"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém."
(Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade)
Conforme foi crescendo, Daniella se tornou uma bela mulher, independente, corajosa e muito destemida. Sua beleza exótica despertou a cobiça de seu primo, que passou assediá-la, e por mais que ela tentasse se afastar dele, Gero era cada vez mais insistente e inconveniente.
Daniella se via obrigada a trancar a porta do quarto. Ela evitava sair à noite e quando ia visitar seu padrinho e advogado da família, ele a trazia em casa. Ela nunca contou aos padrinhos ou a ninguém a respeito do assédio que vinha sofrendo. Ela fez uma promessa no leito de morte da avó que cuidaria da família, e isso incluía o seu desprezível primo.
Em uma noite, após comemorar o seu aniversário de 19 anos com os padrinhos, mesmo eles insistindo muito para que ela ficasse com eles na cidade, Daniella decidiu que voltaria para casa, pois a prima tinha feito um bolo de chocolate com calda de morango para celebrar a data com ela.
Mais tarde naquela noite, o velho Figueiredo, o cão gordo que vivia na propriedade, começou a latir e as galinhas cacarejavam alvoroçadas. Daniella pensou que poderia ser um ataque de lobo guará, muito comum na região. Praguejando muito por ter que sair àquela hora da noite e bem no momento em que o céu estava vazando como uma cachoeira, Daniella pegou a velha espingarda presa no gancho na parede do seu quarto e saiu calçando desajeitadamente as botas de borracha.
Mas mal saiu do conforto de sua casa e o barulho cessou. Ela olhou as galinhas que dormiam tranquilas e o cão apenas a olhou como se não tivesse feito um escândalo há pouco. Daniela bufou para o cão e foi checar o paiol. “Talvez o bicho tenha preferido fugir da chuva”, pensou.
No entanto, em vez de um lobo, tinha encontrado um idiota bêbado. Gero estava prestes a chegar às vias de fato com a filha do vizinho, uma garota além de seu tempo, para desgosto de sua pobre mãe, e para piorar, menor de idade. Provavelmente era da idade de sua prima Sofia. Daniella ameaçou contar para o pai da garota se ela não saísse dali naquele instante. Funcionou, mas Gero foi para cima dela, tentando terminar o que ela havia interrompido, e acabou rasgando sua camisola quando ele tentou agarrá-la.
Daniella atirou. A intenção era apenas de assustar o bastardo, mas Gero caiu como uma jaca madura, gritando aos berros que ela havia tentado matá-lo, e então ficou em silêncio. Apavorada, Daniella acreditou que ele estava mesmo morto e, sem a presença da avó para protegê-la, Daniella foi jogada na rua, acusada de tentar manchar a honra do primo atraindo-o para o celeiro para depois matá-lo.
Sua prima Sofia, que não pode fazer nada para impedir seus pais, correu para o quarto de Daniella e pegou tudo o que conseguiu: documentos, celular, algumas roupas e o dinheiro do esconderijo secreto que só elas conheciam.
Enquanto era escorraçada, humilhada e ameaçada de ir para a prisão por ter atirado no primo, Daniella pediu ao avô que a protegesse, mas ele cuspiu para o lado e virou as costas para ela.
Sozinha em plena madrugada, em meio a um temporal, Daniella só teve permissão para pegar o seu cavalo. Esta foi a única vez em que ela vira sua tia se pronunciar a respeito de algo:
— Marido, deixe que ela pegue o cavalo. Se algo acontecer com ela na estrada, vai dar problema para você.
O tio não gostou da interferência e rosnou para a esposa e Daniella não esperou ele mudar de ideia.
Acreditando que tinha matado o primo, Daniella galopou em direção à casa do padrinho. Desesperada e muito assustada ela bateu à porta deles:
— Meu Deus, Daniella, o que aconteceu com você? — Meire, a madrinha da moça, a abraçou sem se importar com sua roupa encharcada. — Nélson, corre aqui.
Um homem velho e bastante acima do peso se arrastou em seus chinelos em direção à voz desesperada da esposa. Daniella contou tudo o que havia acontecido, incluindo o fato de ter matado o primo Gero.
— Querida, dificilmente você poderia ter matado aquele porco com uma velha espingarda, portanto se acalme e amanhã eu vou ver o que aconteceu.
— Padrinho, eu preciso ir embora, não posso voltar para aquela casa.
— Para onde você vai, criança? Você não conhece nada do mundo! — a madrinha interrompeu — Além do mais, tem a gente. Nós te amamos e vamos cuidar de você.
