção, só não sabia o porquê.

''Como eles não tem vergonha?'' - Pensei.

Continuei observando eles, estavam felizes, sorrindo, e dava pra ver pelo olhar de ambos, que estavam muito apaixonados. Os observei por um tempo até ser interrompido pela chegada da Marina.

- Oi. - Ela disse se pondo a me abraçar.

- Oi. Como ontem foi seu aniversário, eu te trouxe isso. - Falei ao lhe entregar um presente.

- Ai, obrigada amor, mas não precisava. - Ela disse ao pegar o o presente, e se pondo a abrir.

Era um urso de pelúcia, de tamanho médio. Ela havia adorado, não parava de dizer o quão lindo ele era, e ficava apertando-o, confesso que fiquei contente, em vê – la feliz.

- Eu queria ter te dado hoje no colégio, mas eu não te vi. - Falei.

- Ah, eu não fui hoje, minha mãe saiu e eu tive que cuidar do meu irmãozinho. - Falou Nina.

Sexta – feira, 22h30. 

Havia chegado à casa de Phelippe. Porém, ao entrar, vi o garoto dormindo no sofá, estava apenas de cueca, fiquei meio nervoso, e mesmo sem querer acabei olhando para sua bunda. Jesus, que bunda!

''Eu preciso arranjar outro lugar para ficar, antes que eu surte.'' - Pensei.

Fui para o quarto, e estava exausto. Me deitei, e fiquei mexendo um pouco no celular. Em seguida Nina me mandou mensagem, nem visualizei, apenas fechei a janela da conversa, não estava com vontade de falar com ela, e deixei para respondê-la no dia seguinte com a desculpa de que eu havia dormido. Cerca de meia hora depois acabei pegando no sono.

Sábado, 11h00. 

Acordei e fui direto ao banheiro para fazer xixi, estava meio sonolento. Entrei e nem percebi que Phelippe estáava tomando banho. Porém, quando eu levanto a tampa do vaso, que é perto do chuveiro, eu escutei o barulho d'água.

- Phelippe? - Perguntei ainda um pouco sonolento. - Desculpa, eu não vi que você estava tomando banho.

- Capaz cara, relaxa, pode fazer suas necessidades à vontade, não ligo pra isso, até por que você tem a mesma coisa que eu. - Ele falou tranquilamente enquanto lavava seu lindo cabelo louro.

Fiquei com bastante vergonha em um primeiro momento, mas fiz xixi do mesmo modo, no entanto, olhando para Phelippe, com vergonha que ele me visse, mas ele não o faz, ficou tomando seu banho de costas para mim. O garoto parecia não ter pudor algum, mas eu sim, sei lá, tinha algumas coisas que me davam um pouco de vergonha, talvez por isso que eu ainda fosse virgem.

Sai do banheiro, e Phelippe continuou tomando seu banho. Me sentei no sofá, esperando a minha vez de ir pro banho. Fiquei com a cabeça longe, estava olhando pra parede, mas é como se minha cabeça estivesse em outro lugar, pensei em mil coisas ao mesmo tempo. Será que isso era normal?

Assim que o louro saiu do banheiro, eu entrei para o banho. Enquanto a água caia pelo meu corpo, eu pensava em Phelippe, sabia que não podia, sabia que não devia, mas eu imaginava a gente fazendo amor loucamente, e enquanto estava imaginando isso, acabei por me masturbar, nunca tinha feito isso antes, mas não sei o que havia me dado, sei lá, só de lembrar do dia que vi Phelippe nu, acabou me dando um certo tesão. Terminei de me masturbar e voltei a me banhar, porém ainda estava meio excitado. Acabei meu banho e me sentei um pouco no vaso, esperando a excitação passar, o que demorou cerca de uns 10 minutos. E nisso notei que eu havia esquecido de pegar a toalha.

''Fudeu.'' - Pensei.

Não sei o que havia me dado na cabeça, poderia colocar minha roupa ali, molhado mesmo, mas eu não o fiz. Peguei minha roupa, e sai pelado mesmo. Passo por Phelippe, que estava na sala, arrumando a mesa para o almoço. Ao me ver, ele notou que estou nu, e pareceu ficar um pouco nervoso.

