Quando José voltou para casa, Carolina já tinha preparado o jantar.Ela estava de avental, com o cabelo preso de forma simples.Colocando os pratos na mesa, Carolina sorriu para José, que estava trazendo Tiago. — Lave as mãos, a comida já está pronta.José parou por um momento, deixando Tiago no chão.Carolina ficou ali, criando a imagem de um lar perfeito para ele.Devido ao casamento frio de seus pais, José sempre foi resistente à ideia de se casar e ter filhos.Mas agora... ele sentia um calor.Era como se tivesse voado sozinho por muito tempo e finalmente tivesse encontrado seu caminho de volta para casa.— Mamãe. — Tiago lavou as mãozinhas e se sentou, comportada, à mesa. — Hoje, Alberto não foi à escola.Carolina ficou um pouco surpresa e olhou para José. — Alberto não foi para a escola?José acenou com a cabeça, sem querer se envolver demais, talvez ele estivesse doente?Carolina não fez mais perguntas. Vendo o quanto Luísa cuidava bem do filho, ela não se preocupou tanto.— Hoj
Naquela época, José não conseguia entender por que Carolina não sabia se opor, por que, até mesmo ao ver a polícia, ela continuava a proteger aquelas pessoas.Agora, talvez ele começasse a entender…Devido ao ambiente familiar e à forma como cresceu, quando José enfrentava problemas, sua primeira reação era encontrar uma solução rápida e eficaz, pois com suas habilidades ele podia controlar ao máximo a situação.Mas Carolina não podia.Ela costumava pensar em incontáveis soluções para os problemas que surgiam, mas cada uma delas parecia insuportável para ela. Por isso, ela se tornava cada vez mais insegura, mais submissa.— Tiago. José olhou para Tiago e fez um sinal com os olhos.Tiago correu alegremente para a sala e trouxe as flores que José havia preparado previamente, as escondendo atrás de si. — Mamãe, essas são as flores que eu trouxe para você.Era um buquê de rosas vermelhas desabrochando, de um vermelho vibrante, praticamente reluzente.Carolina olhou surpresa para as rosas,
— Não está mais tão magra. — Depois de mandar Tiago para o escritório estudar, José abraçou Carolina por trás enquanto a observava arranjar as flores.Carolina ficou um pouco rígida, visivelmente desconfortável.— Ah! — José estendeu a mão para pegar uma rosa desabrochada na mesa, mas acabou se espetando nos espinhos que não haviam sido retirados, fazendo com que um pequeno ponto de sangue surgisse no dedo.Carolina, preocupada, segurou o dedo dele e olhou para ele, sem saber o que fazer.— Carolina. — José olhou para Carolina, a pouca distância entre eles criando uma atmosfera carregada de ternura e carinho.— Sim... — Carolina olhou para baixo, tentando retirar os espinhos da rosa.— A rosa vermelha, ela é mais resistente ao vento e a ambientes adversos do que a branca. — José pegou a rosa da mão dela. — A rosa, por natureza, tem espinhos, ferir alguém não é culpa dela.Carolina levantou os olhos e olhou para ele, seu olhar tremia.José suspirou, baixou a cabeça e a beijou.Aquelas c
Carolina muita dignidade, mesmo chorando, não o chamava.José, sem saber mais o que fazer, falou: — Você já foi agente secreto?Carolina, com a respiração ofegante, se encostou no peito de José, em silêncio, chorando sem parar.José, tentando a acalmar, batia levemente nas costas dela. Ele a fez chorar, agora tinha que ser ele a consolar. — Eu errei, não chora mais, não vou te incomodar mais...— Mentira... — Carolina chorou ainda mais forte.Porque, apesar de dizer que tinha errado, José não parava e continuava com o que estava fazendo.— Shh. — José fez um gesto de silêncio para Carolina.Como esperado, o som da campainha ecoou do lado de fora.José franziu a testa, com um semblante tão sombrio que dava medo. Nesse momento, quem teria coragem de interromper?Se fosse Afonso, ele estaria morto.Era melhor que tivesse uma boa justificativa.Carolina, nervosa, olhou para José, querendo descer dele.Mas José não a deixou. — Carolina... não aguento mais.José estava fazendo birra.Carolin
