Lídia ficava imediatamente com o rosto pálido, com lágrimas rolando nos olhos. Ela parecia extremamente vulnerável, prestes a desabar.— Sebastião, você está cansado de mim, não está? — As lágrimas de Lídia caíram enquanto ela fala.Sebastião não disse nada, mas o ambiente ao seu redor ficava carregado.— Se Fernando estivesse bem, eu não se incomodaria... — A voz de Lídia era baixa, mas suas palavras eram pesadas.— Você pode me incomodar, mas não incomode ela. — Sebastião se referia a mim.Parecia que eles iam começar a brigar. Não sabia se devia ficar ou sair.— Entendi, não vou mais os incomodar. — Lídia se virou e saí rapidamente.Dessa vez, Sebastião não a seguiu, mas olhava para mim, eu baixei a cabeça e sigui em direção à saída.Sebastião me acompanhava de perto. Ao sairmos do café, ouvimos o som agudo de um freio de carro.Levantamos a cabeça ao mesmo tempo e vimos Lídia sendo atropelada por um carro que saiu da garagem.— Lídia! — Sebastião exclamou e correu em sua direção.E
Luana percebeu que eu não estava sendo totalmente honesta, mas não insistiu: — Certo, se aviso se souber de algo. Ah, quer vir para minha casa hoje? Se não quer voltar para a casa do Martins, pode ficar aqui.Luana estava de plantão à noite, então ir para sua casa era conveniente.Não queria voltar para a casa dos Martins, especialmente agora que Sebastião e eu estávamos compartilhando o mesmo quarto.Mas ficar na casa de Luana para sempre também não era certo. Mesmo sem namorado, ela precisava de seu espaço.— Ok. — Aceitei a oferta, pelo menos até encontrar um lugar para ficar, era melhor do que um hotel.Mesmo sabendo onde dormir naquela noite, não fui diretamente para a casa de Luana. Dirigi para a periferia da cidade.Essa era a parte antiga da cidade, mas ainda cheia de moradores, a maioria inquilinos devido ao alugue pouco caro.Fui para lá porque era onde eu morava com minha família antes do acidente. Na época, essa área era próspera e bem localizada.Mas em dez anos, toda a vi
— Carolina, você não entenda mal.Lídia disse algo tão engraçado que quase me fez rir.Ao lembrar do que ela disse ao escolher os lençóis, percebi que o namorado que ela assumiu era Sebastião.— Isso é para o Sebastião? — Eu olhei para os lençóis que ela escolheu, azul e cinza, realmente as cores que Sebastião gostava.Mas isso foi no passado, agora, sob minha influência, ele gosta de cores muito mais brilhantes.Lídia mordeu o lábio, hesitou por alguns segundos antes de balançar a cabeça: — ... Não, você está enganada, estou escolhendo para o meu irmão.Esse tipo de truque, eu nem me dei ao trabalho de discutir com ela, e disse diretamente: — Sebastião vai morar com você?Ele não disse que não podia deixar o filho de Lídia em perigo? Ficar de olho nele 24 horas por dia seria o ideal.— Carolina, como você pode dizer uma coisa dessas? — Lídia parecia agitada.— Você até comprou lençóis para ele, por que eu não poderia dizer isso? — Eu perguntei sarcasticamente.— Carolina, você está co
Embora comprar algo com uma mulher como Lídia tenha sido irritante, não afetou meu apetite, e eu comi um grande prato de macarrão antes de voltar para a empresa. Assim que cheguei, recebi uma ligação da mãe de Sebastião, Cátia Pessoa.Eu não tinha voltado para casa há dois dias, então era normal ela ligar.— Tia.— Carolinha, não fique morando na casa da sua amiga, volte para casa hoje, fiz bife. — As palavras de Cátia me fizeram sorrir.Parece que Sebastião já arranjou uma desculpa para minha ausência.Eu já tinha decidido voltar para a casa dos meus pais, então precisava ir à casa dos Martins para pegar minhas coisas, então concordei: — Tia, eu volto hoje à noite.No final do expediente, Ana se aproximou: — Carolinha, você está bem?— O que houve? — Eu perguntei, confusa.— As pessoas na empresa adoram fofocar, não ouça essas coisas. De qualquer forma, eu vi com meus próprios olhos o quanto o Presidente Martins te mima. — As palavras de Ana me fizeram estender a mão para ela.Ela rap
Meu coração estava tocado. Embora eu fosse apenas uma filha adotiva nesta casa, os pais de Sebastião me deram o mesmo carinho e amor que dariam a uma filha biológica. Eles me tratavam como uma filha de verdade. Lembro-me de Miguel Martins, o irmão de Sebastião, brincando que, desde que eu cheguei, ele e Sebastião haviam perdido o favoritismo.Luana estava certa. Eu poderia romper com Sebastião, mas era difícil romper com a família Martins. Respirei fundo e empurrei a porta para entrar.Todos os olhares se voltaram para mim, e a mãe de Martins se levantou e veio ao meu encontro: — Carolinha, você voltou. Estávamos esperando você para jantar.— Tia, tio. — Cumprimentei, e Sebastião levou um chute do pai de Martins, levantando-se para vir até mim. Ele pegou minha bolsa: — Por que voltou tão tarde?— Estava jogando bilhar. — Eu sabia que Pedro contaria a ele sobre nosso encontro, então não havia nada a esconder.Sebastião franziu a testa: — Da próxima vez que for, me chame para ir junto.
