Carolina abaixou a cabeça, querendo sair. As pessoas dos carros esportivos desceram e cercaram Carolina ao lado da lata de lixo. — Ainda quer fugir, hein? Uma mulher com o cabelo tingido de rosa segurou o colarinho de Carolina e deu um tapa em seu rosto. — Como você ficou assim? Com essa aparência de pobre, que pena. — O que é falso, continua sendo falso, não é nada de se exibir. Carolina levantou a cabeça, com os olhos vermelhos, e olhou para a mulher. — Seu pai deve estar devendo bilhões lá fora, sua mãe está saindo com outros homens, e você ainda acha que pode se exibir? A mulher de cabelo rosa ficou chocada. Carolina estava rebatendo? — Hã? — A mulher olhou para os outros, rindo. — Eu não ouvi errado, ouvi? Carolina olhou para os outros. — Todos vocês estão tão bem vestidos, como se realmente não tivessem problemas financeiros, são todos filhos de famílias ricas da alta sociedade, mas na verdade estão cheirando mal. Vocês... são pessoas inúteis, vagabundas, sem vossas
Vários filhos de ricos se entreolharam, chocados, e ficaram em silêncio por um bom tempo. — Desde quando Carolina se envolveu com José? Aquele é o José! — A mulher de cabelo rosa foi a primeira a reagir, gritando em choque, com uma voz aguda. — Pedro sabe disso? Carolina foi a ex-noiva de Pedro. — Interessante. — Alguém comentou, assistindo à cena, mas ninguém se atreveu a provocar realmente José. — Se não podemos provocar José, então vamos contar para Pedro. Pedro não é quem mais odeia Carolina? Se ele souber que Carolina agora está com o irmão dele... — Um dos homens riu, com um sorriso astuto. — Eu sei um segredo. — A mulher que levou a criança para a escola sorriu e disse. — Vocês com certeza não sabem, mas José teve um caso com a irmã de Cátia, Sofia, eles dormiram juntos... Os filhos de ricos se entreolharam, surpresos. — É verdade? Não disseram que José tinha misofobia e nunca tocava em mulheres? — Todos os homens são assim, aparentam ser certinhos, mas na verdade.
— Presidente Santos, você precisa de mim...faço o quê? — Carolina abaixou a cabeça enquanto seguia José, querendo saber o que precisava fazer naquele momento. Embora tivesse dito que ajudaria José a lidar com Pedro e sua mãe, José ainda não havia se manifestado. Ela não sabia quais eram os verdadeiros pensamentos de José. — Coma bem. — José lançou um olhar para Carolina. Afonso disse que Carolina estava severamente desnutrida, e o relatório de exames do hospital em Cidade C mostrava que todos os índices estavam extremamente baixos, com deficiência grave de vitamina D2. Carolina se sentiu um pouco inferior, olhando para si mesma, tão magra que realmente não se parecia com quem era antes. Agora, se a deixassem na rua, provavelmente ninguém a olharia duas vezes. Ela respirou fundo e acenou com a cabeça. — Eu vou... vou comer bem. Na mesa, José pediu pratos leves, mas maravilhosamente, todos eram os que Carolina adorava. — Coma mais legumes. — José ajudou Carolina a pegar o
José franziu a testa. Mesmo que fosse lento, entendeu o que Carolina queria dizer. Ele planejou usá-la como um escudo. Ela queria que ele a mantivesse, seja sua amante secreta. Na verdade, Carolina não era burra, uma vez que um relacionamento entre homens e mulheres envolvia questões íntimas, era difícil definir a relação entre os dois. Ele, naturalmente, queria proteger Carolina, Tiago e Augusto, pois isso estava dentro de suas capacidades. — Eu não menti. — Vendo que José não falava, Carolina ficou com os olhos vermelhos. — Aqueles rumores não são verdadeiros, eu não tenho tantos homens, além de Marcos... Não há mais ninguém. José franziu a testa e olhou para o resultado do exame, que ainda era do hospital de Cidade C. Era evidente que o assistente de Marcos a levara para os exames, todos voltados para triagem de doenças sexualmente transmissíveis. Para ser honesto, esses exames eram um pouco insultantes. — Eu não toco na mulher de Marcos. — José jogou o resultado d
