— Com a madrasta, sempre tem o padrasto. Um ditado popular que, no fim, vale a pena ouvir. — José consolava Tiago enquanto lançava um aviso a Marcos.Tiago abraçou o pescoço de José e falou baixinho:— Papai… estou com sono.— Então durma. — José respondeu com suavidade, dando leves batidas nas costas do Tiago para o acalmar.— Tiago, venha com o papai para casa. — Marcos estendeu a mão, tentando pegar Tiago.Tiago olhou para trás, encarando Marcos com uma expressão confusa.— Tiago, o papai vai cuidar de você daqui para frente, tá bom? — Marcos tentou o convencer. — Foi erro meu, eu não cuidei bem de você. Sobre o que aconteceu, vou te dar uma explicação, tudo bem?Tiago olhou para José com cuidado, depois lançou um olhar para Carolina, hesitando. Ele não sabia se devia confiar em Marcos.Mamãe dizia que Marcos era o pai dele.Mas ele gostava mais do papai José.— A mulher má machucou a mamãe, mandou gente bater nela. Você é meu papai? Vai proteger a mamãe e fazer a mulher má ser puni
O rosto de Marcos ficou sombrio enquanto ele olhava para Cátia.— Você acha que eu, Marcos, seria tão idiota a ponto de aceitar o filho bastardo de outra pessoa como meu próprio filho?Cátia ficou assustada com a explosão de raiva de Marcos. Nervosa, apertou os dedos e recuou um passo.— E se… e se foi Carolina quem enganou isso? Talvez ela tenha feito de propósito.— Se ela tivesse essa capacidade, ainda assim teria sido intimidada por você? — Marcos retrucou com frieza. — Se a família Reis não quiser que a sua filha continue envergonhando a todos, é melhor a levar de volta e a educar direito. Se antes de entrar na família Nono ela já ousa machucar meu filho, imagine só o que seria capaz de fazer depois de casada!Marcos amaldiçoava em silêncio, chamando Cátia de idiota em sua mente.— Marcos… — A mãe de Cátia interveio, visivelmente nervosa.— Se ela fizer qualquer outra coisa contra Carolina ou meu filho, eu vou anunciar o cancelamento do casamento. — A voz de Marcos soava grave.A
Cátia era realmente insuportável, uma pessoa tão irremediável que chegava a sufocar.José não queria que Carolina continuasse enfrentando aquela situação.Só de olhar para o rosto dela, Carolina já sofria uma nova ferida emocional.— José! — Marcos franziu o cenho, bloqueando o caminho de José e Carolina. — A criança é minha.José também franziu o cenho, mas não parecia disposto a ceder.— Carolina, você tem certeza? — Marcos lançou um olhar ameaçador para Carolina.O tratamento de Tiago, além das despesas e da rede de contatos com especialistas, dependia de Marcos.Carolina olhou para José, nervosa, e abaixou a cabeça.— Usar a criança para a ameaçar? Só por isso, você já não merece ser o pai do Tiago. — José respondeu, com um tom de advertência.— José, isso é um assunto da minha família, não cabe a você interferir! Tiago é meu filho, e isso é um fato. Me entregue a criança. — Marcos confrontou José, o encarando diretamente.— Vocês dois, brigando pela criança, não pensaram em pergun
Carolina, nervosa, cobriu a boca de Tiago com a mão e pediu desculpas em voz baixa.— Sr. José… e desculpe, a criança ainda é pequena, ele só…Só queria demais ter uma família completa.— Vou. — A resposta de José foi firme.Aquela resposta chocou Marcos, que ficou ainda mais irritado e olhou furioso para José.— Sr. José, mentindo até para uma criança!— Se é mentira ou não, não preciso explicar para você. — José abriu a porta do carro e indicou que Carolina subisse com Tiago no colo.Carolina olhou para José, tão surpresa quanto Marcos.Ele disse que sim…Mas não havia razão para pensar demais. Eles já eram um casal no papel, afinal.Então, José não estava mentindo. Eles realmente tinham um registro de casamento.Tiago olhou para José com os olhos brilhando de emoção, quase chorando:— Papai, você vai se casar com a mamãe, vai a proteger, não vai?— Sim. — José confirmou com um leve aceno, passando a mão nos cabelos de Tiago.Tiago abraçou Carolina e, com a voz chorosa, disse:— Mamã
