DanielQuando cheguei no lugar, os moleques já haviam amarrado Guga, ele estava no chão, ainda está desacordado. Fiquei andando de um lado para o outro a espera de Luan e Duda. Minha mente vaga pela cena que vi horas atrás, Manu com o rosto assustado e toda machucada... as mãos desse desgraçado apertando o braço dela enquanto tentava beijá-la.Conheço Manuela não é de hoje, desde que me lembro tenho essa menina ao meu lado, ela consegue ser um pouco irritante, mas é amiga, amável, leal. Todos gostam dela e quem não gosta é pura inveja. Isso não deveria acontecer com ela e nem ninguém, Guga sabe as regras do Morro, agora deve estar pronto para o que vier. Aos poucos começo a ouvir os gemidos de dor de Guga, volto e fico em sua frente. Ele luta para se levantar, então pego ele pela camisa e faço ficar sentado, ele novamente geme de dor e faz uma cara feia.— Chefe — sussurra — Me perdoa chefe. Me perdoe... — me olha e reviro a cara, não consigo nem encarar ele sem sentir vontade de soca
*Esse capitulo também será narrado na terceira pessoa já que há muito sentimentos envolvidos e é preciso uma visão mais ampla*Boa leitura Capítulo em terceira pessoa.Duda viu o dia amanhecendo, olhou fixo para o Sol enquanto apareciam os primeiros raios, em sua mente vinha apenas uma pessoa: Manuela. Como estaria? Conseguiu dormir? Ele queria muito ter aquelas respostas naquele momento, mas havia um serviço para acabar.— Duda, e agora? — Baiano chama atenção dele. Duda encara o corpo no chão e a única coisa que ele sente é nojo daquele ser, mas ele sabia que mesmo não tendo feito o mesmo que Guga, ainda não era melhor do que ele. Poderia sem dúvidas dizer que era pior. Ele sabia que se Manuela soubesse das coisas horrendas que havia feito, ela o odiaria para sempre, mas já nem ligava mais para nada.— Já abriram o buraco? — Duda perguntou para ninguém especifico. — Sim — Careca respondeu.— Tira o pau do cu dele, e levem ele pra lá — diz. Baiano vai em direção a Guga e puxa sem d
DanielJá se passaram alguns dias depois do que aconteceu com Manuela, mas o clima ainda está tenso. A tia Rebeca, mãe de Guga, vive atrás de mim querendo saber o que fizemos com o filho dela. Não a culpo, mãe é mãe, sei que ela não vai desistir disso tão cedo e é isso que me preocupa. — Ela já deve imaginar o que fizemos com aquele infeliz... — diz Baiano — Sem dúvida que ela vai querer o corpo dele — completa Noia — O chefe vai dar o corpo pra ela? — pergunta.— Não sei... É direito dela — digo me levantando — Vou dar um pulo em casa, qualquer coisa urgente me avise.— Tá ligado que a nossa encomenda tá pra chegar hoje, né? — pergunta Baiano e eu assinto.— Ah é chefe, temos que mandar as drogas e as armas para o complexo Alemão — diz Cabecinha.— Luan está responsável de fazer isso, acho que ele manda hoje ou amanhã, mas fale com ele — ele assente, então me retiro. Preciso ir em casa ver como minha mulher e meus filhos estão, mandei mensagem e nada de Analu responder. Como hoje é
AnaluQual a chance de Dan estar com ciúmes só por eu ter falado que iria chamar Danilo? Fico pensando nisso e acabo sorrindo sozinha, Daniel sendo Daniel, como sempre. Fico mexendo nas caixas e vejo os dois berços, o guarda roupa e a cômoda. Tudo comprado por eu e Dan, ficamos horas pesquisando os valores e por fim decidimos o que compraríamos. Daniel é a favor de cada um ter o seu quarto e eu sou contra, até porque não vou ficar correndo de um lado para o outro. Vai que os dois começam a chorar de uma só vez ou não conseguem dormir? Sem contar que não vejo problema de eles dividirem tudo, são pequenos. Quando estiverem maiores, aí sim, podemos coloca-los em quarto separados.— Cheguei — ouço a voz de Daniel, ele está com a camisa no ombro e logo vai até a caixa do berço.— Ta bem? — pergunto, mas ele responde sem me olhar — Estou — fico parada encarando o rapaz enquanto o mesmo sobe as escadas, não demora para voltar e se agachar para pegar a outra caixa.— Espera, dá pra olhar pra
