...Consideramos justa toda forma de amor...
(Lulu Santos)
Um dos primeiros projetos com a assinatura da construtora Sanz D‘Alba em Madrid tornou-se também a residência oficial dos irmãos. Um tríplex com amplo terraço no coração financeiro da capital espanhola. Com quatro suites amplas, academia, e uma vista privilegiada da Calle de Serrano, uma das mais importantes avenidas de Madrid. O apartamento também contava com dois estúdios onde os irmãos podiam trabalhar em casa com todo conforto. Uma sala de jogos e uma adega de dar inveja em William I Koch.
Yago não parecia tão entusiasmado com o evento daquela noite, por isso era hora de usar a sua carta na manga.
— Nem sonhando! — Alex gritou enquanto erguia a barra de peso na sua academia particular.
— Você me deve essa, eu saí com a Suzane e consegui o contrato para você e ainda limpei a sua barra com o marido dela.
— Não, não e não! — Alex foi taxativo, mas sabia que não poderia escapar, pois, dívida é dívida, e se metia mais vezes em encrencas do que Yago. Sem escolhas, horas mais tarde Alex apareceu impecável em um Kiton feito por Enzo D‘Orsi, um dos Designers preferidos de Alex.
— Você não precisa dormir com ela irmão, apenas a leve para jantar e fazer com que ela se sinta importante.
— Primeiro, eu não durmo com ninguém, eu apenas tenho sexo bom com elas, e segundo quando é que você vai deixar de ser a Madre Tereza e querer salvar todas as mulheres infelizes de Madrid?
— Eu não estou salvando-a, e nem fazendo caridade ok? Ela nos trouxe o projeto da Exchange Group, convidá-la para jantar era o mínimo que podíamos fazer. — Yago saiu em sua defesa sabendo que o irmão estava certo, ele provavelmente cederia e a levaria para cama cometendo assim o maior erro da sua vida — mas ela é pegajosa e você sabe sair dessas situações melhor do que eu.
— Se eu tiver que comer aquela mulher insuportável, você vai me dever essa para sempre.
— Eu já disse, é só um jantar e talvez levá-la para dançar e nada mais.
Alex bufou arrancando o copo das mãos do irmão virando a bebida de uma só vez.
— Ei, eu cuspi aí sabia?
— Vai se foder! — Alex deu o dedo do meio para Yago e saiu pisando firme visivelmente irritado.
Yago esperou e esperou, e quando ouviu o barulho do elevador ele riu aliviado, e também divertido ao imaginar a noite terrível que o seu irmão teria na companhia de Ava Bulhoñes.
Quando o garçom se virou apontando discretamente para que a mulher o seguisse, Alex desejou ser filho único, assim não teria que livrar a bunda de seu irmão caridoso. Ele até pensou em fugir dali antes que ela o enxergasse, mas fechou os olhos e respirou fundo. — Deus, quanto tempo essa tortura vai durar — orou baixinho.
— Então você é do tipo religioso? — uma voz sedosa soou despertando a atenção de Alex — Então, qual deles você é? Disseram-me que são iguaizinhos, gostaria de compará-los algum dia, aposto que encontro alguma diferença.
Ele deixou seu olhar seguir desde as suas pernas, sem se dar o trabalho de disfarçar, ela tinha pernas longas, as coxas despontavam grossas em cima de um par de joelhos delicado, Alex sentiu vontade de lambê-los bem sobre a patela. Seu olhar seguiu através da cintura fina e delicada, e demorou um centésimo de segundo a mais nos seios redondos saltando pelo decote do vestido ―vermelho-prostituta‖ que ela estava usando
— Qual seria a graça disso, senhorita? — perguntou beijando a mão da mulher, encantado com o que via, ou melhor, excitado. — Eu esperava a "senhora" Bulhoñes.
— Bobinho! Senhora Bulhoñes é a minha mãe, eu sou a senhorita Bulhoñes, Erika Bulhoñes. — A mulher riu revelando um conjunto de dentes perfeito.
— Perdão, não quis ser indelicado, será que ainda aceita jantar comigo?
— Claro, querido, foi para isso que me convidou, não foi?
— Não sabe o quanto estou feliz por conhecê-la, embora esteja surpreso. A propósito, eu sou o Yago, Yago D‘Alba.
— Imaginei, falei com seu irmão por telefone, Josh tinha pressa em fechar o negócio da Exchange Group, e minha mãe sempre diz maravilhas a respeito do trabalho de vocês, eu não tive dúvidas ao indicá-los.