E se no futuro ele não quiser mais se casar com a mamãe? O que vai acontecer depois?Carolina, um pouco nervosa, segurou a mão de Tiago:— Tiago… não fale assim.Ela temia que José ficasse incomodado com Tiago, pensando que o menino era inteligente demais para a idade , tentando se aproveitar da família Santos.Mas aos olhos de José, tudo o que ele sentia era compaixão.Aquele menino deveria ter sofrido tanto pela falta de segurança e por desejar desesperadamente um pai, a ponto de se expressar com tanto cuidado.— Prometo. — José levantou a mão e entrelaçou seu dedo mindinho com o de Tiago.Os olhos de Tiago ficaram novamente vermelhos, e ele murmurou com a voz embargada:— Promessa feita, promessa cumprida. Cem anos sem quebrar…José deu tapinhas leves nas costas de Tiago, o tranquilizando em silêncio.Carolina também desviou o olhar, com os olhos marejados, olhando para a janela do carro.Ela sabia exatamente o que seu filho queria.Quando José não a quisesse mais…Ela provavelmente
Estendendo a mão para pegar o garfo, Carolina ficou tensa por um tempo, sem emitir nenhum som.Depois de respirar fundo, finalmente disse:— Não… não está bom.José se levantou e trouxe um garfo limpo para ela.— Não precisa pensar tanto.Carolina havia dito que não estava bom, mas não que não fosse possível.— Sr. José, não entre em conflito com o Marcos. Ele é o presidente da K Empresa, e o Grupo Santos tem parcerias muito grandes e lucrativas com eles. As duas empresas são interdependentes, o sucesso de uma reflete na outra, assim como os prejuízos. — Carolina sabia que José entendia isso melhor do que ela.Mesmo assim, sentiu necessidade de falar.José permaneceu em silêncio. Ele sabia pesar os prós e contras.Os interesses da empresa, claro, estavam acima de tudo. Além disso, sua própria situação atual não era das melhores.Mas, no fim, a escolha dependia do que era mais importante.José nunca tinha se considerado uma pessoa emocional.No passado, todos ao seu redor o descreviam c
Com medo de que José não confiasse nela, Carolina falou novamente:— Eu realmente… consigo fazer isso.— Resolvido o problema com Edner entre os executivos, você será a responsável pelo mérito. — José sorriu, com um ar de mistério. — Pode começar a pensar no que gostaria de receber como recompensa.Ao sugerir que Carolina pensasse na recompensa, estava deixando claro que confiava nela incondicionalmente.Carolina ficou com as orelhas vermelhas, abaixou a cabeça e continuou a comer o macarrão.— Não… precisa, é minha obrigação… meu dever.José, excepcionalmente, comeu um prato inteiro de macarrão. Ele, que normalmente era assustadoramente disciplinado, nunca comia tanto carboidrato à noite.Desde que Carolina apareceu, percebeu que ela conseguia quebrar todas as suas regras.Isso não era algo ruim, pelo contrário, era algo que ele achava curioso.E se perguntava até onde ela seria capaz de ir.…A noite era tranquila, em um clube sofisticado, Marcos havia bebido bastante e não parecia n
— Eu sei que você tem essa capacidade. — Marcos olhou para Pedro com sarcasmo. — Cinco anos atrás, você conseguiu a colocar na prisão. Que tipo de coisa você não seria capaz de fazer?Marcos olhou para Pedro com frieza, esvaziou o copo e se levantou para ir embora.No quarto, Pedro ficou em silêncio por um longo tempo. De repente, ele começou a empuxar todas as garrafas de bebida da mesa no chão, quebrando tudo ao seu redor como se estivesse perdendo o controle.Cinco anos atrás, essa história de cinco anos atrás.Aquele julgamento sempre foi o pior pesadelo de Pedro.Nos cinco anos que Carolina esteve na prisão, ele sonhava com ela com frequência.Sonhava com o olhar dela no tribunal, cheio de desespero e completamente desprovido de esperança.Ela o olhava assim, dizendo:— Eu confesso.Pedro perdeu o controle, gritando para retirar o caso. Ele dizia que não ia mais acusar Carolina.Ele afirmou que aquele dinheiro tinha sido dado por ele próprio.Mas o juiz já havia determinado a sent