Demorei muito para deixar a guarda baixar e me permitir sentir tudo que guardei, num buraco longo e escuro do meu coração.— Precisamos começar a pensar na decoração do quarto, ou prefere aguardar saber o sexo? — Ele me olhou rapidamente.— Nem sabia que você tinha outro cômodo naquele apartamento. — Respondi ainda perplexa com aquilo. — Pensei que era somente um outro banheiro.— Também... — Ele ponderou a resposta. — Aquele quarto pertencia aos meus avós. — Ethan elevou os ombros. — Sempre me lembrava deles ao entrar ali, então preferi não o utilizar. — Ele passou as mãos pelo volante, inquieto. — Mas agora tenho um belo motivo para isso. — Mesmo ele estando de lado, dava para ver o pequeno sorriso em seus lábios.— Poderíamos fazer aquele exame que detecta o sexo do bebê através dos cromossomos. É o Tell me Pink or Blue, como nossa gravidez é de gêmeos univitelinos, dentro do mesmo saco gestacional, então é mais fácil de detectar. Calma ai... — Peguei o celular do bolso e comecei a
A semana transcorreu agitada, cafeteria lotada, pub pior ainda e mais uma semana de muito trabalho e pouco sono.— Vamos Heather... — Ethan tentava puxar a coberta de mim. — A gente vai sair daqui a pouco.— Só mais 5 minutinhos?! — Resmunguei, voltando a me enrolar na coberta e tampando o rosto com o travesseiro.— Você disse isso a mais de uma hora atrás. — Ethan ria. — Se você quiser, damos a noticia da gravidez por telefone mesmo. — Joguei o travesseiro nele, me sentando na cama.Ele sabia que só isso me tiraria da cama. Fiquei a semana inteira ansiosa com isso e mal via a hora de contar para todos.— Ta bom... — Resmunguei, levantando os braços em forma de rendição. — Já estou levantando. — Me arrastei para fora da cama, espreguiçando o corpo e tentando conter o bocejo. — Vou tomar banho. — Cocei o olho, ainda com sono.— Você tem 15 minutos. — Ethan falou, olhando o relógio preto em seu pulso. — Senão vou sair sem você!Parei no meio do caminho e fui em direção a ele, apertei su
Mesmo com a bomba da gravidez nos atingindo em cheio, pegando pela boca do estomago... Ele não hesitou uma única vez.— Mãe? — Paramos em frente a uma moça de cabelos escuros, compridos, sorriso doce e olhar calmo, que estava de lado mexendo em algo no fogão.Não sabia o que era, mas o cheiro estava incrível.— Sim, Adam? — Ela o chamava pelo nome do meio e achei fofo isso.Ela se virou para nós, limpando as mãos num pano de prato.— Quero te apresentar a Heather. — Ele apontou para mim. — Minha namorada.Tentei conter o nervosismo e estiquei a mão em sua direção. Ela se aproximou mais de mim, senti minhas palpitações aumentarem e a boca ficar seca. Jodie abriu os braços e me abraçou forte.— Até que enfim meu filho arranjou alguém. — Sua voz era animada. — Pensei que iria morrer solteiro.A abracei de volta, ainda sem graça pelo gesto repentino dela. Olhei para o Ethan que deu de ombros, sem entender tudo aquilo. Jodie me soltou, me observando, avaliando meu rosto e todo o resto. Fic
Nunca pensei que minha família agiria tão bem com a notícia da gravidez, na verdade, não imaginava toda essa alegria. Meu pai nunca falou sobre netos e minha mãe, bem, não somos a perfeita família de comercial de margarina. Mas sinto que aos poucos estamos começando a nos dar bem.A forma como ela reagiu quando conheceu a Heather me surpreendeu bastante. Se bem que até hoje só apresentei duas namoradas para ela e a primeira não deu muito certo.Jodie sempre amou a Brianna, desde o primeiro dia e sempre a tratou melhor do que os próprios filhos. Ela sabia como conquistar a todos, era boa quando queria, mas lá no fundo eu sempre soube que tinha algo de errado com ela, que não era esse anjo todo.Lúcifer também era anjo, antes de ser mandado para o inferno.Foi através dela que aprendi — da pior forma, — a nunca confiar 100% em qualquer um e para mim isso sempre deu certo, até ela aparecer na minha vida e mudar tudo de cabeça para baixo.Heather mudou minha forma de pensar, de agir e me
