Chegamos ao final dessas lindas histórias. Agradeço a todos que chegaram até aqui e os que também não se dispuseram a terminar. Cada um tem um lugar em meu coração. Até a próxima! ;)
— Às coisas só acontecem quando precisam acontecer. Era o discurso da diretora do Orfanato Joia de Cristo, pela quarta vez naquele mês, para a menina negra, dos cabelos lisos. Provavelmente puxou o pai ou a mãe. Afinal, negros não têm cabelos lisos. Foi o pensamento da velha senhora. Claro que a mesma entende que sua concepção é inadequada, mas nada lhe deixara imperturbada a ponto de parar, e não pensar sobre o fato. Afinal são os seus pensamentos, ninguém poderia acusar-lhe de preconceito ou algo do tipo. — Senhora, eu sou uma boa menina, muito inteligente e me comporto bem. Então por quê? Por favor, me diz por que eles não me querem? Olhos negros e chorosos ansiavam por uma resposta da mulher que deveria zelar por ela. A diretora deu um sorriso, de escárnio, antes de respondê-la: — Amália, você pode ser tudo isso, no entanto, não possui o essencial. A menina de apenas dez anos, olhava curiosa para a mulher, que está à frente, do orfanato há muito tempo,e perguntou-lhe afl
— Eu sinto muito Amália, mas não há mais espaço para você aqui!A diretora falou, com sua cara de dó, mas a jovem sabia que era apenas um pequeno teatro da mulher. — Entendo! — Respondeu com suas feições neutras — Eu entendo perfeitamente, senhora. — Que bom, querida, afinal você já fez dezoito anos está na hora de dá espaço para outras crianças, que precisam mais que você, no momento.Nesses oitos anos que se passaram ninguém se interessou por Amália. A menina que era feia se tornou uma bela mulher, mas para ela já era tarde, se antes não a queriam por sua falta de beleza, agora a rejeitavam por ser muito velha. — Como eu disse a senhora, entendo perfeitamente.Não precisa jogar na cara, sua velha chata. Pensou, ainda com o olhar compreensivo na face.Ela berrou em sua mente, mas o seu desejo era esbravejar na cara da dissimulada. No entanto, ela é muito educada, para fazer algo do tipo.A diretora interrompeu os pensamentos da garota, com um sorriso forçado, pois não queri
Uma bala é para sempre. — Gideon pensava inconformado no enterro de seu pai.Ele escutou essa frase em algum filme ou série que passava em alguma plataforma de entretenimento.Experiente no assunto, o jovem sabe que uma bala pode matar de três formas distintas. A primeira é nas extremidades, sem uma artéria principal leva de dez a quinze minutos para o alvo morrer. A segunda forma é em qualquer lugar na caixa torácica, no centro do peito. A bala resvala, ossos são atingidos, o coração ou uma artéria são lacerados e a pressão sanguínea cai a zero. A última forma é a fatal, no centro do crânio, em qualquer ângulo. O cérebro morre antes mesmo de saber o que ouve.Ele sabe de tudo isso... Afinal fez parte de sua vida por uma fração de anos.Com apenas dezesseis anos entrou na universidade de direito, em Harvard, seu QI sempre foi elevado, por isso se destacou, se formando aos vinte anos, mas em vez de seguir carreira na profissão que escolheu,ingressou no corpo de fuzileiros dos EUA, opto
Talvez a mudança que eu tanto quero, esteja na atitude que não tomo. Gideon concluiu,enquanto o advogado falava um monte de asneira.Ele pensava nessa questão por sentir que estava na hora de trazer uma figura feminina para a sua vida e da sua filha.Minha pequena Sofia precisa de uma mãe. — Se atenha aos fatos Doutor Litti! — Inquiriu ao advogado de defesa. Não era a primeira e tão pouca a última vez que teria que chamar a atenção do bacharel que passava totalmente dos limites.O Lobo Negro está ao norte de Nevada. Foi chamado e está à frente de um caso de homicídio. O réu se chama Scott Ross e está sendo acusado de dois homicídios. Uma das vítimas foi encontrada em um depósito de lixo, a vários quilômetros do centro de Las Vegas, dentro de uma mala. Sendo denunciada pelo forte odor de podre que exalava. No seu interior estava o corpo mutilado de Jeremiah Flynn, homem de vinte e dois anos.O causídico apresentou a vítima como um traficante de drogas que estava tentando negociar m
