Houve um momento de silêncio enquanto Malvina entrava no seu carro e apertava o botão para ligar já que cansou de procurar a droga das chaves e não encontrara, e com a nova
tecnologia, um simples botão pode ligar um carro.Já Raína mexia em seu guarda-roupas procurando algo para vestir, pois ainda estava de camisola azul escura com rendas.-Malvina, o que você está fazendo?-perguntou Katrina do nada, já sentada no banco do carro que desligara novamente, pois não tinha o hábito de dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo.-Bem, eu ganhei o dia de folga e estou deitada – disse ao pegar o controle remoto da janela e apertar um botão para afastar as cortinas e ver o céu.-E você Raína?-Estou procurando uma roupa para ir até o acampamento – e jogou uma camiseta vermelha sobre uma calça preta, ambas estiradas sobre a sua caO sol até nascera, mas a tristeza que se abate sobre o acampamento, pelo menos ao que sobrara dele devido ao incêndio do qual várias vidas foram perdidas, então uma névoa fraca cobria Lacrimal city. Vampiros e lobos se misturavam e procuravam aqui e ali por objetos pessoais e outras coisas que o fogo não havia consumido. E vez ou outra uma conversa perdida.Os vampiros quase foram extintos e alguns lobos também, levando em conta que o clã dos vampiros já era pequeno, então naquela ocasião não fora de se admirar que lobos e vampiros estivessem a se consolar, a seu modo, não só pelas perdas materiais mas, principalmente, pelas pessoais e familiares.Seres sem alma - por muito tempo fora assim que os vampiros foram chamados, mas agora que os lobos viam lágrimas nos olhos daqueles seres até então tido como inimigos, percebiam que a alma deles era igual ou até de sentimentos mais intensos do que o das suas.Os lobos foram sempre chamados de cruéis, mas os abraços e palavras
-Pai! - gritou a Sergio que hoje, por milagre, e insistência de Malvina, tirou folga – vem aqui, depressa!Instantes depois surgira um Sergio de calça de moletom, camiseta branca, chinelos e um guardanapo no ombro, provavelmente, estava dando uma de cozinheiro.-O que foi, minha filha?-O senhor precisa ver o que eu descobri sobre esse tal de Isca – disse atraindo a atenção de Sergio que aproximou-se por detrás de sua cadeira, pôs as mãos no espaldar da cadeira e os olhos na tela do notebook.A primeira cena que surgiu foi um Isca com mais ou menos 20 anos, hoje ele deveria de ter uns 40 anos, ele estava em um treinamento de lutas corpo a corpo, socava e chutava um outro cara um pouco mais velho do que ele, como se sua vida dependesse da morte do outro a julgar pelo quão ferido e sangrento ele estava. Então surgira outra cena com vários bonecos com rostos de vampiros aos quais e
‘’Sei que serei criticado pelos meus sucessores ao relatar que lágrimas silenciosas escorreram pelo meu rosto e molharam as páginas desse livro por cada irmão que vi morrer.Um filho de Palaços que não mais pisará nesta terra, mas também chorei sangue frio ao ver os bárbaros serem levados ás profundezas.’’Espadas se enterraram nos corpos molhados e os gritos de dor se perdiam ao vento. Cajados vez ou outra derrubavam um oponente ou o estrangulava com um golpe bem dado em sua garganta, e punhos sangravam junto a faces sangrentas e sujas.A voz de Merana trouxe de volta todos para a sala ao dizer as palavras finais de Romeo.-Eu, Romeo, o primeiro Guardião Supremo não lutei nessa batalha porque sabia que haveria outras piores, mas um pedaço meu morrera junto com aqueles guardiões que morreram por mim...e por Palaços - Merana fechou
-Tenham em mente, meus caros – Matteo passou seu olhar por todos– que o quê Velaska e suas xamãs fizeram hoje, não é nada se comparado ao que poderão fazer.-O quê, exatamente, você quer nos dizer, Matteo? Direto e reto fora a resposta de Matteo.-Velaska tem um pacto com o diabo, e segundo a sua mãe - olhou direto para Marcus – somente o punhal xamanista pode matá-la.-Será que ela ainda o têm? - perguntou Miguel por todos, afinal se somente este punhal pode matar Velaska, será de grande valia se Lucia o tiver.-Sinceramente, eu não sei –respondeu-lhe Marcus ao passar as mãos por seu cabelo – como eu já disse, minha mãe quase nada me contava – lembrou.-Então terei de falar com ela - supôs Matteo. Marcus ficou pensativo por um momento, e resolve
