José estava sentado diante do computador, com uma aura pesada. Apontou para a mesa de Carolina.— Vá trabalhar.Carolina, com os olhos vermelhos, não sabia se José estava desconfiando dela.— Nada de namoros precoces! — Ele finalmente disse, em tom de reprimenda, com a voz baixa.Carolina olhou para José, confusa, e respondeu:— Sim…Será que isso ainda faz sentido agora que já sou adulta? — Pensou, enquanto voltava à sua mesa para trabalhar.Enquanto Carolina trabalhava, José, de forma discreta, baixou um arquivo criptografado do computador de Pedro para sua área de trabalho, o transferiu para o celular e rapidamente apagou qualquer vestígio.— Sr. José… Não acha melhor verificar as pessoas ao seu redor? — Perguntou Carolina, nervosa, quase sem conseguir se sentar direito na cadeira. Ela temia que José desconfiasse dela, mas também queria provar sua inocência. — Em situações como essa, é quase certo que o computador foi infectado por um vírus.José se reclinou na cadeira e deu algumas
— Mas… Não sei por quê, acho que o Sr. José está mais irritado com o Pedro. Carolina se perguntava se era só impressão dela.Devia ser o Pedro que hackeou o computador do Sr. José, o que deixou ele tão irritado.— Trabalhe e espere pelas notícias. — Afonso parecia animado, ansioso para ver como o Sr. José lidaria com a família Reis.O Sr. José, como sempre, não decepcionou.Na coletiva de imprensa da família Reis, Sofia representou os pais de família e admitiu publicamente os crimes de Cátia. Seu discurso era habilidoso, apelava ao emocional e diminuía a gravidade das ações de Cátia, tentando suavizar a situação.Enquanto a mídia começava a suavizar o tom das reportagens, um dos pais ergueu o retrato da filha falecida. Outros sobreviventes, vítimas do bullying de Cátia, apareceram para testemunhar.— Quero justiça pela vida da minha filha! — A mãe enlutada gritava, segurando o retrato da filha e chorando de maneira desesperada. — Foi por causa da Cátia! Ela abusava do poder da família,
Sofia estava em pânico, completamente em pânico.Com um único movimento, José havia destruído a família Reis.Ele prometeu que, se a família Reis admitisse publicamente os erros de Cátia, ele os deixaria em paz.Com as mãos trêmulas, Sofia ligou para José.— José… Por que você fez isso?José não era de ignorar Sofia, e atendeu a ligação.— Você prometeu que, se a família Reis reconhecesse os erros da Cátia, nos deixaria em paz. — Sofia perguntou, chorando. — Por que está fazendo isso comigo? O que fiz de errado?José esperou pacientemente que Sofia terminasse de chorar antes de responder:— Quem não está deixando vocês em paz agora são as vítimas, pelo que parece, não eu.— José… — Sofia gritou, fora de si. — Por que você está fazendo isso comigo?— Sofia, você é inteligente. Eu ainda deixei uma saída para a família Reis. A partir de agora, Cátia deve desaparecer completamente de Cidade A e nunca mais voltar. Se a família Reis souber se comportar, posso os poupar.José sabia que, às ve
— Ela não precisa ser boa em nada, basta ser ela, só estar ali já é o suficiente. — Marcos terminou a frase e desligou o celular na cara de Sofia.— Ah? — Sofia riu, e riu tanto que acabou descontrolada.Ela não precisa ser boa em nada?Só precisa estar ali?Um enfeite?Ah… Então, ela destruiria esse rostinho bonito e veria se esses homens ainda a considerariam especial!— Faça com que Cátia encontre uma oportunidade para deixar vazar para o Sr. Nono o resultado do teste de paternidade entre Tiago e ele. — Disse Sofia com firmeza.O assistente estava nervoso.— Senhorita… Você não prometeu ao Sr. Marcos que ele poderia levar a criança? Se ele descobri…— O Sr. Nono é esperto, cedo ou tarde ele descobriria. Estamos apenas dando uma dica, ele vai investigar por conta própria.Permitir que Marcos levasse Tiago era apenas um truque.Ela precisava criar, na visão do Sr. Nono, a impressão de que Marcos e a família dele eram as verdadeiras vítimas de um golpe.Somente assim, o Sr. Nono ficari
