Esther olhou para dentro do quarto onde Rita estava internada, e sua intuição lhe dizia que talvez ela soubesse de algo mais.Com um suspiro, Esther se sentou e desbloqueou o celular, decidida a buscar notícias. Em poucos toques, começou a ver os relatórios e rumores espalhados pela internet. A explosão na estrada já era assunto em todas as redes, alimentando o pânico entre os cidadãos, que só viam as notícias de um grande conflito em andamento. O comunicado oficial do governo foi breve: se tratava de uma operação militar para eliminar um grupo criminoso. No entanto, os detalhes da missão estavam mantidos em sigilo.Preocupada, Esther enviou uma mensagem para Anabela, tentando entender melhor o que estava acontecendo. A editora-chefe respondeu logo em seguida, confirmando que o governo só detalharia a operação ao final, para não causar pânico entre a população. Esther começou a ponderar sobre o que isso realmente significava. Se a operação ainda não havia terminado, não deveria ser um
— A dor vai passar aos poucos, Rita. O efeito da anestesia pode ser incômodo no início, mas em uns dois dias, você vai se sentir bem melhor. — Disse Esther, em um tom suave, tentando confortá-la.Rita sorriu, relaxada.— Isso não é nada. Eu já estou acostumada a dores bem piores... Estou feliz, feliz de verdade, por poder te ver de novo. — Respondeu Rita, com os olhos brilhando de emoção.Esther se aproximou mais, segurando firme a mão de Rita.— Você ainda vai me ver muito mais vezes. Acredite, tudo o que você deseja, tudo o que você sempre sonhou, ainda pode acontecer.Rita assentiu, sentindo uma paz invadir seu coração. Ali, naquele momento, com alguém que lhe dava atenção e importância, ela se sentia preenchida. Não era muito, mas para ela, já era suficiente.— Eu queria um pouco de água. — Murmurou ela.Esther rapidamente se levantou, pegando um copo e o enchendo com água fresca. Rita bebeu tudo em poucos goles, aliviando a secura da garganta. O desconforto parecia agora um pouco
— O que você quer dizer com isso? — Perguntou Rita, franzindo o cenho, tentando entender as palavras de Esther.Esther desviou o olhar para a porta, onde Durval mantinha a guarda. Apesar de sua postura rígida, havia algo em seu semblante que o denunciava, talvez um leve sinal de desconforto. Aquilo parecia confirmar parte das suspeitas de Esther.Se Marcelo estava tentando conquistar a confiança de Gustavo, ele com certeza usaria todos os recursos ao seu alcance. E até aquele momento, nem ele nem Sofia haviam dado notícias.— Durval, o Marcelo foi se encontrar com o Gustavo? — Perguntou Esther diretamente, encarando o soldado.Durval hesitou.— O capitão Marcelo vai voltar, não se preocupe. Assim que ele chegar, vou informar a senhora imediatamente. — Respondeu ele, visivelmente desconcertado.Ao ouvir isso, Rita juntou as peças e, com um tom de conclusão, se voltou para Esther.— Se Marcelo realmente foi ver Gustavo, provavelmente é para tentar conseguir um antídoto. Gustavo é perito
— Quando ele tiver dormido o suficiente, ele vai acordar. — Respondeu Gustavo, tranquilo, como se não houvesse razão alguma para se preocupar.Sofia lançou um olhar preocupado para o pai, ainda ansiosa.— Esse remédio tem certeza de que não tem efeitos colaterais? Não vai deixar nenhuma sequela, né?Gustavo hesitou por um breve instante, ponderando a melhor resposta para a filha.Naquele momento, o corpo de Marcelo deu um leve espasmo, seus dedos se mexeram levemente, e Sofia, imediatamente, abriu um sorriso de pura alegria. Toda a sua atenção se voltou para ele.— Marcelo! — Ela chamou ele, o balançando levemente pelos ombros. — Você está bem? Já está melhor, né?Ela realmente não tinha certeza, pois entendia pouco sobre os medicamentos do pai, mas confiava que ele saberia o que fazer.Marcelo sentia uma dor de cabeça lancinante. Quando finalmente abriu os olhos, precisou de alguns segundos para focar sua visão. Ao seu lado, estava Sofia, ansiosa.— Marcelo, sou eu, Sofia. Você está b
— O antídoto está ali. — Indicou Gustavo, apontando para outra prateleira.Havia uma série de frascos dispostos, todos com números em vez de nomes, tanto as toxinas quanto os antídotos. Era praticamente impossível distinguir qual frasco era qual.Gustavo olhou para Marcelo, com um sorriso de satisfação.— O que acha da minha proposta?Marcelo manteve o olhar fixo.— Essa parceria é realmente necessária?Os lábios de Gustavo se curvaram em um sorriso de desprezo.— Você está para se casar com minha filha. Já te considero parte da família. Se recusar, vai demonstrar que não me considera como tal.A tensão entre os homens aumentou e os homenes de Gustavo começaram a mexer nas armas, prontos para agir.Sofia, percebendo o clima tenso, tentou interceder.— Pai, o Marcelo está do meu lado, com certeza. — Ela insistiu, se virando para Marcelo. — Marcelo, escuta o meu pai, vai. Ele te salvou, afinal. Se ninguém falar nada, ninguém vai saber de nada. Você não tem por que se preocupar com isso!
