Os agentes especiais avançavam pelo prédio, subindo pelas escadas e, um a um, imobilizando qualquer inimigo que aparecesse no caminho. Do lado de fora, eles não tinham a menor ideia do que aguardava eles.Enquanto isso, Marcelo mantinha o corpo escondido atrás de um sofá, sem armas para se defender. Estava sozinho, lutando pela própria vida. Cada decisão agora era uma linha tênue entre viver ou morrer. Mas ele não tinha escolha. Precisava se arriscar se quisesse ganhar a confiança de Gustavo e chegar até ali, ao coração do esconderijo.O objetivo de Marcelo sempre fora um só: localizar o esconderijo de Gustavo. Sabia que proteger Sofia daquele ataque era a forma mais segura de fazê-la levar ele até o local. Só Gustavo possuía o antídoto para o veneno em seu corpo, e, provavelmente, também para o de Esther. Era sua única chance, e ele estava disposto a arriscar tudo, inclusive a própria vida, se fosse necessário.Marcelo respirou fundo, determinado, e se levantou, erguendo as mãos para
O ódio e a fúria dominavam Gustavo, mas ele sabia que precisava agir rápido. Estava cercado, e os agentes especiais já estavam prestes a invadir o local. De costas contra a parede, ele percebeu que só lhe restava uma alternativa: fugir. Desde a construção daquele laboratório, ele já havia planejado uma rota de escape secreta para uma situação como essa. Sem hesitar, ordenou que seus homens restantes contivessem os invasores enquanto ele abria a passagem secreta.Vendo Gustavo tentando escapar, Marcelo imediatamente correu atrás dele, mas Gustavo lançou um sorriso cruel a ele.— Marcelo, você acha que o show acabou? — Disse Gustavo, com desprezo. — A melhor parte ainda está por vir!Com um movimento rápido, Gustavo acionou a alavanca do mecanismo e deslizou para dentro do túnel, trancando a passagem atrás de si. Quando Marcelo finalmente conseguiu destravar a porta, só encontrou um corredor escuro e vazio, sem nenhum sinal de Gustavo. O único som era o eco de sua própria respiração, e
Marcelo, vendo que Esther havia sumido, sentiu um aperto no peito e perguntou com urgência:— Cadê a Esther?Durval também estava visivelmente confuso e respondeu, tentando entender a situação:— Mas... Capitão, a senhora estava aqui agora mesmo.O coração de Marcelo acelerou. O medo de que Esther tivesse sido sequestrada começou a dominar seus pensamentos, e ele sabia que qualquer falha poderia ser fatal.— Você tem certeza de que ninguém suspeito entrou ou saiu daqui? — Marcelo insistiu, o tom sério e os olhos fixos em Durval.— Absoluta, capitão! Todos aqui são da nossa equipe, gente de confiança. Não tem como alguém ter levado a senhora sem que a gente percebesse.Marcelo, porém, estava apreensivo demais para confiar cegamente, até mesmo nos seus próprios homens. Esther estava em risco e ele não podia mais arriscar.— Procurem por toda a área! — Ordenou ele, a voz firme. No entanto, uma súbita e aguda dor de cabeça atacou ele, acompanhada por um zumbido ensurdecedor em seus ouvidos
Ao ouvir Esther chamá-lo pelo nome, o rosto de Gustavo empalideceu, e ele gritou, hesitante:— Você é humana ou um fantasma?!Um vento frio soprou, bagunçando os cabelos de Esther e ressaltando ainda mais o tom pálido de sua pele, tornando sua presença ainda mais perturbadora. Gustavo apertou o cenho, claramente incomodado e pressionado. Esther encarava ele em silêncio, sentindo a tensão crescente, mas ainda sem saber o que dizer. Não queria falar algo que pudesse pôr tudo a perder, mas sentia que Gustavo guardava algum segredo terrível, algo que amedrontava ele.Então, Gustavo pareceu recuperar a compostura e a lucidez, se convencendo de que o fantasma que ele pensava ter visto não passava de uma alucinação. Ele analisou ela com um olhar penetrante, finalmente deduzindo:— Não, espera... Você é a Esther mesmo! E que coragem a sua vir sozinha até mim. Não tem medo de que eu te mate?Esther percebeu que ele a havia desmascarado, mas não recuou. Com um leve sorriso, respondeu:— Então v