Os dois eram bem idosos e sua madrinha tinha sérios problemas de saúde que a mantinham na capital por meses, na casa do único filho do casal. Daniella não queria ser um peso para eles, até porque ela sabia que a única coisa que os prendia na cidade era a promessa de cuidar da afilhada.
— Madrinha, minha avó e minha mãe nunca quiseram que eu ficasse nessa cidade. Eu vou para Santos, vou estudar música como minha avó sempre desejou. E se eu não sair daqui agora, vou acabar voltando para aquela casa.
Eles sabiam que nada poderia dissuadir a menina, mas também sabiam que ela estava sendo movida pelo medo de ter matado o primo. E mesmo que não acreditassem nisso, ela acreditava. E também não podiam negar que ela corria um grande risco ficando com a família.
— Sua avó deixou uma poupança para você e se encarregou de deixar tudo pronto para quando esse dia chegasse. Eu vou levar você até lá e garantir que esteja instalada e segura.
Ela não pensou duas vezes ao aceitar o que o padrinho oferecia. Eles organizaram tudo e pela manhã pegaram a estrada. Daniella pensou que nada a faria voltar, não tinha nada que a prendesse também. E se Gero estava morto, ela não iria esperar a polícia pôr algemas em seus pulsos.
Tamanha foi a surpresa de Daniella ao saber que a avó já tinha se adiantado e comprado um minúsculo apartamento de um quarto totalmente mobiliado, de frente para a praia do Embaré, em Santos, bem próximo de onde a universidade estava localizada.
Daniella se sentiu intimidada pela enorme cidade e teve medo de ser engolida por tudo aquilo. A maioria dos moradores do prédio eram alunos da faculdade, e muitos deles do curso que ela pretendia fazer, portanto não seria de todo estranho se ouvissem um instrumento ou outro sendo tocado pelos corredores.
Seus padrinhos ficaram com ela por uma semana. Foram com ela até a faculdade, conheceram o campus, descobriram qual era o supermercado mais próximo. Eles fizeram questão de localizar até o hospital.
O apartamento dava direito a uma vaga na garagem e Daniella tinha planos de comprar um carro, mas não tão cedo, até porque dirigir a caminhonete da família pelas pacatas ruas de São Domingo era uma coisa, mas dirigir em meio a todo aquele trânsito caótico parecia muito assustador para ela. Ela deixou o caso em aberto para tranquilizar os padrinhos que não queriam pensar na afilhada sozinha naquela cidade grande.
Após dias com ela, ajudando-a na decoração para deixar o apartamento aconchegante, seus padrinhos voltaram para São Domingo e Daniella se viu sozinha em seu novo cantinho.
Ela se sentiu pronta para começar a viver; determinação e coragem eram traços marcantes nela. Daniella percebeu que não estava com medo, apreensiva talvez, mas não temerosa. Ela teria alguns dias até que as aulas finalmente começassem e já tinha tudo o que precisava ali com ela.
Sua mochila, presente de sua madrinha, e seu violoncelo estavam bem protegidos em sua case. Ela precisou comprar um computador e seu padrinho se encarregou da internet e do telefone – não que ela tivesse para quem ligar, pelo menos não ainda, mas seus padrinhos poderiam sempre saber como ela estava para, assim, poderem seguir suas vidas em paz.
A chácara pertencia a ela, mas enquanto seu avô fosse vivo, ela não poderia fazer nada com a propriedade. E ela nem queria nada mais com aquele lugar. Ela sentia por Sofia, mas não voltaria nem mesmo por ela.
— Ella Guido, esse é o meu nome a partir de agora. — Ninguém conheceria a Daniella, aquela garota caipira havia ficado em São Domingo para sempre.
Daniella, ou apenas Ella, criou coragem e foi à praia, correu pelo calçadão, encontrou uma academia a poucos metros do prédio, elegeu seu restaurante preferido. E enquanto realizava seu safári pela selva de pedras, Ella descobriu um lugar original, chamado Bucanero’s. A arquitetura do bar lembrava um navio pirata, era exótico e convidativo. O dono era um simpático espanhol que fazia questão de ostentar a sua perna de pau. Claro que ele nem sempre se lembrava da última história que havia contado a respeito da perda do seu membro inferior direito, e foi em um desses lapsos de memória do divertido dono do Bucanero’s que Ella o conheceu.
Ela cantou a música do pirata para ajudá-lo a se lembrar de onde e quando a baleia-assassina comeu sua perna.