Os agentes especiais avançavam pelo prédio, subindo pelas escadas e, um a um, imobilizando qualquer inimigo que aparecesse no caminho. Do lado de fora, eles não tinham a menor ideia do que aguardava eles.Enquanto isso, Marcelo mantinha o corpo escondido atrás de um sofá, sem armas para se defender. Estava sozinho, lutando pela própria vida. Cada decisão agora era uma linha tênue entre viver ou morrer. Mas ele não tinha escolha. Precisava se arriscar se quisesse ganhar a confiança de Gustavo e chegar até ali, ao coração do esconderijo.O objetivo de Marcelo sempre fora um só: localizar o esconderijo de Gustavo. Sabia que proteger Sofia daquele ataque era a forma mais segura de fazê-la levar ele até o local. Só Gustavo possuía o antídoto para o veneno em seu corpo, e, provavelmente, também para o de Esther. Era sua única chance, e ele estava disposto a arriscar tudo, inclusive a própria vida, se fosse necessário.Marcelo respirou fundo, determinado, e se levantou, erguendo as mãos para
O ódio e a fúria dominavam Gustavo, mas ele sabia que precisava agir rápido. Estava cercado, e os agentes especiais já estavam prestes a invadir o local. De costas contra a parede, ele percebeu que só lhe restava uma alternativa: fugir. Desde a construção daquele laboratório, ele já havia planejado uma rota de escape secreta para uma situação como essa. Sem hesitar, ordenou que seus homens restantes contivessem os invasores enquanto ele abria a passagem secreta.Vendo Gustavo tentando escapar, Marcelo imediatamente correu atrás dele, mas Gustavo lançou um sorriso cruel a ele.— Marcelo, você acha que o show acabou? — Disse Gustavo, com desprezo. — A melhor parte ainda está por vir!Com um movimento rápido, Gustavo acionou a alavanca do mecanismo e deslizou para dentro do túnel, trancando a passagem atrás de si. Quando Marcelo finalmente conseguiu destravar a porta, só encontrou um corredor escuro e vazio, sem nenhum sinal de Gustavo. O único som era o eco de sua própria respiração, e
Marcelo, vendo que Esther havia sumido, sentiu um aperto no peito e perguntou com urgência:— Cadê a Esther?Durval também estava visivelmente confuso e respondeu, tentando entender a situação:— Mas... Capitão, a senhora estava aqui agora mesmo.O coração de Marcelo acelerou. O medo de que Esther tivesse sido sequestrada começou a dominar seus pensamentos, e ele sabia que qualquer falha poderia ser fatal.— Você tem certeza de que ninguém suspeito entrou ou saiu daqui? — Marcelo insistiu, o tom sério e os olhos fixos em Durval.— Absoluta, capitão! Todos aqui são da nossa equipe, gente de confiança. Não tem como alguém ter levado a senhora sem que a gente percebesse.Marcelo, porém, estava apreensivo demais para confiar cegamente, até mesmo nos seus próprios homens. Esther estava em risco e ele não podia mais arriscar.— Procurem por toda a área! — Ordenou ele, a voz firme. No entanto, uma súbita e aguda dor de cabeça atacou ele, acompanhada por um zumbido ensurdecedor em seus ouvidos