Cap. 68: Sem casa.Quando chegou em casa, seguiu até o banheiro e trocou de roupa. Lavínia, aparentemente, estava dormindo quando ele entrou com cautela no quarto e se deitou ao seu lado.Assim que ele fechou os olhos, os dela se abriram, demonstrando que estava fingindo o tempo todo. Ela se virou para analisá-lo e seu cabelo ainda estava úmido após ter tomado banho e trocado de roupa.Esperou alguns minutos e se levantou, seguindo até o banheiro como se buscasse algo. Foi até o cesto de roupas sujas e, pegando as peças que outrora Zen vestia, abriu-o e percebeu os respingos escurecidos sobre elas, tanto na camisa quanto na calça.— O que ele estava fazendo? — ela se perguntou, sentindo receio, e, em seguida, jogou as roupas novamente na lavanderia. Antes de sair do banheiro, ligou para Zara.— Boa noite, senhora Bayer. Não está um pouco tarde para estar ligando? — Zara resmungou.— Amanhã bem cedo estarei indo para o seu apartamento. Me envie seu novo endereço.— Ah... meu novo ender
Cap. 68: A mulher de quem eu não desisto.Assim que Lavínia saiu, Zen se arrumou em poucos minutos, levando pendurado no antebraço um jaleco. Mal saiu de casa, viu o carro estacionado em frente.— O que está fazendo aqui? — ele perguntou sem interesse, com a intenção de seguir em outra direção.— É melhor que eu te acompanhe. Você não quer me ouvir, mas novamente você vai enfrentar a única pessoa que você não vai conseguir o que quer e vai ficar frustrado de novo. — Senhor Valmont comentou, alertando-o e fazendo Zen parar, demonstrando incômodo. — Vamos lá, eu vou te levar dessa vez. — disse demonstrando remorso.— Eu só vou entrar para pegar uma carona, não tenho dinheiro para gasolina. — ele disse de forma desconcertada.— Um mentiroso será sempre um mentiroso. — Valmont brincou enquanto Zen entrava no carro.— Não estou mentindo, tenho que manter as aparências.— Não sei qual o motivo disso. O que você acha que essa mulher vai pensar após saber que você tem mentido para ela? A únic
Cap. 70: Uma mãe que não ama.Zen engoliu em seco, a garganta seca como papel. As palavras pareciam presas em sua língua, e a cada segundo que passava, a angústia aumentava. Forçou um sorriso gentil e puxou uma cadeira, sentando-se próximo a ela como se conseguisse esconder toda a frustração que sentia naquele momento.— Mãe... – ele suspirou, a voz baixa e trêmula. A palavra ecoou naquela sala, carregada de esperança e medo.Ela colocou as mãos sobre os ouvidos, como se tentasse abafar o som de sua voz.— Não... Não se atreva! – ela asseverou, os olhos arregalados.— Tudo bem, então por que não me trata como seu psicólogo? Eu passei anos me esforçando para te ajudar... – ele murmurou, inseguro.— O que quer? Jogar na minha cara que tem se esforçado para conseguir me tratar de algo que você mesmo causou? – ela o acusou, a voz carregada de raiva.— Eu não causei nada! – ele asseverou, baixinho, cerrando os punhos, mas não de raiva, e sim de frustração.— Por que não me deixa em paz? Faz
Cap. 71: Acima de toda maldade, Amor.— Tudo o que essa mulher faz é continuar te maltratando. — Valmont cuspiu as palavras, a indignação clara em sua voz.— O que ela teria para mim? Você não vê as coisas que ela diz? E nada daquilo é mentira, eu sou apenas o produto de um abuso. Como ela poderia me amar? Sofrer por ela é tudo que me resta. — Zen murmurou, a cabeça baixa, enquanto rabiscava o chão com a ponta do dedo suja de sangue— Você precisa cuidar dessas feridas e voltar para lá. Como vai explicar todos esses cortes para sua namorada?— Bati o carro? — Zen perguntou com um tom de voz apático. Valmont revirou os olhos.— Diga que uns caras te atacaram. Mesmo que seja improvável você levar uma surra, ela não precisa saber dos detalhes. E como vai explicar o carro intacto na garagem? Zen suspirou, a culpa o consumindo.— Nem sei como ela acredita em mim. E meus pais adotivos... se eles soubessem que o centro de recuperação fechou por minha causa, que meu pai foi o responsável por
