Carolina, nervosa, cobriu a boca de Tiago com a mão e pediu desculpas em voz baixa.— Sr. José… e desculpe, a criança ainda é pequena, ele só…Só queria demais ter uma família completa.— Vou. — A resposta de José foi firme.Aquela resposta chocou Marcos, que ficou ainda mais irritado e olhou furioso para José.— Sr. José, mentindo até para uma criança!— Se é mentira ou não, não preciso explicar para você. — José abriu a porta do carro e indicou que Carolina subisse com Tiago no colo.Carolina olhou para José, tão surpresa quanto Marcos.Ele disse que sim…Mas não havia razão para pensar demais. Eles já eram um casal no papel, afinal.Então, José não estava mentindo. Eles realmente tinham um registro de casamento.Tiago olhou para José com os olhos brilhando de emoção, quase chorando:— Papai, você vai se casar com a mamãe, vai a proteger, não vai?— Sim. — José confirmou com um leve aceno, passando a mão nos cabelos de Tiago.Tiago abraçou Carolina e, com a voz chorosa, disse:— Mamã
E se no futuro ele não quiser mais se casar com a mamãe? O que vai acontecer depois?Carolina, um pouco nervosa, segurou a mão de Tiago:— Tiago… não fale assim.Ela temia que José ficasse incomodado com Tiago, pensando que o menino era inteligente demais para a idade , tentando se aproveitar da família Santos.Mas aos olhos de José, tudo o que ele sentia era compaixão.Aquele menino deveria ter sofrido tanto pela falta de segurança e por desejar desesperadamente um pai, a ponto de se expressar com tanto cuidado.— Prometo. — José levantou a mão e entrelaçou seu dedo mindinho com o de Tiago.Os olhos de Tiago ficaram novamente vermelhos, e ele murmurou com a voz embargada:— Promessa feita, promessa cumprida. Cem anos sem quebrar…José deu tapinhas leves nas costas de Tiago, o tranquilizando em silêncio.Carolina também desviou o olhar, com os olhos marejados, olhando para a janela do carro.Ela sabia exatamente o que seu filho queria.Quando José não a quisesse mais…Ela provavelmente
Estendendo a mão para pegar o garfo, Carolina ficou tensa por um tempo, sem emitir nenhum som.Depois de respirar fundo, finalmente disse:— Não… não está bom.José se levantou e trouxe um garfo limpo para ela.— Não precisa pensar tanto.Carolina havia dito que não estava bom, mas não que não fosse possível.— Sr. José, não entre em conflito com o Marcos. Ele é o presidente da K Empresa, e o Grupo Santos tem parcerias muito grandes e lucrativas com eles. As duas empresas são interdependentes, o sucesso de uma reflete na outra, assim como os prejuízos. — Carolina sabia que José entendia isso melhor do que ela.Mesmo assim, sentiu necessidade de falar.José permaneceu em silêncio. Ele sabia pesar os prós e contras.Os interesses da empresa, claro, estavam acima de tudo. Além disso, sua própria situação atual não era das melhores.Mas, no fim, a escolha dependia do que era mais importante.José nunca tinha se considerado uma pessoa emocional.No passado, todos ao seu redor o descreviam c
Com medo de que José não confiasse nela, Carolina falou novamente:— Eu realmente… consigo fazer isso.— Resolvido o problema com Edner entre os executivos, você será a responsável pelo mérito. — José sorriu, com um ar de mistério. — Pode começar a pensar no que gostaria de receber como recompensa.Ao sugerir que Carolina pensasse na recompensa, estava deixando claro que confiava nela incondicionalmente.Carolina ficou com as orelhas vermelhas, abaixou a cabeça e continuou a comer o macarrão.— Não… precisa, é minha obrigação… meu dever.José, excepcionalmente, comeu um prato inteiro de macarrão. Ele, que normalmente era assustadoramente disciplinado, nunca comia tanto carboidrato à noite.Desde que Carolina apareceu, percebeu que ela conseguia quebrar todas as suas regras.Isso não era algo ruim, pelo contrário, era algo que ele achava curioso.E se perguntava até onde ela seria capaz de ir.…A noite era tranquila, em um clube sofisticado, Marcos havia bebido bastante e não parecia n
