Ao lembrar do meu pai, um sorriso enorme tomou meu rosto. Por um instante, era como se eu pudesse vê-lo diante de mim, dizendo essas palavras com aquele olhar sábio e tranquilo. A saudade apertou forte no meu peito, mas junto com ela veio uma sensação de conforto, como se suas lições ainda vivessem dentro de mim.— Quanto mais importância dermos ao Kael, mais espaço ele ocupará em nossas vidas, meu amor. — Minha voz saiu suave, porém firme. — Eu tenho certeza do que sinto por você. E você, tem certeza do que sente por mim?Ethan finalmente me olhou nos olhos e confirmou com um aceno silencioso.— Então me diz… qual importância a opinião dele tem nas nossas vidas? Nenhuma!O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Pelo contrário, havia algo intenso nele. Seu olhar parecia vasculhar o meu, como se quisesse enxergar cada pensamento, cada emoção escondida dentro de mim.Uma conexão invisível nos ligava, tornando desnecessárias as palavras. Então, sem dizer nada, ele abriu um leve s
Graças à academia, Ethan tinha um peitoral firme e braços bem definidos, e eu adorava deslizar minhas mãos por seu corpo, sentindo cada contorno. Enquanto o beijava, deixei minha mão deslizar lentamente, descendo até o cós de seu short.Com um movimento sutil, ultrapassei essa barreira, mergulhando por baixo de sua cueca. Foi então que senti… ele já estava incrivelmente duro, e a descoberta me arrancou um arrepio de surpresa e excitação.Normalmente, naquela situação, sabíamos que sua excitação poderia não durar muito, então eu rapidamente me sentava sobre ele e nos proporcionava aquele delicioso prazer. Mas, desta vez, queria algo diferente.Com beijos suaves, desci lentamente pelo seu corpo, minha língua traçando um caminho de desejo por sua pele. No percurso, puxei seu short e sua cueca para baixo, revelando cada centímetro dele. No instante em que percebeu minhas intenções, seus músculos se retesaram, e ele tentou me impedir, mas eu já estava decidida.— Eu sei que você está inseg
Na manhã seguinte, acordei antes de Ethan. Queria deixá-lo dormir um pouco mais, então me levantei com cuidado para não despertá-lo. Fui até o banheiro e deixei a água quente escorrer pelo meu corpo enquanto minha mente voltava para a conversa da noite anterior.A sensibilidade que ele vinha sentindo era uma faca de dois gumes. Por um lado, indicava que a recuperação era uma possibilidade real, algo que valia a pena explorar. Por outro lado, significava que as dores também seriam mais frequentes, o que poderia dificultar ainda mais o processo.Precisávamos voltar ao médico dele quanto antes. Um novo exame de ressonância ajudaria a entender o que havia mudado e quais eram as chances reais de progresso.Saí do banheiro e encontrei Ethan ainda dormindo. Decidi não forçar na prática de nenhum exercício, não sabia exatamente como ele estava se sentindo. Antes de tomar qualquer decisão, precisaríamos passar pelo médico dele.Fui até a cozinha em busca de café, sentindo que hoje eu precisava
Após o café da manhã, seguimos para o consultório do Dr. Severid. Ele era um homem elegante, aparentando estar entre os 40 e 50 anos, e carregava a postura serena de quem tem vasta experiência. Neurologista renomado, era referência em sua área e sempre muito atencioso com os pacientes.Ao chegarmos, fomos recebidos por ele na recepção, mas não estava sozinho. Havia uma mulher — jovem, extremamente bonita e com um ar de autoconfiança que chamava atenção. O incômodo começou quando percebi seus olhos fixos em Ethan, como se ele fosse o único ali. Era impossível não notar. Dr. Severid logo tratou de nos apresentar.— Esta é a Dra. Madison, nossa mais nova integrante da equipe. — Ela sorriu com simpatia. Talvez simpatia demais e cumprimentou Ethan com entusiasmo.Madison, como ele a apresentou, era fisiatra, médica especializada em reabilitação física. Diferente de mim, que sou fisioterapeuta, ela tinha formação em medicina com foco específico em processos de recuperação neurológica e moto
Como os exames levariam cerca de duas horas para ficarem prontos, Grace sugeriu que fôssemos a um bistrô ali perto. Ethan hesitou, mas consegui convencê-lo.Enquanto caminhávamos até o local, notei olhares insistentes sobre nós. Foi então que compreendi o motivo de sua relutância em sair.Ao chegarmos, o bistrô estava relativamente tranquilo, com poucas mesas ocupadas. Escolhemos uma mesa em uma posição estratégica, não muito ao fundo, para que a saída do Ethan fosse facilitada sem atrapalhar ninguém.Próximo a nós, uma família estava sentada. Um casal e sua filha, uma garotinha de aproximadamente seis anos. Notei que a menina não tirava os olhos de Ethan, enquanto seus pais trocavam sorrisos e cochichavam entre si.Curiosa com a situação, fiz um sinal para a garotinha, que hesitou por um instante. Sua mãe, percebendo o convite, encorajou-a a se aproximar. Quando chegou perto, no entanto, ela ficou completamente tímida, escondendo-se atrás das próprias mãos. Vendo a cena, sua mãe se l
Estava furiosa demais para dizer qualquer coisa, então permaneci em silêncio. Ethan me conhecia bem e, sem dizer uma palavra, esticou o braço, puxando minha cadeira para mais perto dele. O gesto me fez rir, mas logo percebi estarmos sendo observados.Ethan, no entanto, nem se deu ao trabalho de olhar ao redor. Simplesmente segurou minha mão e a trouxe para seu colo.Vi quando aquela megera fez um leve movimento de cabeça, claramente me julgando. Mas eu sabia exatamente o que aquilo significava: inveja.Assim que o médico terminou de fazer suas anotações, aproveitei para esclarecer algumas dúvidas que começaram a surgir.— Dr. Severid, se houve uma melhora no quadro do Ethan, isso significa que ele poderá sentir dores com mais frequência, certo? — Ele confirmou com um aceno de cabeça. — Então, é como uma faca de dois gumes… O que pode ser feito para aliviar essas dores?— Temos três opções… a primeira é o uso de remédios à base de morfina por serem os mais eficazes para aliviar a dor d
Tentei me aproximar de Ethan, mas aquela megera se colocou no meu caminho. Olhei para ela e, sinceramente, nem a enxerguei de verdade. Onde cresci, diriam que ela merecia um tratamento especial e, já que eu não estava fazendo nada, resolvi oferecer exatamente isso.— Vou passar para ver meu namorado. E te garanto, se encostar um dedo em mim, vai se arrepender profundamente. — Ela cruzou os braços, me encarando com superioridade.— Você não vai a lugar nenhum, sua maluca! Ou sai dessa sala agora, ou chamo a segurança. — Dei de ombros, segurando um sorriso divertido.— Pode chamar até o papa, se quiser. Aliás, te empresto meu celular para isso.Forcei a passagem, e quando ela cravou as unhas no meu braço, não respondi por mim. Custava a me descontrolar, mas, quando acontecia, era difícil voltar atrás. Agarrando sua mão, torci-a para trás, fazendo-a soltar um grito de dor antes de empurrá-la contra a parede, na direção oposta ao meu caminho.No instante seguinte, já estava ao lado de Eth
Já havia se passado uma semana desde o episódio na clínica. Hoje, finalmente, era o dia marcado para a aplicação da toxina. Apesar de tentar disfarçar, Ethan estava visivelmente ansioso.Durante toda a semana, ele não parou de fazer perguntas sobre o procedimento. Fiz o possível para mantê-lo bem informado, respondendo a todas as suas dúvidas com paciência.Assim que chegamos à clínica, fomos recepcionados por Natasha, sempre muito atenciosa, mas com uma fisionomia bem diferente da última vez — parecia mais leve, serena. Na verdade, percebi que todo o ambiente da clínica estava com uma energia diferente.Não demorou muito até sermos chamados pelo Dr. Severid em seu consultório. Ele ainda parecia um pouco constrangido, mas me esforcei para agir com naturalidade, como se nada tivesse acontecido. Mesmo já conhecendo todo o procedimento, pedi que ele nos explicasse novamente. Isso pareceu ajudá-lo a relaxar.Com todas as dúvidas esclarecidas, seguimos para a sala onde a medicação seria ap