Bernardo ficou em silêncio por alguns segundos. Então, sem dizer mais nada, entregou o celular para Esther.— Não tem senha. — Disse ele. Logo em seguida, saiu do cômodo.O celular parecia pesar uma tonelada nas mãos de Esther. Seus pensamentos estavam confusos, mas a oportunidade de entrar em contato com Marcelo era algo que ela não poderia desperdiçar.Ela conhecia o número de Marcelo de cor. Sem hesitar, discou os números.A voz de Marcelo ecoou do outro lado da linha:— Encontrou Geraldo?Ele, obviamente, achava que estava falando com Bernardo. Porém, foi surpreendido pela voz de Esther.— Você está em contato com Geraldo? — Perguntou ela, diretamente.— Sim. — Marcelo ficou surpreso, mas também feliz por ouvir a voz dela. Era um alívio saber que Esther parecia bem, com a voz firme, como se não estivesse ferida.Apesar disso, a preocupação continuava a dominá-lo.Esther respirou fundo antes de falar:— Tenho pensado em algumas coisas... Quero agir de dentro para fora.Enquanto fala
Esther ficou em silêncio. Ela começou a perceber algo muito claro. Algumas pessoas e situações eram bem mais complicadas do que pareciam.— Meu conselho é que você pare de alimentar ideias impossíveis. Vou sair à noite. Se precisar de algo, fale com Vasco. — Bernardo falou baixo, com um tom firme.Mesmo assim, Esther não respondeu.A cabeça dela parecia rodar. As palavras de Bernardo ecoavam em sua mente, se misturando com fragmentos de memórias confusas que voltavam à tona.Mas, de repente, no meio da madrugada, algo inesperado aconteceu.Uma mão abafou sua boca com força, a impedindo de gritar.Esther tentou resistir, mas a pessoa era muito mais forte. Ela simplesmente não conseguia se soltar....Enquanto isso, Marcelo acordou sobressaltado.— Capitão Marcelo, sonhou com a Srta. Esther? — Durval perguntou, entrando na sala e notando o estado agitado de Marcelo.Marcelo estava ofegante, o rosto dele estava molhado de suor. Ele não respondeu, mas o silêncio foi mais do que suficiente
Naquela noite, Estrella procurou Bernardo. Durante a celebração em homenagem aos subordinados de Iurani, ela ergueu uma taça de vinho em sua direção.— Um brinde a você, Bernardo! — Disse Estrella com um sorriso.Bernardo tomou o vinho sem hesitar, mas, logo em seguida, começou a tossir violentamente. Um filete de sangue escorreu pela sua boca.— Bernardo! O que está acontecendo? — Gritou Estrella, visivelmente apavorada. O rosto dela ficou pálido de susto. Bernardo, por sua vez, estreitou os olhos e examinou ao redor. Observou as expressões ansiosas de todos à sua volta. Aquele veneno, para chegar até ele, só poderia ter vindo de alguém muito próximo.Com um movimento rápido, ele segurou o pulso de Estrella e esboçou um sorriso frio.— O que você acha? — Perguntou ele, com um tom de ironia.— Eu? Não! Eu sou inocente, Bernardo! Você é meu irmão, como eu poderia te machucar? — Respondeu Estrella, com um olhar cheio de indignação.O Faraó se adiantou e interveio:— Bernardo, sei que vo
Bernardo abriu um sorriso irônico, enquanto uma expressão fria surgia em seu rosto.— Deixe eles caírem na armadilha.Vasco permaneceu em silêncio, mas o significado por trás das palavras de Bernardo era claro para ele....Enquanto isso, Marcelo voltou a se aproximar das redondezas de Iurani. Dessa vez, ele estava com outra aparência, repetindo o mesmo truque de antes.Antes de conseguir se infiltrar no local, seu celular tocou. O número era de alguém de dentro de Iurani.Ele se lembrou da vez em que Esther ligou para ele usando o telefone de Bernardo. Por isso, atendeu rapidamente.— Você está procurando Esther? — Perguntou uma voz feminina do outro lado.Marcelo franziu o cenho. Só alguém de Iurani poderia saber o número dele, e considerando o tom da pessoa, ele deduziu imediatamente: “Estrella... Só pode ser a irmã do Bernardo.”Com o rosto tenso, ele respondeu com frieza:— O que você e seu irmão estão tramando?— Isso não é da sua conta. Se você quiser Esther de volta, terá que s
