Azazyel já estava andando e tendo Mohini ao seu lado, o corpo de Naiara enfim ganhou vida e ela se moveu alguns passos parando os anfitriões.
— Como posso receber seus cuidados quando acabou de ameaçar me matar?
— É verdade, ameacei. – Ele sorria a olhando com uma intimidade que provocava arrepios em Naiara e despertava a proteção de Yekun que agora estava colado a menina – Mas algo me diz que essa luta será interessante e sabe o que é melhor minha jovem – Ela revirou os olhos quando o ouviu – Algo me diz que podemos vencer.
Naiara olhou para Yekun, sua face deixava claro que ele não estava entendo nada do que acontecia ali e o pequeno V se aprofundava entre seus olhos. Eles seguiram os dois, com Naiara sempre atrás de Yekun, quando pararam em frente a uma porta que mais parecia ser a entrada de uma prisão, Mohini a abriu apresentando a eles um grande
Em questão de minutos estavam os quatro no centro da sala da morada de Heylel, não precisaram andar até lá, um pensar de Mohini os levou.— E não é que ela conseguiu. – Exclamou Heylel surpreso ao se deparar com eles. Estava sentado em uma das poltronas com um livro nas mãos.— Posso lhe dizer que sua pequena herdeira chama a atenção de uma forma muito positiva meu amigo.Azazyel afastou-se, indo ao encontro de Heylel, que de pronto colocou o livro de lado e levantou-se o recebendo em um abraço.— Acredito que sim, afinal lhe tirar de seu reino é um feito para poucos hoje em dia. – Heylel sorrio observando os três que ainda estavam no centro da sala, seu olhar prendendo-se à Mohini. – E pelo que noto, alguém encontrou um coração em você.A cada palavra dita, Naiara sentia-se ainda mais confus
— Vocês me deixam com dor de cabeça. – Claro que a vontade de Naiara era simplesmente sumir daquele lugar, toda aquela conversa sobre resgatar ou não, aproveitar da situação ou não e ainda colocar Agares e Yekun em uma balança, era desgastante demais. Mas havia prometido que iria se conter e não mais sumir quando perdesse o controle.Aquele sem dúvida foi um dos jantares mais tensos da vida de Naiara, passaram mais duas horas entre tramas, truques, artimanhas e armadilhas, claro que a vida pessoal dos três envolvidos, foi amplamente discutida o que deixava o frágil temperamento de Naiara, preso a um fio. Quando enfim, todos se retiraram para seus quartos e nada ficou decidido e muita coisa sem contexto algum, havia sido dita, ela caminhou o mais rápido possível para seu quarto, toda aquela conversa, contar ao pai sobre as perdas que sofreu, ter que apaziguar o ódio que
— Eu não sei! – Ela gritou pela decima vez desde o momento em que acordou.Seu quarto estava lotado e Naiara já estava em pé se trocando, sem se preocupar com quem a estava vendo, ela jamais se acostumou com o jeito que todos ali trocavam de roupa, sem precisar tirar as peças, havia muita coisa humana ainda dentro dela. Yekun a ajudava, colocando em suas mãos peças que ela não conseguia encontrar, quando toda a situação acalmasse, ela iria colocar ordem em seu coração, não dava mais como negar a forma que sentia-se em relação a ele, até mesmo a forma como ele a olhava, lhe trazia calma. Sorrio em agradecimento e Yekun retribuiu o sorriso, entendendo mesmo sem nada ser dito o que existia entre eles.— Temperamental essa sua menina não meu amigo?— Ainda não viu o pior lado dela meu caro, é para encher qualquer pai d
