Diana abraçou Esther com força, como se quisesse compartilhar e aliviar a dor que sentia pela amiga. Esther, sentindo o carinho, começou a acariciar suavemente as costas dela, sussurrando palavras de conforto. Elas eram mais do que amigas. Depois de tantos anos juntas, a amizade entre elas já havia se transformado em uma espécie de laço familiar.Esther, cansada de passar tanto tempo no hospital e já se preparando mentalmente para a possibilidade de uma longa estadia por conta de seu tratamento, sugeriu que as duas saíssem para tomar um ar.As duas saíram do hospital e, enquanto caminhavam e conversavam, uma voz feminina as interrompeu:— Esther?Uma jovem parou perto delas, olhando com certa incerteza, como se tentasse reconhecer Esther, mas ao mesmo tempo duvidando que fosse realmente ela. Esther se virou para ver quem a chamava, e ficou um pouco surpresa. A moça parecia vagamente familiar, mas seu nome estava em algum lugar nebuloso na memória de Esther.Vendo a expressão confusa
Esther parou de repente, com os olhos arregalados em choque, se virando para Letícia com uma expressão de incredulidade.— O que você disse? — Ela perguntou, segurando firme a mão de Letícia, como se precisasse de uma confirmação. Será que tinha ouvido direito? Não conseguia entender.Como ela poderia ter conhecido Sofia no ensino médio? De acordo com suas lembranças, só sabia da existência de Sofia depois de começar a gostar de Marcelo. E, por conta disso, jamais seria amiga dela. Afinal, Sofia era sua rival amorosa! Então, se ela sequer conhecia Marcelo na época da escola, como poderia ter conhecido Sofia?A situação parecia absurda demais para ser verdade, e Esther começou a questionar suas próprias memórias. Teria vivido toda sua vida em uma mentira?Letícia, vendo a mudança drástica na expressão de Esther, ficou confusa e um pouco assustada, achando que talvez tivesse dito algo errado.— Esther... Eu falei alguma coisa que te incomodou? — Perguntou, preocupada com a reação intensa
Esther finalmente entendia a gravidade da situação. No começo, Sofia parecia inofensiva, alguém que ela podia ignorar. Mas agora, depois de todas as manipulações e ciladas, era impossível deixar Sofia impune.— Vamos voltar. — Esther disse, tentando digerir tudo o que tinha ouvido. Só de pensar em tudo que Sofia poderia ter feito enquanto ela estava vulnerável, sem memória, sentia um arrepio. Sofia havia usado a amnésia dela como uma brecha para manipular e fazer se sabe lá o quê. Mas a questão era: como e por quê? O que ela realmente passou dentro daquela organização? Afinal, como Sofia a havia convencido a entrar? E por que ela conseguiu sair com sucesso?E Gustavo? O que ele realmente sabia para ainda ficar apreensivo com tudo isso?Era um quebra-cabeça sem fim, cheio de mistérios que faziam Esther sentir que havia um segredo ainda maior por trás de tudo. Como ela gostaria de lembrar de cada detalhe do passado! Talvez, assim, algumas respostas finalmente viessem à tona. Só que a a
Sofia ainda alimentava seu sonho de ser uma grande estrela. Achava que, enquanto mantivesse certos segredos longe das câmeras, nada a impediria de alcançar o topo da fama e um dia receber prêmios importantes. Na sua cabeça, quando finalmente estivesse no auge, tudo o que a incomodava agora seria coisa do passado.Mas a realidade foi um golpe duro.Ao ver a matéria recém-publicada, detalhando o que aconteceu no cativeiro e revelando segredos que ela acreditava estarem enterrados, Sofia sentiu o chão se abrir. Era um ataque direto à sua carreira. Depois de finalmente ter um período de sossego, mal havia se reestabelecido, e agora tudo aquilo ameaçava arruinar seu futuro como atriz. Vários diretores a estavam sondando para novos papéis, e ela não podia permitir que tudo isso fosse destruído.Seu rosto se contorceu em fúria.— Quem fez isso?— Foi a Panorama TV. — Respondeu Iara.Sofia explodiu, lançando o copo que segurava contra a parede.— Sempre ela, Esther! Está claro que essa mulher
— Agora você lembra que eu sou sua agente? — A voz da agente soou carregada de ironia. — Porque, quando você se mete em confusão, é a primeira a correr pra pedir ajuda à empresa. Não tem o Sr. Marcelo pra te socorrer? Então por que não procura ele? Toda vez que eu tento ajudar, você me ignora, me trata como se eu fosse invisível! Agora que o Sr. Marcelo te largou, você volta rastejando. Pois fique sabendo: estou fora! A agente havia suportado muitas humilhações de Sofia. A atriz era intratável, dramática e parecia não enxergar ninguém além dela mesma. Se não fosse pelo dinheiro, ela já teria largado essa cliente há muito tempo.— Alô? Alô? — Sofia tentou responder, mas a agente não deu ouvidos e desligou na cara dela.Sofia ficou ali, estática, ouvindo o som da linha desligada. Com a fúria crescente, seu rosto se distorceu. Em um surto de raiva, arremessou o celular com força contra a parede.— Só porque estou em uma fase ruim, esses desgraçados querem me apunhalar pelas costas! — Ela
Ao ouvir aquelas palavras, Joana imediatamente ficou com o rosto vermelho de raiva e exclamou, com a voz firme e indignada:— Como assim? Desde quando isso aconteceu? Como ninguém me contou nada? Já estão divorciados e essa mulher ainda tem coragem de interferir no relacionamento deles? Que falta de vergonha na cara! Não, eu preciso dar um jeito nisso! Ela acha que pode fazer o que quiser com a minha querida Fifi? Pois eu vou lá e acabo com essa folgada!A simples menção de que Sofia estava sendo prejudicada era suficiente para despertar a ira de Joana, que já estava decidida a tomar providências. Ela jamais permitiria que Sofia fosse humilhada. Ao ver a decisão nos olhos dela, Sofia tentou segurá-la. — Sra. Joana, não é assim que a senhora deve agir. Se você for até lá, ela vai te tratar com desprezo e arrogância. Como posso permitir que você se submeta a isso por minha causa?— Ah, mas eu quero ver o que ela pode fazer! — Respondeu Joana, com uma expressão dura. — Ela quer entrar na
Os empregados hesitaram, mas não resistiram à ordem de Esther.— Assim que a Sofia tem um problema, você corre para defendê-la. Não perde uma chance de me mostrar que ela é sua filha, né? Você quer compensar o que não fez antes, mas já pensou se ela sequer aceita isso? — Esther não deixou barato, respondendo com frieza.Joana arregalou os olhos, surpresa. Achava que sua ligação com Sofia era um segredo, mas parecia que Esther já sabia. Sem mais motivos para esconder, ela afirmou com firmeza:— Sim, a Fifi é minha filha, Esther! Pelo bem da família Mendes, já sacrifiquei o suficiente. Você não tem o direito de manchar a imagem dela!Esther se manteve imperturbável, devolvendo as palavras de Joana com decisão:— Eu não invento mentiras. Se quer defender a honra da sua filha, leve o caso para a polícia, não traga para mim. Hoje foi a reputação dela que caiu, amanhã eu mesma faço questão de colocá-la atrás das grades!Ela então se virou para o empregado e repetiu, com um tom mais forte:—
Ela estava irredutível, ainda tentando fazer Marcelo enxergar a verdadeira face de Esther.Marcelo caminhou até ela, com o rosto impenetrável, os olhos gelados como o inverno mais frio, e questionou com uma voz afiada:— Quem deixou você entrar aqui?— Sou sua mãe, Marcelo! — Retrucou Joana, com uma segurança intrínseca na voz. — Por que eu não poderia entrar?Ela exalava uma confiança arrogante.Os lábios de Marcelo se apertaram em uma linha fina, enquanto seu olhar transparecia um frio mortal, tão cortante que Joana, pela primeira vez, sentiu um calafrio na espinha diante do próprio filho.— Veio aqui para incendiar minha casa? — Ele a confrontou com um tom cada vez mais gélido.Joana, que até então estava confiante, hesitou e corrigiu o tom:— Eu só queria dar uma lição na Esther, não tinha intenção de incendiar nada! Como poderia querer causar problemas para você, Marcelo?A voz de Marcelo se tornou ainda mais fria, destituída de qualquer resquício de emoção.— Não é só a casa que