Como Ella não pôde resistir, ela pediu para usar o violão encostado num canto do palco e surpreendeu a todos com as canções do filme do Peter Pan, todas que ela lembrou. E foi assim que acabou contratada para tocar as terças e quintas no Bucanero’s, um restaurante espanhol especializado em frutos do mar e culinária espanhola.
Ella cantava suas canções preferidas e uma ou outra que os clientes pediam. O couvert garantia o condomínio e as despesas básicas como água, luz e internet, mas ainda tinha as outras despesas do curso. O dinheiro na poupança, mesmo aplicado não rendia muito, talvez fosse melhor encontrar outro emprego.
Em uma rápida visita, seu padrinho comprou para ela um carro popular. Ele veio avisar que o primo estava vivo e bem, o tiro acertou a jaqueta grossa que ele vestia, mas só fez mal ao tecido, pois o chumbinho passou longe da pele do desgraçado, que fingiu estar gravemente ferido só para assustá-la.
Seu padrinho contou a ela que Gero havia dito que iria se vingar dela e, por isso, para o seu próprio bem, ela não deveria ter nenhum contato com nada e nem ninguém em São Domingo, e que se precisasse de alguma coisa, deveria falar com ele ou com a madrinha.
Ella queria dizer a ele que ela havia mudado, não apenas o seu nome, não apenas de cidade, mas também na sua alma. Queria dizer a ele que ela havia crescido e que estava cheia de medos, mas também de sonhos. Queria dizer também que ele se orgulharia da mulher que ela estava decidida a ser, mas ela ainda era a garotinha de cabelos vermelhos que ele empurrava no balanço, que dormia na rede na varanda de sua casa e chorava todas as vezes que encontrava um bicho ferido e levava para ele implorando que o padrinho consertasse o animalzinho ferido. Daniella sabia que era importante para seus padrinhos se preocuparem e cuidarem dela, e ela os amava por isso.
— Não se preocupe, padrinho. Eu vou me cuidar e estarei atenta. Além do mais, Gero não faz ideia de onde eu estou, não é? Minha avó nunca contou para ninguém e eu também não. — ela beijou as bochechas gordas do padrinho, fazendo-o rir — Obrigada por se preocupar e por cuidar de mim.
— Eu fiz uma promessa, minha filha, mas você sabe que eu cuidaria de você de qualquer modo. — ele disse e deu a ela sua benção antes de partir.
Ella agora estava envolvida em suas atividades da faculdade, o trabalho nas noites no Bucanero’s e um novo trabalho no hotel Holiday, onde ela podia tocar o que ela realmente gostava (não que ela não amasse cantar ao som do violão, mas o violoncelo era a sua vida, ela respirava para ele). Nas noites de sábado, ela tocava músicas clássicas no restaurante do hotel. Era cansativo, mas também necessário. Morar sozinha permitia economizar em muitas coisas, principalmente por ela não ser de sair para nada além do trabalho e dos estudos. E se não gastasse com supérfluo, ela conseguiria bancar todos os outros custos, deixando o dinheiro da herança que a sua avó deixou apenas para as mensalidades, que não eram nada baratas.
Mesmo assim Ella não sabia se seria suficiente, por isso agradeceu quando surgiu o trabalho no hotel.
O frio havia chegado com força e Ella se encolhia em seu casaco. A garoa gelada e o vento faziam parecer muito mais frio do que realmente estava. Nada que já não tivesse vivido entre as montanhas onde cresceu, mas não estava acostumada com a garoa e era o que mais castigava, pois o vento parecia congelar as gotículas na pele.
Ella apertou o casaco em torno de si quando viu algo que se mexeu, saindo correndo para debaixo do veículo, a assustando e arrancando um grito de pavor. Entretanto, Ella sorriu ao ver que a criatura assustadora da noite era muito pequenina e parecia desorientada no frio.
— Ei, não tenha medo, grandão. Você está sozinho? Está com fome? — ela chamou o pequeno filhote e ele simplesmente resolveu que valia a pena confiar nela.
Um gatinho vira-latas de pelo amarelo e cheio se enroscou em suas pernas e Ella não resistiu e o levou consigo para casa.
— Miah, esse será o seu nome, para combinar com seu miadinho fofo. — ela afagou o pelo esganiçado do bichinho.
Após um banho, uma visita ao veterinário e uma coleira nova, o bichano se transformou na melhor amiga de Ella. A gatinha passeava com ela na praia e quando saia para caminhar, a pequenina se enroscava na touca do moletom. Miah até ganhou uma guia para poder andar com segurança. As pessoas sempre se impressionavam, pois ela se comportava como se fosse um cãozinho, não se assustava com os pedestres ou os carros e não via problemas em pedir colo quando a multidão era grande demais para ela.
