Assim que terminou de falar, Rita se virou para sair. Mas, antes que pudesse dar mais um passo, Esther segurou sua mão com força.— E você? — Esther perguntou, seu tom carregado de preocupação.Rita olhou para ela com um sorriso confiante.— Eu sei me cuidar. Preciso voltar lá e ajudar o pessoal! — E lançou para Esther um olhar que parecia prometer que tudo ficaria bem.Esther se escondeu no canto, atrás de uma porta, que mal deixava a luz entrar. A escuridão no lugar envolveu ela completamente, trazendo uma onda de medo. Mas ela sabia que precisava ser forte, não só por ela, mas também pelo bebê. Seus braços apertaram firmemente o próprio corpo enquanto fechava os olhos, tentando ignorar o som constante e ameaçador dos tiros que ecoavam pelo salão. Mesmo assim, não conseguia evitar o suor frio que se espalhava por sua pele, fruto do medo que apertava seu coração.Com os olhos ainda fechados, uma memória surgiu de repente.Era a imagem de uma garota magra, de cabelos loiros desgrenhado
Marcelo estreitou os olhos, sem dizer uma palavra, mas seu olhar estava afiado como uma lâmina. Era como se estivesse decidido a acabar com Diego ali mesmo.— Hahaha! — Diego gargalhou, se divertindo com a situação. A ideia de um homem tão correto quanto Marcelo estar a ponto de arriscar tudo por uma mulher fazia ele rir. Como alguém que se dizia íntegro havia chegado a tal ponto?Mas a risada dele não durou muito. Antes que percebesse, Marcelo deu um chute direto no estômago dele, com força suficiente para fazê-lo cair no chão.Diego gemeu de dor, segurando o abdômen, mas não desistiu. Sem hesitar, enfiou a mão na cintura e tirou uma pequena pistola. Marcelo, num reflexo rápido, tentou se esquivar. Contudo, os planos de Diego não eram matar Marcelo. Ele mirou diretamente em Sofia, com um sorriso sinistro nos lábios. Ele só queria injetar o veneno no corpo dela, garantindo que Marcelo sofresse a perda.Quando Diego avançou, Sofia ficou completamente apavorada.— Cuidado! — Gritou Marc
Rita cuspiu sangue, segurando com dificuldade na barra da calça de Diego.— O antídoto... — Sussurrou, a voz quase inaudível.Diego apenas estreitou os olhos, com um sorriso frio se formando no canto dos lábios.— Eu nunca tive antídoto algum, Rita. Depois de tantos anos, você ainda cai nos meus truques como uma garotinha ingênua.Rita arregalou os olhos, chocada, cada palavra dele penetrando como uma faca.— Você não tem o antídoto? — Balbuciou, com a voz cheia de descrença.— KA48 jamais teve um antídoto! — Diego soltou uma risada fria e cruel. Ele agarrou o pescoço dela com força. — Vá se juntar aos seus colegas mortos, Rita.Ele puxou ela para perto, os olhos cheios de desprezo. Rita ainda não acreditava que o antídoto era uma mentira. Todo o seu sacrifício em vão?— Você... Você me enganou esse tempo todo! — A luz desapareceu dos olhos de Rita, mas ela ainda encontrou forças para resistir. Com a mão livre, tateou até encontrar uma pequena faca. Com um golpe rápido, ela tentou atin
Rita sentiu os dedos se moverem levemente e abriu os olhos cansados. Viu Esther logo à sua frente, e com o pouco de força que lhe restava, segurou sua mão com firmeza.Esther percebeu o movimento e olhou para ela, ansiosa.— Rita! — Exclamou, emocionada.— Está tão frio... — A voz de Rita saiu fraca, quase como um sussurro.Esther imediatamente envolveu ela nos braços, a aquecendo.— Eu estou aqui com você... Não vai sentir mais frio. Estou aqui, Rita. Não vai mais sentir frio.Rita parecia ainda mais frágil, suas palavras saíram com dificuldade.— Acho... Que estou morrendo. — Ela respirou fundo, em esforço. — Me desculpe, Esther. Não consegui... Não consegui encontrar o antídoto pra você... Eu... Eu falhei...Ela começou a tossir e um filete de sangue escapou no canto da boca.— Não se desculpe! — Esther disse, com a voz embargada. — Não importa o antídoto agora! Você só precisa ficar quietinha... A ambulância está chegando. Vou te levar e tudo vai ficar bem. Você só precisa aguentar