— É realmente um projeto muito interessante, mas realmente falaremos de trabalho esta noite?
— Uhm! Falar de trabalho, com certeza, chamaria a atenção da minha mãe, mas não a minha.
— Fico feliz que seja você aqui e não ela. — Alex sorriu daquele jeito que qualquer mulher traduzia como "orgasmo garantido" e como ele esperava, ela não era imune a ele.
O garçom trouxe as bebidas e ela pareceu aliviada por poder ocupar as mãos.
— Então Yago, o que faz para se divertir quando não está no modo "homem de negócio"?
— Sexo — respondeu sem rodeios — também pratico esporte, seduzo mulheres bonitas, que nos levam de volta a resposta inicial, sexo.
— Você não está fazendo sexo agora, e não estamos em um jantar de negócios. — Ela sorriu, parece que ele teria que levar a senhorita Bulhoñes para cama enfim.
— Eu deveria te levar para dançar — Alex sorriu ao pedir a conta. — ou te levar para o seu apartamento?
— Casa, eu moro em uma casa em Salamanca — explicou dando de ombros.
Ele não entendeu a razão dela sentir necessidade esclarecer, ele só pensou no quarto, e tanto faz se estava localizada em um apartamento, choupana ou no Palácio de Versalhes.
Não era o tipo de arquitetura que chamava a atenção de Alex, principalmente por parecer mais com uma enorme caixa de sapato do que com uma casa, mas não pode negar que combinação em terracota, madeira e vidro deu um ar elegante a casa.
Ele parou de se preocupar com a infeliz escolha dela em relação ao modelo de sua casa e começou a notar a forma em que ela lambia e mordia o lábio inferior.
— Vou foder você agora, aqui nesse lugar — Alex empurrou Erika contra a porta que ela acabara de fechar — você me deixou faminto a noite toda.Erica apenas gemeu quando ele puxou seu decote com força, esmagando entre os dedos hábeis o bico dos seios já doloridos dela. Alex a ergueu segurando a bunda firme da mulher e apertando as metades em suas mãos grandes. Erika varreu com os braços os objetos no aparador. O som de coisas quebrando não pareceu chamar a atenção dela.
Ele gostaria de explorar o corpo daquela mulher tão ardente, mas precisava dar-lhe algum alívio, caso contrário ela entraria em combustão antes que ele pudesse fazer o que desejava com ela. E sua mente estava trabalhando desde que pôs os olhos nela, no restaurante.
— Por favor, Yago por todos os deuses me fode! — implorou erguendo-se para ele.
Alex riu ao ouvir o nome do irmão na boca da mulher, ele teria que fazer um trabalho muito bem-feito, precisava deixá-la desesperada por mais. Alex estava decidido a fazer dessa noite a missão de sua vida. Ele usou a gravata para imobilizar as mãos dela, teria amordaçado também, mas a casa era dela — então foda-se a vizinhança.
Ele a deitou sobre a superfície fria e ela nem pareceu sentir, ela parecia mais atenta às ações de Alex enquanto ele explorava seu corpo com a língua e com as mãos. Alex abriu suas coxas com uma mão enquanto pescava um preservativo em seu bolso. Ela gritou alto quando ele arremeteu fundo nela. Ele estocou forte sem dar tempo para ela tomar algum folego. Enquanto ela gritava, ele a tocava com as mãos estimulando o clitóris, habilidoso e consciente do seu poder sobre o corpo de uma mulher. Alex a tocou fundo e quando sentiu que ela se apertava em torno dele erguendo o quadril em busca de mais, Alex a segurou firme, mantendo-a no lugar enquanto afundava todo o seu comprimento dentro dela. Então, ele parou, parou no exato momento em que ela explodia. Ele esperou, observando enquanto ela aproveitava cada sensação provocada pelo orgasmo intenso. E só então arremeteu duro de novo até gozar com um gemido gutural.
Alex não estava pronto para parar ainda, e ela não reclamou, apenas indicou o caminho para o quarto. Ele a ergueu em seus braços e seguiu com urgência até a cama dela. Erika notou que ele ainda estava completamente vestido, mas estava mais que pronta para despi-lo conforme as ordens dele. Alex não fazia a coisa papai e mamãe, ele não era sutil e nem contido, por isso não tinha paciência para encontros amorosos. No entanto, Erika se mostrava desesperada por conhecer o lado selvagem, dominador, em seu estado mais bruto. Ela pediu e ele deu. Erika se rendeu a ele, obedecia a cada ordem com abandono e foi recompensada com vários orgasmos. Provavelmente ela não poderia andar sem gemer pela manhã. Os sinais estavam por todo o seu corpo, e ela agradeceria por eles.