Nos últimos dias, Geraldo suportou todos os experimentos que Gustavo realizou nele.Como um homem-erva criado pelo Faraó, ele era o experimento mais bem-sucedido de todos. Por isso, seu corpo já havia desenvolvido resistência aos procedimentos e medicamentos que Gustavo usava.Enquanto um dos assistentes de Gustavo se aproximava para aplicar mais uma injeção, Geraldo viu sua oportunidade. Num movimento rápido, ele agarrou a seringa e a cravou com força no pescoço do homem.Sem perder tempo, Geraldo puxou o corpo desacordado para baixo de uma mesa. Ele arrancou a roupa de proteção do assistente, colocou a máscara e ajustou tudo de forma precisa.Depois, pegou o homem e o jogou no tanque de contenção, simulando que ainda estava lá dentro.O laboratório era um lugar familiar para Geraldo. Desde que se lembrava, aquele ambiente frio e controlado era tudo o que conhecia. Ele sabia exatamente como cada equipamento funcionava e os horários de vigilância.Enquanto caminhava cuidadosamente pelo
A pessoa que bloqueava o caminho deles não era outra, senão Bernardo, aquele que todos acreditavam estar desacordado por conta do veneno e sem chances de se levantar tão cedo.— Eu vou tirar ela daqui! — Disse Geraldo, colocando Esther atrás de si em um gesto protetor.Bernardo não respondeu. Com um simples aceno, Vasco trouxe homens que cercaram os dois rapidamente.Logo foram levados para outro lugar, mais seguro. No entanto, mal chegaram e já foram interrompidos por um mensageiro que entrou apressado.— Sr. Bernardo, temos problemas! Gustavo se rebelou!Bernardo deixou escapar um sorriso frio. Para ele, a traição de Gustavo era apenas uma questão de tempo. A fuga de Geraldo com Esther só havia acelerado os planos do traidor.— Os assuntos de Iurani não nos dizem respeito. Você não quer deixar Estrella presa num lugar como este, quer? — Disse Geraldo, apertando a mão de Esther. Seu rosto estava sombrio, as sobrancelhas unidas em uma expressão de extrema preocupação.Bernardo não resp
Esther percebeu o sangue escorrendo pelo rosto de Bernardo. O líquido vermelho formava linhas sinuosas, contrastando com a pele pálida. Seus olhos se arregalaram em choque, e ela tentou dizer algo, mas era como se mãos invisíveis apertassem seu pescoço, impedindo qualquer som de sair.Antes que ela conseguisse reagir, Bernardo a empurrou com força e disse, com a voz firme e autoritária:— Vá procurar Marcelo! Não volte!Esther tropeçou, quase caiu, mas braços fortes a seguraram pela cintura. Antes mesmo que tivesse tempo para entender o que estava acontecendo, o som de tiros ensurdecedores encheu o ambiente.Geraldo agarrou sua mão com força e a puxou para longe sem olhar para trás.Bernardo, por outro lado, estava cercado pelos homens de confiança de Gustavo. Vasco lutava com todas as forças para protegê-lo, mas estava em desvantagem.Gustavo apareceu com o rosto coberto de sujeira, mas ainda assim sorria com uma expressão de pura arrogância. Seus dentes brancos brilhavam enquanto ele
Gustavo segurou o gatilho, pronto para acabar com Bernardo, mas hesitou. Seus olhos se estreitaram, revelando um brilho cruel enquanto observava o olhar desafiador de Bernardo.— Eu vou fazer você e seu pai sentirem o gosto de cair do topo para a miséria, e depois para o inferno. — A voz dele carregava uma promessa sombria.Com um gesto de mão, os capangas de Gustavo avançaram. Bernardo e Vasco foram rapidamente dominados e levados para longe.Gustavo então deu outra ordem, com sua voz firme e cheia de autoridade:— Geraldo e Esther não podem ter ido longe. Tragam os dois para mim. Quero vê-los vivos ou mortos!— Sim, senhor! — Responderam os homens em uníssono, saindo apressados para cumprir a missão....Enquanto isso, Marcelo aproveitava o caos da batalha para se infiltrar em Iurani. Ele sabia que, em uma situação como aquela, o segredo para vencer era atacar diretamente o líder.Estrella, por outro lado, estava sentada em seu escritório, debruçada sobre uma pintura. Na tela, um cam