Cap. 72, Uma cópia minha.— Senhor... não somos autorizados a falar sobre a Valerie — respondeu à empregada, a voz trêmula, os olhos esquivando-se do olhar de Zen. Antes que ele pudesse insistir, ela se virou e tentou correr, mas ele a agarrou pelo braço, impedindo sua fuga.— Deixe ela ir — Valmont, que observava a cena de longe, interveio com um tom autoritário. — Eu vou te contar com detalhes o que quer saber. Apenas pergunte. — ele soltou a empregada, que saiu do quarto em disparada, deixando para trás um rastro de medo.— Então me conta — disse Zen, voltando-se para Valmont, os olhos fixos nele, exigindo respostas.— Sente-se. O que está fazendo? Você vive para assombrar todos os empregados dessa casa? Ninguém nem mesmo gosta de olhar na sua cara — Valmont cruzou os braços, a ironia evidente em sua voz.— Acha que eu me importo? Sei que a amante daquele homem pode querer envenenar minha mãe. Tenho que manter todos eles na linha, sabendo que se algo acontecer com ela, um por um v
Cap. 73:— Aquele quarto... o mesmo que era usado para me torturar se tornou um quarto de tratamento, não é irônico? O que um dia causou dor agora cura? — ele perguntou, a voz rouca e cheia de ressentimento, enquanto o peito subia e descia em ritmo acelerado.— Ignore isso. Deixei esse detalhe passar pelos anos que você esteve longe desse lugar, mas é algo que não se pode apagar — Valmont disse, puxando Zen para longe dali, como se temesse que ele se desfizesse.Mas pararam na metade do caminho, quando ouviram um som familiar vindo da cozinha: o noticiário. Os dois se aproximaram e pararam diante da televisão, a atenção capturada pelas palavras que ecoavam pelo cômodo.— Mas que merda estou ouvindo? — Zen rosnou, a raiva borbulhando em seu interior.Na tela, a advogada Bayer era anunciada como a grande vencedora do caso, tendo sido instrumental na prisão de Dimon. A cada palavra, a frustração de Zen crescia, seus punhos se cerrando com força.— Parece que seus esforços foram apenas pa
Cap.74Esse dia foi histórico, mas também não foi registrado. Bayer agora assinava a posse das empresas de Dimon a porta fechada onde só os acionistas e investidores tinham partes, agora ela tornou-se ainda mais influente. Após o almoço privado com os acionistas, ao chegar no início da tarde, tudo o que Lavínia queria era voltar para casa.— Você não vai mesmo nos contar onde está morando agora? — Zara perguntou, chateada.— Não, não vou contar. — respondeu Lavínia enquanto seguiam para a cabine do elevador.— Por que eu estou achando que você está escondendo algo? — resmungou Zara.— Como assim? Eu apenas estou cuidando da minha segurança. Todos sabem que vocês são meus assistentes, podem pensar que onde vocês estão eu estou, e já tentaram me matar muitas vezes.— Verdade... Então se cuide, mas pelo menos nos dê o endereço. Prometo que não vamos contar a ninguém.— Relaxem. Onde eu estou... — ela comprimiu os lábios, pensativa. — Acredito que estou segura. — comentou, saindo da cabin
Cap. 74:— Vocês ainda não me responderam, sobre o que estão falando? — ele insistiu, enquanto se encaravam, engolindo em seco.— Não é nada, na verdade... — sua mãe murmurou, pensativa. — Por que você se mudou repentinamente, sem avisar nada?— Ah... isso? Na verdade, foi algo repentino, só decidi.— Isso não é algo que se decide de forma repentina, nem sequer conversamos. Além disso, como você se mudou para cá se a maioria de suas roupas ainda está lá?— Porque eu não me mudei definitivamente, eu só... precisava de espaço, de ter minha própria privacidade. Então, primeiro organizei tudo e pensei em ter uma experiência... — ele falava, mas, à medida que sua mãe se aproximava, o analisando com preocupação, sua voz sumia.— Você se machucou de novo? — ela perguntou gentilmente, segurando a mão dele e analisando as ataduras, em seguida, o encarando com pena.— Não se preocupe, tá bom? — ele suspirou, com a voz calma.— O que houve? De novo aquela mesma paciente que você sempre trata? T