Cap: 108Lavínia não chegou a ver o carro assim como Samuel, que parecia pouco se importar em saber quem estava morando na mansão ao lado.— Por que tanto interesse em saber quem é? Quer saber se é algum jovem rico? — Samuel perguntou, atraindo seu olhar sem reação.— Está insinuando que estou atrás de algum homem rico? Não faz o mínimo sentido. — Zara retrucou, a voz carregada de ironia.— Vocês estão brigando por quê mesmo? — Lavínia perguntou, confusa, notando a tensão entre os dois. Eles disfarçaram, mudando de assunto.Ainda faltava meia hora para a hora da festa quando Zen chegou à mansão Romanov. A sala estava com poucos convidados, então ele se sentou no sofá e descansou as costas, soltando um discreto gemido de dor.— A Jenner já está aqui? — ele perguntou a Valmont, que estava de pé, observando ao redor.— Ela vai chegar com os pais. Vai ter um número considerável de pessoas importantes hoje, e sua identidade não será mais um segredo para a mídia. — Valmont comentou, fazendo
Cap: 109— Não só vi. Quando você subiu, eu também te segui e ainda te acobertei quando entrou no quarto com aquela mulher. — Como assim? — ele perguntou, confuso. — Seu pai queria saber para onde você estava indo e disse que eu deveria subir e te acompanhar. Digamos que ele quer que eu te amarre a qualquer custo, e eu não me importaria de tentar. Ele até sugere que eu engravide o quanto antes. O que acha? — É isso que você quer? — ele perguntou, com o olhar rígido. — Na verdade, a noite que você passou com a Lavínia foi comigo. E ele espera que eu tenha conseguido engravidar naquela noite. — O que você está aprontando? — Você está me devendo uma noite e um bebê. — Jenner disse com um olhar desafiador. — Não estou te devendo nada. Afinal, você não deveria ter me acobertado. — E ter causado um escândalo? O que você fez antes desse casamento não importa, mas eu realmente quero me casar com você. E não mais por causa da pressão dos meus pais. — ela confessou. — Jenner... eu te d
Cap: 110Lavínia estava ansiosa a cada minuto que a dança durava, especialmente com as mãos de Romanov sobre ela. Sua tensão aumentou até que Samuel se aproximou dos dois.— Acredito que eu possa tirar minha anfitriã para dançar, certo? — Samuel solicitou com um sorriso educado.Lavínia assentiu, sorrindo discretamente, e se afastou de Romanov, deixando-o frustrado. Ele foi obrigado a soltá-la, ciente dos inúmeros olhares que os observavam na festa.— Obrigada... — Lavínia suspirou sutilmente enquanto Samuel a conduzia pelo salão.— Parece que ele ainda é apaixonado por você. — Ele brincou, lançando um olhar rápido na direção de Romanov.— Já estamos em um novo nível há muito tempo. O mínimo que ele pode querer para mim agora é a morte.— Você pode não estar errada. Ainda assim... você chamou bastante atenção.— Sim. Quero que me ajude com uma coisa antes que todos descubram quem eu realmente sou.— A maioria já sabe. Quem não sabe é o seu amante. — Samuel comentou em um tom sério, in
Cap: 111Ela seguiu furtivamente até a porta do quarto, aproximando-se com cuidado, até que ouviu o grito de uma criança pedindo ajuda:— Por favor, deixe meu irmão mais velho em paz!— O que está fazendo, Jenner? — Lavínia perguntou ao entrar no quarto, surpresa com a cena.— Por favor! Ela quer machucar meu irmão! — O menino gritou, segurando a barra do vestido de Jenner, que o empurrou para longe com um gesto brusco.— Afaste-se de mim! Não estou fazendo nada! Só quero recuperar meu noivo! — Jenner berrou, avançando em direção a Zen, que estava estirado no chão, tentando, em vão, manter os olhos abertos.Na cama, uma mulher que antes parecia dormir agora começava a acordar, ainda sonolenta, tentando entender a confusão ao seu redor.— Jenner, o que você fez para ele estar assim? — Lavínia questionou, aproximando-se de Zen. Ele tentava se levantar, mas estava tão desorientado que mal tinha forças para se mover.— Nada demais! Vocês precisam parar de se meter nas nossas vidas! Para s