— Você realmente bateu na porta errada. Aqui só tem a minha mãe. — Explicou Tiago pacientemente, enquanto ia até a cozinha buscar algo gostoso para Evan comer. Ele aproveitou para se exibir. — Foi minha mãe que fez isso, é uma delícia!Evan devorava a comida como se não tivesse comido há dias, claramente estava fora de casa há muito tempo.— Vai com calma, tá? — Disse Tiago, servindo um copo de leite para ele.Com a boca cheia, Evan olhou para Tiago e insistiu: — Ela é minha mãe! Minha, e de mais ninguém! — Mas... — Tiago estava quase chorando, ansioso. O que ele podia fazer? Alguém estava tentando roubar a mãe dele! — Mas ela é minha mãe!Pela primeira vez, Tiago sentiu na pele o que era lidar com um "ladrão". Por que ele foi abrir a porta? Agora Evan parecia decidido a ficar ali.Evan, percebendo que não conseguia vencer a discussão em português, começou a falar inglês.Por sorte, Tiago entendia perfeitamente. Ele estudava em um jardim de infância bilíngue e, sendo o pequeno gênio
— Nem para cuidar de uma criança você serve? — José lançou uma risada sarcástica e, ao ver Raul tentando pegar seu filho, levantou a mão e afastou o braço dele. — Até uma criança você confunde? Olhe direito, esse é meu filho.José, certo de que Raul era cego de olhos e de coração.Raul ficou atônito por um momento. Só então percebeu que Tiago não era Evan.Com o rosto escurecido, ele não escondeu sua insatisfação com a atitude de José.Quando finalmente avistou Carolina na sala de estar, Evan estava escondido atrás dela.Evan agarrava a roupa de Carolina com força, a expressão cheia de medo. — Mamãe, eu quero ficar com você. Não deixa o tio me levar embora!— Sua Família Oliveira maltrata crianças, é isso? — José franziu o cenho, claramente incomodado.Como explicar tamanha resistência da criança?Mesmo que quisesse negar, Raul sabia que, naquele momento, era inútil. Ele sentia como se tivesse caído numa armadilha.Na Família Oliveira, todos tratavam Evan como um tesouro, o mimando sem
— Pelo que sei, Carolina é apenas sua assistente pessoal. Se você estiver disposto, posso oferecer o triplo do salário para a contratar. — Disse Raul com a voz baixa, fixando os olhos em Carolina. — Ou, se preferir, pode estipular suas próprias condições.José olhou Raul de cima a baixo. — É uma pena que o Sr. Raul não tenha substituído Paula no mundo do entretenimento. Parece que você está em todo lugar, sempre com um show para apresentar.Raul respirou fundo, ignorando a provocação de José.Para ele, o que desejava era apenas uma questão de tempo, mesmo que tivesse um rival tão forte quanto José.— Sr. José, você deveria se preocupar consigo mesmo. — Raul retrucou com indiferença, verificando o relógio. — Vou mandar trazer os pertences de Evan. Ele só bebe leite importado da Nova Zelândia, consome vegetais orgânicos e frutas importadas do Sudeste Asiático.Carolina, sem querer, lançou um olhar a José. Antes de entrar na casa dele, sabia que o mordomo era extremamente rigoroso quanto
Com raiva, Linda entrou em casa, mas a casa estava vazia. Tentou ligar para Augusto, mas ele não atendeu.Linda se sentou no sofá, mas Augusto nunca apareceu.Já que Augusto não apareceu, Linda decidiu continuar procurando por Carolina.Quando saiu de casa, viu um carro preto parado na porta, esperando por ela.A janela do carro se abaixou, e dentro estava José.— Onde está Carolina? Chame ela para vir falar comigo! — Linda gritou, furiosa. — Sou a mãe dela!— Então prove que você é a mãe dela. — José respondeu calmamente, fazendo um gesto para ela entrar no carro.— O que você quer dizer com isso? — Linda olhou desconfiada para José.— Considerando que você tem o hábito de mentir, preciso de uma prova médica que comprove sua relação com Carolina. Vou te levar para fazer um exame de paternidade com ela, e até o resultado sair, não vou deixar você a ver. — José avisou, de forma firme, para Linda não tentar enganar.O rosto de Linda mudou na hora. — Você quer que eu vá assim, sem mais n