Cap:96 — Finalmente você saiu daquele departamento de loucos, não é? — Cintia disse, empolgada, enquanto o conduzia para dentro da sala. — É aqui que vou ficar? — ele perguntou, a voz carregada de um misto de surpresa e desconfiança. Afinal, por que uma sala tão grande e bem equipada para ele, de repente? A sala era ampla, com móveis modernos e uma vista deslumbrante da cidade. — Levando em conta sua especialização, você já deveria ter tomado posse dessa sala a muito tempo. Temos uma lista de funcionários para atender diariamente nas suas horas de folga também, vou te avisar, os funcionários que trabalham diretamente com Bayer são os mais trabalhosos, eles se tornam uma máquina, acredito que não tem um que não tenha problemas que pode causar transtornos e infarto. — Essa mulher parece ser bem problemática mesmo. — ele comentou, demonstrando indiferença, mas por dentro, sentia uma estranha sensação de apreensão. — Você não a conhece? — ela perguntou, o encarando com curiosidade. —
— Como assim? Eu não vi ninguém. — Zara parou incrédula. — Tem certeza? — ele perguntou com uma ar de ironia fixando seu olhar nela ao parar em sua frente cruzando os braços, deixando seus músculos em evidência em sua camisa de algodão de manga curta com uma pequena abertura na gola. — Sim, normalmente você sempre some quando tem alguma mulher, mas não vi nenhuma esses dias. — Ah... não viu nenhuma mulher? — perguntou em tom irônico. — Não! — Pode ser, deve ser que estou andando com um anjo, ela é tão linda quanto um. — ele suspirou ao mesmo tempo que Zara mantinha sua atenção no sorriso discreto dele sem perceber de quem ele se referia. Zara cruzou os braços, seus olhos estreitando-se em suspeita. — Quem? — ela suspirou levando uma das mãos ao peito como se tivesse sentindo o peito acelerar. — Você é tão tapada, eu não tenho andado com outras mulheres porque tenho andado com uma mulher já e ela tem tendência a colocar o pé dela na minha cara. Samuel desviou o olhar, como se est
A gente tem que voltar agora! – Zara avisou as pressas. Lavínia, serena, continuava se arrumando, como se nada de importante estivesse acontecendo. — Voltar? Estar aqui é tão bom. – ela suspirou, indiferente, os olhos fixos no espelho. — Céus... eu nem acredito que fazíamos isso! – Zara se jogou na cama, cobrindo o rosto com as mãos. A culpa e a vergonha a consumiam. — Do que está falando? – Lavínia perguntou, sem entender a reação da amiga. — Você não percebia o que a gente fazia? – Zara perguntou, incrédula. A expressão de Lavínia, no entanto, era de genuína confusão. – Samuel, a gente simplesmente não se importava com o fato dele ser homem. Quantas vezes ele te viu sem roupa? — Ah... muitas vezes eu acho. – Lavínia suspirou, como se estivesse recordando algo distante. – Ele é como meu guarda-costas. Se bem que no início eu fazia isso de propósito, era um teste para ver se ele era realmente focado em seu trabalho e levava a sério. E ele conseguiu conquistar seu lugar e subir na
Cap.99 Zara cambaleou para trás, assustada, e a jarra estilhaçou-se no chão, um som agudo ecoando pela cozinha. A luz se acendeu, revelando uma cena caótica: cacos de vidro espalhados por toda parte e Zara, pálida. Samuel correu em sua direção, a preocupação estampada em seu rosto. — Não se mexa – ele ordenou, sua voz firme cortando o silêncio. Seus olhos percorreram o chão, analisando a extensão do desastre. Os cacos de vidro cintilavam sob a luz, como pequenas estrelas malignas. Com movimentos cuidadosos, Samuel se aproximou de Zara, evitando os fragmentos de vidro. — O que está fazendo? – ela perguntou, sua voz trêmula. A proximidade dele a deixava nervosa, mas ao mesmo tempo, a confortava. Ele a pegou no colo com cuidado, sentindo a leveza de seu corpo. A sensação de tê-la em seus braços era estranhamente familiar. Colocou-a sentada na mesa de mármore fria. — Como pode ser tão descuidada? – ele repreendeu, sua voz mais suave do que o tom que usara antes. Seus olhos se desviar
