Carlota estava certa: ambas obras de arte eram de fato pertencentes a Giovanni Diono, e, de repente, foi como se uma bolsa cheia de moedas de ouro tivesse caído sobre meu colo. Ainda não havia uma explicação coerente para aquelas pinturas estarem escondidas numa cidadezinha do interior, mas os compradores também não pareciam se importar o suficiente para tentar descobrir, No fim, elas foram vendidas rapidamente, nem tive tempo para pensar no apego emocional que minha avó poderia ter por elas, e da noite para o dia, havia dinheiro em minha conta suficiente para comprar uma mansão.
Era uma situação tão atordoante que eu não soube o que fazer de imediato, contudo, de uma coisa eu tinha certeza: era suficiente para construir um império para o bebê que crescia em meu ventre, de modo que jam
Em um tempo recorde de quatro meses, recomecei do zero, minha linha de cosméticos voltados à cultura naturalista – ideia que tive enquanto caminhava por entre as montanhas –, os batons veganos eram nosso maior destaque, e como eu tinha apenas mulheres trabalhando na linha de produção, a fofoca corria solta, mas era útil no momento. Encarei meu reflexo no espelho, satisfeita com o vestido preto de ombros nus que deixava minha barriga de sete meses discreta, e completei o visual com uma gargantilha cravejada de diamantes e bolsa schutz. Era noite, e eu estava participando de um evento privado apenas para a comemoração do aniversário de Richard, o que seria um momento interessante para formar fortes alianças, além de rever meus antigos amigos do meio. Caminhei a passos lentos pelo salão ricamente decorado e observei os outros convidados, reconhecendo alguns políticos influentes, vez ou outra, eu lhes lançava um sorriso educado que era retribuído, principalmente pelos homens. Por mais
Provavelmente William teria terminado a noite em um necrotério, à espera de uma autópsia, se eu não tivesse parado Wolfgang, que estava furioso. E quando finalmente meu ex-marido se acalmou, seus olhos voltaram-se novamente a mim e sua expressão ganhou ares de surpresa ao notar minha barriga.Seu sorriso era enorme, e sua boca se movia fazendo perguntas, mas nenhum som chegou aos meus ouvidos pois, eu só conseguia pensar na dor insuportável que eu comecei a sentir. Meu corpo foi amparado abruptamente quando perdi as forças, me agarrei aos braços fortes de Wolfgang, respirando com dificuldade e ficando desesperada ao perceber que estava perdendo líquidos.– Oh, Meu Deus! Arfei.Depois disso tudo virou uma bagunça de vozes.
Como empresária, eu basicamente era um fantasma. Não, minha empresa não era ilícita. O que quero dizer é que, devido à distância que tomei do meio empresarial, porque desejava manter meu filho afastado de tudo aquilo, eu acabei me tornando uma incógnita misteriosa aos olhos dos outros empresários. Meu rosto era desconhecido, e como estava usando meu sobrenome de solteira, nem meus antigos sócios puderam me "encontrar ``. Eu queria recomeçar, ficar distante o máximo possível de minha antiga vida, e claro, de Wolfgang também. O parto prematuro desalinhou um pouco dos meus planos, me obrigando a ficar pelo menos um mês em repouso, era complicado e problemático, porém, em momento nenhum, pensei em meu bebê com um empecilho. Contudo, somente precisei de uma semana de reflexão para chegar à conclusão de quais seriam meus próximos passos. Comecei intentando um
Entrei no colégio e a primeira coisa que vi foi a grande imagem de Madre Paulina, que dava o nome ao local, caminhei pelos corredores, procurando por rostos conhecidos e assim que os encontrei, percebi que algo estava muito errado, pois, me encaravam como se estivessem vendo um fantasma. – Está perdida? Aparecida, a antiga professora de literatura, questionou ao me ver, deu a volta no balcão de madeira e me abraçou, logo, voltando seus olhos para o menininho em meus braços. – E essa coisinha linda? É seu filho? – Sim. Se chama Ellie! Respondi sorrindo de canto. Ela o cumprimentou com um “olá” e sorriu quando, em resposta, recebeu um sorrisinho sem dentes, depois disso, ergueu a cabeça para me encarar. – Já faz um tempo… – Murmurou e apontou para as cadeiras para que nos sentássemos. – Está de férias? Expliquei sem muitos detalhes que havia perdido contato com minhas antigas amizades, mas que estava tentando reencontrá-las, e como ela apenas balançava a cabeça, continuei meu monól
