No laboratório, havia uma variedade de substâncias e experimentos em andamento. Fileiras e fileiras de prateleiras exibiam frascos de todos os tamanhos, cheios de líquidos coloridos. Sobre as mesas, tubos de ensaio fervilhavam com substâncias que soltavam bolhas e vapores, criando um cenário repleto de mistério. Era apenas uma pequena parte do imenso trabalho de Gustavo, que incluía desde venenos mortais até antídotos raros, tudo organizado e etiquetado com números, sem qualquer indicação de nome ou função.No ambiente estéril e silencioso, pelo menos uma dúzia de cientistas estava totalmente concentrada, vestidos da cabeça aos pés com roupas protetoras. Enquanto isso, Marcelo, inconsciente, foi colocado em um sofá na sala ao lado, sem qualquer reação aparente....Enquanto isso, Esther havia sido levada ao hospital para realizar uma bateria de exames. Tirando algumas escoriações, ela estava fisicamente bem. Ela se sentia aliviada, pois sabia que só estava viva por causa da proteção d
A pergunta direta de Esther pegou Durval desprevenido, o deixando sem palavras por um momento.— Senhora, está imaginando coisas. — Ele respondeu, tentando parecer calmo, mas decidindo manter o silêncio, como Marcelo havia instruído. — O capitão Marcelo está apenas resolvendo algumas pendências oficiais. É normal que ele não esteja por aqui.Mas Esther não desistiu e insistiu em outro ponto:— E quanto à Sofia? Onde ela está?Durval fez uma pausa, evitando entrar em mais detalhes.— Quanto a isso, eu realmente não sei, senhora.Ele parecia não querer continuar a conversa, então Esther resolveu encerrar suas perguntas, percebendo que não obteria mais respostas naquele momento.— Bem, eu posso, pelo menos, ficar aqui ao lado da Rita, certo? — Esther perguntou, com um tom desafiador.— Ah... Bem... — Durval hesitou.— Não posso? — Ela encarou ele, esperando uma explicação.Finalmente, Durval cedeu:— Pode, sim. Mas com uma condição: sem nossa autorização, Rita não pode dar um passo fora d
Esther olhou para dentro do quarto onde Rita estava internada, e sua intuição lhe dizia que talvez ela soubesse de algo mais.Com um suspiro, Esther se sentou e desbloqueou o celular, decidida a buscar notícias. Em poucos toques, começou a ver os relatórios e rumores espalhados pela internet. A explosão na estrada já era assunto em todas as redes, alimentando o pânico entre os cidadãos, que só viam as notícias de um grande conflito em andamento. O comunicado oficial do governo foi breve: se tratava de uma operação militar para eliminar um grupo criminoso. No entanto, os detalhes da missão estavam mantidos em sigilo.Preocupada, Esther enviou uma mensagem para Anabela, tentando entender melhor o que estava acontecendo. A editora-chefe respondeu logo em seguida, confirmando que o governo só detalharia a operação ao final, para não causar pânico entre a população. Esther começou a ponderar sobre o que isso realmente significava. Se a operação ainda não havia terminado, não deveria ser um
— A dor vai passar aos poucos, Rita. O efeito da anestesia pode ser incômodo no início, mas em uns dois dias, você vai se sentir bem melhor. — Disse Esther, em um tom suave, tentando confortá-la.Rita sorriu, relaxada.— Isso não é nada. Eu já estou acostumada a dores bem piores... Estou feliz, feliz de verdade, por poder te ver de novo. — Respondeu Rita, com os olhos brilhando de emoção.Esther se aproximou mais, segurando firme a mão de Rita.— Você ainda vai me ver muito mais vezes. Acredite, tudo o que você deseja, tudo o que você sempre sonhou, ainda pode acontecer.Rita assentiu, sentindo uma paz invadir seu coração. Ali, naquele momento, com alguém que lhe dava atenção e importância, ela se sentia preenchida. Não era muito, mas para ela, já era suficiente.— Eu queria um pouco de água. — Murmurou ela.Esther rapidamente se levantou, pegando um copo e o enchendo com água fresca. Rita bebeu tudo em poucos goles, aliviando a secura da garganta. O desconforto parecia agora um pouco
