Alice estava com um vestido amarelo claro com alguns girassóis na estampa e uma sandália preta com várias tiras no pé, cabelos soltos e ondulados.Já eu estava com uma saia leve na cor azul bebê, uma camiseta branca de alças finas e uma rasteirinha no pé, cabelos presos num rabo de cavalo alto.Os homens estavam ambos de bermuda, camisetas e tênis.— Quer uma cerveja, pequena? — A voz baixa dele fez meu corpo se arrepiar no mesmo instante. — Meu pai comprou cerveja artesanal.Ethan se sentou ao meu lado, puxando minha perna para cima da dele enquanto tomava um longo gole de sua bebida de mesma cor da minha mãe, que deduzi que seria a cerveja artesanal.Peguei o copo da mão dele e tomei um gole, o gosto de lúpulo era presente junto com um gosto adocicado parecido com mel. Até eu que não era muito fã da bebida acabei gostando.Tomei mais alguns goles e entreguei o copo para ele, que o encheu novamente, colocando sob a mesa.Dane e Dom conversavam próximo a churrasqueira, rindo enquanto
Tínhamos ido cedo na farmácia comprar o PlanB para mim, mas como eu imaginei que iria beber, resolvi tomar somente no fim da noite.— Ainda não, mas tomo assim que eu chegar em casa. — Ele apenas assentiu.— Quer saber... — Ele passou os dedos pela minha barriga e sorriu. — No fim, ter um filho com você não parece mais tão assustador. — Sua risada saiu baixa.— Quero ver você dizendo isso ao se deparar com um positivo de verdade... — Acabei rindo ao imaginar a cena de desespero dele. — Mas isso não vai acontecer. — Beijei delicadamente seus lábios.— As duas vão ficar de cochicho aí, ou vão assistir o filme? — Dane passou por nós, bagunçando o cabelo do Ethan antes de sair aos risos. Dom e Alice estavam mais aos beijos do que prestando atenção no filme. Ethan dormia serenamente, com o rosto enterrado em meus cabelos e os braços ao redor de mim. Senti-lo tão calmo ao meu lado era muito melhor do que qualquer filme.Estávamos deitados no colchão no tapete, enquanto Dom e Alice estavam
Estava tudo tão perfeito que não parecia real. Nosso dia foi simplesmente fantástico e pela primeira vez em muitos anos, eu estava feliz. Sem todo aquele peso nas costas. Minha armadura estava enfim, abaixada e tudo isso por ela. Ela conseguiu fazer o velho Ethan aparecer das cinzas, quase como uma fênix. O meu eu de antigamente, aquele eu romântico e que ainda acreditava no amor, — antes de ter seu coração quebrado em pedaços — esse Ethan, voltou... Por ela. Ela e mais ninguém. E nesse momento, nesse pequeno momento em que eu a tenho comigo, com a cabeça deitada em meu ombro enquanto o vento ameno de Nova York bate em seus cabelos, é nessa hora que eu tenho a plena certeza que ela é a mulher perfeita para mim. Sou capaz de mover o mundo por essa mulher e não nego em nenhum momento isso. Abro mão de tudo por ela, só para vê-la feliz do jeito que está agora. Desde o primeiro momento em que a vi eu sabia que ela seria minha perdição e minha salvação, na mesma intensidade. —
Cheguei no bar faltando 15 minutos para o horário marcado com o Oliver, as 20 horas. Assim que entrei pela porta o barman me cumprimentou com um aceno de cabeça, fui até o balcão e me sentei na banqueta, pedindo uma cerveja somente. Oliver se sentou ao meu lado no mesmo momento em que a caneca de vidro vazia bateu no balcão. — Ethan! — Ele me abraçou brevemente e apertou minha mão em seguida. — Faz tempo que não vejo o meu melhor cliente por aqui. Oliver acenou para o barman, pedindo mais duas cervejas. — Muito trabalho... — Ergui os ombros, tentando deixar a resposta a mais vaga possível e ele percebeu. — Ok. — Oliver tomou um grande gole de sua bebida, colocando a caneca quase na metade já de volta ao balcão e passando a mão na boca, parando em sua barba mediana, enquanto avaliava algo. Oliver era o dono do New York Pub a bastante tempo, era um senhor baixinho e gordinho, que beirava os 60 anos, cabelos brancos e compridos, preso num rabo de cavalo ralo, barba mediana que pega