Esther não conseguia expressar em palavras a compaixão que sentia por Rita. Sabia que neste mundo existiam tantas pessoas em sofrimento que, comparado a isso, até mesmo o tempo em que passou trancada na sala escura parecia insignificante. Pelo menos, ela tinha uma família esperando por ela, enquanto Rita jamais conheceu o calor humano de verdade.A tristeza de Esther se misturava com uma dor profunda. Em seguida, colocaram ela em uma maca e levaram ela para outra ambulância. Ela e Rita foram colocadas em veículos diferentes. Olhando pela janela, viu que os bandidos tinham sido contidos, o tiroteio havia cessado, e o ambiente agora estava tomado por sirenes e luzes de emergência. Mais policiais chegaram para controlar a situação e cuidar da limpeza do local.Entre as figuras que reconheceu, Diego, o líder do grupo, estava sendo levado. Um capuz negro cobria sua cabeça e algemas apertavam seus pulsos. Ele mancava ao andar, visivelmente machucado, com feridas por todo o corpo. Logo depois
Os homens atrás dela tentaram alcançar o carro, correndo com todas as forças, mas logo ficaram para trás, sem conseguir acompanhar o ritmo frenético de Sofia. Pelo retrovisor, ela lançou um olhar apreensivo para Marcelo, estirado no banco traseiro. O corpo dele estava menos trêmulo, mas isso só aumentava seu desespero. Temia que isso fosse sinal de que a vida dele estava por um fio, de que o veneno estava ganhando terreno.— Aguenta firme, Marcelo! Pelo amor de Deus, aguenta firme! Está perto, eu prometo que vou salvar você. Você vai sair dessa! — Ela gritou, desesperada, esperando que ele, mesmo entre dores, conseguisse ouvir sua voz.Sofia acelerava, desviando pelas ruas, ziguezagueando entre prédios e becos, saindo do centro movimentado e partindo para um lugar mais isolado. Finalmente, chegou a uma fábrica abandonada e freou bruscamente, com o carro deslizando até parar.Apareceu uma imagem no monitor de segurança, e logo houve movimentação do lado de dentro do local, percebendo a
No laboratório, havia uma variedade de substâncias e experimentos em andamento. Fileiras e fileiras de prateleiras exibiam frascos de todos os tamanhos, cheios de líquidos coloridos. Sobre as mesas, tubos de ensaio fervilhavam com substâncias que soltavam bolhas e vapores, criando um cenário repleto de mistério. Era apenas uma pequena parte do imenso trabalho de Gustavo, que incluía desde venenos mortais até antídotos raros, tudo organizado e etiquetado com números, sem qualquer indicação de nome ou função.No ambiente estéril e silencioso, pelo menos uma dúzia de cientistas estava totalmente concentrada, vestidos da cabeça aos pés com roupas protetoras. Enquanto isso, Marcelo, inconsciente, foi colocado em um sofá na sala ao lado, sem qualquer reação aparente....Enquanto isso, Esther havia sido levada ao hospital para realizar uma bateria de exames. Tirando algumas escoriações, ela estava fisicamente bem. Ela se sentia aliviada, pois sabia que só estava viva por causa da proteção d
A pergunta direta de Esther pegou Durval desprevenido, o deixando sem palavras por um momento.— Senhora, está imaginando coisas. — Ele respondeu, tentando parecer calmo, mas decidindo manter o silêncio, como Marcelo havia instruído. — O capitão Marcelo está apenas resolvendo algumas pendências oficiais. É normal que ele não esteja por aqui.Mas Esther não desistiu e insistiu em outro ponto:— E quanto à Sofia? Onde ela está?Durval fez uma pausa, evitando entrar em mais detalhes.— Quanto a isso, eu realmente não sei, senhora.Ele parecia não querer continuar a conversa, então Esther resolveu encerrar suas perguntas, percebendo que não obteria mais respostas naquele momento.— Bem, eu posso, pelo menos, ficar aqui ao lado da Rita, certo? — Esther perguntou, com um tom desafiador.— Ah... Bem... — Durval hesitou.— Não posso? — Ela encarou ele, esperando uma explicação.Finalmente, Durval cedeu:— Pode, sim. Mas com uma condição: sem nossa autorização, Rita não pode dar um passo fora d