Não sabia o que poderia ser dito, não conseguia pensar em uma desculpa convincente para aquela situação. Ela estava sendo acolhida por outro e não estava fazendo a menor questão de esconder o quanto conhecia aquele abraço, se fosse o inverso, estaria matando Agares. Ela se levantou, soltando-se dos braços de Yekun, sorrio para ele com carinho e ele entendeu que aquele momento precisaria chegar e precisava confiar que Naiara tomaria a melhor decisão e que enfim a vida o faria feliz. Levantou-se e afastou-se dos dois.— Precisamos conversar.Ela segurou a mão de Agares e os dois sumiram diante de todos.— Nós baixamos a guarda minhas irmãs – Dizia Amarantha andando de um lado para outro na grande sala – Fomos atacados e ameaçados dentro de nossos muros.— Você tem razão querida, mas precisa se acalmar. – H
— Gabriela, olhe para mim. – Ele pediu. Ela assim o fez.— O que você quer?— Eu amo a Naiara... – Começou a dizer, mas não conseguiu dar continuidade.— Porque você é o demônio mais idiota que já tive o desprazer de conhecer. – Ela gritou tentando se soltar – Me solte Agares.— Aquieta-se mulher! – Falou em um tom alto e firme. – Amarei Naiara para sempre e isso jamais irá mudar, não importa o que ela fez ou faça, nada irá me fazer ama-la mais ou menos. E sei que para ela não será diferente, mas isso não quer dizer que vamos acabar juntos...As últimas palavras perderam a força, por mais que tentasse ser forte, perder Naiara estava acabando com ele, era como se um grande vazio o engolisse e não conseguisse forças para escapar. Gabriela notou a tristeza dominando
Havia somente rumores da presença de anjos no Sheol, alguns boatos nomeavam esses anjos, dizendo que Miguel e Gabriel se tornavam íntimos dos seres feminino do lugar. Naiara não queria saber dos detalhes, estava focada demais em seus treinos para se preocupar.— Preste atenção Naiara.Azazyel gritou enquanto com um bastão batia na parte de trás dos joelhos dela a derrubando no chão.— Precisa estar atenta não somente com seu corpo menina, mas também com sua mente. Levante-se.Ela o olhou brava, mas fez o que lhe foi ordenado. Se levantou batendo as mãos no tecido grosso da calça de combate, tirando a poeira.— De novo. – Ela pediu.Sem que ela conseguisse notar, Azazyel saltou sobre seu corpo, caindo atrás de Naiara e com o bastão, segurava o pescoço dela.— Sua mente não está aqui.
Naiara já estava parada de frente e pequena porção de água, os braços cruzados ao peito e o olhar perdido no horizonte rochoso e cinza a sua frente.— Não é uma das imagens mais bonitas que já viu né? – A voz de Agares rompeu o silencio do lugar.— Não é não, mas tem o seu encanto.Ele parou ao lado dela entregando o cantil cheio de agua.— Sem agua né?Naiara o olhou e pegou o cantil, voltando sua atenção para a paisagem a sua frente.— É só estranho, quase difícil te ver com outra pessoa. – Confessou baixinho.— Mas não está me vendo com ninguém. – Respondeu no mesmo tom.— A forma como a toca e ela se entrega... sei lá, só achei que seria mais fácil. Quando imaginava você com as demônias deste l
As paredes eram escorregadias, como se a umidade fosse muita e a água não parasse de escorrer jamais, o espaço estreito e quase sufocante, não permitia que os dois andasse afastados, estavam tão próximos que o calor dos corpos se misturava.— Agares, e se ficarmos andando para sempre aqui e não chegarmos a lugar algum?— Sempre terá um lugar para chegar Nai, em algum momento.— Está profundo. – Ela brincou.— Não. – Ele disse sério e sem se virar para trás – Você que ainda não me conhece completamente.Ela não respondeu, mas com cuidado, soltou os dedos que estavam presos aos dele, com a desculpa que precisavam de luz. Naiara clareou um pouco o caminho, perdida em seus próprios pensamentos. Ainda que a escolha dela fosse Agares, algo havia se quebrado e o medo que nunca mais fosse reparado estava p