As matérias na faculdade exigiam muito de Daniella, os trabalhos, as apresentações e o estágio ocupavam muito tempo dela, mas mesmo esgotada, não podia abrir mão dos trabalhos extras que fazia tocando na noite. Ainda faltava um ano e meio para terminar o curso e o dinheiro não duraria tanto. Por isso ela estava contando os dias para o início das férias, assim ela poderia descansar, pelo menos pouco, visto que havia se comprometido a dar aulas particulares para crianças durante as férias, mas seria por poucas horas e apenas dois dias por semana.
Daniella teria vendido a chácara, se não fosse pela prima e pela promessa que fez à avó, por isso teria que resolver os problemas sem ter que faltar com a sua palavra ou pedir ajuda aos padrinhos.
...Consideramos justa toda forma de amor...(Lulu Santos)Um dos primeiros projetos com a assinatura da construtora Sanz D‘Alba em Madrid tornou-se também a residência oficial dos irmãos. Um tríplex com amplo terraço no coração financeiro da capital espanhola. Com quatro suites amplas, academia, e uma vista privilegiada da Calle de Serrano, uma das mais importantes avenidas de Madrid. O apartamento também contava com dois estúdios onde os irmãos podiam trabalhar em casa com todo conforto. Uma sala de jogos e uma adega de dar inveja em William I Koch.Yago não parecia tão entusiasmado com o evento daquela noite, por isso era hora de usar a sua carta na manga.— Nem sonhando! — Alex gritou enquanto erguia a barra de peso na sua academia particular.— Você me deve essa, eu saí com a Suzane e consegui o contrato para você e ainda limpei a sua barra com o marido dela.— Não, não e não! — Alex foi taxativo, mas sabia que não poderia escapar, pois, dívida é dívida, e se metia mais vezes em
Yago acordou com o som de seu despertador, ele teria um dia cheio na construtora, tinham muitas coisas para pôr em ordem visto que passariam alguns meses fora. Alex e ele estavam prestes a embarcar para o Brasil para realizar a ampliação do Bucanero‘s, um restaurante temático que pertencia ao seu tio, irmão adotivo de sua mãe. Esse projeto era muito especial para Yago, pois se tratava da réplica de uma embarcação do século XV pertencente à rainha pirata Sayyida Al Hurra, de quem tio Fernando jurava ser descendente.Ele havia passado a maior parte da noite trabalhando no novo projeto feito para o Bucanero‘s, Yago transformou o convés principal em um bar exclusivo ao ar livre, e o convés dos canhões era agora o restaurante principal, com um palco projetado na área do mastro central. Onde deveriam estar às câmaras de dormir, Yago projetou espaços privativos, garantindo tranquilidade e privacidades aos clientes exclusivos do Bucanero‘s, que antes ficavam em pequenas cabines nos bordos do
A reforma do Bucanero‘s não podia acontecer em pior hora, as contas de Ella estavam próximas ao vermelho, ela não poderia arcar com o aumento de tudo, mensalidades, condomínio, a saúde de Miah que consumiu boa parte de suas reservas. E agora ela precisava conseguir aulas extras e talvez encontrar um substituto temporário para o Bucanero‘s. Daniella se recusou a aceitar o dinheiro oferecido pelo capitão, ele disse que era para ela se manter até a reinauguração, mas ela não se sentiu à vontade em aceitar dinheiro dele, por mais que gostasse dele e de sua mulher Sonia.— O que vamos fazer, Miah, acho que vou ter que alugar você por hora, ainda faltam seis meses até o término do curso, tenho que pagar a formatura. — ela resmungou conversando com a gata que estava aninhada em seu colo balançando levemente o rabo para lembrar que não estava feliz com o falatório e choro da dona.Como Miah não estava a fim de sair para correr em uma manhã fria e com garoa, ela continuou deitada em sua caminh
Na véspera da festa, Ella estava na frente de seu computador, uma taça de vinho para dar alguma coragem e o endereço da igreja mais perto caso ela sentisse necessidade de se confessar. Ella abriu o a página de busca e antes de digitar a primeira palavra, tomou mais um bom gole de vinho e estralou os dedos gelados. Se a intenção era criar coragem, não estava funcionando.— Qual é Ella, você não vai fazer o que eles fazem, é só curiosidade natural. — Repreendeu-se — Não seja tão puritana.Ela digitou a primeira palavra, e se assustou com a definição do termo.BDSM; “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo”O termo refere-se a relações sexuais baseadas no prazer da dor. É uma prática que exige respeito e consentimento de quem está envolvido nela e que requer conhecimento dela como um todo.— Prazer em sentir dor? Como alguém pode gostar de apanhar, ser espancado, amordaçado e todas essas coisas que colocam na boca e em outros orifícios? — perguntou para a tela do