- O que houve? - Ele perguntou arrumando a mesa, e sem conseguir olhar para mim.

- Hã... Esqueci a toalha. - Falei indo para o quarto do garoto. 

Me sentei na cama para me arrumar, e notei que novamente meu pênis estava ereto, coloquei a toalha por cima para disfarçar, e fiquei ali parado até passar a ereção.

- Está tudo bem? - Phelippe perguntou me observando da sala.

- Aham, só me deu um pouco de tonteira. - Respondi meio nervoso.

Assim que passou novamente minha excitação, eu me arrumei e fui almoçar com Phelippe. Ele havia feito arroz, feijão, saladas, fritas e almondegas.

- Nossa, parece delicioso. - Digo.

Me sentei à mesa, e ele fez o mesmo.

- Como está? - Ele perguntou assim que eu comecei a comer.

- Delicioso. Bem que você disse que era bom na cozinha. - Falei ao dar um leve sorriso.

- Na cozinha e em outros lugares também. - Ele disse com um leve olhar meio malicioso.

Não falei nada, apenas continuei comendo, de fato, Phelippe cozinhava muito bem.

Sábado, 18h00. 

Estava me arrumando para ir ao tal show com Nina. E nossa, eu estava tão empolgado, ia ser genial, só que não.

- Vai sair? - Me perguntou Phelippe.

- Sim. Vou a um show com a Nina. - Falei enquanto arrumava meu cabelo.

- Cara, assim está muito filhinho de papai. Peraí.

Ele arrumou meu cabelo, num estilo melhor, confesso. Ele me olhou por alguns instantes eu retribui o olhar, e ficamos flertando por questão de alguns segundos, cheguei a pensar que íamos nos beijar, mas não foi o que aconteceu.

- Assim está melhor. - Disse Phelippe ao se afastar de mim.

- Obrigado.

- Pena que você vai sair, estava pensando da gente ficar aqui vendo uns filmes, comendo umas pipocas. Estreou um filme muito massa de terror na Netflix, queria que a gente visse juntos. - Falou Phelippe.

- Desculpa, eu já combinei com ela, não posso dar bolo na minha namorada. Você entende, né? Claro que sim, você também tem namorada. Outra hora a gente vê o filme, mas vê se convida a Lizy pra fazer algo. - Falei.

- É, talvez eu faça isso. 

Sábado, 21h00. 

Nina e eu estávamos no lugar que aconteceria o tal show. Estava lotado, milhares de garotas estéricas, e diversos rapazes. Ficamos conversando e nos beijando por algum tempo, até a tal banda entrar. Cerca de uma hora e meia depois eles entraram, atrasaram só quarenta minutos, por que geralmente esses shows atrasam uma ou duas horas, mas mesmo assim, a sensação que eu tive foi que havia atrasado umas três horas, porque não começava nunca e eu já estava louco para ir pra casa. Ah, parece que o nome da tal banda era Green Day, quem que coloca o nome de uma banda de Dia Verde? Mas ok, né... Era uma banda americana, até então, eu conhecia só por nome. Eles cantavam rock, meio punk, meio pauleira, não curti, não, pois não era o meu tipo de música. Pra ser bem sincero, estava muito entediado, já Nina pulava, gritava, cantava todas as músicas, sabia todas as letras de cór e estava alucinada por causa daqueles caras, que eu nem sabia quem eram. Dei graças a Deus quando o show acabou.

Domingo, 14h00. 

Estava chovendo muito, o mundo lá fora parecia que ia desabar, o chão da rua havia virado uma enorme piscina, tinha chovido a noite toda, uma chuva interminável.

- E como foi o show? - Me perguntou Phelippe.

- Um porre. - Respondi.

Ele riu meio discretamente.

- E aí, chamou a Lizy pra sair ontem? - Lhe perguntei.

- Aham. Fomos jantar fora.

Olhei pra rua, fiquei observando a chuva caindo, e depois olho para Phelippe.

- E se a gente visse aquele filme que você queria ver ontem? - Lhe perguntei. - Hoje está bom pra isso.