— Você entendeu errado, eu realmente não estou aqui para pedir que você retire a queixa, meus pais fizeram algumas coisas erradas. — Sofia falou em voz baixa, tentando acalmar. — Na verdade, eu queria te conhecer. Sofia vestia um vestido branco, e sua presença tinha uma qualidade etérea, como a de uma fada do céu. Ela cuidadosamente levantou as mangas do vestido, revelando dois braços brancos e limpos, cobertos de cicatrizes de cortes e automutilação. Carolina ficou paralisada, chocada, sem saber como reagir. Ela era a filha mais velha da família Reis, como poderia... — Carolina, eu queria te conhecer porque eu sei... nós somos pessoas do mesmo mundo, nós dois estamos doentes. — A voz de Sofia era muito suave. — Desculpe, eu vi o vídeo em que eles te intimidavam. Carolina desviou o olhar. — Eu também passei por bullying na escola, e também fui... forçada por alguém que não queria e não sabia quem era. Esses anos, eu vivi em agonia, sempre pensando em como me libertar. — S
Cidade C, casa dos Nono. — Senhor? Seu avô já descansou. — Senhor... — Senhor! O mordomo e o segurança não conseguiram impedir Marcos, que derrubou um deles com um soco. — Senhor, desta vez ainda tenho que agradecer pela sua ajuda. — Na sala, Pedro estava tomando chá com o avô de Marcos. O velho da família Nono havia libertado Pedro sob fiança, e ele naturalmente foi visitá-lo. Pedro e sua mãe sempre quiseram tomar o que originalmente pertencia a José, então conseguir o apoio dos diretores da empresa e dos parceiros comerciais se tornava especialmente importante. Nos últimos anos, José havia pressionado Pedro fortemente, para se conectar com a família Nono, ele usou a relação entre as famílias Reis e Nono, e estava disposto a fazer qualquer coisa. — Pedro, você é um bom garoto. Desta vez foi o vovô que pediu sua ajuda, e por isso você se meteu em problemas. — O velho Nono começou a falar com um sorriso. — Vamos jantar aqui esta noite antes de você ir. — Está bem, se
— Carolina pegou o celular de um transeunte e fez essa ligação. Verifiquei, é o número do José. No carro, Daniel falou em voz baixa, os nós dos dedos segurando o volante ficando brancos. Essas pessoas eram realmente repugnantes, fazendo isso com uma mulher. — O número do José? — Marcos perguntou em um tom grave. — Sim... Marcos se encostou no banco de trás e fechou os olhos lentamente. Carolina realmente contatou José, mas não quis entrar em contato com ele. Ela poderia muito bem ter ligado para ele. — Vá para Cidade A. — Marcos abriu os olhos lentamente, com um olhar profundo. Carolina era dele, ninguém poderia tirá-la dele. Ele havia se esforçado tanto, até desgastando suas defesas, e finalmente a fez se submeter a ele. José queria roubar-lhe a mulher nessa hora? Não tinha como. ... Cidade A, Jardim de Infância Reis. Carolina chegou pontualmente na porta da escola às cinco e meia da tarde, pronta para buscar Tiago. — Senhorita Carolina? O aluno Tiago tev
Luísa sempre mimou Alberto, afinal, ele era o filho que ela teve com Leandro após tanto esforço. Leandro não amava Luísa, mas para manter Leandro ao seu lado, Luísa se dedicou muito ao filho. Ela correu ansiosamente até Alberto, olhou para os lados e viu que o rosto do filho estava vermelho, com uma expressão de raiva ao encarar o diretor da administração. — Como vocês cuidam das crianças! O diretor rapidamente se levantou para se desculpar, fazendo uma expressão de servilismo. — Senhorita Santos, a situação é a seguinte, as duas crianças estavam brincando... — Brincando? — Luísa lançou um olhar frio na direção de Carolina, e sua expressão imediatamente escureceu. — Carolina? Carolina apertou Tiago contra si e abaixou a cabeça, tentando sair. — Hm... eu pensei que era alguém diferente, mas é você de novo. Você fez seu filho agredir o meu? — A voz de Luísa era afiada, enquanto ordenava aos seguranças na porta que a impedissem de sair. — Impedam-nos! Os seguranças ficaram n