— Infelizmente vossa excelência não se pode fazer mais nada. O câncer se espalhou, várias partes do corpo já estão tomadas pelas metástases.Para ele, tudo o que estava ouvindo era surreal. Não estava acontecendo. Um pai não enterra seu próprio filho. Isso não deveria acontecer.Ele pensava transtornado. — Você precisa fazer alguma coisa! — Esbravejou fora de si. — Não há mais nada a ser feito meritíssimo. Nesses três anos Sofia já passou por dezessete ciclos de quimioterapia, ressecção do tumor, tratamento diário de radioterapia. Já fizemos todo o possível, ela está sofrendo, seu corpo está fraco. Nesse exato momento ela precisa do pai.Ele não podia aceitar. — Não, eu vou procurar outra opinião. — Disse desesperado, nem conseguia olhar nos olhos da sua mãe, e tão pouco ficar,no quarto e ver a sua filha definhando.Gideon saiu sem olhar para trás. — Vovó cadê o meu papai? — A pequena Sofia perguntou, com dificuldade.Mariana estava sem forças para fazer alguma coisa e se
Aprendam uma coisa! Não tenham dó dos outros, ninguém tem dó de você. Na primeira oportunidade que tiverem de te magoar o farão sem nenhuma cerimônia,sem nenhum receio. Dito e feito. Amália aprendeu isso na prática. Foram anos de puro sofrimento. Abandonada recém nascida pela mãe drogada na porta de um orfanato. Nunca foi adotada, mesmo a menina desejando muito ser a escolhida por uma das tantas famílias que passou pela casa de adoção. A verdade é que sempre fora desprezada pelas pessoas que vinham adotar uma criança.Ela não possuía uma boa aparência, no entanto isso nunca foi um critério para uma criança ter um lar. Pelo menos, é assim que deveria ser. Menina ousada e de bom coração. Assim ela se descrevia. Mesmo que tenha passado, pelos percalços da vida, nunca deixou de sonhar.Depois que conheceu Lucinda, sua vida mudou. A senhora a levou para o centro de São Paulo novamente, lhe deu um lar, alimentou e a vestiu. Deu-lhe um emprego e a colocou na melhor faculdade da cidade. —
Qualquer pessoa que lhe motive a ser melhor é alguém que vale a pena manter por perto.Foi o que Amália pensou antes de embarcar no avião. O friozinho na barriga era bem-vindo naquele momento. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.Pensara que havia chorado tudo, no entanto, estava redondamente enganada.A liberdade lhe fez prantear novamente.Foi meio complicado, não, na verdade foi muito difícil despistar os seguranças de Jonas, eles são osso duro de roer. Ela aproveitou a oportunidade que criou, dizendo que ia ao banheiro e saiu pelas portas dos fundos da clínica.Graças a Deus que Jonas é bem paranóico com exames... Pensou com um sorriso tímido.Ele cuidava muito dos exames ginecológicos dela, não queria que nenhum infortúnio viesse e também, ele dizia para não pegar nenhuma doença.Agora como? Se eu me deito apenas com ele, ainda forçada.Amália desceu do avião com seu coração na mão. Estava assustada, de está em um lugar desconhecido. Ela nunca havia viajado na vida para f
As mulheres na sala ficaram assustadas. Ninguém nunca ousou falar desse jeito com Gideon, pelo menos, não depois do que aconteceu.— Em primeiro lugar, eu falo como eu quiser e em segundo: Quem é você? — Gideon perguntou ameaçador.Amália pensou em recuar, porém não fez. Sabia que poderia sair machucada, por peitar um homem, e ainda mais, por ser quase o dobro de seu tamanho.Já Russell achou o cúmulo, uma desconhecida, falar dessa maneira com ele. — Eu sou Amália... — Tentou se apresentar, mas foi interrompida. — Não me importo sua estúpida. Não se meta onde não é chamada.Mariana percebeu que a situação estava ficando muito feia, então resolveu tomar a frente. — Calma meu filho... Ela não fez por mal... Amália este é meu filho Gideon, ele é o seu chefe.Ela arregalou seus olhos, não acreditando, que havia estragado com a sua chance de um emprego na cidade.Por outro lado, Gideon não esboçou nada, mas no seu íntimo estava inquieto. Depois que a raiva passou, analisou melhor