Cap:112— Apenas feche os olhos e finja que está dormindo. — Mery sussurrou ao menino que tremia agarrado ao seu lado, como se pudesse protegê-la do mundo. — Ele vai bater em você por causa daquela mulher? — a voz dele saiu trêmula enquanto escondia o rosto em seu peito. — Não se preocupe, não é nada que já não tenha acontecido antes. — Mery forçou um sorriso, mas o medo em seus olhos era tão evidente quanto o som dos passos pesados que ecoavam pelo corredor, cada vez mais próximos.A porta se abriu com força, e o quarto pareceu encolher diante da presença esmagadora de Romanov, seguido por uma pequena comitiva. Jenner irrompeu logo atrás, apontando para a mulher deitada na cama com teatralidade. — Essa mulher me bateu! — acusou, a voz carregada de falsa indignação.Mery permanecia imóvel, os olhos cerrados, a respiração contida, fingindo um sono profundo. — Como ela pode ter te agredido? — Romanov perguntou, cruzando os braços e fixando Jenner com um olhar frio. — Ela está sob efe
Cap:113— O que você está dizendo, sua maluca?! — Barbara berrou, recuando alguns passos, os olhos arregalados.— O que está acontecendo aqui? Quero uma explicação clara antes de decidir o que fazer com vocês. — Senhor Romanov disse, sua voz baixa, mas carregada de ameaça.Jenner se mexeu desconfortavelmente, as mãos trêmulas enquanto tentava manter a compostura.— Foi... foi a sua mulher que me deu a ideia de dar o afrodisíaco ao Cedrick para... — Ela mordeu os lábios, parando, o constrangimento evidente.— Por que não completa e conta toda a verdade a ele? — Barbara a provocou, com um sorriso frio nos lábios.— Senhor Romanov, vamos conversar de forma civilizada. — O pai de Jenner, senhor Klaus, interveio, sua voz cautelosa. — Lembre-se de que minha filha pode estar no início de uma gestação e essa mulher quase a fez perder.— É mentira! — Barbara explodiu, sua voz cortante, deixando Klaus sem palavras. — Ela disse que passou a noite com Cedrick, mas é tudo uma farsa! Naquela noite,
cap: 114Ele continuou caminhando pelo corredor até alcançar a escadaria por onde haviam levado Cedrick. Seus passos ecoavam no silêncio pesado da casa. Descendo as escadas, seguiu pelo estacionamento, cruzando o portão lateral até chegar ao jardim. Foi ali, junto a um canteiro florido, que encontrou o menino encolhido, abraçando o próprio corpo em busca de conforto.— Está frio. — A voz de Romanov cortou o silêncio, firme e repreensiva. — Sua saúde já é ruim o suficiente. O que quer? Piorar?O menino ergueu o rosto devagar, os olhos marejados brilhando sob a luz fraca. Ele encarou o homem com uma mistura de dor e determinação.— A senhora Mery vai voltar? — perguntou, limpando as lágrimas com as costas das mãos pequenas.Romanov respirou fundo, desviando o olhar por um instante.— Não sei. Mas também não faz diferença, já que ela é uma mulher louca.— Mery não é louca! — o menino rebateu, sua voz firme e carregada de indignação.Romanov arqueou uma sobrancelha, surpreso pela ousadia.
Cap:115Mery não disse nenhuma palavra. Mesmo sentindo que Lavínia falava sério, apenas sorriu de forma apreensiva, voltando a observar a paisagem.— Apenas me deixe aproveitar alguns minutos da minha liberdade. O senhor Romanov não é do tipo com quem se pode mexer. Você deveria saber disso. — Mery murmurou, ignorando a presença da jovem.Porém, ao ouvir o som de algo sendo arrastado, virou-se e viu Lavínia trazendo uma cadeira de rodas.— Por que não se senta aqui? Tudo bem, eu não posso te obrigar a acreditar em mim, mas posso te mostrar lugares bonitos perto daqui. Soube que você perdeu muito sangue e não consegue caminhar muito. Então... se quer aproveitar um pouco de liberdade, deveria vir comigo. — Lavínia sugeriu com um sorriso calmo, mas firme.— Bom... — Mery sorriu desconcertada, hesitando por um momento. — Não posso recusar um passeio, já que está me oferecendo. — disse, caminhando com dificuldade até se sentar na cadeira.Enquanto isso, Valmont permanecia no quarto de Zen.