No escritório do executivo.Carolina entrou e viu uma xícara de leite quente sobre a mesa.— Afonso, foi você que trouxe para mim? — Perguntou Carolina, surpresa.— Sim. — Afonso acenou com a cabeça.Carolina sorriu e agradeceu:— Obrigada.— Ah, que isso! Não precisa agradecer. Eu perdi uma aposta, lembra? Sou seu assistente por três meses. — Afonso acenou com a mão, escondendo o fato de que foi o Sr. José quem tinha ordenado aquilo.Ele fazia o trabalho, mas queria ficar com o crédito para si mesmo.— Não se preocupe com isso. — Carolina gesticulou rapidamente, falando baixinho. — Em alguns dias, o Sr. José vai esquecer.— Eu não sou surdo. — O som seco dos dedos do Sr. José batendo na mesa chamou a atenção de Carolina.Ela reprimiu uma risada e tomou um gole do leite. Era doce, como se tivesse açúcar. Mas só um pouco, na medida certa.— O Sr. José me pediu para comprar leite levemente adoçado, porque achou que você ia gostar. — Confessou Afonso, finalmente, sob o olhar sombrio do Sr
José sabia que Carolina sempre mantinha uma postura vigilante em relação a tudo, nunca tendo realmente se aberto de coração.Carolina mordeu o lábio, corando levemente enquanto começava a digitar os arquivos com seriedade.Zé chegou à empresa em vinte minutos, disfarçado como entregador de comida, e foi direto para o escritório.— E aí, desde quando você contratou uma assistente bonita? — Zé colocou a sacola de comida de lado e deu uma cotovelada em José, com um sorriso provocador.— Se comporte. Não assuste ela. — José franziu a testa, advertindo Zé.Carolina, tensa, lançou um olhar cauteloso para Zé e, instintivamente, as afastou. Ele tinha algo de estranho.Zé, percebendo a situação, fez uma cara de quem tinha entendido tudo. Aquela era a “joia preciosa” que José estava escondendo.— Prazer, cunhada! Meu nome é Zé.Carolina ficou totalmente confusa e gaguejou:— A-Ah?Cunhada? Eles não deveriam manter segredo sobre o relacionamento dela com José?— Já falei pra não a assustar. — Jos
No escritório, Pedro abriu a pasta com o nome de Carolina e ficou olhando por um longo tempo para a foto dela.Era a única foto de Carolina após sair da prisão, tirada durante o processo de admissão na empresa.Ele guardava a foto em uma pasta criptografada, junto com outras fotos e vídeos antigos dos dois, e passou muito tempo olhando para tudo aquilo.Pedro sabia que nunca conseguiria esquecer Carolina. Como poderia?Ele apenas a odiava por tê-lo traído, por ter insistido em confessar e se entregar cinco anos atrás, escolhendo a prisão.Odiava o fato de Carolina ter escolhido machucar a si mesma como uma forma de vingança contra ele.Antes de toda a controvérsia sobre a farsa envolvendo a verdadeira identidade de Carolina, ela tinha uma personalidade gentil, inocente como uma rosa branca prestes a desabrochar.No álbum criptografado, havia uma pasta específica onde Pedro escondia as fotos antigas dos dois.Luana achava que Pedro tinha apagado tudo, mas, na verdade, ele havia escondid
— Já estamos no ensino médio, que namoro precoce é esse? — Pedro disse, rindo, enquanto se sentava na carteira em frente à de Carolina.— Fique comigo. Posso sempre proteger você.Carolina apertava os dedos nervosamente, abaixando a cabeça e permanecendo em silêncio por um longo tempo, enquanto as provocações e risadas ecoavam pela sala.Pedro, irritado, gritou:— Todo mundo cale a droga da boca!A sala ficou em silêncio. Pedro olhou para Carolina.Depois de um tempo, ela assentiu cuidadosamente, com o rosto totalmente vermelho.Imediatamente, os colegas começaram a fazer barulho novamente.— Mas… temos que estudar com esforço e passar na Universidade A. Você não pode… Não pode ficar para trás. — Carolina levantou o olhar para Pedro. — Posso ajudar você com as matérias.Pedro se debruçou na mesa dela.— Se você me ajudar, eu estudo.Naquela época, o sorriso de Carolina era realmente lindo, puro, sem nenhuma sombra de malícia. Seus olhos brilhavam como sempre.— Está bem, mas desta vez