Leonel lembrou que vira o medalhão cair de seu bolso e ficar no chão, mas agora que vasculhava as proximidades com os seus olhos de lobo, não o via em lugar algum.-Leonel?-Eles levaram – murmurou ao cerrar os punhos.-O que eles levaram?-O medalhão da minha família.Já a uma boa distância, os dois vampiros riam ao olharem um medalhão com o rosto de um lobo com olhos de granada amarela ao centro volteado com três voltas, que haviam roubado do lobo.-Augusto o tem – dissera Joss de volta ao presente ao lado de Leonel na cama.-Como é que é?! - sobressaltou-se Leonel num solavanco e a encarou nada amistoso. -É isso o que você ouviu – afirmou –eu vi seu medalhão dentre as coisas de Augusto.-Mas como é possível?!-Segundo o que a sua mãe me contou – um tal de Lucas e Lucian, dois irmãos vampiros e de olhos azuis, porém um loiro e o outro moreno –Leonel imediatamente lembrouse dos dois vampiros de Londres
-E só por isso você permanecerá vivo – brincou ao desvencilharse do seu abraço quente e continuar o tour.Uma porta-janela com cortinas de musselina vermelha a balançar ao vento mostrava uma escada de três degraus que levava a uma mesa quadrada de vidro com cadeiras de metal, e sob a mesa uma jarra egípcia e um galho de lírios e muitas folhas e galhinhos secos.-Está gostando? - perguntou Augusto sem deixar de segui-la e observar não só suas reações ao olhar os quadros dispostos a parede como também suas curvas, principalmente aquele rebolado tentador.-Só está precisando de um toque –gracejou ao gesticular com a mão quase que dizendo – o meu toque feminino.Augusto não resistiu e a abraçou por trás novamente, beijando seu pescoço, ela fechou os olhos, e a carregou para o quarto.O primeiro móvel que surgiu ao passarem pelas portas duplas de correr foi uma cama redonda com uma colcha de cetim vermelho com rendas brancas bem como o amontoado de almofadas.A
– Então deixe eu lhe dizer uma coisa - Isca estreitou os olhos, perante o olhar de quase de admiração de Sergio, ou talvez o fosse mesmo, pois nos últimos tempos aprendera a respeitar e até mesmo gostar de Soraia, Augusto e os seus – pelo que eu sei, e já comprovei, Augusto mata qualquer um que chegue perto de Soraia para feri-la.-Sendo assim, eu terei de matá-lo primeiro. Malvina riu com gosto – boa sorte, então - se referindo não só ao fato de Isca querer matar Soraia como também Augusto, e com passos firmes deixou a sala.Pelo visto irei me divertir muito –pensou Isca ao acompanhar com os olhos de predador o rebolado de Malvina.Sergio bem que viu e não gostou nenhum pouco, mas respirou fundo, ajeitou o colarinho de seu blazer e adotou sua pose profissional para dizer:-Eu e meu pessoal não te ajudaremos em nada.Isca sorriu ao rebater - não preciso da ajuda de ninguém - afirmou – mas não fiquem em meu caminho, pois matarei qualquer um que tentar me atrapa
Sim, era hora de desenterrar o passado e com ele toda a dor que lhe corroía a anos. Lucia mal podia acreditar que estava descendo do avião e pondo seus pés na terra dos Guardiões, tão pouco que iria encontrar seu filho.O céu ainda continha aqueles tons escuros do nascer do sol, mas tudo indicava que seria um belo dia.Após desder do avião, pegar suas malas na esteira, pedir um capuccino com bastante crème como gostava, e com este numa caneca para viagem, dirigiu-se a área dos taxis e dali, Lucia partiu para o castelo dos Guardiões em estilo romano com árvores tão altas que pareciam tocar o céu e uma variedade infinita de flores, e num dessas casas pediu ao motorista que parasse e comprou um lindo buquê multicolorido para levar a Amy –isto que nem fazia ideia de como ela era ou se iria gostar. Mas o que mais lhe encantara foi a gloriosa Praça de Pandora cercada por uma riquíssima cerca viva com rosas negras a lhes dar ás boas vindas.Lucia sorria e tinha certeza