— Carolina, eu queria pedir dois funcionários ao Sr. José. Desde que assumi a posição de vice-diretor, fica difícil conduzir o trabalho sem assistentes competentes ao meu lado. — Disse Edner com um sorriso.Carolina assentiu:— Isso não é problema. É só me dizer quem são, que aviso ao Sr. José.— Um é a Felícia Eduardo, do setor de hotelaria, e o outro é o Igor Duarte, do setor de projetos. — Edner sorriu de maneira astuta e brincou com o cabelo de Carolina. — Reconheço muito as habilidades profissionais deles e acho que ambos podem ser promovidos. Claro, quando me estabilizar como vice-diretor, se quiser vir trabalhar ao meu lado, posso conversar com o Sr. José para facilitar isso.Carolina sorriu e assentiu:— Isso é tranquilo, aguarde boas notícias.Enquanto se virava, Carolina apertou os dedos e se sentiu enojada. O sorriso congelou em seu rosto.Velho raposa…A Felícia do setor de hotelaria e o Igor do setor de projetos eram, respectivamente, a amante atual de Edner e um dos prote
Carolina percebeu que, com Edner cada vez mais ousado, o momento certo estava se aproximando.Afonso, no entanto, ainda não entendia.— O que isso tem a ver com ele pedir demissão por conta própria? — Perguntou, confuso.— Até amanhã, no máximo, o Sr. José receberá uma ameaça de demissão da parte dele. Por isso, precisamos nos preparar com antecedência para evitar que todo o pessoal do departamento de projetos vá embora com ele. Precisamos reunir as “provas” contra Edner e identificar quem pode servir de exemplo para os demais. — Carolina falou com seriedade.José ouviu atentamente. Quando entraram no escritório, ele mesmo abriu a sobremesa de frutas com leite de coco para Carolina e ainda lhe serviu um copo de água morna.Afonso ficou incrédulo, apontando para o copo. Mesmo alguém mais desligado perceberia o detalhe.— Sr. José, por que Carolina está usando o mesmo tipo de copo que o senhor? Foi só então que Carolina notou que José havia comprado para ela um copo idêntico ao dele, com
Depois de organizar a agenda de José para o dia seguinte e ligar para os departamentos responsáveis para fazer os ajustes necessários, Carolina pegou alguns documentos e saiu do escritório.Ela distribuiu os papéis entre os departamentos e, em seguida, entrou na sala de Edner.— Sr. Edner.Edner estava sentado de pernas cruzadas, tranquilamente ao celular, com uma postura relaxada e um sorriso de quem estava se gabando. Era evidente que ele conversava com sua amante, prometendo a transferir para perto dele e um salário de dezenas de milhares por mês.Assim que viu Carolina entrar, Edner desligou o celular com um sorriso confiante, certo de que seu pedido havia sido aceito.— O que disse o Sr. José?— Sr. Edner… Sinto muito. — Carolina fez uma expressão de desconforto. — O Sr. José disse que todas as outras condições podem ser aceitas, mas trazer uma funcionária do setor de hotelaria para ser secretária do vice-presidente não seria apropriado.Ela suspirou antes de continuar:— Além dis
— Eu… Eu não tenho medo. — Carolina tinha seu próprio orgulho e teimosia. Não era medo, ela apenas se sentia enojada por Edner.— Sim, você não tem medo. — José assentiu.O computador de José emitiu um som.Ele segurava o pulso de Carolina com uma mão e, com a outra, abriu o e-mail.Era uma mensagem de Lúcia:— Sr. José! Edner acabou de enviar um pedido de demissão repentino, claramente irritado. O que eu faço? Já rejeitei duas vezes, mas ele enviou novamente, insistindo para que eu encaminhasse ao senhor.José se recostou na cadeira, com um sorriso no canto dos lábios:— Que pressa…Ele quase queria elogiar a eficiência de Edner em tomar decisões.Puxando Carolina para perto, José indicou o pedido de demissão de Edner, com um tom preguiçoso na voz:— Carolina, será que você é meu amuleto da sorte?O corpo de Carolina ficou tenso. Nervosa, ela praticamente estava sobre José, se sentindo extremamente desconfortável.Aquela posição… Era íntima demais.Ela estava quase montada em José.—