Rita cuspiu sangue, segurando com dificuldade na barra da calça de Diego.— O antídoto... — Sussurrou, a voz quase inaudível.Diego apenas estreitou os olhos, com um sorriso frio se formando no canto dos lábios.— Eu nunca tive antídoto algum, Rita. Depois de tantos anos, você ainda cai nos meus truques como uma garotinha ingênua.Rita arregalou os olhos, chocada, cada palavra dele penetrando como uma faca.— Você não tem o antídoto? — Balbuciou, com a voz cheia de descrença.— KA48 jamais teve um antídoto! — Diego soltou uma risada fria e cruel. Ele agarrou o pescoço dela com força. — Vá se juntar aos seus colegas mortos, Rita.Ele puxou ela para perto, os olhos cheios de desprezo. Rita ainda não acreditava que o antídoto era uma mentira. Todo o seu sacrifício em vão?— Você... Você me enganou esse tempo todo! — A luz desapareceu dos olhos de Rita, mas ela ainda encontrou forças para resistir. Com a mão livre, tateou até encontrar uma pequena faca. Com um golpe rápido, ela tentou atin
Rita sentiu os dedos se moverem levemente e abriu os olhos cansados. Viu Esther logo à sua frente, e com o pouco de força que lhe restava, segurou sua mão com firmeza.Esther percebeu o movimento e olhou para ela, ansiosa.— Rita! — Exclamou, emocionada.— Está tão frio... — A voz de Rita saiu fraca, quase como um sussurro.Esther imediatamente envolveu ela nos braços, a aquecendo.— Eu estou aqui com você... Não vai sentir mais frio. Estou aqui, Rita. Não vai mais sentir frio.Rita parecia ainda mais frágil, suas palavras saíram com dificuldade.— Acho... Que estou morrendo. — Ela respirou fundo, em esforço. — Me desculpe, Esther. Não consegui... Não consegui encontrar o antídoto pra você... Eu... Eu falhei...Ela começou a tossir e um filete de sangue escapou no canto da boca.— Não se desculpe! — Esther disse, com a voz embargada. — Não importa o antídoto agora! Você só precisa ficar quietinha... A ambulância está chegando. Vou te levar e tudo vai ficar bem. Você só precisa aguentar
Esther não conseguia expressar em palavras a compaixão que sentia por Rita. Sabia que neste mundo existiam tantas pessoas em sofrimento que, comparado a isso, até mesmo o tempo em que passou trancada na sala escura parecia insignificante. Pelo menos, ela tinha uma família esperando por ela, enquanto Rita jamais conheceu o calor humano de verdade.A tristeza de Esther se misturava com uma dor profunda. Em seguida, colocaram ela em uma maca e levaram ela para outra ambulância. Ela e Rita foram colocadas em veículos diferentes. Olhando pela janela, viu que os bandidos tinham sido contidos, o tiroteio havia cessado, e o ambiente agora estava tomado por sirenes e luzes de emergência. Mais policiais chegaram para controlar a situação e cuidar da limpeza do local.Entre as figuras que reconheceu, Diego, o líder do grupo, estava sendo levado. Um capuz negro cobria sua cabeça e algemas apertavam seus pulsos. Ele mancava ao andar, visivelmente machucado, com feridas por todo o corpo. Logo depois
Os homens atrás dela tentaram alcançar o carro, correndo com todas as forças, mas logo ficaram para trás, sem conseguir acompanhar o ritmo frenético de Sofia. Pelo retrovisor, ela lançou um olhar apreensivo para Marcelo, estirado no banco traseiro. O corpo dele estava menos trêmulo, mas isso só aumentava seu desespero. Temia que isso fosse sinal de que a vida dele estava por um fio, de que o veneno estava ganhando terreno.— Aguenta firme, Marcelo! Pelo amor de Deus, aguenta firme! Está perto, eu prometo que vou salvar você. Você vai sair dessa! — Ela gritou, desesperada, esperando que ele, mesmo entre dores, conseguisse ouvir sua voz.Sofia acelerava, desviando pelas ruas, ziguezagueando entre prédios e becos, saindo do centro movimentado e partindo para um lugar mais isolado. Finalmente, chegou a uma fábrica abandonada e freou bruscamente, com o carro deslizando até parar.Apareceu uma imagem no monitor de segurança, e logo houve movimentação do lado de dentro do local, percebendo a
