O planos de Enzo para aquele dia eram ficar em casa e descansarem durante o dia, para poderem sair à noite. Queria Cristine bem disposta para se divertir como nunca. Ele sabia que ela precisava disso, mas precisava confessar que também estava ansiando por um gosto de vida cosmopolita, pois estava gostando demais dos dias pacatos e preguiçosos.
Mais do que isso... estava gostando de passar aqueles dias com Cristine. E isso era assustador, porque ia totalmente contra seus planos.
Naquele momento, por exemplo, não conseguia parar de olhar para ela, enquanto preparava o almoço na cozinha. Um almoço tardio, diga-se de passagem, já que tinham passado a manhã inteira na cama. Ela parecia alegre, cantando e rebolando ao som de I gotta feeling, de Black Eyed Peas, que
Enzo também não conseguia dormir. Sentia calor, frio, e todas as vezes que pegava no sono tinha sonhos nada agradáveis. Ou às vezes eram agradáveis até demais, com uma linda e sensual loira em seus braços, estremecendo ao seu toque e gemendo seu nome como uma melodia deliciosa aos seus ouvidos. Porém, o problema era acordar suado, excitado e com os braços vazios. Mas havia um problema ainda maior: o objeto de sua obsessão estava a apenas alguns metros de distância, no quarto ao lado. Ele só precisava se levantar e bater à sua porta. Contudo, algo o impedia. Algum tipo de orgulho feroz, que gritava em sua mente, dizendo que deveria continuar com os mesmos planos de antes. Mas ainda precisava esfriar a cabeça. Ou talvez o corpo todo, já
Depois de passar quase a noite inteira pensando, em claro, Cristine tinha tomado uma importante decisão. Estava realmente agindo como uma babaca, esperando coisas que nunca lhe tinham sido prometidas. Estavam ali para se divertirem, não para firmarem um relacionamento. Então, era isso que faria. Teria um dia maravilhoso, voltaria para São Valentim, para o casamento de sua melhor amiga, onde, novamente, faria de tudo para se divertir. Depois pensaria no que fazer a respeito de Enzo. Talvez repensasse a ideia de voltarem para Angra, pois não sabia se era uma boa ideia. Em seu lar, longe daquele clima de romance, poderia pensar com mais clareza. Tudo bem que ainda se sentisse em dívida com ele por sua ajuda, mas precisava pensar em si mesma, em seu coração. Tentou mostrar o m&
Não demoraram muito para chegar à boate. Enzo não a conhecia, mas era nova e lhe fora indicada por um amigo. Ele parou o carro no estacionamento privativo para clientes e seguiu com Cristine, pagando as entradas e pegando a comanda, onde poderiam anotar suas bebidas e toda a consumação. O local estava cheio, a música estava alta e a luz era baixa. Praticamente toda a iluminação vinha das luzes de LED coloridas, que piscavam sem parar, provocando uma sensação vertiginosa. Os cheiros também se misturavam. Era álcool, vários tipos de perfumes e maconha. Enzo imediatamente se arrependeu de sua escolha. Tinha lhe parecido uma excelente ideia para que se divertissem um pouco, mas talvez estivesse ficando velho demais para aquele tipo de coisa. E, al&eacu
Cristine, exatamente como Enzo pediu, voltou para a mesa, que, por acaso, ainda estava vaga. Sentou-se e tentou se recompor, começando finalmente a refletir o que tinha acontecido. Jamais tinha perdido a cabeça daquela forma, principalmente ao ponto de se trancar em um banheiro com um homem para fazer sexo em cima de uma pia. Era insano, irresponsável, mas completamente excitante. Aliás, precisava admitir que tudo com Enzo era muito excitante. Tudo era inexplicável, louco e impulsivo. Nunca sentira tanto desejo por alguém nem tanto prazer. Era incontroláel. Era um vício. Tinha prometido a si mesma que iria se deixar levar, que não iria pensar no amanhã, que faria daquela viagem um momento único, realizando seus desejos e aproveitando cada segundo. E est
Novamente o caminho até a casa foi silencioso, e assim que chegaram, Cristine se jogou no sofá, literalmente. Ao menos ela não tinha decidido se trancar no quarto, como Enzo achou que aconteceria. E, para sua surpresa, assim que se sentou ao seu lado, percebeu que estava rindo. — Acho que vou ter que te perguntar novamente por que está rindo... — Ficamos pouco tempo naquela boate, mas com certeza causamos. Demos um show na pista de dança, transamos no banheiro e ainda arrumamos confusão. Ou melhor, fizemos parte de uma, porque, na verdade, não a começamos. Era bom saber que a raiva e o mal estar tinham passado. Exatamente como tinha dito, Cristine era boa em superar seus problemas, o que fazia com
— O que houve? — Enzo nem teve tempo de refletir com cautela, porque Cristine logo apareceu no topo da escada, parecendo intrigada e preocupada. Estava descabelada, parecendo sonolenta, e vestia uma camisa dele. Linda e desejável, como sempre. Ele precisava contar para ela. Sabia que estava tarde, que eles precisavam descansar, mas seria melhor que resolvessem logo aquele problema, porque ele sabia que a conversa — ou melhor, a discussão — seria longa. — Eu estava falando com Marcela. Foi ela que te ligou todas aquelas vezes. — Ah, meu Deus! — Cristine exclamou preocupada. Então, desceu as escadas, indo de encontro a ele. — Qual é o problema? 
Dizer que Cristine tinha acordado cedo era errado, porque, afinal, ela não tinha sequer pregado o olho. Sentia-se envergonhada, humilhada e vendida, como se tivesse entregado seu corpo em troca de todo o dinheiro que Enzo gastou nos últimos dias. Ela sabia que ele devia ter muito, mas não deveria esbanjar tanto, principalmente com uma garota que nem era dona do seu coração. E era exatamente por isso que precisava se afastar. O quanto antes, para aquela dívida não ficar ainda maior. Bem cedo, quase ao raiar do dia, ela acessou a internet usando o celular e encontrou alguns telefones de pessoas que realizavam transporte em barcos a motor. Ela teria que gastar uma boa grana, dinheiro que não tinha, para poder chegar a Angra, mas seria por uma boa causa. De Angra, teria que pegar um &oc
Fora feito de bobo. E o pior... caíra como um patinho na teia de sedução de Cristine. Era vulnerável a ela. Na verdade, nunca deixara de ser. E ela se aproveitou disso para escapar. Ainda teve coragem de trancá-lo em sua própria casa. Como pudera ser tão idiota a ponto de não lembrar imediatamente da chave extra? Levara mais de trinta minutos tentando arrombar a porta pesada, procurando algo para abrir a fechadura... até que abriu a gaveta do criado mudo e lá estava ela: a porra da chave reserva. Correu o mais rápido que pôde, mas era tarde demais. Ela já estava longe no mar. Insano como estava naquele momento, chegou a pensar em pular na água e nadar até ela par