Do lado de fora da porta, Afonso continuava apertando a campainha e ligando sem parar.No entanto, José simplesmente ignorava, fingindo não ouvir nada.— Sr. Ricardo, por favor, não se irrite, não se irrite! Estou aqui na porta da sua casa batendo, mas parece que o Sr. José não está em casa. Vou dar um jeito de entrar em contato com ele. Não tome nenhuma atitude precipitada, por favor!— Sr. Ricardo, o Sr. José é seu filho. Que pai ficaria realmente bravo com o próprio filho? Não pode agir assim!— O conselho também não vai concordar com isso! — Afonso estava à beira do desespero, quase soltando um xingamento.Era óbvio que Ricardo estava tentando usar as ações e o cargo de presidente como forma de ameaçar José. Ele havia deixado bem claro: José tinha meia hora para chegar à sala de reuniões da empresa. Caso contrário, ele convocaria o conselho para o destituir de seu cargo.— Sr. José! — Afonso desligou o telefone quase chorando.Agora não era o momento certo! Ele não conseguia entend
E se ele realmente fosse expulso da empresa? O que ele faria?— Querido... — Carolina mordeu o lábio, com a voz tão baixa que mal dava para ouvir.Os dedos de José pararam por um momento, e ele se sentou mais ereto. — Não ouvi.Do lado de fora, os gritos de Afonso eram tão desesperados que pareciam estar matando um animal.— Sr. José! Sr. José, por favor, saia......Carolina queria rir, mas também sentiu pena de Afonso.Só podia agradar a José primeiro. — Querido...— Esse nome está te incomodando? — José ergueu uma sobrancelha, puxando Carolina para o seu abraço. — Não escutei direito.— Querido... — Carolina fez força e disse, sem mais opções.Na verdade, ao dizer isso, não foi tão estranho quanto ela imaginava, e até sentiu um leve... encantamento.José apertou um pouco mais os braços ao redor de Carolina, abaixou a cabeça e a beijou na testa. — O casamento deveria ser algo sagrado, mas foram esses canalhas que estragaram tudo...Seu olhar ficou pesado, e José se levantou, trocando
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.- Você é realmente
A água do balde não conseguiu deixar Carolina acorda, mas a febre repentinamente a acometeu.- O que está acontecendo? Rápido, vamos salvá-la! - Coincidentemente, um médico estava fazendo sua ronda e, ao ver a palidez de Carolina, fez uma avaliação preliminar. - Leve-a imediatamente para a sala de emergência!Pedro permaneceu parado, com os dedos dormentes, agarrando bruscamente a gola da camisa de Rui. - Você disse que ela estava fingindo?Rui também estava nervoso e, ao afastar a mão de Pedro, respondeu: - Como eu poderia saber? Ela é uma mestre em fingir, já ouviu a fábula do Lobo em Pele de Cordeiro?- Não se preocupe, ela não vai morrer. - Ana, exibia toda a sua aura de senhora rica, calçando saltos altos, afirmou com firmeza. - Doutor, já que ela concordou em doar um rim para a nossa Luana, por favor, aproveite para verificar se os rins dela são compatíveis.O médico franzia o cenho. - Primeiramente, vamos salvá-la.- Dr. Pinto, seu pai e o pai do nosso João são bons amigos, há c
Carolina fugir do hospital enfureceu completamente a família Silva e Pedro.- Eu sei, ela não vai devolver meu rim de bom grado. - Na cama do hospital, Luana acordou, com a voz embargada.Cada palavra de Luana transmitiu a todos que Carolina lhe deveu isso.Quando voltou para a família Silva, Luana Martins não concordou em mudar seu sobrenome, continuando a se chamar Luana Martins.Ela sabia que, apesar de tudo, a família Martins a havia criado por vinte e um anos.Que contraste irônico e marcante, Luana se tornou a verdadeira princesa gentil até os ossos, enquanto Carolina era a impostora maldosa e desprezível..Na verdade, Luana era muito astuta. Ela mantinha seu nome para provocar constantemente os membros da família Silva, mantendo-os sempre culpados e compensando sem escrúpulos as mais de duas décadas de ausência.- Luana, não chore, isso é o que ela te deve. - Rui franziu a testa, preocupado. - Ela não vai escapar!- Irmão... - Luana chorou, abraçando Rui. - Estou com medo, Carol
-Você veio fazer o quê! Carolinha já passou cinco anos na prisão para se redimir, o que mais você quer? - Augusto se posicionou na frente de Carolina, olhando furiosamente para Pedro.- Redimir? - Pedro riu. - Ela deve a mim, como ela vai pagar? Que tal eu acabar com esse bastardo?Carolina olhou assustada para Pedro, sabendo que ele não estava brincando.Carolina, apavorada, se ajoelhou no chão, implorou desesperada e impotente, suplicando: - Pedro, prometo que vou fazer o que vocês querem, por favor, me deixe em paz, me dê alguns dias, por favor, por favor.Ela só queria voltar para casa e passar um tempo com o filho dela.Apenas alguns dias, isso é pedir demais?- Carolinha! Levante-se! Ele não se atreverá a fazer nada conosco. - Augusto olhou para Carolina com pena.Ela não era assim antes.A antiga Carolina foi como uma rosa branca criada em uma estufa, mas agora...- Não se atreverá a fazer nada com vocês? - Pedro riu. - Augusto, você não entende nada sobre esta sociedade?Levanta