Ele sorriu e concordou com a minha proposta. Conectamos seu not book na televisão e começamos a ver o filme. Era de terror, e ele era muito legal, se chamava A Órfã, quando Phelippe me falou que ele havia estreado na Netflix, pensei que fosse filme novo, mas não, esse era meio antiguinho, mas superlegal. Contava a história de um casal que tinha dois filhos, uma menina de cerca de 6 ou 7 anos, que era surda – muda e um menino de uns 11, 12 anos, só que como o casal havia perdido o terceiro filho, eles resolveram adotar mais uma criança, Esther, de 9 anos, uma garota aparentemente angelical, mas com o passar do filme, você vê que ela é uma psicopata assassina, pois na verdade, ela é uma mulher adulta, com uma doença, por isso aparentava ser uma criança. Mas era superlegal o filme, não tinha visto ainda, mas amei. E tem uma cena em que o casal do filme estava fazendo amor, confesso que fiquei meio apreensivo nessa parte, com medo do meu brinquedinho dar sinal de vida, mas graças a Deus, ele foi meu amigo e ficou quietinho. Porém, eis, que nessa cena, Phelippe olhou pra mim, eu olhei de volta, e fiquei meio encabulado, novamente tive a sensação de que íamos nos beijar. E estava começando a ficar com vontade de beijar o garoto.

- Que foi? Por que tá me olhando assim? - Lhe perguntei um pouco envergonhado.

- Gosto dos seus olhos. - Ele disse me deixando meio sem graça.

- Idiota. - Falei entre risos.

Ele riu e voltamos a ver o filme. Não sei o porquê, mas me senti feliz.

Segunda – feira, 7h00. 

Estava no colégio. Passei por Gaby, Ruby, Aisha, Pietra e Giulia, que estavam sentadas em um banco no pátio da escola. Escutei quando Ruby contou pras amigas que uma garota que morava com ela, havia se muddado e agora um tal de John estava alugando o quarto. Olhei para Phelippe, que estava meio afastado, conversando com uns amigos, e depois fui até as garotas.

- Oi. - Falei timidamente.

- Oi. - Elas disseram.

- Ruby, como é isso desse quarto alugado? - Lhe perguntei.

- Ah, é que eu moro com dois amigos, o John e a Lisa, tinha também a Debby, mas ela se mudou, e agora o quarto dela ficou vago, e o John está procurando gente pra alugar esse quarto. - Ela contou.

- Legal. Como faço pra falar com ele? - Perguntei.

- Faz o seguinte, vai lá em casa hoje à tarde, ele não vai sair, daí você pega e fala com ele. Depois eu te mando o endereço pelo f******k.

Concordei com a garota, e logo fui me juntar com os garotos.

- O que tá pegando? - Me perguntou Bernardo.

- Nada não.

Segunda – feira, 15h00. 

Fui à casa de Ruby para falar com o tal John. Ele parecia ser legal, era um rapaz alto, ruivo, devia beirar uns 23, 25 anos mais ou menos, nunca fui bom em chutar idade. Me apresentei e falei que gostaria de alugar o quarto, ele, muito simpático, começou a conversar comigo, notei logo de cara que ele é gay, só pelo jeito de falar eu já pude perceber.

- E então, quanto você quer pelo quarto? - Perguntei.

- 300 por mês. - Ele disse.

- Droga, tenho só pro primeiro mês, tomara que eu consiga um emprego pra poder pagar os outros meses.

- Quanto você tem?

- 500. - Respondo.

- Faz assim, me dá esses 500 e eu te libero de pagar os outros meses até você arranjar um serviço.

Aceitei sem pensar duas vezes e fui pra casa de Phelippe, porém durante o caminho todo, fiquei pensando se eu estava fazendo a coisa certa. Será que era isso que eu queria realmente? Estava gostando de morar com Phelippe, mas sentiaa que eu podia estar incomodando, tirando a privacidade dele. Fora, que isso provavelmente me ajudaria a esquecê – lo, e talvez eu pudesse, de fato, me apaixonar pela Nina, ela merecia. Eita coração, ah, se eu pudesse controlar você...

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo