Sentindo uma dor de cabeça aproximar, ele a questiona seriamente.
- O que você quer fazer? Sei que você não tem ninguém para cuidar de você. Podemos chegar a um acordo aceitável. - Quero voltar para minha casa. - E como vai ser? Sei que atualmente mora sozinha, quem vai cuidar de você? - Não e da sua conta. Eu não sou criança. - Eu sinto muito Maysa, Sinto muito mesmo. Mas se não tiver alguém para te auxiliar, não posso permitir que você vá. Pense nisso e me avise. Theo saiu e a deixou em um dilema, não podia deixar de admitir que ele tinha razão. Mas como poderia esquecer de sua existência morando debaixo do mesmo teto que ele? Por fim Maysa resolveu ficar quieta e aceitar que precisa de ajuda. A única amiga que tinha estava fora da cidade estudando e ela não tinha um rol de amizade, apenas meros conhecidos que não podia se apoiar. Deixando o rancor de lado, engoliu o orgulho e o avisou que ficaria. - Sr Montenegro vou aceitar sua ajuda. - E o melhor a fazer. Não tem que ficar aqui no quarto o tempo todo. De uma volta pelo jardim e na praça. - Não tenho roupas para sair do quarto. - Vou mandar providenciar. - Theo falou com um certo alívio. A visão constante da mulher em roupas de dormir estava lhe tirando o sono. No final da tarde Catherine lhe trouxe várias sacolas com roupas novas. Maysa ficou chocada, eram roupas de marca que ela nunca sonhou possuir. Uma única peça, era mais cara que seu salário mensal. - Sra Catherine não posso aceitar essas roupas, não tenho como pagar por elas. - Considere um presente do Sr Theo. Não precisa pagar. - Não posso, são muito caras. - E vai vestir o que? - Basta buscar algumas peças na minha casa. - Já estão compradas, só aproveita e use-as, tenho certeza que lhe ficará bem. Maysa resolveu que usaria algumas e depois pagaria por elas. O restante deixaria intactas. Tomou banho, vestiu um vestido floral, prendeu os cabelos no alto da cabeça em um rabo de cavalo e pela primeira vez desceu para o jardim. Não tinha noção de quão linda estava. Para sua surpresa Theo comprou uma cadeira de rodas para ela não forçar a descer e subir escadas. O que era desnecessário já que a casa possuía elevador. A enfermeira a conduziu pelo enorme jardim. Era tudo lindo e bem cuidado, o prazer em respirar o aroma das flores era único e ela não pôde deixar de se encantar com o passeio olhando em volta admirada. - A Sra. pode fazer o lanche da tarde aqui. Catherine Apontou para a mesa posta em um canto. Frutas, sucos, pães e biscoitos caseiros frescos com um delicioso aroma. - Se a senhora quiser mais alguma coisa e só pedir que providencio. - Está tudo ótimo. Não sou exigente. Sentou-se a mesa e não tocou em nada. - Sra Maysa não vai comer? - Quem mais vem tomar café? - Somente a Sra. Mais uma vez Maysa ficou chocada. Era muita coisa para ela sozinha. -Então se sentem-se, vamos tomar café juntas. - Não seria apropriado - Catherine informou com um sorriso. - A gente faz as refeições na área dos fundos. Maysa nunca teve quem a servisse e não se sentia confortável. - Não gosto de comer sozinha. Então vou acompanhar vocês. - Sra Maysa, o Sr Theo pode não gostar. - Eu só estou aqui me recuperando, não é como se eu fosse uma hóspede. Não quero dar trabalho. - De forma alguma Sra. Maysa! É um prazer servir a Sra. - Não sou ninguém importante, não precisa ser tão formal. Me chame de Maysa. E sentem-se ou não vou ficar à vontade para comer. A partir desse momento, a opinião sobre Maysa mudou para a criadagem. Todos a achavam mimada e arrogante por seu comportamento até agora. No entanto, ela revelou-se muito acessível. Nos dias que se seguiram à recuperação dela era visível, seu humor estava muito melhor. Theo evitou contato constante e praticamente só se viam no jantar. - O Dr Wendel quer vê-la amanhã. Já havia se passado uma semana desde a última vez que ela o viu. - Certo. Eu vou ir ao hospital. - Eu te acompanho. Esteja pronta as dez que virei te buscar. - Não há necessidade. Posso pegar um táxi. - De forma alguma, eu te acompanho. Faço questão. Às dez da manhã Maysa desceu trajando um vestido lilás de corte simples. O comprimento estava um palmo acima do joelho expondo suas pernas perfeitas. Os cabelos recém lavados estavam soltos e só um batom nude lhe cobriam os lábios. Ela exalava um cheiro fresco e o seu perfume levemente floral deixava o rapaz desnorteado. Ao avistar a mulher saindo do elevador, Theo sentiu um calor subir por seu corpo. Nunca nos seus sonhos imaginou sentir atração pela esquisita que evitava até olhar. Foi um tapa no seu ego masculino. Maysa se tornou a mulher mais linda que os seus olhos já viram. - Desculpa fazê-lo esperar Sr Montenegro. Realmente poderia ir de táxi. - Acabei de chegar. Quero acompanhar a consulta se não se importar. - O Sr é muito ocupado. Não quero dar trabalho. Ele olhou-a de um jeito diferente, os seus olhos foram da cabeça aos pés e ela sentiu-se envergonhada. - Não é trabalho nenhum acompanhar uma bela mulher. O coração de Maysa pulou uma batida. Ele nunca havia notado Ela por cinco anos. Com o rosto vermelho de vergonha e sem coragem de olhar para ele, disse com voz baixa. - Podemos ir ? Theo pegou a sua mão gentilmente e a conduziu ao carro a deixando atordoada. " O que ele está fazendo? Por que está sendo tão gentil?" Maysa estava estranhando o comportamento dele, o sempre frio e distante Theo Montenegro, agora a estava deixando assustada. No consultório do Dr Wendel, Theo prestou atenção em tudo. - Dr Wendel, no geral, como ela está se recuperando? - Está muito bem. Em três semanas você pode voltar a trabalhar, sem problemas. Evite bebidas alcoólicas e pegar peso. O restante pode ter uma vida normal. - Então eu posso voltar para minha casa? O Dr Wendel a olhou sem entender muito bem. Foi Theo que explicou ao médico. - Ela mora sozinha, então a hospedei para ter quem cuide dela nesse período. - Se você pudesse descansar mais uma semana seria o ideal. O médico falou e Theo se sentiu feliz por isso. - Tudo bem. Você descansa mais uma semana.Ao sair do hospital, Theo novamente a conduz pela mão e abre a porta do carro para ela.- Vou te levar para almoçar.- Sr Montenegro não precisa se incomodar.- Faço questão. Afinal há vários dias você não sai de casa.Ele dirigiu até um ponto afastado e estacionou em frente a um grande muro. Ninguém dava nada pelo lugar. Mas ao entrar o ambiente era muito agradável. As mesas colocadas em uma área aberta com vista para o lago Michigan dava uma sensação de calma e prazer.- Poucas pessoas vêm aqui. Eu adoro esse lugar.Theo explica puxando a cadeira para ela.- Obrigada Sr Montenegro.- Por favor me chama de Theo- Eu não acho apropriado.- Maysa não me faça me sentir um velho. Sou só três anos mais velho que você.O garçom trouxe o cardápio nesse momento e pelo forma que conversou com Theo, ela percebeu que ele era um cliente frequente.- De uma olhada no cardápio, o peixe daqui é ótimo.Quando Maysa correu o olho pelo menu, ficou chocada com os preços.- Não estou com muita fome.Ant
Um sentimento de alegria e tristeza invadiu Maysa que não sabia o que fazer. - Então vai dar-me uma chance de te conhecer melhor? - A gente é tão diferente e.. - Somos pessoas Maysa. Situação financeira não é um impedimento. - Eu não sei. E se os seus pais não gostarem? - Você não conhece os meus pais. Eles com certeza aprovariam. - Eu preciso de um tempo para pensar. - Ok. Vamos jantar e depois você me dá uma resposta "Que idéia de tempo e essa" ela pensou chocada. - Não é o suficiente. - Do que tem medo Maysa? Namoro não é casamento. Se não der certo, a gente termina sem ressentimento. Logo chegaram ao restaurante e ele não a pressionou mais. Deu o seu melhor para conhecê-la e deixá-la a vontade. Conversaram muito e ambos falaram sobre os seus pais. Theo sentiu-se triste por ela nunca ter conhecido o pai. Também contou-lhe sobre o desaparecimento do seu pai e como a sua mãe acabou se casando com seu tio Kaleb. Depois o pai apareceu e eles acertaram-se e tiv
Ambos respirando rápido com a testa encostada um no outro, seus corações acelerados. - Você está bem, vida? Theo pergunta assim que consegue recuperar o fôlego, com um olhar preocupado. - Estou sim. - Responde ainda ofegante, apertando os braços em volta dele. - Eu não tinha noção... Não sabe ao certo o que dizer. - Eu sei, querida. Com um sorriso orgulhoso nos lábios, ele deposita pequenos beijos nos lábios dela. Ele a fez mulher, era indescritível o que estava sentindo, mas tinha certeza que era único, era amor e não iria deixar ela ir. Faria dela sua mulher para o resto da vida, ele seria a mãe de seus filhos. Theo se levanta e a levanta nos braços. - Theo! Exclamou ela surpresa. - Quero tomar banho com você. A beijou enquanto caminhava para o banheiro. Theo se deliciava nas curvas de Maysa, ela é linda, perfeita e o levou a uma dimensão de prazer nunca alcançado. Ela o completava e ele entendeu isso. Ao se lembrar de como a apelidou de esquisita anos atrás, d
Maysa não sabia onde enfiar a cara de vergonha, como dizer ao médico que passou uma intensa noite de sexo?- Passei a noite com meu namorado.Dr Wendel nem pisca e diz de forma muito profissional.- Não tem problema ter relação. Só não exagerem. Atividades muito intensas vão te deixar cansada.- Entendi.Seu rosto estava pegando fogo.- Por um ano é bom evitar engravidar. Pelo período de um ano, seu corpo está em fase de recuperação e adaptação. Tem tomado anticoncepcional?- Sim.- Eu sugiro tomar injeção e mais seguro e não corre o risco de esquecer. Você toma uma vez por mês. Não pode esquecer.Ela concordou e ele lhe avia a receita para a injeção.- Está tomando as vitaminas e o suplemento alimentar?- Não! As tomei por um mês.- Tem que continuar a tomá-los por alguns meses. É fundamental na sua recuperação, seu corpo ainda está se adaptando a falta de um rim, e normal sua resistência ficar baixa. Por isso se sente cansada.Após examiná-la, pedir uns exames e prescrever as recei
Quando o despertador tocou na manhã seguinte, Maysa abriu os olhos, desligou o telefone e já sentiu um delicioso cheiro de café.Theo já se levantou? Ela se pergunta, lembrando que o rapaz passou a noite no modesto quarto ao lado.Fez sua higiene matinal e tomou um banho rápido. O descanso e as vitaminas deram-lhe novas forças.- Bom dia!Ela cumprimentou-o entrando na cozinha.- Você acordou dorminhoca?Ele se aproximou já lhe dando um beijo sem esperar a resposta.- Hum.. Que cheiro bom!- Eu sei que sou cheiroso, e gostoso também! - Mordeu a sua orelha. - Quer me experimentar?- Não! Vou ficar com o café.Ele fez cara de ofendido, mas puxa a cadeira para ela.Serve um leite quente e passa-lhe enquanto pergunta.- Vida a gente pode ir olhar uma cama antes do trabalho?- Hum? Para que?- Não gostei da experiência essa noite.Maysa ficou muito sem graça, afinal a cama não se comparava as camas da mansão Montenegro.- Eu sinto muito, você deveria ter voltado.- Ei, eu não gostei de dor
Triste ela vagou pelas ruas e decidiu ir ao cemitério. Diante do túmulo da mãe chorou até se acalmar.Olhando em volta percebeu que o túmulo da mãe era o único que não foi pintado e decidiu cuidar disso pessoalmente. Saiu foi para casa e retornou com o material necessário.- Oi moça, precisa de ajuda?Um funcionário do cemitério ofereceu. E claro que esperava receber pelo trabalho.- Não, obrigada! Eu quero fazer isso eu mesma.- Eu entendo.O homem ficou observando.- Está tão ruim assim?Maysa perguntou sem entender o que o homem tanto olhava.- Não, está ótimo. Eu estou achando lindo o seu cuidado com o túmulo. Posso perguntar quem é?- Minha mãe.- Eu sinto muito. Deve ser difícil perder a mãe.- E sim, ela era tudo que eu tinha.O homem a consolou por um tempo e depois se foi.Maysa terminou era umas três horas da tarde e lembrou-se que não almoçou.Saiu para comer alguma coisa e aproveitou para comprar umas flores para o túmulo da mãe.Voltou e plantou as flores, quando terminou
Catherine sorriu e informou:- A mesa já está pronta Sr Theo.- Ótimo, vamos vida.Pegou a mão dela e a puxou para a sala de jantar sob o olhar feliz de Catherine. Era tão bom ver os jovens felizes.- Querido come devagar!Maysa se sente culpada por ele não ter comido nada o dia todo. Olhando para ele que sempre come com elegância, agora parecia um cão faminto.- Não se preocupe vida, daqui a pouco você me ajuda na digestão.Maysa ficou sem palavras. Será possível que ele só pensa em sexo?- Theo!- Não posso fazer nada, a minha fome por você é maior.Ela correu os olhos para os lados, morrendo de medo dos criados escutarem. Se visse Catherine sacudindo as mãos feliz, ia querer sair correndo.- Tomou as vítimas vida?- Sim.- Que bom, hoje eu vou te devorar todinha.- Theo tome jeito, estamos na mesa de jantar.- Hum ? Lugar certo para pensar em comida.Não tinha jeito, ela nunca o vencia em uma discussão.No quarto ele a pegou de um jeito que Maysa nunca viu. O seu tigre faminto fez
"Ele tem um espírito de mandão. A última palavra e sempre dele" Maysa pensou desanimada. Dos vários imóveis que visitaram, Ambos gostou de um em construção bem próximo a empresa. Era dez minutos a pé até lá e próximo a faculdade que Maysa estudou e pretende voltar a estudar. - Gostei desse Vida. - Então fechou. A localização é excelente. - Que bom que gostaram! O corretor de imóveis estava extasiado. - Qual unidade vocês se interessam ? Maysa queria um três quartos, já Theo queria a cobertura. - E muito grande para nós dois. - Vida, sempre teremos visitas e minha folgada irmãzinha pode vir e querer ficar meses com a gente. - Mesmo assim, só precisamos de um quarto, dois ficam disponíveis. - Um vai ser meu escritório. E você vai precisar de um para estudar. Como sempre, ele venceu. Ficaram com a cobertura de seis quartos. O corretor pediu os documentos para fazer o contrato e Maysa ficou esperando Theo dar a ele. - Vida dá a ele seus documentos. - Porque o meu? E você qu