Cap.90— Tudo bem, você precisa acordar. Sei que você disse que não temos nada para conversar, mas eu tenho muito o que falar.Ela tentou se afastar com um empurrão, mas ele a segurou com firmeza.— Não quero! — ela gritou, os olhos arregalados. A raiva a consumia por dentro.Antes que ela pudesse reagir, ele a levantou em seus braços e a carregou em direção à água gelada. A surpresa a deixou momentaneamente paralisada.— Ei! O que você está fazendo? — ela protestou, a voz falha.Zen a jogou na água, a sensação gélida a despertando instantaneamente. Ela se debatia, tentando se soltar, mas ele a segurava com força. A água espirrava em todos os lados, criando uma névoa que obscurecia a visão.— Já ouvi dizer que água ajuda a clarear a mente — ele disse, um sorriso divertido nos lábios.Ela o empurrou com todas as forças, saindo da água. O vestido fino estava encharcado, moldando-se ao seu corpo.— Meu vestido! Você não faz ideia do quanto custa um desses! — ela gritou, a indignação mist
Cap:91 Seus corpos estavam próximos demais, a ponto de sentirem o calor um do outro. A respiração ofegante de ambos se misturava no ar úmido, formando uma melodia frenética que ecoava em seus ouvidos. Quando seus lábios se encontraram, foi como um choque elétrico que percorreu seus corpos. Ela lutou contra a atração por um instante, mas a força magnética que os unia era irresistível. Ele ainda vestia a camisa úmida, colada ao corpo, revelando cada músculo. Ao ceder ao beijo, ela sentiu suas mãos sendo puxadas para trás, enquanto seus dedos percorriam os contornos de seus ombros, subindo até a nuca, onde cravou as unhas levemente, um convite silencioso. — Tem certeza que é a última vez? — ele sussurrou sua voz rouca e intensa. Ela arqueou as costas, sentindo a leve mordida em seu pescoço, uma marca que a faria se lembrar dessa noite por muito tempo. — Vai ser a ultima vez, você nunca mais vai me toca, disso tenha certeza. — ela disse com convicção ao mesmo tempo que não conseguia d
Cap.92 Zara e Samuel haviam sido trancados no banheiro, a porta trancada por fora, enquanto se trocavam após o incidente com o vinho. Um dos homens de Romanov os havia observado por um tempo, antes de alguém finalmente perceber a situação e libertá-los. Mas Lavínia havia desaparecido. O tempo passava e a angústia aumentava. A polícia já estava no local, mas o único que encontraram foi Bowen, inconsciente e desacordado. Levaram-no para o hospital, mas a ausência de Lavínia era um mistério. — O que vamos fazer? – Zara perguntou, a voz trêmula, enquanto seguia Samuel apressadamente em direção ao estacionamento. O pânico se refletia em seus olhos. — Vamos sair e procurar, pode ser que ela tenha voltado para a empresa, ou... não sei... – Samuel respondeu, a voz falhando. A esperança que antes alimentava agora se esvaía como areia entre os dedos. – Eu falei tanto para ela tomar cuidado. — Tenho certeza que aquele homem mandou fazerem algo com ela. Se ela tivesse visto Cedrick, acredito
Cap.93 — Lavínia... – Zara balbuciou, tonta. A visão de sua amiga nua, chorando e tremendo, a deixou sem palavras. – Você foi atacada por acaso? O que aconteceu? — A pergunta saiu de seus lábios como um sussurro, carregada de preocupação. — Zara, está tudo bem? – Samuel perguntou do lado de fora do quarto. — Não entre! – Zara gritou, indo em direção a Lavínia e jogando um lençol sobre seu corpo. A amiga chorava inconsolavelmente, como uma criança perdida. – O que aconteceu? Quem te bateu? Céus... Lavínia se ajoelhou no chão, o corpo sacudido pelos soluços. O lençol escorregou, revelando hematomas e arranhões espalhados por seu corpo. — Que inferno! – ela balbuciou, a voz rouca. – É assim que ele queria que tudo acabasse? – A pergunta ecoou no quarto, carregada de amargura. Ela analisou cada parte de seu corpo, reconhecendo cada marca e cada situação em que fora criada, como se cada uma daquelas marcas tivesse uma memória que fizesse seu estômago se comprimir. Zara se sentou ao la