Daniel Ribeiro é seu secretário.Continuei em silêncio, e ele abaixou os olhos: — Carolina, o que você quer que eu faça? Apenas diga, por favor.Ele parecia tão impotente e frustrado, algo raro de se ver.— Sebastião, terminamos. Você não precisa mais se preocupar. Pode cuidar dela como quiser. — Falei o que pensava.Ele balançou a cabeça e se aproximou, me encurralando entre a pia e seu peito: — Nem pense nisso. Amanhã vamos pegar o certificado de casamento.— Sebastião, você realmente quer se casar comigo? — As palavras que ouvi na conversa dele com Pedro ecoavam na minha mente, então perguntei diretamente: — Estamos tão acostumados um com o outro que você nem tem mais interesse em mim, não é?— Carolina, eu já disse que era uma brincadeira. Naquela noite, você viu que eu ainda sinto desejo por você...— Sebastião. — Interrompi, não querendo falar sobre aquela noite, — Aquela noite foi um trauma que nunca vou esquecer. Você entende?Seu olhar mudou drasticamente, e ele perguntou, des
Nos olhares expectantes do pai e da mãe de Sebastião, finalmente acenei com a cabeça. Mas, no fundo do meu coração, deixei uma lei para mim mesma: se Sebastião tiver qualquer outra ligação com Lídia, mesmo que já tenhamos a certidão de casamento, eu o deixarei.Depois que concordei, todos na mesa suspiraram de alívio, e a atmosfera ficou leve e acolhedora. Após a refeição, naturalmente, eu não podia ir embora.De volta ao quarto, Sebastião e eu estávamos um pouco desconfortáveis, mais do que da última vez.— Você vai tomar banho. — Sebastião disse primeiro.Nesse momento, meu celular tocou; era Luana ligando. Eu olhei para Sebastião.— Você vai primeiro, eu vou atender o telefone.Sebastião entrou no banheiro, e só então atendi a ligação. A pergunta de Luana veio diretamente: — Carolinha, você não voltou para dormir aqui ontem, e hoje também não veio. Você voltou para a casa dos Martins, não voltou?Olhando para a grande cama no meio do quarto, eu murmurei um leve “sim”.— Você e Seba
Olhando para mim mesma no espelho, eu me esforcei para levantar os cantos da boca e disse a mim mesma que hoje eu deveria sorrir, ser feliz e ser feliz todos os dias daqui para frente.Quando desci, o pai e a mãe de Martins já tinham preparado o café da manhã, e o sofá e os utensílios da casa tinham sido trocados para os que só usavam no Natal.— Carolinha, vocês pegam o certificado de casamento e voltam, para que possamos celebrar e discutir os detalhes do casamento. — A mãe de Martins parecia mais animada do que eu.— Claro! — Eu concordei.A mãe de Martins olhou para mim, — Você está linda hoje, mas ficaria ainda mais bonita de vermelho.— Vermelho é demais chamativo. — Eu expliquei.— Não dê ouvidos a essas ideias, hoje em dia ninguém mais usa vermelho vivo, Carolinha, você deve usar o que quiser, não se preocupe com o que sua mãe diz. — O pai de Martins falou comigo diretamente, como um pai.Eu sorri, sentindo um calor no coração.A mãe de Martins me puxou para a mesa de jantar, a