Eu e a Heather estávamos deitados de um lado do sofá, Dom e Alice do outro, minha mãe estava sentada na poltrona, bebendo vinho e meu pai deitado no colchão que ele havia pego do quarto de hóspede junto com a Candy. Abigail estava dormindo um pouco no meu quarto, diz ela que velha era igual criança, precisava de soneca a tarde.— Vão continuar no apartamento dos seus avós, Ethan? — Meu pai se virou para mim.— Acho que por enquanto sim. — Heather se aninho mais próximo de mim, pressionando sua bunda contra meu pau e provocando um engasgo repentino em mim.E a filha da puta ainda ria.— Mas... — Ela tossiu, tentando disfarçar a risada safada. — Estamos com planos de procurar uma casa daqui um tempo. Com mais espaço para as crianças e para nós.— Entendi. — Meu pai não disse mais nada, mas o conhecia bem para saber que Dane Carter estava aprontando alguma.— Nem começa pai! — Ele começou a rir. — Não sei o que é, mas pode desistir! — Comecei a rir também.Heather, Candy e Alice me olhar
— Benjamin, mas todos os chamavam de Ben e de...— Alemão... — Candy falou ao mesmo tempo que a Gail, deixando todos confusos. — Seu filho trabalhava na Marinha, Abigail?— Trabalhava... — Gail gaguejou um pouco para responder.Todos olhavam de uma para outra, tentando entender aquele dialogo todo.— Como você sabe? — A voz da Abigail quase não saiu. — Ele havia acabado de ser promovido a...— Sargento. — Novamente Candy terminou a frase da senhora que aquele ponto já estava quase infartando de emoção.Não estava entendendo porra nenhuma.Heather diferente de mim, estava tão emocionada quanto a mãe e Abigail.— Como você sabe de tudo isso? — Ela perguntou, tão confusa quanto nós.— Alguma vez ele te falou de alguém com apelido de sugar? — Candy perguntou, tentando transparecer uma calma que nitidamente ela não tinha naquele momento.Abigail levou as mãos na boca, surpresa e parecia que tudo havia se encaixado para elas.Já o restante de nós... No começo estava confuso e no final parec
— Já guardou os presentes no carro Ethan? — Gritei do quarto enquanto terminava de me arrumar.— Puta merda! — Ouvi ele xingando enquanto corria de um lado para o outro.Balancei a cabeça e comecei a rir.Estava para nascer homem mais atrapalhado do que ele.Subi a calça jeans pelas pernas e tive uma surpresa quando fui abotoa-las e não fecharam.— Não acredito! — Esbravejei, enquanto tentava forçar um pouco mais a lycra do jeans, mas sem sucesso.— O que aconteceu?! — Ethan apareceu assustado no quarto, olhando para todos os lados como se alguém tivesse entrado pela janela. — Você se machucou? — Ele se aproximou de mim, sua respiração estava pesada devido ao susto.Me sentei na beira da cama e coloquei as mãos no rosto, frustrada.— O que houve, pequena? — Ele se agachou na minha frente, puxando minhas mãos do rosto e tentando entender o que tinha acontecido.Senti meus ombros balançarem e só então notei que estava chorando.Malditos hormônios!— A calça... — Apontei para o jeans que
Já passava das 18:00 horas quando estacionamos o carro em frente a modéstia casa de dois andares do Dom. Diferente do meu sogro, o Dom morava mais isolado do centro, num residencial de casas mais afastado de Manhattan.— UAU! — Foi a única coisa que consegui falar ao olhar com mais clareza a parte frontal da casa dele, que estava totalmente decorada para o natal.Cheia de pisca-pisca por toda a casa, ao redor do grande pinheiro que tinha na parte da frente da casa.— Dom leva o lance do natal realmente a sério. — Ethan brincou, entrelaçando os dedos nos meus e seguindo para a porta. — Depois eles me ajudam a pegar. — Ele falou, vendo minha expressão confusa ao olhar para o carro abarrotado de coisas. — Eles chegaram! — Ouvi a Abby gritando.— Ela veio! — Falei eufórica, batendo palmas como uma criança ganhando um presente na noite de natal.Fiquei por meses tentando fazer ela vir comemorar o natal com a gente, mas a Abby nunca foi muito fã dessas datas comemorativas.— Sim. — Ethan s