No laboratório, havia uma variedade de substâncias e experimentos em andamento. Fileiras e fileiras de prateleiras exibiam frascos de todos os tamanhos, cheios de líquidos coloridos. Sobre as mesas, tubos de ensaio fervilhavam com substâncias que soltavam bolhas e vapores, criando um cenário repleto de mistério. Era apenas uma pequena parte do imenso trabalho de Gustavo, que incluía desde venenos mortais até antídotos raros, tudo organizado e etiquetado com números, sem qualquer indicação de nome ou função.No ambiente estéril e silencioso, pelo menos uma dúzia de cientistas estava totalmente concentrada, vestidos da cabeça aos pés com roupas protetoras. Enquanto isso, Marcelo, inconsciente, foi colocado em um sofá na sala ao lado, sem qualquer reação aparente....Enquanto isso, Esther havia sido levada ao hospital para realizar uma bateria de exames. Tirando algumas escoriações, ela estava fisicamente bem. Ela se sentia aliviada, pois sabia que só estava viva por causa da proteção d
A pergunta direta de Esther pegou Durval desprevenido, o deixando sem palavras por um momento.— Senhora, está imaginando coisas. — Ele respondeu, tentando parecer calmo, mas decidindo manter o silêncio, como Marcelo havia instruído. — O capitão Marcelo está apenas resolvendo algumas pendências oficiais. É normal que ele não esteja por aqui.Mas Esther não desistiu e insistiu em outro ponto:— E quanto à Sofia? Onde ela está?Durval fez uma pausa, evitando entrar em mais detalhes.— Quanto a isso, eu realmente não sei, senhora.Ele parecia não querer continuar a conversa, então Esther resolveu encerrar suas perguntas, percebendo que não obteria mais respostas naquele momento.— Bem, eu posso, pelo menos, ficar aqui ao lado da Rita, certo? — Esther perguntou, com um tom desafiador.— Ah... Bem... — Durval hesitou.— Não posso? — Ela encarou ele, esperando uma explicação.Finalmente, Durval cedeu:— Pode, sim. Mas com uma condição: sem nossa autorização, Rita não pode dar um passo fora d
Esther olhou para dentro do quarto onde Rita estava internada, e sua intuição lhe dizia que talvez ela soubesse de algo mais.Com um suspiro, Esther se sentou e desbloqueou o celular, decidida a buscar notícias. Em poucos toques, começou a ver os relatórios e rumores espalhados pela internet. A explosão na estrada já era assunto em todas as redes, alimentando o pânico entre os cidadãos, que só viam as notícias de um grande conflito em andamento. O comunicado oficial do governo foi breve: se tratava de uma operação militar para eliminar um grupo criminoso. No entanto, os detalhes da missão estavam mantidos em sigilo.Preocupada, Esther enviou uma mensagem para Anabela, tentando entender melhor o que estava acontecendo. A editora-chefe respondeu logo em seguida, confirmando que o governo só detalharia a operação ao final, para não causar pânico entre a população. Esther começou a ponderar sobre o que isso realmente significava. Se a operação ainda não havia terminado, não deveria ser um
— A dor vai passar aos poucos, Rita. O efeito da anestesia pode ser incômodo no início, mas em uns dois dias, você vai se sentir bem melhor. — Disse Esther, em um tom suave, tentando confortá-la.Rita sorriu, relaxada.— Isso não é nada. Eu já estou acostumada a dores bem piores... Estou feliz, feliz de verdade, por poder te ver de novo. — Respondeu Rita, com os olhos brilhando de emoção.Esther se aproximou mais, segurando firme a mão de Rita.— Você ainda vai me ver muito mais vezes. Acredite, tudo o que você deseja, tudo o que você sempre sonhou, ainda pode acontecer.Rita assentiu, sentindo uma paz invadir seu coração. Ali, naquele momento, com alguém que lhe dava atenção e importância, ela se sentia preenchida. Não era muito, mas para ela, já era suficiente.— Eu queria um pouco de água. — Murmurou ela.Esther rapidamente se levantou, pegando um copo e o enchendo com água fresca. Rita bebeu tudo em poucos goles, aliviando a secura da garganta. O desconforto parecia agora um pouco