Alex saiu enquanto ela dormia, não deixou telefone, e não pediu o dela também, mas desta vez, os motivos dele não eram tão nobres, ele contava com isso, com certeza a bela mulher que ele deixava desfeita na cama ligaria muito em breve para o seu irmão com juras de amor eterno. Sua missão estava cumprida e ele voltou para casa um pouco antes do amanhecer.
Alex sentiu que deveria agradecer ao irmão desta vez. — Erika se mostrou ser um achado e tanto.Yago acordou com o som de seu despertador, ele teria um dia cheio na construtora, tinham muitas coisas para pôr em ordem visto que passariam alguns meses fora. Alex e ele estavam prestes a embarcar para o Brasil para realizar a ampliação do Bucanero‘s, um restaurante temático que pertencia ao seu tio, irmão adotivo de sua mãe. Esse projeto era muito especial para Yago, pois se tratava da réplica de uma embarcação do século XV pertencente à rainha pirata Sayyida Al Hurra, de quem tio Fernando jurava ser descendente.Ele havia passado a maior parte da noite trabalhando no novo projeto feito para o Bucanero‘s, Yago transformou o convés principal em um bar exclusivo ao ar livre, e o convés dos canhões era agora o restaurante principal, com um palco projetado na área do mastro central. Onde deveriam estar às câmaras de dormir, Yago projetou espaços privativos, garantindo tranquilidade e privacidades aos clientes exclusivos do Bucanero‘s, que antes ficavam em pequenas cabines nos bordos do
A reforma do Bucanero‘s não podia acontecer em pior hora, as contas de Ella estavam próximas ao vermelho, ela não poderia arcar com o aumento de tudo, mensalidades, condomínio, a saúde de Miah que consumiu boa parte de suas reservas. E agora ela precisava conseguir aulas extras e talvez encontrar um substituto temporário para o Bucanero‘s. Daniella se recusou a aceitar o dinheiro oferecido pelo capitão, ele disse que era para ela se manter até a reinauguração, mas ela não se sentiu à vontade em aceitar dinheiro dele, por mais que gostasse dele e de sua mulher Sonia.— O que vamos fazer, Miah, acho que vou ter que alugar você por hora, ainda faltam seis meses até o término do curso, tenho que pagar a formatura. — ela resmungou conversando com a gata que estava aninhada em seu colo balançando levemente o rabo para lembrar que não estava feliz com o falatório e choro da dona.Como Miah não estava a fim de sair para correr em uma manhã fria e com garoa, ela continuou deitada em sua caminh
Na véspera da festa, Ella estava na frente de seu computador, uma taça de vinho para dar alguma coragem e o endereço da igreja mais perto caso ela sentisse necessidade de se confessar. Ella abriu o a página de busca e antes de digitar a primeira palavra, tomou mais um bom gole de vinho e estralou os dedos gelados. Se a intenção era criar coragem, não estava funcionando.— Qual é Ella, você não vai fazer o que eles fazem, é só curiosidade natural. — Repreendeu-se — Não seja tão puritana.Ela digitou a primeira palavra, e se assustou com a definição do termo.BDSM; “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo”O termo refere-se a relações sexuais baseadas no prazer da dor. É uma prática que exige respeito e consentimento de quem está envolvido nela e que requer conhecimento dela como um todo.— Prazer em sentir dor? Como alguém pode gostar de apanhar, ser espancado, amordaçado e todas essas coisas que colocam na boca e em outros orifícios? — perguntou para a tela do
Yago D‘Alba era o homem mais insuportavelmente perfeccionista quando se tratava de seu trabalho. Era minucioso, extremamente fiel a cada detalhe. Esse fato a respeito de sua personalidade às vezes dificultava a convivência com as pessoas que trabalhavam para ele. Por isso, era comum que ele sempre tivesse a sua própria equipe ao seu lado sempre.— Existe uma razão para você estar aqui e não em Madri, Carajo hombre. Eu não quero saber como vai resolver isso, mas quero o material que pedi com a qualidade que eu exijo. Se não puder fazer, volte para a Espanha e fique por lá — gritou com o seu assessor. Todos ao redor tremeram diante da sua explosão. — Já disse que não preciso de chupamedias. Quero trabalhadores qualificados e você me garantiu que os tinha. Agora se responsabilize pelos erros deles ou será demitido junto com eles.— AÍ, irmão, acho que você anda precisando de um tempo. — Alex se apressou em acalmar o gêmeo irado, antes que precisasse trocar todo o pessoal da linha. — Há q
