Na casa de José.Carolina estava sentada à mesa, apertando o celular com força.Augusto já tinha ligado para ela, dizendo para não se preocupar e deixar Linda aprender uma lição.Se ninguém fosse pagar a fiança, Linda passaria 24 horas detida por perturbação da ordem pública.Hoje seria um bom dia para ela refletir lá dentro.Pouco tempo depois, a delegacia ligou novamente.— A Sra. Linda não é sua mãe? — O policial perguntou.— Desculpe, eu não tenho mãe. Ela tem alguma prova? — Carolina respondeu, com frieza.O policial ficou sem palavras, parecia que a família não estava em bons termos. — Então, vamos deixar ela na delegacia para refletir por um dia. Quando for liberada, terá que pagar uma multa de quinhentos reais. O policial desligou em seguida.Carolina deu um suspiro de alívio e pensou em ligar para José.Não sabia como ele estava no Grupo Santos.Hoje, com certeza, ele estaria cercado por inimigos.— Carolina, a casa de José é enorme! — Matilde saiu do banheiro, admirando os a
Matilde assentiu. — Essa é uma boa ideia.Carolina segurava o celular, um pouco distraída.— Aliás, você sabe o quão pequeno é esse mundo? — Matilde bateu a mão na coxa. — A amante do marido de Liliane, você sabe quem é?Carolina balançou a cabeça.— É a prima de Cátia, é uma atriz do mundo do entretenimento. Quando ela começou, usou a conexão com a Família Reis e se aproximou de Marcos, dizendo que o Sr. Marcos de K Empresa era seu cunhado.Matilde também achou tudo muito estranho, parecia que estava sempre cruzando com pessoas da Família Reis.— De novo a Família Reis de novo... — Carolina levantou a mão e se esfregou na testa.A vida sempre colocava os inimigos no mesmo caminho.— Se tiver medo de ofender a Família Reis, podemos deixar pra lá. — Matilde disse, preocupada com a reação de assustada.Carolina balançou a cabeça. — Dessa vez, foi realmente uma coincidência...Carolina mordeu o canto dos lábios. — Qual é o nome da amante? Vou dar uma olhada.Ela estava decidida a não fica
Quando José voltou para casa, Carolina já tinha preparado o jantar.Ela estava de avental, com o cabelo preso de forma simples.Colocando os pratos na mesa, Carolina sorriu para José, que estava trazendo Tiago. — Lave as mãos, a comida já está pronta.José parou por um momento, deixando Tiago no chão.Carolina ficou ali, criando a imagem de um lar perfeito para ele.Devido ao casamento frio de seus pais, José sempre foi resistente à ideia de se casar e ter filhos.Mas agora... ele sentia um calor.Era como se tivesse voado sozinho por muito tempo e finalmente tivesse encontrado seu caminho de volta para casa.— Mamãe. — Tiago lavou as mãozinhas e se sentou, comportada, à mesa. — Hoje, Alberto não foi à escola.Carolina ficou um pouco surpresa e olhou para José. — Alberto não foi para a escola?José acenou com a cabeça, sem querer se envolver demais, talvez ele estivesse doente?Carolina não fez mais perguntas. Vendo o quanto Luísa cuidava bem do filho, ela não se preocupou tanto.— Hoj
Naquela época, José não conseguia entender por que Carolina não sabia se opor, por que, até mesmo ao ver a polícia, ela continuava a proteger aquelas pessoas.Agora, talvez ele começasse a entender…Devido ao ambiente familiar e à forma como cresceu, quando José enfrentava problemas, sua primeira reação era encontrar uma solução rápida e eficaz, pois com suas habilidades ele podia controlar ao máximo a situação.Mas Carolina não podia.Ela costumava pensar em incontáveis soluções para os problemas que surgiam, mas cada uma delas parecia insuportável para ela. Por isso, ela se tornava cada vez mais insegura, mais submissa.— Tiago. José olhou para Tiago e fez um sinal com os olhos.Tiago correu alegremente para a sala e trouxe as flores que José havia preparado previamente, as escondendo atrás de si. — Mamãe, essas são as flores que eu trouxe para você.Era um buquê de rosas vermelhas desabrochando, de um vermelho vibrante, praticamente reluzente.Carolina olhou surpresa para as rosas,
— Não está mais tão magra. — Depois de mandar Tiago para o escritório estudar, José abraçou Carolina por trás enquanto a observava arranjar as flores.Carolina ficou um pouco rígida, visivelmente desconfortável.— Ah! — José estendeu a mão para pegar uma rosa desabrochada na mesa, mas acabou se espetando nos espinhos que não haviam sido retirados, fazendo com que um pequeno ponto de sangue surgisse no dedo.Carolina, preocupada, segurou o dedo dele e olhou para ele, sem saber o que fazer.— Carolina. — José olhou para Carolina, a pouca distância entre eles criando uma atmosfera carregada de ternura e carinho.— Sim... — Carolina olhou para baixo, tentando retirar os espinhos da rosa.— A rosa vermelha, ela é mais resistente ao vento e a ambientes adversos do que a branca. — José pegou a rosa da mão dela. — A rosa, por natureza, tem espinhos, ferir alguém não é culpa dela.Carolina levantou os olhos e olhou para ele, seu olhar tremia.José suspirou, baixou a cabeça e a beijou.Aquelas c
Carolina muita dignidade, mesmo chorando, não o chamava.José, sem saber mais o que fazer, falou: — Você já foi agente secreto?Carolina, com a respiração ofegante, se encostou no peito de José, em silêncio, chorando sem parar.José, tentando a acalmar, batia levemente nas costas dela. Ele a fez chorar, agora tinha que ser ele a consolar. — Eu errei, não chora mais, não vou te incomodar mais...— Mentira... — Carolina chorou ainda mais forte.Porque, apesar de dizer que tinha errado, José não parava e continuava com o que estava fazendo.— Shh. — José fez um gesto de silêncio para Carolina.Como esperado, o som da campainha ecoou do lado de fora.José franziu a testa, com um semblante tão sombrio que dava medo. Nesse momento, quem teria coragem de interromper?Se fosse Afonso, ele estaria morto.Era melhor que tivesse uma boa justificativa.Carolina, nervosa, olhou para José, querendo descer dele.Mas José não a deixou. — Carolina... não aguento mais.José estava fazendo birra.Carolin
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo