Nos últimos dias, Geraldo suportou todos os experimentos que Gustavo realizou nele.Como um homem-erva criado pelo Faraó, ele era o experimento mais bem-sucedido de todos. Por isso, seu corpo já havia desenvolvido resistência aos procedimentos e medicamentos que Gustavo usava.Enquanto um dos assistentes de Gustavo se aproximava para aplicar mais uma injeção, Geraldo viu sua oportunidade. Num movimento rápido, ele agarrou a seringa e a cravou com força no pescoço do homem.Sem perder tempo, Geraldo puxou o corpo desacordado para baixo de uma mesa. Ele arrancou a roupa de proteção do assistente, colocou a máscara e ajustou tudo de forma precisa.Depois, pegou o homem e o jogou no tanque de contenção, simulando que ainda estava lá dentro.O laboratório era um lugar familiar para Geraldo. Desde que se lembrava, aquele ambiente frio e controlado era tudo o que conhecia. Ele sabia exatamente como cada equipamento funcionava e os horários de vigilância.Enquanto caminhava cuidadosamente pelo
A pessoa que bloqueava o caminho deles não era outra, senão Bernardo, aquele que todos acreditavam estar desacordado por conta do veneno e sem chances de se levantar tão cedo.— Eu vou tirar ela daqui! — Disse Geraldo, colocando Esther atrás de si em um gesto protetor.Bernardo não respondeu. Com um simples aceno, Vasco trouxe homens que cercaram os dois rapidamente.Logo foram levados para outro lugar, mais seguro. No entanto, mal chegaram e já foram interrompidos por um mensageiro que entrou apressado.— Sr. Bernardo, temos problemas! Gustavo se rebelou!Bernardo deixou escapar um sorriso frio. Para ele, a traição de Gustavo era apenas uma questão de tempo. A fuga de Geraldo com Esther só havia acelerado os planos do traidor.— Os assuntos de Iurani não nos dizem respeito. Você não quer deixar Estrella presa num lugar como este, quer? — Disse Geraldo, apertando a mão de Esther. Seu rosto estava sombrio, as sobrancelhas unidas em uma expressão de extrema preocupação.Bernardo não resp
Esther percebeu o sangue escorrendo pelo rosto de Bernardo. O líquido vermelho formava linhas sinuosas, contrastando com a pele pálida. Seus olhos se arregalaram em choque, e ela tentou dizer algo, mas era como se mãos invisíveis apertassem seu pescoço, impedindo qualquer som de sair.Antes que ela conseguisse reagir, Bernardo a empurrou com força e disse, com a voz firme e autoritária:— Vá procurar Marcelo! Não volte!Esther tropeçou, quase caiu, mas braços fortes a seguraram pela cintura. Antes mesmo que tivesse tempo para entender o que estava acontecendo, o som de tiros ensurdecedores encheu o ambiente.Geraldo agarrou sua mão com força e a puxou para longe sem olhar para trás.Bernardo, por outro lado, estava cercado pelos homens de confiança de Gustavo. Vasco lutava com todas as forças para protegê-lo, mas estava em desvantagem.Gustavo apareceu com o rosto coberto de sujeira, mas ainda assim sorria com uma expressão de pura arrogância. Seus dentes brancos brilhavam enquanto ele
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não