Cap. 94 — Vocês já estão assim? Já conheceu a mãe dele? Como ela é? – Lavínia perguntou. — Ela deu apenas um quarto para a gente, pensando que éramos um casal. Ficamos super desconfortáveis, não tinha cama, e ela nos deu um colchão para dormir no chão. Ele não desmentiu ela, apenas sorriu. A mãe dele é um amor, me tratou tão bem. – Zara suspirou, tomada por uma nostalgia. "— Isso é bom. Eu nunca conheci a mãe dele, na verdade, nem mesmo soube qualquer coisa sobre a família dele nesses anos que trabalhamos juntos. Mas sei que ele tem uma carga emocional bem grande, muitas coisas aconteceram com ele enquanto trabalhava para o estado como soldado. – Lavínia com expectativas. "— Ah... eu sei, ele está sempre se divertindo e saindo com várias mulheres, mas o engraçado é que parece que está tentando suprimir algo dentro dele. – Zara observou, pensativa. Aquele lado vulnerável de Samuel a intrigava. "— Talvez... – Lavínia comentou, pensativa. – Você pode usar esse período que estão na pe
Cap.95 O amor que eu buscava. Quando Cedrick abriu os olhos, a escuridão o envolveu como um manto. O cheiro de mofo e poeira era sufocante, misturado a um leve odor de metal que lhe causava náuseas. Tentou se levantar, mas uma dor aguda percorreu suas costas, fazendo-o gemer. As paredes pareciam se mover, as sombras dançavam em um balé macabro. Onde estava? O que havia acontecido? A lembrança da discussão com Romanov e da agulha sendo cravada em seu braço voltou com força. Uma onda de pânico o invadiu. Estava preso. Seu pai havia o levado ao pior lugar. A imagem de Romanov sorrindo, com aquele olhar de triunfo, surgiu em sua mente, e um calafrio percorreu sua espinha, ao mesmo tempo que suas memórias de infâncias voltavam tomando forma naquele lugar imundo. Com dificuldade, conseguiu se arrastar até a porta. As mãos tremiam enquanto tentava abrir a maçaneta enferrujada. A cada tentativa, o medo aumentava. A porta não cedia. Começou a bater com força, gritando por ajuda, mas seus gr
Cap:96 — Finalmente você saiu daquele departamento de loucos, não é? — Cintia disse, empolgada, enquanto o conduzia para dentro da sala. — É aqui que vou ficar? — ele perguntou, a voz carregada de um misto de surpresa e desconfiança. Afinal, por que uma sala tão grande e bem equipada para ele, de repente? A sala era ampla, com móveis modernos e uma vista deslumbrante da cidade. — Levando em conta sua especialização, você já deveria ter tomado posse dessa sala a muito tempo. Temos uma lista de funcionários para atender diariamente nas suas horas de folga também, vou te avisar, os funcionários que trabalham diretamente com Bayer são os mais trabalhosos, eles se tornam uma máquina, acredito que não tem um que não tenha problemas que pode causar transtornos e infarto. — Essa mulher parece ser bem problemática mesmo. — ele comentou, demonstrando indiferença, mas por dentro, sentia uma estranha sensação de apreensão. — Você não a conhece? — ela perguntou, o encarando com curiosidade. —
— Como assim? Eu não vi ninguém. — Zara parou incrédula. — Tem certeza? — ele perguntou com uma ar de ironia fixando seu olhar nela ao parar em sua frente cruzando os braços, deixando seus músculos em evidência em sua camisa de algodão de manga curta com uma pequena abertura na gola. — Sim, normalmente você sempre some quando tem alguma mulher, mas não vi nenhuma esses dias. — Ah... não viu nenhuma mulher? — perguntou em tom irônico. — Não! — Pode ser, deve ser que estou andando com um anjo, ela é tão linda quanto um. — ele suspirou ao mesmo tempo que Zara mantinha sua atenção no sorriso discreto dele sem perceber de quem ele se referia. Zara cruzou os braços, seus olhos estreitando-se em suspeita. — Quem? — ela suspirou levando uma das mãos ao peito como se tivesse sentindo o peito acelerar. — Você é tão tapada, eu não tenho andado com outras mulheres porque tenho andado com uma mulher já e ela tem tendência a colocar o pé dela na minha cara. Samuel desviou o olhar, como se est