Aproveitei que Theo estaria com Tom, confrontando o avô, e fui cedo para a empresa. Reuni o pessoal e dei a notícia de que eu era a nova CEO e sócia majoritária. Vi os olhares de inveja que me atacavam. Não estava nem um pouco preocupada com eles.Mantive a pose de frieza e superioridade. Pouco me importava a opinião alheia. Eu tinha chegado ao topo, lugar onde eles nunca alcançariam. Senti o poder tomando conta de mim. Era uma sensação muito gostosa ter o controle sobre tudo. Eu não trocaria isso por nada do mundo.– A partir de hoje, não serão mais tolerados casos de abusos de nenhum tipo nesta empresa. Teremos um canal de denúncias anônimas. Todos os casos serão investigados, e os culpados serão severamente punidos – informei sobre as novas regras.– Quanto ao marketing, quero que todas as campanhas passem por mim antes de serem publ
Meu avô ficou muito nervoso quando meu pai disse que precisavam conversar. Eu tinha certeza de que tinha algo de muito errado nessa história. Fiquei de longe, só observando a discussão dos dois.– Vou direto ao ponto, pai. Naquela época do contrato, Valter ligou para o senhor para explicar o que tinha acontecido? – meu pai questionou.– Isso já faz muito tempo, Tom. Não vamos desenterrar assuntos antigos.– Ah, mas nós vamos, sim! A garota me acusou de ter roubado o pai dela. Disse que, naquele dia, Valter ligou para o senhor, e o senhor ofereceu dinheiro para ele sumir da nossa vida. É verdade isso, pai? Vamos! Não minta para mim! – gritou meu pai, completamente transtornado.– Tom, você era apenas um moleque naquela época. Não sabia fazer boas escolhas. Na verdade, nunca soube, vide a mãe desse aí... – Apontou
Mirna, a corretora de imóveis me ligou bem cedo pela manhã. Disse que uma casa tinha acabado de ficar disponível, e era tudo o que eu queria. Falou que estava toda recém-reformada e tinha todos os itens que eu havia listado para ela. Respirei fundo, tentando me animar, tomei um banho, me vesti e fui.Ao chegar no endereço indicado, que ficava a poucos minutos da empresa e do prédio de Theo, vi a casa dos meus sonhos. Parecia que tinha sido desenhada para mim.Tinha um enorme jardim gramado, cheio de flores coloridas, e muitas árvores frutíferas. Em uma enorme árvore, tinha um balanço branco, com uma corrente de metal grossa, bem segura para as crianças. Já podia imaginar os filhos que eu nunca teria ali, brincando e se divertindo, rindo debaixo do sol gostoso e quentinho de uma manhã de domingo. Consegui imaginar uma família feliz para mim bem ali.Eu nem tinha entrado e já estava apaixonada pela casa. Eu respirei fundo e senti o cheiro misturado das flores entrando em minhas narinas
Entrei na minha sala cego de raiva ao ver Sara sentada na minha mesa, como se fosse a dona do lugar. Já não bastava tudo o que tinha feito, precisava esfregar seu poder na minha cara? Karol também me decepcionou avisando a ela que eu tinha chegado, para ela sair da minha sala sem que eu visse. Era como se Karol me traísse, deixando Sara usar minha sala pelas minhas costas.Quando Sara me viu chegar, imediatamente se levantou e ia saindo. Não devia querer arrumar confusão. Mas pensasse nisso antes de roubar minha família, se aproveitando da doença do meu pai. E como meu pai podia querer que eu a perdoasse?Por mais dor na consciência que meu pai pudesse ter por ter enganado o amigo sem saber, por causa de meu avô, ele não podia esquecer que Sara o tinha usado em um momento de completa vulnerabilidade. E tudo isso bem debaixo do meu nariz. Cerrei as mãos em punho para conter minha raiva. Trinquei os dentes para não falar tudo o que estava guardado em minha garganta.De repente, Sara fic