— O que você quer dizer com isso? — Perguntou Rita, franzindo o cenho, tentando entender as palavras de Esther.Esther desviou o olhar para a porta, onde Durval mantinha a guarda. Apesar de sua postura rígida, havia algo em seu semblante que o denunciava, talvez um leve sinal de desconforto. Aquilo parecia confirmar parte das suspeitas de Esther.Se Marcelo estava tentando conquistar a confiança de Gustavo, ele com certeza usaria todos os recursos ao seu alcance. E até aquele momento, nem ele nem Sofia haviam dado notícias.— Durval, o Marcelo foi se encontrar com o Gustavo? — Perguntou Esther diretamente, encarando o soldado.Durval hesitou.— O capitão Marcelo vai voltar, não se preocupe. Assim que ele chegar, vou informar a senhora imediatamente. — Respondeu ele, visivelmente desconcertado.Ao ouvir isso, Rita juntou as peças e, com um tom de conclusão, se voltou para Esther.— Se Marcelo realmente foi ver Gustavo, provavelmente é para tentar conseguir um antídoto. Gustavo é perito
— Quando ele tiver dormido o suficiente, ele vai acordar. — Respondeu Gustavo, tranquilo, como se não houvesse razão alguma para se preocupar.Sofia lançou um olhar preocupado para o pai, ainda ansiosa.— Esse remédio tem certeza de que não tem efeitos colaterais? Não vai deixar nenhuma sequela, né?Gustavo hesitou por um breve instante, ponderando a melhor resposta para a filha.Naquele momento, o corpo de Marcelo deu um leve espasmo, seus dedos se mexeram levemente, e Sofia, imediatamente, abriu um sorriso de pura alegria. Toda a sua atenção se voltou para ele.— Marcelo! — Ela chamou ele, o balançando levemente pelos ombros. — Você está bem? Já está melhor, né?Ela realmente não tinha certeza, pois entendia pouco sobre os medicamentos do pai, mas confiava que ele saberia o que fazer.Marcelo sentia uma dor de cabeça lancinante. Quando finalmente abriu os olhos, precisou de alguns segundos para focar sua visão. Ao seu lado, estava Sofia, ansiosa.— Marcelo, sou eu, Sofia. Você está b
— O antídoto está ali. — Indicou Gustavo, apontando para outra prateleira.Havia uma série de frascos dispostos, todos com números em vez de nomes, tanto as toxinas quanto os antídotos. Era praticamente impossível distinguir qual frasco era qual.Gustavo olhou para Marcelo, com um sorriso de satisfação.— O que acha da minha proposta?Marcelo manteve o olhar fixo.— Essa parceria é realmente necessária?Os lábios de Gustavo se curvaram em um sorriso de desprezo.— Você está para se casar com minha filha. Já te considero parte da família. Se recusar, vai demonstrar que não me considera como tal.A tensão entre os homens aumentou e os homenes de Gustavo começaram a mexer nas armas, prontos para agir.Sofia, percebendo o clima tenso, tentou interceder.— Pai, o Marcelo está do meu lado, com certeza. — Ela insistiu, se virando para Marcelo. — Marcelo, escuta o meu pai, vai. Ele te salvou, afinal. Se ninguém falar nada, ninguém vai saber de nada. Você não tem por que se preocupar com isso!
Os agentes especiais avançavam pelo prédio, subindo pelas escadas e, um a um, imobilizando qualquer inimigo que aparecesse no caminho. Do lado de fora, eles não tinham a menor ideia do que aguardava eles.Enquanto isso, Marcelo mantinha o corpo escondido atrás de um sofá, sem armas para se defender. Estava sozinho, lutando pela própria vida. Cada decisão agora era uma linha tênue entre viver ou morrer. Mas ele não tinha escolha. Precisava se arriscar se quisesse ganhar a confiança de Gustavo e chegar até ali, ao coração do esconderijo.O objetivo de Marcelo sempre fora um só: localizar o esconderijo de Gustavo. Sabia que proteger Sofia daquele ataque era a forma mais segura de fazê-la levar ele até o local. Só Gustavo possuía o antídoto para o veneno em seu corpo, e, provavelmente, também para o de Esther. Era sua única chance, e ele estava disposto a arriscar tudo, inclusive a própria vida, se fosse necessário.Marcelo respirou fundo, determinado, e se levantou, erguendo as mãos para