Alex foi surpreendido pelo Capitão ao acordar e ver o tio sentado à beira de sua cama com uma xícara de café na mão. Ele achou estranho, pois era muita animação para aquela hora da manhã.— Cabron, tem um convite para você e para o bunda suja, quarta-feira na casa do Senador. Ele está de volta à ativa, dizem que participou de um evento dos bons em Londres. Espero que tenha aprendido alguma coisa.— De quem você está falando, capitão? — perguntou sonolento.— O dono do Babylon. Pensei que você tinha gostado do clube!— Ah! Claro que foi bom, tio, mas nunca me lembro dos nomes, sabe como é.— Meu menino, você me enche de orgulho — o velho bateu na perna de Alex sorridente.— Família fodida, eu digo que sou viciado em sexo e você bate nas minhas costas como se eu te entregasse uma estrela de bom aluno de Oxford.— Você já me deu diplomas demais, filho, de Oxford, da Universidade de Madrid, e daquela na Suíça, mas acredito que nenhuma delas fez os seus olhos brilharem mais do que a primei
Ser adepto de sexo livre e jogos do prazer não significa, necessariamente, estar aberto a tudo. Na verdade, era difícil, se não impossível, encontrar alguém. Alex, no entanto, pode dizer que já experimentou tudo, desde que seja uma mulher a estar embaixo dele.Os gêmeos resolveram circular mais um pouco e chegaram aos famosos "tatames", camas extragrandes em que vários casais se tocam, se beijam e transam ao mesmo tempo, com muitos outros ao redor, assistindo ou simplesmente tendo a visão como estímulo para masturbação ou carícias com parceiros. Neste espaço, luzinhas pequenas no piso são a única forma de enxergar o que se passa, deixando muito para a imaginação — e provavelmente este é o segredo.Yago e Alex observavam as duas mulheres que antes se exibiram para eles no grande salão, agora estavam se fodendo com tudo o que tinham. A loira penetrava a morena com um vantajoso pênis de borracha e ela olhava para Alex, com certeza imaginando-o ali. Um homem de meia-idade se aproximou apó
Com a cartilha devidamente decorada, Ella entrou no que, à primeira vista, parecia ser um ambiente de festa absolutamente normal, exatamente como estamos acostumados a ver nas baladas por aí: música alta, várias opções de drinks, mesas, palco para shows e até mesmo algumas barras para prática de pole dance perdidas pelos cantos. Ela respirou tranquila, e embora a cortina grossa os protegesse da visão da plateia, ela não resistiu à curiosidade de olhar pela fresta.Ella pensou que podia esquecer tudo o que havia pensado a respeito do que veria naquele tipo de ambiente, ou melhor, quase tudo. Pelo menos foi exatamente isso que aconteceu quando ela se viu no palco de uma casa destinada à "orgia descontrolada". Não foi bem assim. Na verdade, se tem uma coisa que ela não viu foi o descontrole.Pelo menos não da forma que esperou a partir da ideia geral e quadrada que leu e aprendeu sobre casas de swing para não desmaiar quando chegasse ao local. Era como se estivesse em outra realidade. Bo
Ella poderia dizer que esteve em "modo automático" durante toda a semana. Dormindo muito pouco e com sono conturbado por imagens que não deveriam estar lá, Ella não sabe como pode executar corretamente suas obrigações. As aulas particulares, os ensaios, a faculdade, seu trabalho no hotel nas noites de quinta, tudo passou como um borrão. A única coisa constante na mente de Ella Guido eram as mãos daqueles homens no corpo da mulher enquanto olhavam diretamente para ela. Ella teve sonhos em que os dois diziam seu no me e a chamavam para participar, e no sonho ela ia.— Por todos os santos Ella, esqueça isso! — gritou exasperada enquanto tentava se concentrar em apenas lavar as suas partes intimas no banho, em vez de fantasiar com mãos que jamais estariam ali.No último ensaio antes da apresentação que teria um solo de Julia na flauta e Ella no violoncelo tocando a música "Sim" de Oswaldo Montenegro. Ella adorava a música em toda a sua essência, amava o compositor, amava o filme "O Perfum