Carolina olhou para baixo, não falou nada. — Não é de admirar que Lídia quisesse acabar com sua vida há seis anos. — José riu. Realmente foi o destino. Seis anos atrás, quando ele voltava para casa, ouviu acidentalmente Lídia contratando alguém para matar uma mulher chamada Carolina. Ele não se interessou a princípio, mas inexplicavelmente não quis que Lídia saísse vitoriosa, então mandou alguém salvar Carolina. Agora, pensando bem, se ele não tivesse se envolvido, teria sido uma grande pena. Carolina apertou as mãos, Lídia deveria estar com medo de qualquer ligação entre ela e José. Pedro a odiava por motivos que Lídia tinha uma responsabilidade inegável. — Por que você não ligou para o Marcos ontem à noite? — José perguntou. Carolina olhou para baixo, timidamente apertando os dedos. — Ele… tem noiva. Marcos não se dispôs a cancelar o noivado. Essa foi a razão pela qual ela não escolheu mais Marcos. — Oh? Você realmente tem princípios, não quer ser a terceira?
— Quer que você descanse bem. — Afonso disse, saindo do carro para abrir a porta para Carolina. Carolina estava tremendo, segurando com força a barra da saia, e, com um extremo constrangimento, falou. — Eu... eu quero vê-lo. Ela sabia que, para se agarrar a José, essa grande árvore, estava sendo um pouco descarada. — Senhorita Carolina, você é um grande problema, espero que tenha autoconsciência e não deixe ninguém saber sobre sua relação com o Presidente Santos, a menos que o Presidente Santos precise de você como um escudo. — Afonso alertou Carolina. As mãos de Carolina, que estavam apertadas, começaram a relaxar, e ela soltou um suspiro de alívio, ainda bem que José não a ignorava. Pelo menos, ela ainda tinha um pouco de valor. — O Presidente Santos pediu que você ficasse com Tiago, não precisa se preocupar com mais nada, ele vai resolver. Quando precisar de você, eu vou te buscar. — Afonso fez Carolina descer do carro e lhe entregou uma xícara de chocolate quente. — O P
Augusto franziu a testa ao olhar para o outro. — O que você quer? Rui tentou entrar na casa, mas foi impedido por Augusto. — Rui! Eu aconselho você a não aparecer aqui sozinho. — Augusto disse com raiva, incapaz de conter a vontade de agredir. Rui, esse tipo de filho de rico, não aguentaria apanhar sem segurança. Rui apertou os dedos. — Você tem certeza de que ela não voltou? — Ela foi forçada a deixar a Cidade A por você, como poderia voltar agora? Meu sobrinho está dormindo, não fique aqui fazendo escândalo. Se quiser procurar alguém, vá para outro lugar. — Augusto empurrou Rui para fora. Rui olhou para baixo, respirando com ansiedade. Carolina não havia voltado, e ele também não a encontrara em Cidade C; ela certamente estava em apuros... — Senhor Silva, não importa se você acredita ou não, eu preciso dizer mais uma vez: nossa família nunca maltratou Luana, e eu nunca a feri. Carolina foi trocada por minha mãe quando ainda estava em um berço, ela sempre foi a vítima,
— Cátia é a noiva de Marcos. — Carolina sorriu sem energia. O corpo de Augusto imediatamente ficou rígido, e suas mãos caíram sem força. Ah, parece que os maus se reuniram. — José disse que ele precisava de uma mulher totalmente obediente ao seu lado, às vezes como um escudo, e como eu sou obediente, ele gostaria de nos proteger, embora isso seja apenas temporário... Carolina não sabia quanto tempo José poderia protegê-la, provavelmente até ele se casar. Mas pelo menos isso lhes daria um tempo para respirar. — José não é como os outros, irmão... ele não vai me tocar, ele não precisa de mulheres. Augusto franziu a testa, ainda um pouco cético. Se José quisesse uma mulher obediente como escudo, certamente haveria milhares, por que tinha que ser Carolina? — Você é... a ex-noiva do irmão dele. Você não acha que ele tem outros planos? — Augusto não era tolo. Com a relação que tinha com Pedro, José não deveria escolher Carolina, mas ele escolheu, o que significava que havia alg