Tiros soaram atrás de Esther.As balas que Gustavo disparou não atingiram Esther. Ela fechou os olhos com força, o coração disparado e a respiração presa, ouvindo o zunido afiado das balas passando tão perto de seu rosto que quase sentia o calor delas, até se cravarem nas árvores ao seu redor.Quando finalmente abriu os olhos, Esther viu Gustavo jogando fora o que tinha nas mãos e, sem hesitar, mergulhando no rio próximo. Ele não atirou para matar. Ou talvez, naquele momento, ele simplesmente não tivesse coragem de acabar com a vida dela.Ainda em choque e respirando com dificuldade, Esther permaneceu onde estava, o olhar fixo na direção em que Gustavo havia desaparecido. Ao fim do rio, o fluxo se intensificava, se transformando numa violenta queda d’água. Quem caísse dali teria poucas chances de sobrevivência. no mínimo, sairia gravemente ferido. Mas Gustavo parecia disposto a arriscar tudo. Naquele instante, Marcelo surgiu correndo e, ao avistar Esther, agarrou seu braço, com uma ex
Aquelas palavras deixaram Esther um pouco confusa.— Não sei muito bem. — Murmurou ela, ainda espantada com tudo que havia descoberto.Gustavo já havia desaparecido na violenta correnteza da cachoeira, e sua figura sumia cada vez mais. Era impossível segui-lo naquele momento, então só restava a eles voltar pelo mesmo caminho. Ao passarem novamente pelo laboratório, a cena era um completo caos, mas, de forma surpreendente, o lugar permanecia quase inalterado.Marcelo, de repente, hesitou diante do laboratório e disse:— Acho melhor você não entrar de novo.— Por quê? — Esther encarou ele, intrigada. — Não foi você mesmo que perguntou se eu sabia algo sobre as armadilhas? Preciso entrar para descobrir.Marcelo franziu as sobrancelhas e, com o rosto grave, respondeu:— As coisas que você pode ver lá dentro... Não são fáceis de encarar.Esther finalmente entendeu.— Ah, é isso que você teme? — Ela sorriu com suavidade, tentando tranquilizá-lo. — Eu já escutei coisas terríveis o suficiente
Esther percebeu uma leve luminosidade à frente. Seria aquilo uma pista? Ou o prenúncio de uma armadilha mortal? Seus dedos deslizavam pelas paredes de pedra, procurando alguma pista, até que sentiram um leve relevo. Sem hesitar, ela pressionou o ponto saliente, e uma flecha disparou no ar, se cravando firmemente nas fendas das pedras ao seu lado. Logo depois, a luz se acendeu, iluminando o ambiente com uma penumbra pálida e revelando as paredes de pedra, que, à primeira vista, pareciam comuns, mas escondiam perigos em cada canto.— Então você realmente sabia o caminho. — Comentou Marcelo, surpreso.Esther não respondeu, apenas seguiu em frente, guiada por uma intuição inexplicável. Com passos calculados, contornou várias armadilhas, até que, ao final de um corredor estreito e repleto de mecanismos ocultos, eles chegaram a uma sala fechada.— Deve haver algo de muito valor aqui dentro! — Alguém murmurou atrás deles.Diante deles, um conjunto de inscrições cobria as paredes da entrada. E
Esther percebeu a preocupação nos olhos de André. Ele apenas assentiu com a cabeça, concordando em acompanhá-la.Enquanto isso, Sofia, sem querer subir no carro, estava determinada. Ela só tinha uma coisa em mente: encontrar Marcelo. Seus olhos vasculhavam cada canto, procurando desesperadamente por ele. Mas o que ela não esperava era dar de cara com Esther.O choque foi instantâneo. Sofia ficou paralisada por um momento, incrédula. “Ela não morreu?”, pensou ela, sua mente uma bagunça. Ela deveria ter morrido pelas mãos de Diego!A raiva tomou conta dela instantaneamente. A visão de Esther, de pé e viva, só aumentou seu desespero. Não dava para acreditar que Esther ainda estava ali, lhe tirando tudo.— Esther! — Ela gritou, a voz cheia de ódio.Sem pensar duas vezes, Sofia empurrou quem estava à sua frente, correndo em direção a Esther como se fosse uma fera.André tentou bloquear seu caminho, mas Esther levantou a mão, sinalizando para que ele ficasse de lado.— Você está aqui?! Com