— O que tu vai fazer? — pergunta Manuela. — Eu não sei — respondo enquanto cruzo as pernas e arrumo o travesseiro dela em minhas costas — A única coisa que eu sei é que não quero falar com meu pai — seu olhar permanece fixo em mim — As coisas que ele falou foram pesadas demais. Manu, desde o começo ele virou as costas para mim, não se importou e quando eu pensei que seria diferente, que voltaríamos a ser como era antes, ele vem e mostra que nada mudou, e só para ferrar ainda mais, fala aquelas merdas! — sinto vontade de chorar, mas seguro, as mãos quentes de Manu tocam as minhas.— O que Dan acha disso tudo? — respiro fundo ao lembrar do que ele fez de manhã.— Não contei... Daniel é um cuzão que acha que pode se estressar quando quer e na hora que quer! — vejo ela sorrindo de lado — O que foi? — Não vê que era só ciúmes? — diz achando a ceninha dele fofa.— Não ligo se foi apenas ciúmes, não se faz aquilo. Nós três ficamos sem jeito enquanto aquele cara de égua ficou parado se acha
2 meses depoisEntrei no 7° mês de gestação e posso dizer que estou extremamente ansiosa e nervosa para o nascimento dos gêmeos. Para ser sincera é nos momentos as sós com Liz e Arthur que me esqueço de todos os problemas lá fora. Já faz um tempo que eu fiquei sabendo da doença do meu pai e para ser sincera não há um dia que eu não sinta a dor. Não há uma manhã que eu não acorde com medo de não ouvir a voz dele pelo celular.Acabei contratando uma enfermeira, mas todos dias vou lá para ficar com ele a tarde toda. Voltamos a assistir nossos documentários favoritos, conversar sem parar, entre outras coisas. E antes que eu esqueça, meu pai comprou a saída da maternidade para Liz e Arthur e posso dizer que são lindas! A tia Gloria comprou a bolsa maternidade, que vem com três bolsas na cor branca e nas três tem o nome dos gêmeos.— Toma — Daniel me entrega uma sacola enquanto beija o topo da minha cabeça.— O que é isso? — pergunto sorrindo e ele senta ao meu lado na cama.— Presente. Par
Dei entrada no hospital respirando fundo por conta da dor. Meus passos devagar e sem tirar as mãos das costas. Eu sabia que iria doer, mas não sabia que seria tanto. Daniel segura minha mão enquanto Manu corre para a recepção.— Tem uma mulher grávida de sete meses e parece que ela entrou em trabalho de parto! — diz rapidamente e a enfermeira me olha e logo desvia.— Ela estava fazendo o acompanhamento aqui? — pergunta calmamente.— Estava, desde do início...— Nome da Dra.? — nesse momento Manuela me olha.— Com a Dra. Kaline — digo por fim — Estou grávida de gêmeos e ela me avisou que isso poderia acontecer, então pediu para que eu ligasse pra ela, deve estar chegando.— Hum... Só um momento — diz virando as costas, me seno na cadeira e logo percebo algumas pessoas me olhando, mas ignorei. Daniel fica em pé do meu lado e logo percebo a falta de paciência que Manuela está ao ver a enfermeira parada com a mão nas costas conversando com outra mulher. Sinto outra contração e tento engol
Sejam bem - vindos ao mundo meus bebês Dois enfermeiros me colocaram em uma cadeira de rodas e me levaram para a sala, Daniel não poderia ficar lá dentro, mas poderia assistir tudo por um vidro que ficaria atrás de mim. Eu o queria ao meu lado, mas agora meu foco deve ser meus filhos que irão nascer logo, logo. eu os verei hoje e isso não tem preço. Entro na sala e logo vejo o pessoal se preparando para fazer o parto, pelo canto dos olhos noto uma enfermeira, que está com uma agulha longa e só de pensar que ali está meu remédio para toda a dor que estou sentindo me deixa muito feliz. Vejo ela se aproximando.— Mãe, você não pode mexer, certo? — diz e concordo. Sinto um dos enfermeiros colocando o peso dele nas minhas costas para me impedir de mexer, isso faz com que minha dor aumente, mas nem sinto quando a agulha entra. Eles me colocam na cama e em segundos não sinto mais nenhuma dor. Um pano é erguido em minha frente e ouço os profissionais conversando entre sim. Sinto uma pressão