Yago D‘Alba era o homem mais insuportavelmente perfeccionista quando se tratava de seu trabalho. Era minucioso, extremamente fiel a cada detalhe. Esse fato a respeito de sua personalidade às vezes dificultava a convivência com as pessoas que trabalhavam para ele. Por isso, era comum que ele sempre tivesse a sua própria equipe ao seu lado sempre.— Existe uma razão para você estar aqui e não em Madri, Carajo hombre. Eu não quero saber como vai resolver isso, mas quero o material que pedi com a qualidade que eu exijo. Se não puder fazer, volte para a Espanha e fique por lá — gritou com o seu assessor. Todos ao redor tremeram diante da sua explosão. — Já disse que não preciso de chupamedias. Quero trabalhadores qualificados e você me garantiu que os tinha. Agora se responsabilize pelos erros deles ou será demitido junto com eles.— AÍ, irmão, acho que você anda precisando de um tempo. — Alex se apressou em acalmar o gêmeo irado, antes que precisasse trocar todo o pessoal da linha. — Há q
Alex foi surpreendido pelo Capitão ao acordar e ver o tio sentado à beira de sua cama com uma xícara de café na mão. Ele achou estranho, pois era muita animação para aquela hora da manhã.— Cabron, tem um convite para você e para o bunda suja, quarta-feira na casa do Senador. Ele está de volta à ativa, dizem que participou de um evento dos bons em Londres. Espero que tenha aprendido alguma coisa.— De quem você está falando, capitão? — perguntou sonolento.— O dono do Babylon. Pensei que você tinha gostado do clube!— Ah! Claro que foi bom, tio, mas nunca me lembro dos nomes, sabe como é.— Meu menino, você me enche de orgulho — o velho bateu na perna de Alex sorridente.— Família fodida, eu digo que sou viciado em sexo e você bate nas minhas costas como se eu te entregasse uma estrela de bom aluno de Oxford.— Você já me deu diplomas demais, filho, de Oxford, da Universidade de Madrid, e daquela na Suíça, mas acredito que nenhuma delas fez os seus olhos brilharem mais do que a primei
Ser adepto de sexo livre e jogos do prazer não significa, necessariamente, estar aberto a tudo. Na verdade, era difícil, se não impossível, encontrar alguém. Alex, no entanto, pode dizer que já experimentou tudo, desde que seja uma mulher a estar embaixo dele.Os gêmeos resolveram circular mais um pouco e chegaram aos famosos "tatames", camas extragrandes em que vários casais se tocam, se beijam e transam ao mesmo tempo, com muitos outros ao redor, assistindo ou simplesmente tendo a visão como estímulo para masturbação ou carícias com parceiros. Neste espaço, luzinhas pequenas no piso são a única forma de enxergar o que se passa, deixando muito para a imaginação — e provavelmente este é o segredo.Yago e Alex observavam as duas mulheres que antes se exibiram para eles no grande salão, agora estavam se fodendo com tudo o que tinham. A loira penetrava a morena com um vantajoso pênis de borracha e ela olhava para Alex, com certeza imaginando-o ali. Um homem de meia-idade se aproximou apó
Com a cartilha devidamente decorada, Ella entrou no que, à primeira vista, parecia ser um ambiente de festa absolutamente normal, exatamente como estamos acostumados a ver nas baladas por aí: música alta, várias opções de drinks, mesas, palco para shows e até mesmo algumas barras para prática de pole dance perdidas pelos cantos. Ela respirou tranquila, e embora a cortina grossa os protegesse da visão da plateia, ela não resistiu à curiosidade de olhar pela fresta.Ella pensou que podia esquecer tudo o que havia pensado a respeito do que veria naquele tipo de ambiente, ou melhor, quase tudo. Pelo menos foi exatamente isso que aconteceu quando ela se viu no palco de uma casa destinada à "orgia descontrolada". Não foi bem assim. Na verdade, se tem uma coisa que ela não viu foi o descontrole.Pelo menos não da forma que esperou a partir da ideia geral e quadrada que leu e aprendeu sobre casas de swing para não desmaiar quando chegasse ao local. Era como se estivesse em outra realidade. Bo