— Fala Ethan! — A voz mal humorada dela me causou risos. — Estou começando a achar que virei palhaça não remunerada para você! — Mesmo o tom de voz estando ríspido, a risada baixa dela a entregou. — Diana e sua ótima educação. — Me sentei no chão e apoiei as costas na parede da varanda, colocando a garrafa de vidro do meu lado no chão. — Desembucha Ethan! Contei a ela a novidade sobre o bar e o quanto eu estava entusiasmado com isso. O tom mal humorado dela deu lugar para uma voz mais alegre. — Cuidado para não espantar a clientela de lá. — Ela riu e eu soltei um palavrão baixo para ela. — Muito engraçadinha você! — Revirei os olhos. — Parabéns para você, sério! — Sua voz estava calma e transmitia felicidade. — Obrigado, vou precisar desse emprego. — Soltei uma respiração pesada. — Muito mais do que imaginei. — Como assim? — A preocupação ficou explicita em sua voz. — Acabei me descuidando e a Heather pode está gravida... — Puta que pariu! Ethan! — A bronca veio ai. — Você
Heather estava com a cabeça deitada em meu ombro, sua respiração estava tão calma e se não fosse o deslizar de seus dedos em minha barriga, eu diria que ela estava dormindo.Estávamos deitados em sua cama, ambos nus e cansados, depois do melhor sexo que tivemos. Na verdade, todas as vezes com ela eram sempre as melhores. Ao fundo tocava I dont care do Ed Sheeran. Realmente nada me importava quando eu estava com ela. — Posso te perguntar uma coisa? — Sua voz me fez voltar a terra. Apenas balancei a cabeça que sim. — Quem ganhou a aposta? Fiquei por alguns segundos sem entender sua perguntar, até que a ficha caiu. — Você ainda leva a sério isso? — Mesmo sem olhar em seus olhos, consegui sentir seu peito subindo e descendo, numa respirada funda. Me sentei na cama e ela fez o mesmo, puxando o travesseiro e o abraçando-o. Isso era vergonha? Ela mantinha os olhos baixos e seus dedos brincavam com a ponta da fronha, já a conhecia muito bem para saber que essa era uma mania dela de q
Respirei fundo ainda tentando conter as lagrimas, pelo menos até chegar no carro. Desci as escadas com tanta pressa que o porteiro quase mal teve tempo de abrir o portão. Entrei no carro dando graças a Deus pela capota está levantada e já passar das 3 horas da manhã. Recostei a cabeça no volante e deixei meu corpo liberar toda a dor que eu estava sufocando a minutos atrás. Pela primeira vez em anos me deixei sentir tudo, meus soluços escapavam a medida que meu corpo tremia, fazendo tudo doer, estava difícil até para respirar. A cada soluço que escapava de meus lábios eram como um grito de dor e angustia. Soquei o volante com força, me amaldiçoando por me deixar sentir tudo isso. — Mas que porra! — Meus ardiam devido ao choro e minha garganta doía. Mas nada disso superava a dor que eu sentia em meu peito. Mais uma vez meu coração foi despedaçado, mutilado em mil pedaços. E mais uma vez eu teria que recolher os pedaços e subir novamente a armadura que me mantinha são. O vibrar
O arrependimento veio junto com o barulho da porta batendo. O silêncio do apartamento era tanto que chegava a ensurdecer.As lagrimas escorreram sem eu notar e meu peito doía que era difícil respirar. Vê-lo saindo por aquela porta, daquela maneira e sabendo que tinha tudo se acabado, me matou por dentro. — Ethan?! — O grito saiu sufocado da garganta e quando dei por mim já estava na porta gritando seu nome, fazendo ecoar pelo corredor vazio. Não mais vazio do que estava meu coração. Fechei a porta atrás de mim e me escorei nela, igual nessas cenas de drama em que a mocinha sofre no pé da porta. Meu choro ecoava por todo o apartamento, se alguém passasse pelo corredor e ouvisse poderia ter plena certeza de que era um choro de luto. E era mesmo... Havia acabado de perder o amor da minha vida, fui burra o suficiente para notar isso quando já era tarde. — Merda! — Esbravejei entre um soluço e outro, enquanto me amaldiçoava por tê-lo feito passar por isso. Não fui justa com ele, nã