Prévia de “O lobo e a gata”
“Queda. Se depois tentasse explicar a sensação, Beattrice não saberia dizer como era cair, sentir-se flutuar, e então bater em queda livre, dentro do carro, e novamente flutuar, enquanto o veículo não encontrava obstáculo no penhasco, fosse árvore fosse espigão de rocha que projetava-se para fora do paredão. Beattrice apagou, depois de uma nova batida. Mas a queda continuou. Quanto tempo se passou, ela não saberia dizer. A chuva se tornara apenas um chuvisco ridículo, impossível de molhar muito mais além da superfície. Ela abriPrólogo O alto prédio, austero em suas cores cinzentas e poucas janelas, largas o bastante para passarem por outdoors de cristal reflexivo, guardava dentro de si vários empresários, vendedores e todo tipo de empregado. Assistentes, secretários e secretárias, colarinhos brancos, azuis, faxineiros e faxineiras, um corpo de funcionários que trabalhavam tal como o povo myrmeko em suas colônias refeitas após a Ordem da Reabilitação. Lá dentro, a empresa emergen
Capítulo 0Usar uma identidade falsa não funciona, tente usar perfume Tarde da noite, o caís de entregas comerciais tinha pouco movimento. A cidade de Howlingtown era uma cidade costeira, e só havia duas praias, à esquerda (nordeste), e uma a direita (sudeste), e ao meio, leste, ficava o enorme Cais Barbatana de Ferro. Cheio da maior tecnologia submarina que se podia conseguir no sul do Ter
Capítulo 1 Uma visita sem segundas intenções, mas com terceiras intenções “Essas anotações tem tanta coisa...”, Pedro pensava, enquanto lia os cadernos de seu pai. Seus registros continham tudo sobre os mortos vivos dos Fossos e dos Ninhos. Comportamento, hábitos, alimentação, táticas, forma de agir, reação ante situações complexas, tudo. Até mesmo descrições detalhadas de como alguns haviam evo
Capítulo 2 Chuva, poucos clientes, uma ovelha nua, um crustáceo assassino, o que mais eu poderia querer? Pelo resto da tarde, até a noite, a fauna chorou. Judy primeiro ouviu o que o amigo tinha para contar, e depois explicou sua situação com a família, mas era difícil pois não parava de chorar. Foi preciso chamar um táxi para buscar o resto das coisas dela na casa onde morava, onde não podia mais morar pois a gar
Capítulo 3 Um velho amigo, uma velha dor de cabeça, talvez? Duas ligações. Foi de tudo o que Pedro precisou, de duas ligações apenas, para “resolver a meleca” no chão de sua loja. Na primeira, ligou para Capivara, pois estava quase sempre disponível quando se encontrava no Instituto. Os outros dois, Igor e Heitor, eram ocupados e nesse horário e, portanto, estavam indisponíveis. Em questão minutos ele já estava ali, bebendo com Pedro
Capítulo 4 Acho que usar spray contra tubarões não vai funcionar nessa garota– Pedro, posso te perguntar uma coisa? – Judy, sentada na cama com ambas as pernas cruzadas, observava o lobisomem enquanto pescava balas no saco plástico deixado pelo Inspetor Loyd. O lobisomem resmungou um “sim”, enquanto fazia anotações num caderno – Beleza. O que você acharia se eu cortasse o cabelo?
Capítulo 5 Novatos? Isso é novidade De manhã, Pedro estava trabalhando na loja como de costume (a despeito de ainda restar um cheiro forte dos fluídos sanguíneos daquela aberração de três dias atrás), e sua lojinha teve um movimento moderado, mas satisfatório. As conversas eram sempre boas e ele agia de forma educada e cortês com todos que vinham ali, um sorriso grande no rosto.&n
Capítulo 6 Um lorde do crime e sua concubina invejável Tifão, sentado em seu sofá de veludo negro, avaliava suas finanças. Antes da compra dos negócios de Alfred Krarkov, seu dinheiro girava em torno da venda e compra de informações, compra e venda de ações, investimentos em pesquisas de empresas humanas e a venda dos dados que lhe haviam sido confiados, além de uma pequena empresa imobiliária que lhe