A viagem de lancha durou pouco mais de uma hora, mas foi consideravelmente maistranquila do que a de carro. Apesar do susto inicial, Cristine estava bem maiscomunicativa, comentando sobre a beleza do local e do quanto gostava de Angrados Reis. O que era, sem dúvida, um progresso.
E ele não podia negar que ficou extremamente satisfeito ao perceber o olhar deespanto dela quando viu o local exato onde iriam ficar.
Havia algo de muito estranho naquela história, era o que Cristine pensava enquanto subia as escadas da casa — ou melhor, mansão — de Enzo. Ele tinha lhe comprado uma roupa especial para alguma ocasião e ainda haveria uma terceira pessoa envolvida... Bem, desde que ele não estivesse pensando em um ménage a tròis, ela achava que estaria tudo certo. Ao encontrar o quarto mencionado por Enzo, Cristine entrou e contemplou o lugar, sem conseguir conter uma expressão maravilhada. Não queria enxergar aquela viagem como parte de um conto de fadas, mas Enzo estava fazendo de tudo para dificultar os seus planos. E ela não tinha a menor dúvida de que estava fazendo isso intencionalmente. Apesar de todo o resto da casa ter aquele aspecto masculino, quase cheira
— Tudo bem. Pode começar. — Se era para arrancar o band-aid, que fosse logo. E Enzo nem precisou pensar. Parecia ter todas as perguntas na ponta da língua. — Se algum dia você tivesse a chance de sair de São Valentim, o que faria? Como iria viver? Uau! Ele não dava ponto sem nó e resolveu pegar logo bem na ferida. — Sabe que eu já pensei nisso tantas vezes que até já perdi a conta? Cristine parecia ter toda a atenção de Enzo, e pela forma como ele se remexeu na cadeira, ela compreendeu que não estava com pressa par
Enzo parecia aprofundar o beijo cada vez mais, deixando escapar um gemido abafado dos lábios de Cristine. Isso o deixou louco ao ponto de agarrar seus quadris, erguendo-a do chão e entrelaçando as pernas dela em sua cintura, deitando-a direto na areia. Naquele instante, Cristine podia jurar que estava tão desesperada por ele que se ele a tivesse deitado em uma cama de pregos, ela nem perceberia. Com urgência, ele começou a despi-la, sem qualquer delicadeza, e logo ocupou-se novamente de sua boca, lambendo lentamente o contorno de seus lábios. Talvez aquilo fosse errado. Talvez devessem esperar um pouco mais antes de passarem para aquele estágio. Mas, Deus! Parecia tão certo. Cristine viu-se completamente
Todos os dias pareciam um sonho. Enzo e Cristine faziam amor sob a luz das estrelas, conversavam sobre suas vidas e passavam vários minutos em silêncio, como se refletissem sobre o que estava acontecendo. Em relação a si mesma, Cristine não tinha a menor dúvida: estava apaixonada. Lutava todos os dias contra aquele sentimento, mas estava perdendo a batalha miseravelmente. A cada dia que passava, sentia seu coração bater mais forte de manhã, quando o encontrava para tomarem café, que também era o momento em que descobria o que ele tinha preparado para aquele dia. Já tinham feito o mergulho no primeiro dia, já tinham passeado de lancha até uma ilha vizinha e passado o dia inteiro em uma praia paradisíaca, com direito a piquenique e luau. Mais romântico impossível.&n
O planos de Enzo para aquele dia eram ficar em casa e descansarem durante o dia, para poderem sair à noite. Queria Cristine bem disposta para se divertir como nunca. Ele sabia que ela precisava disso, mas precisava confessar que também estava ansiando por um gosto de vida cosmopolita, pois estava gostando demais dos dias pacatos e preguiçosos. Mais do que isso... estava gostando de passar aqueles dias com Cristine. E isso era assustador, porque ia totalmente contra seus planos. Naquele momento, por exemplo, não conseguia parar de olhar para ela, enquanto preparava o almoço na cozinha. Um almoço tardio, diga-se de passagem, já que tinham passado a manhã inteira na cama. Ela parecia alegre, cantando e rebolando ao som de I gotta feeling, de Black Eyed Peas, que
Enzo também não conseguia dormir. Sentia calor, frio, e todas as vezes que pegava no sono tinha sonhos nada agradáveis. Ou às vezes eram agradáveis até demais, com uma linda e sensual loira em seus braços, estremecendo ao seu toque e gemendo seu nome como uma melodia deliciosa aos seus ouvidos. Porém, o problema era acordar suado, excitado e com os braços vazios. Mas havia um problema ainda maior: o objeto de sua obsessão estava a apenas alguns metros de distância, no quarto ao lado. Ele só precisava se levantar e bater à sua porta. Contudo, algo o impedia. Algum tipo de orgulho feroz, que gritava em sua mente, dizendo que deveria continuar com os mesmos planos de antes. Mas ainda precisava esfriar a cabeça. Ou talvez o corpo todo, já
Depois de passar quase a noite inteira pensando, em claro, Cristine tinha tomado uma importante decisão. Estava realmente agindo como uma babaca, esperando coisas que nunca lhe tinham sido prometidas. Estavam ali para se divertirem, não para firmarem um relacionamento. Então, era isso que faria. Teria um dia maravilhoso, voltaria para São Valentim, para o casamento de sua melhor amiga, onde, novamente, faria de tudo para se divertir. Depois pensaria no que fazer a respeito de Enzo. Talvez repensasse a ideia de voltarem para Angra, pois não sabia se era uma boa ideia. Em seu lar, longe daquele clima de romance, poderia pensar com mais clareza. Tudo bem que ainda se sentisse em dívida com ele por sua ajuda, mas precisava pensar em si mesma, em seu coração. Tentou mostrar o m&
Não demoraram muito para chegar à boate. Enzo não a conhecia, mas era nova e lhe fora indicada por um amigo. Ele parou o carro no estacionamento privativo para clientes e seguiu com Cristine, pagando as entradas e pegando a comanda, onde poderiam anotar suas bebidas e toda a consumação. O local estava cheio, a música estava alta e a luz era baixa. Praticamente toda a iluminação vinha das luzes de LED coloridas, que piscavam sem parar, provocando uma sensação vertiginosa. Os cheiros também se misturavam. Era álcool, vários tipos de perfumes e maconha. Enzo imediatamente se arrependeu de sua escolha. Tinha lhe parecido uma excelente ideia para que se divertissem um pouco, mas talvez estivesse ficando velho demais para aquele tipo de coisa. E, al&eacu