Quando Theo chegou com os papéis da casa nas mãos, eu gelei. Não queria que ele soubesse dessa forma. Mas também não teria uma forma boa de falar que eu havia comprado uma casa com o dinheiro do pai dele. Nenhuma maneira seria bem recebida. E eu não me arrependia da compra. Fora justa.Ele me acusou de roubo, como se a família dele não tivesse feito o mesmo com a minha. Fiquei com muita raiva dele naquele momento. Chorei de ódio dos Vanderbilt e de saudade do meu pai ao mesmo tempo. Esfreguei com força o cordão com meus pais. Eles eram os únicos do meu lado, mesmo de longe.Ver Theo falando mal do meu pai me destruiu por dentro. Não esperava tais palavras vindas dele. E me senti mal sabendo que o pai dele precisaria do dinheiro para aliviar sua doença. Eu não era como os Vanderbilt. É claro que eu faria questão de pagar todo o tratamento de Tom, mesmo que ele não merecesse. Eu faria isso por Theo, pois eu sabia o que era sofrer por causa do pai. Não queria isso para ele. Isso tudo ti
Meu pai tinha ido para cirurgia desentupir algumas artérias, pois isso havia causado seu infarto. Mas nada me tirava da cabeça que Sara tinha tido sua parcela de culpa nisso. Sem dúvida, meu pai ficou nervosos com ela e acabou infartando.Depois de conversar com os médicos sobre a situação do meu pai e entender que o caso dele ainda era grave, fui até o corredor onde Sara ainda estava sentada no chão, desolada. Vê-la assim apertava meu coração, apesar de eu ainda estar com raiva dela. Me aproximei, com pena do estado de extremo desgaste que Sara estava.– Os médicos estão ainda muito preocupados com meu pai. Ainda apresenta muitos riscos. As artérias dele não estão nada boas. Mas o infarto deve ter sido desencadeado pelo estresse. Então, queria saber o que aconteceu de fato, Sara.– Assim que você saiu, minha campainha tocou. Até achei que você tivesse voltado por algum motivo. Mas era seu pai. Eu não queria ele ali. Não queria ele colocando os pés na casa que tinha sido do meu pai an
Eu não podia imaginar aquela mulher ali. Theo me falara tanto sobre ela e o abandono do filho. Então, na primeira oportunidade de ver o pai dele falecer, ela aparecia? Não podia ser coincidência. Tania devia querer sugar mais dinheiro dos Vanderbilt, do Theo especificamente, porque se o pai dele tivesse falecido, Theo herdaria tudo. Mas o que ela não sabia era que Tom não tinha mais nada. Eu tinha tudo dele.– O que você está fazendo aqui, mãe? – disse Theo, também desconfiado.– Ora, Theozinho… Seu pai ficou mal, e eu me preocupei e vim ver como ele estava – respondeu ela, como se fosse algo banal.– Engraçado aparecer tão rápido quando meu pai adoeceu. Mal deu tempo de a mídia divulgar.– Oi, Tania... – cumprimentou Tom, para cortar os possíveis ataques de Theo.– Como você está, Tomzinho?Era irritante a quantidade de diminutivos que aquela mulher usava. Falava com eles como se fossem dois bebês. Usaria qualquer artimanha para amolecer esses dois e tirar deles tudo o que poderia. N
Sara fez meu sangue ferver ao falar daquela forma com minha mãe. Vi quando ela saiu quase chorando do quarto. Por mais que estivesse tentando me defender, ela não tinha o direito de falar com minha mãe daquele jeito. Às vezes era durona, e outras, uma manteiga derretida que chorava à toa. Aquela era minha mãe. Sara tinha que respeitá-la, e não a afrontar.Para falar a verdade, Tania nem parecia uma mãe. Parecia uma réplica viva da boneca Barbie: loira, magra, com silicone exagerado, preenchimento labial, cílios postiços… Tudo o que deixava as mulheres com aquele ar artificial ela tinha. Todo o dinheiro que meu pai dava Tania gastava com estética. Já tinha feito inúmeras lipos e ainda harmonização facial. Estava bem diferente da mãe que eu conheci um dia.– Você não devia ter falado assim com Sara, Theo! Já não basta tudo o que essa menina já passou? Ela teve muitos motivos para agir da forma como agiu. Chega de causar problemas para os Walker. Já causamos demais! Temos é que nos retra