Cap.100 — Quando vocês pensavam em me contar o que está acontecendo? — Samuel perguntou, a voz carregada de reprovação, enquanto abria o envelope com os exames de cada uma delas. — Eu não estava escondendo nada, eu ia contar a vocês... — Zara resmungou, a cabeça baixa, atraindo o olhar preocupado de Lavínia. — O que está acontecendo com Zara? Por que você decidiu voltar rapidamente para a cidade? — Lavínia questionou, a voz alterada pela surpresa e pela raiva. — Porque aqui é o lugar mais adequado para vocês duas. Lá na nossa antiga cidade não tem médicos adequados para a situação delicada de vocês. Quando eu levei Zara para o médico, descobri que já faz um ano que ela vem tratando um tumor cerebral. Parece que não está afetando por não estar avançando, ainda assim, ela tem que tratar para que não se torne maligno. Mas ela está escondendo isso e também não está fazendo o tratamento já faz um ano. O que você acha que vai acontecer? — Samuel direcionou a pergunta a Zara, que desviou
Cap:101 — Está sendo anunciado um jantar especial. O senhor Romanov vai fazer uma festa para comemorar o noivado do filho, e parece que eu também recebi o convite. — Lavínia comentou com desânimo, mostrando o e-mail no celular para as amigas. — Está de brincadeira? Por que eles estão fazendo tudo tão rápido? — Zara perguntou, surpresa. Samuel se aproximou e sentou-se ao lado delas, curioso. — Você pensa em ir a esse evento? — Samuel perguntou, olhando para Lavínia. — Onde ele tem estado? Ele voltou à Alpha Corp? — Lavínia perguntou, referindo-se a Romanov. — Pelo que soube, ele está indo normalmente, como se nada tivesse acontecido. — Samuel avisou. — Que estranho, pensei que não pisaria mais na Alpha Corp. — Zara comentou. — Eu também. Quando voltar, você vai demiti-lo? — Samuel perguntou a Lavínia. — Ele não sabe que eu sou a senhora Bayer. Se ele quiser sair, que saia por si mesmo. Mas se não sair, ele vai ter vários motivos para sair. Eu não me importo mais com o que ele fa
Cap.102: o pior inimigo tem nome e sobrenome. — O que aconteceu lá já não importa desde que eu estou bem. — Lavínia afirmou, com um tom final. — Ainda assim... sei que se encontrar não estava nos planos de vocês, mas sabe o que é mais estranho? Que o senhor Romanov não contou ao filho quem é Lavínia Bayer. Ele, literalmente, continua sem ter ideia de quem você é. Parece que ele fez isso com alguma intenção. — Samuel observou, intrigado. — O que será que está acontecendo? Acho que por precaução você deveria contar a verdade a ele. — Zara sugeriu, preocupada com a situação. — Eu e esse tal... Zen ou Cedrick já não temos mais nada a ver e nem motivos para dirigir a palavra um ao outro. — ela disse com rispidez, demonstrando claramente que não queria mais falar sobre o assunto. — Ok... — Samuel suspirou, pensativo, olhando ao redor da mansão. — Temos que manter total sigilo por enquanto. Ninguém pode saber que você está morando aqui. — Samuel avisou, como se tivesse pensado em algo im
Cap: 103 — Eu não sei nada sobre a doença dela, se ela teve alguns sinais de que poderia desenvolver... Ela vai ter que começar a fazer os exames. Essa doença é cruel demais. — Samuel comentou com preocupação. — Estou com medo... — Zara murmurou. — Lavínia não ajuda. Assim, não vamos conseguir proteger ela de nada. — Samuel resmungou com os pensamentos longe. — O que você está pensando em fazer? — Vou investigar por que ela continua casada com Bowen e por que não quer o divórcio. Não é possível que ela ainda ame aquele homem, e, se amasse, por que teria se envolvido com Zen? Ela não é assim. — Ele murmurou pensativo. Na Alpha Corp, Zen agora tentava de todas as formas descobrir quem era a senhora Bayer. A cada funcionário que era direcionado para ele, a cada entrevista, ele incluía a senhora Bayer no meio. — Como tem sido trabalhar ao lado da senhora Bayer? — Ele perguntou a um dos advogados do andar superior, que trabalhava próximo a Lavínia Bayer. Ficou surpreso ao descobrir q