Retornei para São Paulo na segunda-feira. Júlia chorou o tempo inteiro enquanto me olhava colocar as malas dentro do carro, era o mesmo semblante que ela me lançou quando fui embora pela primeira vez, um olhar que dizia “tenho medo do que acontecerá com você”. Suspirei, puxando-a para perto e a abracei, sussurrando que sabia cuidar de mim mesma. E minutos depois, Ellie e eu estávamos na estrada, prontos para recomeçar nossa vida, em nossa casa nova. Nosso novo lar era bem espaçoso, um duplex na verdade, as paredes eram pintadas de brancas, detalhes em vidro, e uma luminosidade satisfatória, principalmente, nos pontos onde havia plantas. A tutora, Vivian, chegou pontualmente às 10h. Foi a primeira vez que ela se encontrou com meu filho, de inicio, ele pareceu um pouco relutante com a aproximação, talvez por, durante todo aquele tempo, ter convivido apenas comigo e a família de Júlia, porém, depois de um tempo, já estava sorrindo para ela com seus dentinhos à mostra. Fiquei satisfeita
Wolfgang Meu sangue ferveu ao encarar aquela cena. Minha vontade era de ir até eles, acertar um soco na cara daquele desgraçado e levar Christine embora. Mas eu não podia, não tinha sequer o direito de ficar com ciúmes, não depois de ter aberto mão dela, e mesmo que tivesse meus motivos, ela jamais entenderia, sem contar que apenas a colocaria em perigo. “Foi o que você escolheu, Wolfgang." Disse a mim mesmo, tentando pelo menos manter a compostura, o que, em poucos segundos, se mostrou impossível, então, quando não aguentei mais agarrei o braço de Gisela e a arrastei para fora do restaurante. – Porque nós temos que sair? Ela questionou puxando o braço para que eu a soltasse, havia uma expressão de incômodo e insatisfação em seu rosto e parecia prestes a dar mais um de seus chiliques. – Só… me dá um tempo, ok? Podemos jantar em outro lugar… – Expliquei esfregando as têmporas, não queria descontar minha raiva nela. Andei em direção ao carro, destravei o alarme e abri a porta do pa
ChristineFiquei me perguntando se Wolfgang estaria fervendo de raiva naquele momento, me xingando enquanto enchia a cara, ou se apenas estava se divertindo nos braços de sua nova amante. Meu coração se enchia de mágoa ao pensar nisso, me fazia sentir como se fosse apenas um objeto usado e descartado por ele, o que só me fez sentir ainda pior.Voltei à realidade do que estava acontecendo quando Richard encerrou o beijo com um último selinho, em seguida, inclinou-se um pouco para me encarar nos olhos, havia um sorriso de canto em seus lábios enquanto acariciava meu rosto com as pontas dos dedos. – Ele não merece sua tristeza, você é fod* pra caralh*... – Ele sussurrou e pareceu sincero, então, endireitou as costas e pegou sua taça de vinho. – Façamos um brinde à noite arruinada dele. – Quantos palavrões numa frase só… – Murmurei em tom de brincadeira, para minimizar o clima tenso que eu mesma havia gerado. – Achei que você fosse um moço comportado.– Pelo visto você não me conhece… –
WolfgangMinha cabeça latejava e meus olhos ardiam enquanto tentava analisar os documentos que precisavam da minha assinatura, a verdade, era que eu sequer estava conseguindo raciocinar as informações presentes neles. Todo o vinho que tomei na noite passada estava cobrando seu preço na forma de uma ressaca fod*da.Pensei em Gisela, preocupado por não lembrar de absolutamente nada da noite passada, mas tinha certeza de que havia dormido com ela por causa dos flashes que passavam pela minha cabeça, além é claro, da visão de seu rosto adormecido sobre o meu peito, e seu corpo morno e desnudo sobre o meu.Estava prestes a ligar para ela, me desculpar por ter ido embora antes dela acordar, deixando somente um bilhete rabiscado, quando fui interrompido por Axel Weschenfelder que entrou no escritório, havia uma expressão furiosa em seu rosto e parecia prestes a surtar comigo.– O que porr* você está fazendo? O homem que me deu seus pares de cromossomos, questionou quase aos gritos. – Você nã