Não levou um minuto para ela responder. - Sim? Você disse sim? Ele não acreditou, seu coração batia descompassado e o ar não saiu dos pulmões. - Eu disse sim. Mas não pode ser na sua casa, nem na minha. Ela tinha medo de passar a noite com ele e fraquejar. - Vou te levar para jantar. Te espero no estacionamento. - Não, marque o local e eu te encontro. - Vida, te pegar é mais rápido. - Vou em casa me trocar. Não quero ir com o uniforme de trabalho no nosso primeiro encontro. "nosso primeiro encontro" essas palavras ecoavam em sua cabeça. Só agora se deu conta de que estavam juntos a mais de três meses e nunca tiveram um encontro. Poucas vezes sairam juntos. Eles nunca foram ao teatro, cinema ou simplesmente caminhar pelas ruas de mãos dadas. Mas não queria perder tempo, então perguntou com medo da resposta. - Posso mandar o Duarte te buscar? - Sim. Mas peça para ele não parar na porta da Lamarctec. - Ótimo, ele te pega em frente ao café. - Combinado. Theo
Como namorados normais iam ao cinema ou simplesmente sentavam a beira do Michigan e curtiam a paisagem. Mas sempre dormiam juntos em um hotel ou até mesmo na casa de Theo. O relacionamento amadureceu muito aos olhos de Maysa. Era noite de sexta-feira e o restaurante estava lotado. - Nossa, hoje não vamos para casa tão cedo. Liene falou com Maysa - Hoje está mais cheio que o normal. - Nossa Maysa você deve estar cansada, dois trabalhos e demais não? - Um pouco, mas vale a pena. Amanhã posso dormir até tarde. - A Lamarctec paga bem, porque tem que se matar de trabalhar? - E uma longa história. Um dia te conto. Maysa foi levar os pedidos que sairam e só parou quando fechou. Eram duas e dez da madrugada quando chegou em casa e levou o maior susto quando seu braço foi agarrado. - Aí! Quando se virou deu de cara com Theo que soltava fogo pelos olhos. - Onde você estava Maysa? - Me solta Theo, está doendo. Ele não soltou, a empurrou para dentro e bateu a porta.
Olhando por esse lado, ela até viu uma certa lógica. Mas não se convenceu. Era melhor não se iludir. - A gente é mulher Maysa. Eles acham que tem que nos proteger. Então aceita e pronto. - Eu não sei se quero pegar o preço. Nada é de graça. - Theo tem uma visão diferente. Ele não vai te forçar a nada. - Ele já me forçou, e muito. "Será que ela não escutou nada do que eu disse?" - Ele te coagiu é diferente. Senão porque estaria sofrendo por você? - Talvez porque esteja com a consciência pesada. Desde que ele me fez abrir os pontos, cismou que é responsável por mim. - Vocês precisam conversar muito. Só assim acertarão o relacionamento de vocês. - Por isso eu insisti em voltar para minha casa. Se ele ver que estou bem, o interesse passa. Vai passar quando ele parar de sentir que me deve alguma coisa. - Eu não estou ouvindo isso. É sério que você pensa assim? - Eu não sei mais o que pensar, nem quero mais. Eu preciso seguir em frente. De qualquer forma, ontem foi o f
A cabeça dele que já estava doendo, agora latejava com vontade, tamanha era a tensão que sentia. - Eu a amo mais que tudo, mamãe! - Ama mas a ataca gratuitamente sempre que tem oportunidade. Você é um completo idiota! E vou te avisar só uma vez, se você enfiar a cara na bebida outra vez, vai ter consequências sérias. - Desculpa mamãe. - Não é comigo que tem que se desculpar. E sabe muito bem disso. - Ela não vai me escutar. Ele massageava a testa cansado. - Aí o problema é seu. Se ela não te perdoar, pode fazer as malas e voltar para NY. - Mamãe! - Estou falando sério Theo. Theo tinha um respeito profundo por sua mãe. Desde pequeno o pai sempre afirmou que era ela quem mandava, e quem via a delicada e simpática mulher, não sabia como ela tinha mãos de ferro. - E é só o começo Theo. Se vocês não se acertarem, não têm a mínima condição de trabalharem juntos. Não sou covarde para demitir uma mulher esforçada para te proteger. Você tem um mês para resolver esse problema. Theo
Por fim colocou um vestido lilás decorado com pequenas flores acima do busto, fez um coque firme nos cabelos e uma leve maquiagem. - Está muito bonita Maysa. - Obrigada Sra Montenegro. A senhora está deslumbrante, então não sabia o que vestir. - Querida, na sua idade qualquer coisa cai bem. O estilo casual fica bem em você. Maysa não seguia moda, suas roupas eram compradas de forma bem básica. Ela não tinha a mínima condição de trocar as roupas a cada estação e para o trabalho, usava uniformes. Também quase não sai de casa. Sua vida antes da mãe adoecer era escola e trabalho. As vezes saia como Donna Carter, mas a amiga foi estudar no exterior e elas às vezes se falavam por telefone e nada mais. Depois que Mariza adoeceu, o dinheiro não sobrava para nada e Maysa vivia com ela no hospital, então havia mais de um ano que não comprava roupas. Como emagreceu muito, suas roupas estão largas e nada adequadas. Mas ainda tinha que superar as dívidas para então poder comprar roupas. Lui
Quando saíram da loja, a vendedora as acompanhou sorridente até o carro. Afinal sua comissão deveria ser bem gorda.- Sra. Montenegro, muito obrigada por dar a preferência a nossa loja. Eu espero que sua filha goste.Maysa ainda viu Luiza abrir a carteira e dar uma boa gorjeta à moça que sorria de orelha a orelha."Nossa! Eles gastam dinheiro igual água" Maysa pensou.Ela nem viu o valor da compra, mas imaginou que era uma pequena fortuna.- Sra. Montenegro, eu preciso ir. Tenho que ir trabalhar.- Já entrei em contato com o restaurante, você já está liberada. Então passarei mais tempo com você.- Mas como? Quando a Sra ligou?Ela estava praticamente todo tempo com Luiza e em nenhum momento a viu pegar no telefone.- Liguei para meu assistente enquanto você estava experimentando as roupas. Pedi para ele resolver.Maysa ficou sem palavras.No fundo estava incomodada, o comportamento da mãe não era muito diferente do filho. Seu humor caiu bastante.- Não fique com raiva, eu tenho pouco
Seus olhos se encontram, ambos com o coração acelerado, nenhum dos dois desvia e não falam por um tempo. - Vida! Ele rompe o silêncio, sua boca está seca, o corpo tenso com medo de ser recusado, tudo que quer é segurá-la em seus braços. - O que faz aqui Theo? - Vida me perdoe! - Eu estou cansada Theo! Já perdi as contas de quantas vezes se desculpou. - Eu sei vida! Te amo tanto e tenho medo de te perder. Sou um idiota, nenhuma mulher mexeu comigo como você, a ideia de outro homem te olhando, te tocando me deixa louco. Maysa está muito magoada. - Você me agride sem nenhum motivo, me envergonha em público e não me respeita. Me trata como uma qualquer. - Sei que errei, me perdoa vida, te amo tanto que estou ficando maluco. Penso em você o tempo todo e isso me assusta. Tenho tanto medo que você me deixe e acabo me descontrolando. - Eu não estou pronta para isso. Antes de começar a te namorar eu já estava determinada a te esquecer. - Vida você me ama? - Desde o dia em que te vi
a mãe é incrível!Em um piscar de olhos setembro chegou. Theo e Maysa acabaram de chegar em NY.- Nossa! NY e linda.Maysa disse admirando a cidade ao descer no aeroporto.- Vamos dar um passeio pela cidade depois do casamento.O casal tirou uma semana para descansar em NY e Theo estava doido para mostrar tudo a ela.O casamento era em Boston, mas Theo quis passar por NY e ir junto com os pais.- Maysa, Theo.Luiza em um elegante terno os esperava na saída do aeroporto.Ao ver a mãe sair do carro, Theo conduz Maysa diretamente para lá.- Mamãe você veio.- Claro, estou morrendo de saudades de vocês.Luiza abraçou os dois com muita satisfação.- Como foi a viagem minha querida?- Ótima Sra Montenegro. E a Sra como está?- Estou ótima! Agora que já é praticamente da família, para de me chamar de Sra Montenegro. Luiza está ótimo.- Obrigada sogrinha.- Adorei o sogrinha.- Pode chamar de mãe se quiser. Mamãe vai adorar.- Mamãe também é bom, de certa forma é o que serei para você.- Obr