— Eu sei que você tem essa capacidade. — Marcos olhou para Pedro com sarcasmo. — Cinco anos atrás, você conseguiu a colocar na prisão. Que tipo de coisa você não seria capaz de fazer?Marcos olhou para Pedro com frieza, esvaziou o copo e se levantou para ir embora.No quarto, Pedro ficou em silêncio por um longo tempo. De repente, ele começou a empuxar todas as garrafas de bebida da mesa no chão, quebrando tudo ao seu redor como se estivesse perdendo o controle.Cinco anos atrás, essa história de cinco anos atrás.Aquele julgamento sempre foi o pior pesadelo de Pedro.Nos cinco anos que Carolina esteve na prisão, ele sonhava com ela com frequência.Sonhava com o olhar dela no tribunal, cheio de desespero e completamente desprovido de esperança.Ela o olhava assim, dizendo:— Eu confesso.Pedro perdeu o controle, gritando para retirar o caso. Ele dizia que não ia mais acusar Carolina.Ele afirmou que aquele dinheiro tinha sido dado por ele próprio.Mas o juiz já havia determinado a sent
José segurou Carolina com um braço só, suspirando enquanto falava:— Eu ainda não sou tão imoral assim. Você ainda está doente.Carolina, assustada, abraçou o pescoço de José com força enquanto ele a carregava para o banheiro.— Seque o cabelo antes de dormir. — José pegou o secador de cabelo e começou a secar o cabelo de Carolina.Carolina, nervosa, estava protegida contra o peito de José. Aquela sensação… Era o suficiente para a fazer se perder.Tão seguro.Sem dúvida, José era um homem muito perigoso.Com a mente em branco, Carolina olhava para o reflexo no espelho, sentindo que tudo aquilo era irreal.José, ele mesmo, secando o cabelo dela…Por quê? Por que ele era tão bom com ela?…A luz do banheiro não era muito forte, mas o reflexo de José no espelho era tão brilhante. Anos atrás, quando Carolina ainda era namorada de Pedro, ela ouviu Pedro reclamar sobre como um olheiro de talentos apareceu em sua casa, insistindo para que José virasse estrela, mas foi expulso pelo mordomo.O
Na residência de José, Carolina se escondia sob as cobertas, com o coração disparado.Ela quase podia ouvir o som de suas próprias batidas.Quanto mais José se aproximava, mais acelerado ficava o coração dela.A luz debaixo das cobertas escureceu, e Carolina apertou as mãos de nervoso. Ela sabia que José tinha apagado a luz.A lâmpada de cabeceira foi diminuindo gradualmente, e o coração de Carolina parecia subir até a garganta.— Gosta de dormir com a cabeça coberta? — A voz de José era tão agradável que fazia o coração de Carolina disparar ainda mais.Reunindo coragem, ela espiou para fora das cobertas, enrolada no cobertor, olhando José com cuidado.José estava deitado ao lado dela, a voz baixa e rouca. — Durma.Talvez porque a cama fosse muito grande, Carolina e José estavam bem distantes. Ambos ficaram quietos, sem dizer mais nada.José realmente não a tocou, permitindo que ela dormisse tranquilamente.Sentindo a respiração ao lado ficar uniforme, José se virou para olhar Carolina
— Bem. — Concordou José.Tiago ficou muito feliz, com os olhos brilhando.— Papai, você vai gostar de mim para sempre? — Após escovar os dentes, Tiago perguntou cuidadosamente.Na verdade, ele tinha muito medo, tinha medo de que, um dia, o pai o abandonasse.— Vou. — Concordou José.— Posso te chamar de papai sempre? — Perguntou Tiago novamente.José esfregou a cabeça de Tiago: — Sim.— Então, papai, quando você tiver outros filhos, continue gostando de mim, ok? — Tiago entendia tudo.José ficou surpreso por um momento, outros filhos?Tiago tinha medo de que ele tivesse seus próprios filhos no futuro?Olhando para o espelho, José ficou chocado por muito tempo.Quando Tiago terminou de escovar os dentes e lavou a escova de dentes com cuidado, era muito parecido com ele.Sentiu o coração apertado e, sem pensar, José agarrou o queixo de Tiago, fazendo-o olhar para o espelho e comparando cuidadosamente.— Tiago?Fora da porta, Carolina chamou Tiago para tomar café da manhã, ao ver o pai e