Na manhã seguinte. Carolina acabou de acordar quando ouviu um alvoroço do lado de fora da porta. Havia várias pessoas conversando. — Nós somos do Jardim de Infância Rei, este é o nosso diretor administrativo, senhor Augusto. Viemos cuidar dos alunos, ouvimos que um dos nossos alunos ficou doente e não veio à escola. — Sim, sim, o Presidente Santos... nos ligou pessoalmente. — Senhor, você é uma pessoa muito compreensiva, não pode atrasar a educação da criança. Nós estamos sendo muito sinceros e certamente cuidaremos bem do pequeno Tiago. — O Tiago é um gênio, ele teve a melhor nota no exame de admissão, seria uma pena se ele fosse para outro lugar. Carolina se apoiou nos braços para se levantar e ouviu em segredo. Deve ter sido José quem ligou para a escola, caso contrário, como poderia o diretor de uma escola de elite vir pessoalmente à sua casa? — O diretor Reis não está bem e foi transferido, sim, sim! — É, não sabemos o que aconteceu com o diretor Reis, ele foi
Carolina abaixou a cabeça, querendo sair. As pessoas dos carros esportivos desceram e cercaram Carolina ao lado da lata de lixo. — Ainda quer fugir, hein? Uma mulher com o cabelo tingido de rosa segurou o colarinho de Carolina e deu um tapa em seu rosto. — Como você ficou assim? Com essa aparência de pobre, que pena. — O que é falso, continua sendo falso, não é nada de se exibir. Carolina levantou a cabeça, com os olhos vermelhos, e olhou para a mulher. — Seu pai deve estar devendo bilhões lá fora, sua mãe está saindo com outros homens, e você ainda acha que pode se exibir? A mulher de cabelo rosa ficou chocada. Carolina estava rebatendo? — Hã? — A mulher olhou para os outros, rindo. — Eu não ouvi errado, ouvi? Carolina olhou para os outros. — Todos vocês estão tão bem vestidos, como se realmente não tivessem problemas financeiros, são todos filhos de famílias ricas da alta sociedade, mas na verdade estão cheirando mal. Vocês... são pessoas inúteis, vagabundas, sem vossas
Vários filhos de ricos se entreolharam, chocados, e ficaram em silêncio por um bom tempo. — Desde quando Carolina se envolveu com José? Aquele é o José! — A mulher de cabelo rosa foi a primeira a reagir, gritando em choque, com uma voz aguda. — Pedro sabe disso? Carolina foi a ex-noiva de Pedro. — Interessante. — Alguém comentou, assistindo à cena, mas ninguém se atreveu a provocar realmente José. — Se não podemos provocar José, então vamos contar para Pedro. Pedro não é quem mais odeia Carolina? Se ele souber que Carolina agora está com o irmão dele... — Um dos homens riu, com um sorriso astuto. — Eu sei um segredo. — A mulher que levou a criança para a escola sorriu e disse. — Vocês com certeza não sabem, mas José teve um caso com a irmã de Cátia, Sofia, eles dormiram juntos... Os filhos de ricos se entreolharam, surpresos. — É verdade? Não disseram que José tinha misofobia e nunca tocava em mulheres? — Todos os homens são assim, aparentam ser certinhos, mas na verdade.
— Presidente Santos, você precisa de mim...faço o quê? — Carolina abaixou a cabeça enquanto seguia José, querendo saber o que precisava fazer naquele momento. Embora tivesse dito que ajudaria José a lidar com Pedro e sua mãe, José ainda não havia se manifestado. Ela não sabia quais eram os verdadeiros pensamentos de José. — Coma bem. — José lançou um olhar para Carolina. Afonso disse que Carolina estava severamente desnutrida, e o relatório de exames do hospital em Cidade C mostrava que todos os índices estavam extremamente baixos, com deficiência grave de vitamina D2. Carolina se sentiu um pouco inferior, olhando para si mesma, tão magra que realmente não se parecia com quem era antes. Agora, se a deixassem na rua, provavelmente ninguém a olharia duas vezes. Ela respirou fundo e acenou com a cabeça. — Eu vou... vou comer bem. Na mesa, José pediu pratos leves, mas maravilhosamente, todos eram os que Carolina adorava. — Coma mais legumes. — José ajudou Carolina a pegar o