José estava sentado diante do computador, com uma aura pesada. Apontou para a mesa de Carolina.— Vá trabalhar.Carolina, com os olhos vermelhos, não sabia se José estava desconfiando dela.— Nada de namoros precoces! — Ele finalmente disse, em tom de reprimenda, com a voz baixa.Carolina olhou para José, confusa, e respondeu:— Sim…Será que isso ainda faz sentido agora que já sou adulta? — Pensou, enquanto voltava à sua mesa para trabalhar.Enquanto Carolina trabalhava, José, de forma discreta, baixou um arquivo criptografado do computador de Pedro para sua área de trabalho, o transferiu para o celular e rapidamente apagou qualquer vestígio.— Sr. José… Não acha melhor verificar as pessoas ao seu redor? — Perguntou Carolina, nervosa, quase sem conseguir se sentar direito na cadeira. Ela temia que José desconfiasse dela, mas também queria provar sua inocência. — Em situações como essa, é quase certo que o computador foi infectado por um vírus.José se reclinou na cadeira e deu algumas
— Mas… Não sei por quê, acho que o Sr. José está mais irritado com o Pedro. Carolina se perguntava se era só impressão dela.Devia ser o Pedro que hackeou o computador do Sr. José, o que deixou ele tão irritado.— Trabalhe e espere pelas notícias. — Afonso parecia animado, ansioso para ver como o Sr. José lidaria com a família Reis.O Sr. José, como sempre, não decepcionou.Na coletiva de imprensa da família Reis, Sofia representou os pais de família e admitiu publicamente os crimes de Cátia. Seu discurso era habilidoso, apelava ao emocional e diminuía a gravidade das ações de Cátia, tentando suavizar a situação.Enquanto a mídia começava a suavizar o tom das reportagens, um dos pais ergueu o retrato da filha falecida. Outros sobreviventes, vítimas do bullying de Cátia, apareceram para testemunhar.— Quero justiça pela vida da minha filha! — A mãe enlutada gritava, segurando o retrato da filha e chorando de maneira desesperada. — Foi por causa da Cátia! Ela abusava do poder da família,
Sofia estava em pânico, completamente em pânico.Com um único movimento, José havia destruído a família Reis.Ele prometeu que, se a família Reis admitisse publicamente os erros de Cátia, ele os deixaria em paz.Com as mãos trêmulas, Sofia ligou para José.— José… Por que você fez isso?José não era de ignorar Sofia, e atendeu a ligação.— Você prometeu que, se a família Reis reconhecesse os erros da Cátia, nos deixaria em paz. — Sofia perguntou, chorando. — Por que está fazendo isso comigo? O que fiz de errado?José esperou pacientemente que Sofia terminasse de chorar antes de responder:— Quem não está deixando vocês em paz agora são as vítimas, pelo que parece, não eu.— José… — Sofia gritou, fora de si. — Por que você está fazendo isso comigo?— Sofia, você é inteligente. Eu ainda deixei uma saída para a família Reis. A partir de agora, Cátia deve desaparecer completamente de Cidade A e nunca mais voltar. Se a família Reis souber se comportar, posso os poupar.José sabia que, às ve
— Ela não precisa ser boa em nada, basta ser ela, só estar ali já é o suficiente. — Marcos terminou a frase e desligou o celular na cara de Sofia.— Ah? — Sofia riu, e riu tanto que acabou descontrolada.Ela não precisa ser boa em nada?Só precisa estar ali?Um enfeite?Ah… Então, ela destruiria esse rostinho bonito e veria se esses homens ainda a considerariam especial!— Faça com que Cátia encontre uma oportunidade para deixar vazar para o Sr. Nono o resultado do teste de paternidade entre Tiago e ele. — Disse Sofia com firmeza.O assistente estava nervoso.— Senhorita… Você não prometeu ao Sr. Marcos que ele poderia levar a criança? Se ele descobri…— O Sr. Nono é esperto, cedo ou tarde ele descobriria. Estamos apenas dando uma dica, ele vai investigar por conta própria.Permitir que Marcos levasse Tiago era apenas um truque.Ela precisava criar, na visão do Sr. Nono, a impressão de que Marcos e a família dele eram as verdadeiras vítimas de um golpe.Somente assim, o Sr. Nono ficari