Um barulho alto e agudo me fez cair no chão, me forçando a abrir os olhos, sonolenta tentei entender o que estava acontecendo, o barulho permanecia, só então consegui associar que era meu despertador. Contra a minha vontade desliguei e me levantei, minha cabeça latejava de dor e meus olhos ardiam de tanto chorar na noite passada. Recostei o corpo no sofá e peguei o aparelho em mãos, implorando aos céus para ter alguma noticia dele, quase caindo novamente no choro ao notar a negativa disso. Merda!A vontade de levantar e seguir com a vida estava abaixo de 0, meu corpo pesava devido à ausência de descanso e meu coração estava despedaçado em tantos pedaços que era quase impossível de juntar os cacos e recolocar no lugar. Nunca pensei que sentiria um vazio tão grande dentro de mim pela ausência dele. Me arrastei até o banheiro, arrancando as roupas do corpo e entrando de cabeça debaixo da água morna, me ajoelhei no chão, abraçando as pernas com as mãos e deixando as lagrimas se mistura
Lá no fundo escutei alguém chamar pelo meu nome, estava tão distante a voz que parecia um sonho. Senti uma dor aguda atrás da cabeça, como se eu tivesse a batido em algo, lentamente abri os olhos e choraminguei de reprovação pela claridade que machucava minhas irises. — Heather? — Uma voz masculina chamou pelo meu nome, mas eu estava desorientada demais para associar a quem ela pertencia. — Graças a Deus! — O homem se abaixou e me abraçou, pressionando meu rosto contra o tecido de algo que parecia uma camisa. O cheiro levemente amadeirado e refrescante, misturado com tabaco entrou pelas minhas narinas, me fazendo recobrar a consciência e associar a voz a pessoa dona daquele perfume que eu conhecia tão bem. Ethan! Pressionei mais forte minha cabeça contra seu peito, implorando aos céus para nunca mais sair dali e pedindo para que tudo que me angustiava não tivesse passado de um sonho. Um grande nó se formou em minha garganta, queimando toda minha pele por dentro, meu peito voltou
Ele se afastou, indo em direção ao carro e entrando nele sem ao menos olhar para mim. Fiz o mesmo, batendo a porta com mais força do que o necessário, olhei de canto e o vi apertando o volante. Se tinha algo que o Ethan tinha ciúmes, era esse carro. Ótimo! Ethan deu ré no carro em direção a avenida atrás de nós e cantando pneus ele acelerou, pegando a avenida que dava acesso para a minha casa. O caminho todo foi em silêncio, enquanto eu olhava pela janela, ele acendia outro cigarro, tragando-o e deixando o vento frio da noite lhe bagunçar os cabelos. Tentava não fantasiar minhas mãos por entre seus fios, me fazendo lembrar do nosso final de semana e de toda a euforia que eu senti ao finalmente, ceder aos seus encantos. O bolo voltou a se formar na garganta me fazendo engolir em seco, forçando-o de volta ao seu lugar. Perdida em meus pensamentos, mal notei quando ele estacionou na frente do meu apartamento. — Quer subir? — Perguntei enquanto mexia na barra da jaqueta, parecendo
Bati a porta do escritório com força atrás de mim, socando a madeira em seguida numa falha tentativa de deixar a raiva esvair pelos meus dedos. Mas foi em vão. Meu coração batia de forma descontrolada, fazendo meu corpo inteiro se tremer devido a sensação negativa que percorria pela minha corrente sanguínea. Me punia e me culpava com todas as forças por está fazendo ela sofrer daquela maneira. O olhar tristonho em suas feições suaves, as olheiras embaixo do oceano que era a cor de seus olhos, tudo aquilo fez meu coração despedaçar. Pela milionésima vez no dia. Me sentia a pior pessoa da face da terra. A culpa fazia meus ombros tensionar, pendendo para baixo ao ponto de o peso esmagar meu peito, me faltando o ar. Me joguei na cadeira, apoiando os pés na mesa e recostando a cabeça no encosto de couro da cadeira, cruzeis os braços e fechei os olhos. Me esforcei para arrancar todos aqueles pensamentos que me sugava a alma de dentro de mim. Sem perceber acabei adormecendo. Acordei
Senti ela pressionando seu rosto com mais força contra meu peito e tive que me esforçar muito para não abaixar e beija-la naquele momento. Meu coração disparou, acelerando com mais rapidez do que o normal, a ponto de me ensurdecer e me deixar zonzo. A chamei pelo nome, mesmo querendo pronunciar seu apelido. Minha voz permanecia tremula devido a preocupação que ainda percorria por dentro de mim. —...Olha pra mim? — Supliquei a ela, que apenas negou com a cabeça. — Por favor? — As palavras saíram tão baixas que poderia jurar que pedi somente em pensamento. Conseguia sentir o tremor passando pelo seu corpo e deixando um arrepio em sua pele.Ela estava se segurando para não chorar e confesso que estava fazendo o mesmo. Ambos estávamos sofrendo...Assim que nossos olhos se encontraram as pequenas lagrimas escorreram pelo seu rosto pálido, terminando de me quebrar por dentro.Nada me faria superar aquela mulher. Estávamos ambos numa discussão um tanto irritante. Heather teimava em me co
Antes que eu pudesse pensar com clareza, minhas mãos já estavam em sua cintura e meus lábios nos dela. Soltei um gemido longo ao sentir o sabor doce de sua boca, diminuindo a ausência que senti o dia todo por está longe dela. Minhas mãos percorriam pelo seu corpo, apertando cada centímetro dela enquanto nosso beijo ficava mais intenso. Tive que controlar a vontade de arrancar suas bocas e transar com ela ali mesmo. Minha respiração estava acelerada demais, ao ponto de quase me sufocar, mas não queria solta-la, pois sabia que se isso acontecesse a realidade cruel nos consumiria novamente. Desci as mãos até suas coxas e cravei minhas unhas nela, sentindo o calor que sua pele exalava mesmo com o tecido da calça me atrapalhando. A ereção entre minhas pernas latejava, me causando uma dor aguda, puxei ela para o meu colo para sentir o que sua ausência me causou o dia todo. Fiz questão de pressionar sua bunda contra o volume, a fazendo gemer entre meus lábios, me causando um suspiro alto de
Mesmo com a luz baixa do salão dava para ver seus olhos brilhando por conta das lagrimas que escorriam de seu rosto. Fechei novamente os olhos, tentando conter que minhas emoções me impedissem de cantar. Os últimos refrões ecoavam pelo salão, os clientes estavam todos em silêncio, alguns cantarolavam a música baixinho, outros balançavam o corpo de um lado para o outro, tinha até uma pequena plateia batendo palmas ao som da música no fundo do salão. — Muito obrigado! — Agradeci a todos assim que terminei a música e me levantei em seguida, colocando o violão no canto e pegando a garrafa d’água, finalizando o liquido dela. Aproveitei a coragem que eu estava naquele momento e desci do palco, me dirigindo até a mesa delas, puxei uma cadeira e virei-a de costa para a mesa, sentando nela e apoiando o braço no encosto. Deslizei a mão até a coxa da Heather e apertei, a luz baixa ajudava a esconder o que eu estava fazendo. Senti sua pele se arrepiando por baixo do meu toque, fazendo uma desca
Tê-la ao meu lado era a visão do mais puro paraíso, enquanto o vento bagunçava seus cabelos e seus dedos tamborilavam na porta do carro, ao som suave da música que tocava baixo no rádio. Pela primeira vez ao dia a sensação de impotência escorreu para debaixo do tapete, me dando a oportunidade de voltar a sentir a felicidade irradiando pelo meu corpo, — ao menos, momentaneamente.Sua outra mão descansava despretensiosamente em minha coxa enquanto meus dedos faziam carinho no dorso dela. Meu coração estava finalmente em paz. A noite estava calma, o trânsito de Nova York estava tranquilo, afinal, já passava da 01:00 hora da manhã e a avenida estava livre, fazendo nossa volta para casa ser mais rápida que o habitual.— O que você tanto pensa? — A voz doce dela me interrompeu os pensamentos.Olhei de lado para Heather, ela estava com um sorriso calmo nos lábios e o olhar em mim também. Dei de ombros, deixando escapar uma risada baixa dos lábios.— Nada... — Menti descaradamente. Mordi o lá